Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • Petrópolis • Rio de Janeiro
Roteiro Completo pelo Centro Histórico de Petrópolis – RJ: Encantos da Cidade Imperial e da Casa de Santos Dumont
17 de Novembro, 2020
Explore o Centro Histórico de Petrópolis, a charmosa Cidade Imperial no RJ. Descubra palácios, mansões, museus e atrações como: Museu Casa de Santos Dumont, Palácio de Cristal e Catedral de São Pedro de Alcântara.
Hoje dedicamos o dia para explorar o charmoso centro histórico de Petrópolis, a icônica “Cidade Imperial” situada na região serrana do Rio de Janeiro. Caminhar por suas ruas arborizadas, em um dos primeiros núcleos urbanos planejados do Brasil, é uma verdadeira viagem no tempo. A cidade encanta com seus inúmeros palácios e mansões preservadas, como a famosa Casa da Princesa Isabel, o tradicional Palácio de Cristal, a imponente Catedral de São Pedro de Alcântara e seu respeitado Mausoléu Imperial. Não poderia faltar também a visita à icônica Casa de Santos Dumont, um dos museus mais procurados da região.

A forte chuva que caiu ontem se estendeu até a madrugada, mas finalmente deu uma trégua, e a terça-feira amanheceu sob uma leve garoa em Petrópolis, RJ.

Com isso, desistimos de pendurar as roupas de viagem (que ainda estavam encharcadas após o verdadeiro banho que tomamos ontem) na área externa do hotel. Optamos por estendê-las em varais improvisados dentro do quarto, na esperança de que sequem até a manhã seguinte e possamos seguir em frente com a Moto Expedição 2020: Belas Rotas.

Como nosso plano para o dia era explorar a cidade serrana, aproveitamos para levar o restante das roupas a uma lavanderia. Afinal, eu já estava recorrendo à última cueca limpa.

Com as roupas devidamente entregues na lavanderia e a garoa finalmente dando uma trégua, iniciamos uma caminhada pelo centro histórico de Petrópolis, conhecida como a “Cidade Imperial”.

Começamos nosso roteiro pela Praça da Liberdade, a maior da cidade. Seu nome remonta a 1888, quando escravos recém-libertos se reuniam ali para arrecadar fundos e comprar a liberdade de seus companheiros que ainda permaneciam nas senzalas. Isso ocorreu após a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio daquele ano, pela princesa Isabel, que declarou extinta a escravidão em todo o território nacional, encerrando um ciclo de quase quatro séculos de escravidão no Brasil.

Embora o nome oficial da Praça da Liberdade seja Praça Rui Barbosa desde 1923, ela continua amplamente conhecida como Praça da Liberdade. O local é bem arborizado, conta com diversos bancos distribuídos ao longo de seus 22 mil metros quadrados e abriga um belo chafariz em seu centro, convidando moradores e visitantes a momentos de descanso e contemplação.

Com a descoberta do ouro em Minas Gerais no final do século XVII, a Coroa Portuguesa decidiu estabelecer um conjunto de caminhos que aproveitava antigas trilhas indígenas pertencentes ao Caminho do Peabiru. Essas rotas conectavam a região produtora de ouro, especialmente Ouro Preto, ao litoral fluminense, no Porto de Paraty. O trajeto, com aproximadamente 710 quilômetros de extensão, ficou conhecido como Estrada Real, também chamada de Caminho do Ouro.

Com o passar dos anos, os ataques de corsários e piratas às preciosas cargas transportadas pelo mar entre Paraty e o Rio de Janeiro se intensificaram. Diante disso, em 1698, o governador da Capitania do Rio de Janeiro, Artur de Sá Menezes, recomendou à Coroa Portuguesa a abertura de um novo caminho para o sertão, visando sobretudo contornar os riscos no trecho final da rota marítima.

Essa recomendação deu origem a um novo traçado da Estrada Real, que passou a ligar diretamente o Rio de Janeiro a Ouro Preto. A obra ficou sob a responsabilidade de Garcia Rodrigues Paes, filho do famoso bandeirante Fernão Dias Paes — cujo nome hoje batiza a rodovia que conecta São Paulo a Belo Horizonte e Vitória. A construção levou sete anos para ser concluída (1698-1705), e o novo trajeto passou a ser conhecido como Caminho Novo, enquanto o anterior ficou denominado Caminho Velho.

Além de eliminar o perigoso trecho marítimo pela Baía de Paraty, o novo percurso tinha apenas 515 quilômetros, sendo mais seguro e menos precário. Na época, o Caminho Novo podia ser percorrido em cerca de um mês — um terço do tempo necessário para completar o Caminho Velho.
Pois bem, até o século XVIII, a região onde hoje se encontra o município de Petrópolis era habitada exclusivamente pelos índios Coroados, sendo conhecida pelos portugueses como Sertão dos Índios Coroados. Com a abertura do Caminho Novo da Estrada Real, essa rota passou a cruzar o antigo território indígena, que, aos poucos, deixou de ser um sertão isolado — e muito menos a terra dos índios Coroados.

Em 1822, durante uma viagem a Minas Gerais pelo Caminho Novo da Estrada Real, o imperador Dom Pedro I hospedou-se na fazenda do padre Correia. Encantado com a beleza da região, decidiu adquirir uma propriedade vizinha, a Fazenda do Córrego Seco, com o intuito de ali construir um palácio.

