Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • Petrópolis • Rio de Janeiro • Rio de Janeiro
Dia 21: Petrópolis – RJ ao Rio de Janeiro – RJ
18 de Novembro, 2020Planejamos tirar a quarta-feira para percorrer algumas trilhas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos na sede Petrópolis – RJ.
Como o dia amanheceu nublado, decidimos ligar para o centro de visitantes do Parnaso e esclarecer algumas dúvidas, como horários de atendimento e se todas as trilhas estariam abertas por conta do tempo.
Durante o telefonema recebemos a informação que, devido à pandemia, o acesso ao parque estava completamente fechado.
Uma pena, pois este era um dos principais atrativos que gostaríamos de conhecer no município.
Assim sendo, por estarem fechados, pulamos a visita ao Museu Imperial, Palácio Rio Negro e Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
Pelo menos temos 3 ótimos motivos para retornar à Cidade Imperial assim que possível.
Com isso carregamos as bagagens na Formosa, vestimos os trajes de viagem (que ainda estavam molhados por conta do temporal que enfrentamos na última segunda-feira) e partimos rodar pelas ruas da área central de Petrópolis.
Com uma densa neblina cobrindo os morros ao seu redor, nos despedimos do centro histórico.
Mas não poderíamos sair da cidade sem antes conhecer o Palácio Quitandinha, outro de seus inúmeros ícones.
Conforme nos aproximávamos do destino a neblina, que antes se concentrava no alto dos morros, passou a nos envolver.
E chegou acompanhada de uma leve chuva, com a qual seguimos até o palácio.
Quando chegamos no atrativo a neblina estava tão fechada que limitava nossa visão a poucos metros de distância.
E assim que estacionamos a Formosa em frente ao local uma forte chuva teve início, nos obrigando a correr para a entrada do palácio, já que estávamos sem as capas.
Inaugurado em 1944, o Palácio Quitandinha foi construído pelo empreendedor mineiro Joaquim Rolla e tinha como objetivo se tornar o maior cassino-hotel da América Latina.
O espaço que possui 50.000 metros quadrados e seis andares, divididos em 440 apartamentos e 13 grandes salões, faz referência ao estilo neo-normando, tendência dos grandes cassinos europeus da época, sendo decorado com inspiração nos cenários hollywoodianos.
A cúpula do Salão Mauá é a maior cúpula em concreto do mundo, medindo 30m de altura e 50m de diâmetro.
Com a proibição do jogo no Brasil em 1946 o Quitandinha começou a ter dificuldades para sobreviver somente como hotel e em 1962 deixou de funcionar.
Seus apartamentos foram vendidos por Joaquim Rolla a partir de 1963, e o famoso hotel tornou-se então um sofisticado e singular condomínio na cidade de Petrópolis, o qual persiste até os dias atuais.
Em 2007 o Sesc RJ passou a administrar a área do antigo cassino e, após recuperá-lo, transformou-o num importante espaço de cultura e lazer para a sociedade.
O Palácio Quitandinha ainda é tido como o maior e mais legítimo palácio do Brasil e um dos maiores da América Latina.
É possível conhecer seu interior através de uma visita guiada, a qual, infelizmente, também estava indisponível no momento.
Durante o período de aproximadamente uma hora em que ficamos na entrada do Palácio Quitandinha aguardando a chuva dar uma acalmada pudemos vestir as capas e decidir para onde iríamos.
Com previsão de fortes chuvas na região serrana fluminense, região dos lagos, sul mineiro, norte paulista e tantos outros locais que passaram por nossas cabeças (acho que nos próximos 10 dias vai chover em todo o planeta), finalmente decidimos descer a incrível serra da rodovia BR-040 e seguir até a capital.
Aproveitamos a momentânea trégua da chuva para deixar a entrada do Palácio Quitandinha e contornar o enorme lago artificial que se encontra em sua frente. Aliás, dizem que este lago tem o formato do Brasil, olhamos pelo Google Maps e sinceramente… algo de errado não está certo. Enfim, dá uma conferida lá, basta clicar aqui.
Fizemos uma breve pausa na Avenida Ayrton Senna para registrar nossa passagem em frente ao Palácio Quitandinha.
E então acessamos a BR-040, que no trecho de Petrópolis ao Rio de Janeiro recebe o nome de Rodovia Washington Luís.
A estrada conta com dois percursos distintos, um para subir a serra e outro para descer, ambos com pedágio e pista duplicada.
Como a chuva nos acompanhou por toda a descida, foram poucas as fotos feitas no trajeto.
E em questão de minutos chegamos ao nível do mar, onde pagamos a tarifa de pedágio e seguimos sentido capital.
Aos poucos a chuva foi diminuindo até cessar repentinamente.
Conforme nos aproximávamos do destino do dia o fluxo de veículos aumentava.
E da melhor forma possível, pelo corredor, acessamos o Rio de Janeiro.
Após um longo trecho pelo corredor, desviando de carros, carretas e vendedores ambulantes que ofereciam Biscoitos Globo, deixamos a rodovia federal e passamos a percorrer as avenidas do Rio.
E todo aquele trânsito pesado parece ter ficado para trás, uma vez que as avenidas e ruas da capital apresentavam um movimento bem tranquilo para um dia útil.
Seguindo as placas acessamos a Avenida Rodrigues Alves.
Passamos ao lado da maior roda-gigante da América Latina, com 88 metros de altura.