Anos depois, em 1843, seu filho, Dom Pedro II, assinou um decreto imperial que determinava a criação de uma povoação na região, a ser formada com a chegada de imigrantes alemães. O decreto também previa a construção do tão sonhado palácio de verão na Fazenda do Córrego Seco.

O assentamento foi concebido pelo major Júlio Frederico Koeler, transformando Petrópolis em uma das primeiras cidades planejadas do Brasil. O projeto previa um núcleo urbano estruturado, que abrigava o Palácio Imperial, além de prédios públicos, estabelecimentos comerciais e serviços essenciais.

A partir de então, durante os meses de verão, Petrópolis passava a ser a capital do Império do Brasil. Toda a corte, acompanhada por grande parte da população da cidade do Rio de Janeiro, migrava para a região serrana, atraída não apenas pelo clima mais ameno, mas também para escapar dos frequentes surtos de febre amarela que assolavam a capital.

O nome da cidade surgiu da junção das palavras Petrus (Pedro, em latim) e Pólis (cidade, em grego), formando assim Petrópolis, que significa “Cidade de Pedro”.

Atualmente, Petrópolis abriga cerca de 280.000 habitantes, sendo a maior e mais populosa cidade da região serrana fluminense. Além disso, é reconhecida como a cidade mais segura do estado do Rio de Janeiro, figurando na sexta posição no ranking do Ipea entre as cidades de médio e grande porte em todo o Brasil.

Retomando nossa caminhada, bem próxima à Praça da Liberdade, no coração de Petrópolis, está a Praça 14 Bis.

O espaço público abriga uma réplica do invento mais famoso de Santos Dumont, o 14 Bis. A atração foi inaugurada em 2006, em celebração ao centenário do primeiro voo da aeronave.

Da Praça 14 Bis, seguimos pelo lado norte da Avenida Koeler, a via mais nobre da cidade. Seu nome homenageia Júlio Frederico Koeler, engenheiro alemão convidado pelo imperador Dom Pedro II para planejar o povoado de Petrópolis, RJ.

Uma curiosidade interessante da Avenida Koeler é que ela foi planejada preservando o curso do Rio Quitandinha, que divide a avenida em duas pistas de aproximadamente 400 metros, ladeadas por árvores que emolduram o rio ao centro. As casas foram construídas mais afastadas da via, ocupando os terrenos ao fundo e deixando as áreas frontais reservadas para belos e amplos jardins.

Nessa avenida, destacam-se importantes casarões de arquitetura clássica, como o palacete de verão da Princesa Isabel, o Palácio Sérgio Fadel, que atualmente abriga a sede da Prefeitura, e o Palácio Rio Negro, antiga residência de verão dos presidentes da República do Brasil. Todos os imóveis da Avenida Koeler são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e abrigam estabelecimentos variados, como pousadas, escolas e clínicas.

As primeiras construções históricas que encontramos na Avenida Koeler datam de 1875 a 1893. Essas edificações apresentam arquitetura neoclássica, marcada por colunas imponentes e paisagismo inspirado nos tradicionais jardins franceses.

Dentre essas construções, destaca-se o Solar Dom Afonso, descrito pela Princesa Isabel como uma casa “boa e grandiosa”. Impressionada com a obra, a princesa teria concedido ao construtor, o comerciante de café Joaquim Antônio dos Passos, o título de Comendador. O solar recebeu o nome de Dom Afonso em homenagem ao filho falecido de Dom Pedro II.

Ao seu lado, encontra-se uma residência que pode ser considerada uma das casas mais misteriosas da avenida, já que não há uma data precisa de sua construção — ela só começa a ser mencionada nos registros históricos a partir de 1920.

Trata-se do Casarão da Família Voigt, que, segundo registros históricos, funcionou como pensão para trabalhadores durante a construção do Palácio Imperial.

Após a conclusão da obra, a hospedaria foi convertida em residência e cedida ao chefe da construção.

Em seguida, passamos pelo Palácio Sérgio Fadel, uma das mais antigas edificações da Avenida Koeler.

O eclético palácio, construído em 1872, foi erguido pelo Dr. Joaquim Antônio d’Araújo e Silva, mais conhecido como Visconde Silva e Barão do Catete.

Ao longo do tempo, o Palácio Sérgio Fadel teve diversos usos, servindo como residência e, posteriormente, abrigando instituições de ensino.

Após a Proclamação da República, o Presidente Campos Sales hospedou-se no local e, encantado com a região, decidiu adquirir o Palacete do Barão do Rio Negro, localizado do outro lado da rua, para transformá-lo em residência de veraneio oficial dos Presidentes da República.

O prédio também abrigou, ao longo dos anos, os colégios Plínio Leite, São José, Ateneu e a sede da Companhia Industrial Santa Matilde. Em 1996, foi adquirido pelo então prefeito Sérgio Fadel para se tornar a sede da Prefeitura Municipal de Petrópolis – RJ.

A construção seguinte é a Casa do Barão de Teresópolis. Erguida no final do século XIX, pertenceu a Francisco Ferreira de Abreu, médico de Dom Pedro II, que foi agraciado com o título de Barão de Teresópolis em 1874.

Ao lado, destaca-se a Mansão Kremer, construída em 1854 pelo colono alemão Henrique Kremer, fundador da tradicional Cervejaria Bohemia.

Inicialmente, tratava-se de dois prédios distintos, que foram unificados em uma única construção posteriormente.

Sua vizinha, a Casa Lafayette Marquez, foi a última construção a ser erguida na Avenida Koeler, já no ano de 1930.

E, por fim, a Casa da Princesa Isabel, imóvel adquirido pelo Conde d’Eu e sua esposa em 1876, onde residiram até o exílio da Família Imperial, em 1889.

Construída em 1853 por seu primeiro proprietário, José Pedro da Mota Sayão (o Barão do Pilar, fazendeiro, comerciante e membro da primeira diretoria do Banco do Brasil), a casa apresenta um elegante estilo neoclássico. Em 1874, foi alugada ao Conde d’Eu, que a adquiriu definitivamente em 1876.

Em estilo neoclássico, a construção remete ao Palácio Imperial de Verão, atual Museu Imperial. Sua fachada está pintada no tom de tijolo característico das residências da família imperial brasileira durante o período imperial (1822-1889). No frontão, destaca-se o monograma G.I., representando Gastão & Isabel.

Nesta casa nasceram os dois primeiros filhos da Princesa Isabel. Foi também na residência que Dom Pedro II recebeu a notícia do movimento militar que proclamou a República.

O palacete ocupa a posição central do terreno, seguindo o modelo europeu, e é cercado por um amplo jardim frontal. Nele, destacam-se as camélias brancas, flores que se tornaram símbolo da abolição e que foram plantadas pessoalmente pela Princesa Isabel.

Na Casa da Princesa Isabel, é possível observar uma platibanda ricamente decorada, colunas coríntias e jônicas, além da perfeita simetria entre os andares. Complementando a fachada, um elegante guarda-corpo com balaústres clássicos confere ainda mais requinte à construção.

Casa da Princesa Isabel
A Casa da Princesa Isabel foi adquirida em 1876 pela própria Princesa Isabel e pelo Conde d’Eu, que ali residiram até o exílio da Família Imperial, em 1889.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Casa da Princesa Isabel partindo do centro de São Paulo – São Paulo – Brasil:
Contatos da Casa da Princesa Isabel
- Endereço: Avenida Koeler, 42 – Centro Histórico | Petrópolis – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefone: (24) 2237-3321
- E-mail: disqueturismodepetropolis@gmail.com
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: das 9h às 17h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

Nas escadarias da varanda frontal da Casa da Princesa Isabel foi registrada a imagem conhecida como “a última fotografia da Família Imperial no Brasil”, no final de 1888. A foto mostra o imperador Dom Pedro II, ao lado da imperatriz Dona Teresa Cristina, do casal de príncipes Gastão e Isabel, e de seus filhos (os príncipes Pedro, Luís e Antônio), além do príncipe Pedro Augusto de Saxe-Coburgo e Bragança, filho da princesa Leopoldina com o duque de Saxe.

Atualmente pertencente ao ramo de Petrópolis da família Orléans e Bragança, descendente da família imperial brasileira, o palácio e seus jardins são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O interior da Casa da Princesa Isabel é aberto ao público durante exposições, enquanto os jardins permanecem acessíveis diariamente, com entrada franca.

Em frente à Casa da Princesa Isabel, encontra-se a praça que leva seu nome: Praça Princesa Isabel.

No centro da Praça Princesa Isabel está o monumento em homenagem a Júlio Frederico Koeler, engenheiro responsável pelo projeto do Palácio Imperial, hoje Museu Imperial, e autor da primeira planta urbanística de Petrópolis, RJ. Na parte frontal do monumento, sobre uma base de granito, está gravada a planta da cidade, enquanto no topo da coluna figura o escudo de Petrópolis. Os restos mortais de Koeler repousam na base do monumento.

Ao lado da Praça Princesa Isabel, ergue-se a imponente Catedral de São Pedro de Alcântara, a Igreja Matriz de Petrópolis – RJ.

Catedral de São Pedro de Alcântara – Igreja Matriz de Petrópolis
A Catedral de São Pedro de Alcântara – Igreja Matriz de Petrópolis é a única construção neogótica do interior do estado do Rio de Janeiro e abriga os restos mortais da família imperial brasileira.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Catedral de São Pedro de Alcântara – Igreja Matriz de Petrópolis partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos da Catedral de São Pedro de Alcântara – Igreja Matriz de Petrópolis
- Endereço: Rua São Pedro de Alcântara, 60 – Centro Histórico | Petrópolis – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefones: (24) 2242-4300 | (24) 2246-1223
- E-mail: ascom@diocesepetropolis.org.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial da Catedral de São Pedro de Alcântara – Igreja Matriz de Petrópolis.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: das 8h às 18h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

A Catedral de Petrópolis é a única construção em estilo neogótico do interior do estado do Rio de Janeiro. Sua arquitetura foi inspirada na famosa Catedral de Notre-Dame de Paris.

Graças ao grande incentivo da Princesa Isabel, em 1884 foi lançada a pedra fundamental da Catedral São Pedro de Alcântara, sob o patrocínio de Dom Pedro II.


O projeto foi encomendado ao engenheiro e arquiteto baiano Francisco Caminhoá. As obras começaram ainda em 1884, mas a catedral só foi inaugurada em 1925 e concluída definitivamente em 1969.


Seu nome oficial é Catedral de São Pedro de Alcântara, em homenagem ao padroeiro da cidade serrana fluminense e da monarquia brasileira.