E acessamos o Túnel Prefeito Marcello Alencar, também conhecido como Túnel da Via Expressa.
Após percorrer seus 3.382 metros de extensão voltamos à superfície em um local visitado pelo FredLee durante sua passagem pelo centro histórico carioca em 2018 (relembre aqui).
Passamos ao lado do Aeroporto Santos Dumont, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial.
Na sequência foi a vez de passar pelo Aterro do Flamengo.
Que proporciona uma linda vista dos morros da Urca e do Pão de Açúcar, interligados pelo tradicional bondinho.
Acessar a capital por este caminho é surpreendente e já basta para se fazer valer o apelido de Cidade Maravilhosa.
Já na Praia de Botafogo conseguimos avistar o Corcovado e, se não fosse a névoa, o principal cartão postal do Rio, o Cristo Redentor.
Cruzamos o Túnel do Leme.
E, com os termômetros marcando 24 °C, entramos na Avenida Atlântica.
Pela qual percorremos toda a Praia do Leme até chegar na famosa Praia de Copacabana.
Passamos em frente ao conhecido Copacabana Palace.
E rodamos até as proximidades do Forte de Copacabana, onde dobramos a direita e seguimos rumo à Ipanema.
Já na orla da Praia de Ipanema avançamos cantando “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça; É ela Formosa que vem que passa; Num doce balanço caminho do mar…”.
E com a Formosa nos enchendo de graça chegamos na Praia do Leblon.
Onde adentramos na Avenida Niemeyer, que segue por um percurso de aproximadamente 4 quilômetros tendo um enorme costão rochoso de um lado e o Oceano Atlântico do outro.
Passamos ao lado do Parque Natural Municipal Penhasco Dois Irmãos, do Vidigal e logo chegamos na Praia de São Conrado.
Ali fizemos o retorno e voltamos pelo mesmo trajeto.
Parando no Mirante do Leblon.
Como ninguém é de ferro, no mirante compramos uma água de coco, mas apenas uma, pois o valor estava super inflacionado (deve ser o coco mais caro do Rio de Janeiro, mas a vista compensa).
Quando a chuva voltou a cair deixamos o local e fomos em busca de um hotel.
Hotel localizado, Formosa devidamente abrigada e nós com trajes típicos de turistas, partimos caminhar pela Praia de Copacabana.
Nada mais propício para aproveitar a praia em forma de meia-lua de Copacabana do que um fim de tarde chuvoso com fortes ventos trajando uma jaqueta corta vento, calça e alpargatas.
Só faltaram as cadeiras de praia e o mate amargo, vulgo chimarrão, para o cenário ficar perfeito.
Copacabana é considerado um dos bairros mais famosos e prestigiados do Brasil, além de ser conhecido internacionalmente.
Caminhamos por toda a sua orla, ora pelas areias, ora por seu calçadão.
Calçadão, aliás, que é uma das marcas da cidade e foi inspirado no calçadão da Praça do Rocio em Lisboa, o qual representa o encontro das águas doces do Rio Tejo com o Oceano Atlântico.
Quando os primeiros colonizadores chegaram ao Rio a região que hoje compreende Copacabana era um areal deserto chamado de Sacopenapã, que em tupi significa “o barulho e o bater de asas dos socós”.
Com o assentamento dos primeiros moradores na localidade houve a instalação de uma pequena capela no extremo sul da praia, onde hoje fica o Forte de Copacabana, na qual foi colocada uma imagem de Nossa Senhora de Copacabana, trazida por mercadores de prata bolivianos.
Lembrando que, como aprendemos durante nossa passagem por Aparecida – SP, Nossa Senhora de Copacabana é a padroeira da Bolívia.
Com relação à origem do nome Copacabana há pelo menos duas versões, uma da língua quechua, falada pelos Incas e que significa “lugar luminoso”, “praia azul” ou “mirante azul”, e outra possibilidade vem da língua aimará e significa “vista do lago”.
A areia da Princesinha do Mar, como é carinhosamente chamada Copacabana, é recomposta anualmente através de uma plataforma continental interna, com material de características granulométricas idênticas às da praia ou preferencialmente mais grossas.
Ah, e lá o coco é bem mais barato que no mirante do Leblon.
Após percorrer Copacabana seguimos até sua vizinha, Ipanema.
Passamos pela pequena Praia do Arpoador, a escolhida pela alemã Miriam Etz para usar em 1948, pela primeira vez em terras brasileiras, o biquíni.
E, já no fim do dia, subimos na Pedra do Arpoador.
De onde pudemos avistar a Praia do Diabo, que fica entre as praias de Copacabana e do Arpoador.
O Arpoador é citado em conhecidas canções nacionais, uma delas da banda mineira Skank, no trecho “Te ter e ter que esquecer, é insuportável é dor incrível, é como não sentir calor em Cuiabá, ou como no Arpoador não ver o mar…” da música “Te ver”.
E também na canção “Faz parte do meu show”, no trecho “Vago na lua deserta das pedras do Arpoador”, do cantor e compositor Cazuza, que, aliás, adorava visitar o local.
Dali também temos uma vista privilegiada da Praia do Arpoador e sua vizinha Praia de Ipanema.
A Pedra do Arpoador proporciona a vista de um dos mais belos pôr do Sol do Rio de Janeiro, mas como é possível perceber pelas fotos, não vai rolar hoje.
A noite já se aproximava quando deixamos o Arpoador debaixo de chuva e caminhamos até o hotel.
Trajeto percorrido no dia:
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