Com seus 70 metros de altura, a torre da Catedral de São Pedro de Alcântara se impõe na paisagem do centro histórico de Petrópolis, RJ. No topo, um carrilhão com cinco sinos de bronze, fundidos na Alemanha e pesando nove toneladas, ressoa de forma solene a cada hora cheia.


Cada uma das ernormes portas da entrada principal da Igreja Matriz de Petrópolis pesa aproximadamente 2.400 quilos.

No interior da Catedral de Petrópolis, uma das maiores atrações, senão a principal, encontra-se logo à direita da entrada. Visível através de uma grade de ferro, está o Mausoléu Imperial.

Em 1920, foi revogado o decreto que bania a Família Imperial do Brasil. Já em 1921, os restos mortais de Dom Pedro II e da Imperatriz Dona Teresa Cristina foram trasladados do Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, para o Rio de Janeiro, onde ficaram na Catedral Metropolitana. Em 1925, foram transferidos para a sacristia da Catedral de Petrópolis.

Finalmente, em 5 de dezembro de 1939, o presidente Getúlio Vargas, junto a outras autoridades, inaugurou o Mausoléu Imperial, para onde foram definitivamente levados os sarcófagos do Imperador e da Imperatriz. Os restos mortais da Princesa Isabel e do Conde d’Eu seriam trasladados posteriormente.
Ao centro, encontram-se os sarcófagos de Dom Pedro II e de sua esposa, Dona Teresa Cristina. Nas extremidades, estão os túmulos da Princesa Isabel e de seu marido, o Conde d’Eu. Os corpos estão embalsamados e repousam sob esculturas em tamanho real esculpidas em mármore de Carrara no ano de 1925 por Jean Magrou. Uma curiosidade é que as imagens foram esculpidas em escala real, com exceção da imperatriz consorte, que foi representada um pouco maior para igualar a estatura do imperador.

A chamada “Capela Imperial” é protegida por grades de bronze e cercada por vitrais que retratam momentos emblemáticos da história de Petrópolis, além de exibir poemas escritos por Dom Pedro II durante o exílio, expressando a saudade que sentia do Brasil.


As naves da Catedral de Petrópolis são delineadas por arcos tipicamente góticos e, em seu altar, encontram-se relíquias dos santos São Magno, Santa Aurélia e Santa Tecla, trazidas de Roma pelo cardeal Dom Sebastião Leme.


As pontiagudas torres laterais e as janelas ogivais da Catedral de São Pedro de Alcântara refletem fielmente o estilo neogótico. No interior, os vitrais retratam cenas de santos, de Cristo e da Sagrada Família, com desenhos de Carlos Oswald. Cada um desses vitrais foi doado pela Baronesa de São Joaquim.


Todo o mobiliário do templo é original da época, trabalhado à mão em jacarandá. Já a Via Crucis, em gesso patinado, é de origem francesa.


Outra preciosidade da Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, é o órgão de tubos, considerado um dos mais importantes do Brasil. Projetado e construído no Rio de Janeiro, em 1936, pelo artista Guilherme Berner (introdutor da indústria de órgãos no país), o imponente instrumento conta com 33 registros, três teclados manuais e um pedal, totalizando 2.227 tubos. Está instalado na parte superior, no coro da igreja.



Após explorarmos o interior da Catedral de São Pedro de Alcântara, seguimos nossa caminhada pelo centro histórico de Petrópolis, RJ.



Passamos pelo Educandário Koeler, construído em 1903 para abrigar a Escola Evangélica Alemã, fundada em 1876.

O edifício é vizinho da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.

Igreja Evangélica de Confissão Luterana
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Petrópolis é um dos templos religiosos mais antigos da cidade.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Igreja Evangélica de Confissão Luterana partindo do centro de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos da Igreja Evangélica de Confissão Luterana
- Endereço: Avenida Ipiranga, 346 – Centro Histórico | Petrópolis – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefones: (24) 2242-1703 | (24) 98816-6386
- E-mail: petropolis@luteranos.com.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial da Igreja Evangélica de Confissão Luterana.
Horários de Funcionamento
- Sábado e domingo: das 10h às 17h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

A Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Petrópolis é um dos templos religiosos mais antigos da cidade. Sua pedra fundamental foi lançada em 1862, idealizada pelo Pastor George Gottlob Ströele.

O templo, cuja construção começou em 1863, inicialmente era uma simples casa, que trazia na parede externa a escultura de um cálice e pães. A construção era simples, em conformidade com a lei do Império, que proibia a ostentação de símbolos religiosos em templos não católicos.

Com a revogação dessa lei em 1903, a torre foi erguida e o edifício recebeu elementos decorativos neogóticos, como arcos ogivais e gárgulas. Na torre encontram-se o relógio mecânico e os sinos de bronze originais.

Praticamente em frente à igreja está localizada a casa onde viveu Rui Barbosa de Oliveira.

Conhecido como “O Águia de Haia”, Ruy Barbosa passava seus verões nesta casa, construída em estilo vitoriano no final do século XIX.

Em sua “Sweet Home”, como carinhosamente a chamava, Rui Barbosa de Oliveira cultivava rosas e escreveu muitas de suas obras, incluindo a célebre Oração aos Moços.

Ruy Barbosa faleceu nesta residência em 1923, e seu cortejo fúnebre foi um dos maiores já presenciados em Petrópolis até então.

Em seguida, passamos pela Casa Valentim Scheid.

A Casa Valentim Scheid abrigou, em sua configuração original, lojas no térreo e residências no andar superior.


Logo adiante, passamos em frente à Casa da Educação Visconde de Mauá.

Uma das figuras mais importantes do país durante o período imperial, Irineu Evangelista de Souza, mais conhecido como Visconde de Mauá, viveu por grande parte de sua vida nesta residência em estilo neoclássico.

A construção da casa teve início em 1854, quando o então Barão, e mais tarde Visconde de Mauá, liderava a construção da primeira estrada de ferro do Brasil. Cercada por densa vegetação, a residência conta com um belo jardim, onde se encontram espécies raras de palmeiras e diversas árvores frutíferas.

A casa foi vendida em leilão após a falência de Mauá. Mais tarde, Vinícius de Moraes, então casado com Lúcia Proença, proprietária do imóvel, passou temporadas na residência, onde compôs algumas de suas obras.

A poucos metros da Casa de Mauá encontra-se o deslumbrante Palácio de Cristal. Sua estrutura pré-moldada em ferro fundido foi encomendada pelo Conde D’Eu a uma fundição francesa e posteriormente montada em Petrópolis pelo engenheiro Eduardo Bonjean.

Inaugurado em 1884, o Palácio de Cristal de Petrópolis foi construído para sediar as tradicionais exposições de produtos hortícolas e aves da região, que antes ocorriam em estruturas provisórias no local.

No Palácio de Cristal, em abril de 1888, ocorreu a libertação dos últimos escravos de Petrópolis – RJ, celebrada com uma grande festa que contou com a presença da Princesa Isabel.

Durante nossa visita, o Palácio de Cristal encontrava-se fechado para visitação, em fase de reformas.

Logo após, chegamos à charmosa Casa da Família Sauwen.

A residência foi adquirida em 1892 por Philippe Sauwen, comerciante belga dedicado à exportação de café no Rio de Janeiro.

A fachada da Casa da Família Sauwen destaca-se pela varanda de estilo único e marcante.

Em seguida, passamos pela Cervejaria Bohemia, a fábrica de cerveja mais antiga do Brasil, inaugurada em 1853.

Da Cervejaria Bohemia, retornamos à Avenida Koeler para explorar as construções do lado sul da via.

Logo no início, nos deparamos com a imponente Villa Itararé, uma joia arquitetônica que encanta pela elegância e história.

O charmoso chalé romântico da Villa Itararé, construído em 1904, foi projetado por Heitor da Silva Costa, o mesmo arquiteto responsável pelo icônico Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

O proprietário da Villa Itararé era Antônio Roxo Rodrigues, conhecido como o Príncipe de Belford.

Diz a lenda que o palacete de pedra da Vila Itararé foi trazido desmontado da Alemanha e remontado pedra por pedra em Petrópolis, RJ. O local também ganhou destaque como cenário da novela Guerra dos Sexos, em 1983.

Na Villa Itararé, com seu estilo eclético, impressionam os vitrais coloridos, as janelas góticas, as delicadas molduras rendilhadas, além das colunas e torres que compõem sua silhueta marcante.

Ao lado, a Vila Esperança, erguida em 1875, apresenta um traçado mais discreto, porém igualmente harmonioso em sua arquitetura.


Ao lado da Vila Esperança, ergue-se o imponente Palácio Rio Negro, um dos marcos mais emblemáticos da história republicana brasileira.

O conjunto arquitetônico do Palácio Rio Negro inclui o próprio palácio, um elegante palacete, um charmoso chalé e diversas construções complementares nos fundos do terreno.

Foi construído em 1889 pelo abastado produtor de café Manoel Gomes de Carvalho, conhecido como Barão do Rio Negro.


A construção eclética do Palácio Rio Negro foi projetada pelo engenheiro Antônio Januzzi.


O Palácio Rio Negro ostenta uma elegante escadaria e pisos em mármore, além de salões revestidos com parquet de madeiras nobres, cujos desenhos remetem a grãos de café, em homenagem à origem da fortuna de seu proprietário.

Com a mudança do Barão do Rio Negro para Paris, em 1894, o palácio foi então colocado à venda.

O Palácio Rio Negro foi adquirido por Joaquim Maurício de Abreu, em nome do governo do estado do Rio de Janeiro, para servir como sede e residência oficial do governante durante o período em que Petrópolis tornou-se capital estadual, em decorrência da Revolta da Armada.

Em 1903, com o retorno da capital fluminense para Niterói, o Palácio Rio Negro passou a ser incorporado ao governo federal.

Desde então, o suntuoso Palácio Rio Negro tornou-se a residência oficial de verão dos presidentes da República.

Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Brás, Artur Bernardes, Washington Luís, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, entre outros presidentes, utilizaram o Palácio Rio Negro como residência durante os verões em Petrópolis, RJ.

No governo de Hermes da Fonseca, o Palácio Rio Negro foi cenário do casamento do marechal com a petropolitana Nair de Teffé, reconhecida como a primeira caricaturista mulher do mundo.

Atualmente, o Palácio Rio Negro abriga dois museus, entre eles o Museu da Força Expedicionária Brasileira (FEB), instalado em uma das edificações nos fundos do complexo.


Já na construção principal do Palácio Rio Negro, funciona um museu dedicado à memória da República, preservando importantes capítulos da história brasileira.


Durante nossa visita, infelizmente, as visitas aos dois museus estavam suspensas devido às restrições impostas pela pandemia.


Após conhecer a área externa do Palácio Rio Negro, restrita à calçada devido à proibição de acesso aos jardins, retomamos nosso passeio pelo centro histórico de Petrópolis – RJ.

Seguimos nosso caminho e passamos pela Casa do Barão da Saúde, construída em 1890.

Logo depois, seguimos em frente ao Casarão Gomensoro.


Por fim, chegamos à bela Casa Albert Landesberg.

Erguida em terreno adquirido em leilão público, a Casa Albert Landesberg foi construída pelo financista alemão que lhe empresta o nome. Um detalhe curioso da edificação é que, por mais de 50 anos, abrigou duas casas geminadas, que só foram desmembradas em 1955 pelos herdeiros da família.

Por fim, chegamos ao término da Avenida Koeler (ou ao seu começo, dependendo do ponto de vista) e continuamos nossa caminhada pela Avenida Tiradentes.


Na Rua da Imperatriz, avistamos a residência que pertenceu a Eduardo Palassin Guinle, destacado empreiteiro, industrial e banqueiro brasileiro.

Patriarca da influente família Guinle, ele marcou época como uma das figuras mais ricas do país entre o período imperial e os governos militares.


Ao lado, encontra-se a Casa Diniz Street, uma edificação que remonta à década de 1890, preservando o charme histórico da região.


Seguimos até nos depararmos com outra imponente construção: o magnífico Palácio Amarelo.

O Palácio Amarelo de Petrópolis, originalmente de um único andar, foi construído por José Carlos Mayrink, camarista de Dom Pedro II.

Em 1891, a viúva de José Carlos Mayrink vendeu o Palácio Amarelo ao Barão de Guaraciaba.

Em 1894, o Palácio Amarelo foi comprado pela municipalidade para abrigar a sede da Câmara Municipal, função que mantém até hoje.

Em frente ao Palácio Amarelo, está a ampla Praça da Águia, destacada pelo belo chafariz central que embeleza o espaço.

A fachada do Palácio Amarelo chama atenção pelas duas cúpulas que adornam o terraço, conferindo imponência ao edifício.

Além das cúpulas, a fachada do palacete é enriquecida por diversas peças ornamentais que realçam sua elegância e detalhes arquitetônicos.

A partir dali, atravessamos a pequena ponte sobre o Rio Quitandinha e logo avistamos o Palácio Imperial.

O Palácio Imperial, de arquitetura neoclássica, foi a residência onde Dom Pedro II passava longas temporadas com sua família. Em 1940, por decreto do presidente Getúlio Vargas, o edifício foi transformado no Museu Imperial, preservando e celebrando a história do período imperial brasileiro.

O Museu Imperial, um dos mais visitados do Brasil, abriga um valioso acervo de peças do período imperial, com destaque para as coroas dos imperadores Dom Pedro I e Dom Pedro II, o traje majestático, móveis de época, obras de arte, instrumentos musicais e muito mais. No pavilhão das viaturas, estão expostos diversos veículos utilizados no século XIX, oferecendo um fascinante mergulho na história e no cotidiano da monarquia brasileira.

Infelizmente, durante nossa visita, assim como aconteceu no Palácio Rio Negro, o Museu Imperial também estava fechado devido à pandemia.

Nos contentamos em contornar toda a extensa quadra onde o Museu Imperial está situado, apreciando de diversos ângulos sua imponente e belíssima arquitetura.

É Petrópolis… Precisaremos retornar assim que possível para visitar este museu, que permanece em nossa lista de lugares imperdíveis a serem explorados.

Caminhamos, então, em direção à Praça Expedicionários.

No centro da Praça Expedicionários ergue-se o Monumento aos Expedicionários Petropolitanos, uma homenagem solene aos soldados da cidade que foram enviados para lutar na Segunda Guerra Mundial. A imponente obra em bronze e granito possui 5 metros de altura. Na parte frontal, estão esculpidos em bronze os perfis de quatro soldados petropolitanos que perderam a vida em combate na Itália. Complementando a composição, uma figura feminina em pé, com 1,70 metro de altura, também em bronze e esculpida por Antônio Geraldes, simboliza a cidade de Petrópolis, oferecendo aos seus filhos a coroa de louros da glória.

Ao lado da Praça Expedicionários encontra-se o Theatro São Pedro, inaugurado em 1933. Este importante espaço cultural de Petrópolis está atualmente passando por um processo de restauração, preservando sua história e preparando-se para voltar a receber apresentações e eventos.

Nos arredores, localiza-se o Grande Hotel Petrópolis, construído em 1930. Com sua imponente fachada e arquitetura elegante, o hotel já recebeu personalidades ilustres e segue sendo um dos marcos da hospitalidade na cidade.

Na época de sua construção, o Grande Hotel Petrópolis era considerado o edifício mais moderno da cidade, sendo o mais alto, com quatro andares, e o único a dispor de elevador, um verdadeiro símbolo de inovação e sofisticação para a época.

Praticamente em frente ao Grande Hotel Petrópolis, ergue-se o Obelisco de Petrópolis, um dos marcos simbólicos da cidade.

Inaugurado em 1957, o monumento com 20 metros de altura celebra o centenário da elevação de Petrópolis à categoria de cidade. Seu formato elegante e imponente homenageia o desenvolvimento e a história local.

Neste ponto, deixamos a Rua da Imperatriz e seguimos explorando a charmosa Rua do Imperador.

Pela qual caminhamos até a Igreja Nossa Senhora do Rosário.

Paróquia Nossa Senhora do Rosário
A Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Petrópolis é o templo católico com a maior capacidade de fiéis sentados da cidade, oferecendo espaço para acomodar até 600 pessoas.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Paróquia Nossa Senhora do Rosário partindo do centro de Aparecida – São Paulo – Brasil:
Contatos da Paróquia Nossa Senhora do Rosário
- Endereço: Praça da Inconfidência – Centro Histórico | Petrópolis – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefone: (24) 2242-1073
- E-mail: rosario@diocesepetropolis.org.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial da Paróquia Nossa Senhora do Rosário.
Horários de Funcionamento
- Sexta a quarta: das 7h às 17h30
- Quinta: das 6h30 às 16h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

A primeira Capela de Nossa Senhora do Rosário foi inaugurada em 3 de maio de 1883, erguida em parte com doações arrecadadas por ex-escravos. Em 1953, com a estrutura comprometida pelo tempo, Monsenhor Gentil promoveu a construção de uma nova igreja. Para que as celebrações não fossem interrompidas, a capela original permaneceu em funcionamento, enquanto a nova edificação era erguida ao seu redor.

Durante as obras, em 1956, foi descoberta uma fonte, batizada como Fonte da Virgem, que hoje se encontra no interior da Escola Monsenhor Gentil, ao lado da igreja. A atual Igreja de Nossa Senhora do Rosário, por sua vez, só foi oficialmente inaugurada em 1978.

A igreja possui um impressionante vão livre de 20 metros, com a estrutura do telhado sustentada por vigas de concreto, em vez da tradicional madeira. Já os sinos da Igreja Nossa Senhora do Rosário foram trazidos da Catedral de São Pedro de Alcântara, a Igreja Matriz de Petrópolis, RJ.

Aliás, a Igreja Nossa Senhora do Rosário é o templo católico de Petrópolis com a maior capacidade de fiéis sentados, oferecendo espaço para acomodar até 600 pessoas.

Em seu interior, destaca-se a pintura do altar, que retrata diversas histórias (desde a figura de Monsenhor Gentil até as duas fases da igreja, além dos sacrifícios de Cristo) compondo um conjunto artístico de grande significado espiritual e histórico.

Outra curiosidade da Igreja Nossa Senhora do Rosário é o relicário no altar do santuário, que guarda as relíquias da primeira santa africana: Josefina Bakhita. Natural do Sudão, ela foi escravizada ainda criança e vendida no mercado de escravos. Beatificada em 1992, foi canonizada pelo Papa João Paulo II em Roma, em outubro de 2000.

Ao lado da Igreja Nossa Senhora do Rosário está o Mercado Imperial, um ponto tradicional que integra o coração cultural e comercial da cidade.

Inaugurado em 1904, o Mercado Imperial de Petrópolis consolidou-se ao longo do tempo como um importante centro de comércio de alimentos, mantendo viva a tradição local e oferecendo uma variedade de produtos frescos e regionais.

Hoje, o Mercado Imperial reúne lanchonetes, pastelarias e diversas bancas que vendem frutas, carnes, verduras, legumes e peixes, mantendo sua essência como ponto vibrante de comércio local e gastronomia típica.

Seguimos nosso caminho e logo avistamos outro marco histórico da cidade: o tradicional Hotel Grão Pará.


Ao continuarmos, passamos pelo imponente prédio dos Correios e Telégrafos, que se destaca pela arquitetura clássica e sua importância histórica na comunicação local.

O prédio dos Correios e Telégrafos de Petrópolis, em estilo neoclássico, foi projetado pelos arquitetos Cristiano Stockler das Neves e Otávio Rocha, e inaugurado em 1922 pelo presidente Epitácio Pessoa.

A construção, erguida parcialmente em terreno pertencente ao Palácio Grão Pará, teve sua venda autorizada a um valor considerado baixo na época pela Princesa Isabel, que, mesmo no exílio, condicionou a transação à instalação de um busto de Dom Pedro II na entrada do edifício.

O interior do prédio abriga três salões, destacando-se o salão de entrada com teto abobadado e pé direito elevado, adornado por lustres originais, vitrais impressionantes, portas de madeira maciça entalhada, além de corrimãos e gradis finamente trabalhados em ferro. Também conta com a Sala de Memória dos Correios em Petrópolis, RJ.

Ao lado do prédio dos Correios está o Colégio Estadual Dom Pedro II, uma importante instituição de ensino da cidade.

Construído em 1930, o Colégio Estadual Dom Pedro II apresenta uma arquitetura que alia planejamento e tecnologia modernas à ornamentação em estilo neocolonial, seguindo as normas oficiais da época para instituições públicas de ensino, que valorizavam essa expressão como símbolo da identidade nacional.


Em seguida, vimos a fachada do Palácio Grão Pará, que já foi casa dos semanários e alojamento dos prestadores de serviços do Paço Imperial.

O Palácio Grão Pará, projetado em 1859 por Theodoro Marx, passou a ser residência do Príncipe do Grão Pará, Dom Pedro de Alcântara, e seus descendentes a partir de 1925.

À frente do palácio, está a arborizada Praça Bosque do Imperador, um espaço verde que complementa a imponência da construção.

O Bosque do Imperador e as ruas que o cercam pertenciam à família imperial, integrando os jardins do Palácio Imperial e servindo como caminho para a Casa dos Semanários, atualmente conhecida como Palácio Grão Pará.

Após o falecimento da Princesa Isabel e do Conde D’Eu, e com a revogação do banimento da família imperial em 1922, a área foi incorporada ao patrimônio municipal em 1926.

Em 1972, o Bosque do Imperador foi ajardinado, ganhou um lago com chafariz, passeios asfaltados e bancos para descanso. Em seu perímetro, destacam-se quatro monumentos: um marco de granito em homenagem ao Centenário de Dom Pedro II, uma herma com o busto do poeta Batista da Costa, um busto de Dom Pedro I e um Monumento ao Professor.

Da Praça Bosque do Imperador, seguimos até outra charmosa praça da cidade, a Praça Dom Pedro II.

Na florida Praça Dom Pedro II, está a primeira estátua erguida no Brasil em homenagem ao Imperador. A escultura em granito e bronze retrata Dom Pedro II em pose pensativa, ladeado por seus amados livros, obra do escultor francês Jean Magrou, inaugurada em 1911.

Originalmente, a Praça Dom Pedro II abrangia as duas áreas divididas pelo Rio Quitandinha e pelas pistas da Rua da Imperatriz, onde hoje está localizado o Teatro Dom Pedro. Ao longo do tempo, recebeu diversos nomes, como Praça do Imperador, Largo da Bacia, Largo do Palácio e, pelos colonos, Kaiserplatz.

Após a Proclamação da República em 1889, a praça recebeu o nome de Praça Dom Pedro de Alcântara. Anos depois, foi renomeada para Praça Dom Pedro II, em justa homenagem a uma das figuras mais importantes na fundação de Petrópolis.

De lá, começamos a caminhada pela charmosa Rua Dezesseis de Março, que estava belamente ornamentada com decorações natalinas, criando um clima festivo e acolhedor.


Seguimos pela Rua Dezesseis de Março e passamos pelo icônico Jornal Tribuna de Petrópolis, fundado em 1902, que se mantém como uma importante referência na comunicação local até hoje.


Logo adiante, chegamos ao imponente Palácio da Justiça, que já abrigou o fórum da comarca de Petrópolis – RJ, destacando-se pela arquitetura sólida e histórica que marca a cidade.



Com rica ornamentação, a construção já desempenhou múltiplas funções ao longo do tempo, incluindo delegacia, quartel do Corpo de Bombeiros, coletoria estadual e sede da Polícia Militar.



Atualmente, o Palácio da Justiça de Petrópolis abriga o campus do CEFET/RJ – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca.



De lá, caminhamos até a Casa de Luiz da Rocha Miranda, filho do Barão de Bananal.


Ela está situada ao lado da Casa de Cláudio de Souza.

A Casa de Cláudio de Souza foi residência do renomado médico, escritor e dramaturgo, membro da Academia Brasileira de Letras, que presidiu a instituição em duas ocasiões, nos anos de 1938 e 1946. Além disso, foi fundador do Pen Club do Brasil em 1936.

Em 1956, a família doou a Casa de Cláudio de Souza ao Museu Imperial, que hoje a utiliza como espaço cultural. O local preserva um valioso acervo composto pelas obras literárias, móveis, fotografias, objetos pessoais e biblioteca do escritor.


Seguimos a caminhada até o emblemático Relógio das Flores, localizado em frente ao prédio do Campus BA da Universidade Católica de Petrópolis.

O Relógio das Flores de Petrópolis foi inaugurado em 1972, em comemoração aos 150 anos da Independência do Brasil.

Por fim, chegamos a um dos pontos turísticos mais emblemáticos de Petrópolis: a icônica Casa de Santos Dumont.

Museu Casa de Santos Dumont
Projetada pelo próprio Santos Dumont, a casa, carinhosamente batizada de “A Encantada”, foi construída em 1916 e hoje abriga o Museu Casa de Santos Dumont com um rico acervo sobre o ilustre brasileiro.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museu Casa de Santos Dumont partindo do centro do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil:
Contatos do Museu Casa de Santos Dumont
- Endereço: Rua do Encanto, 22 – Centro | Petrópolis – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefones: (24) 2246-9085 | (24) 2247-5222
- E-mail: casasantosdumont@gmail.com
Para obter informações mais detalhadas, visite a página oficial do Museu Casa de Santos Dumont no Instagram.
Horários de Funcionamento
- Terça a domingo: das 10h às 17h
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 10,00
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora

Projetada pelo próprio Alberto Santos Dumont, a casa, construída em 1916, foi concluída em apenas três meses.

Atualmente, a Casa de Santos Dumont funciona como museu, exibindo um rico acervo de objetos pessoais, livros, cartas e móveis que pertenceram ao inventor, reconhecido como “O Pai da Aviação”.

Para chegar à curiosa Casa de Santos Dumont, localizada em um terreno íngreme, é necessário subir uma escada com degraus que só se pode acessar começando com o pé direito.

Não se trata de superstição atribuída a Santos Dumont, mas de uma solução prática: a escada foi projetada para ser íngreme e estreita, economizando espaço no terreno limitado.

Além disso, os degraus em formato de raquete foram pensados para evitar que se bata a canela no degrau superior ao subir a escada.

A charmosa Casa de Santos Dumont, cuidadosamente projetada, foi batizada de “A Encantada”.

No primeiro pavimento da Casa de Santos Dumont funcionava uma oficina para pequenos reparos, além de um laboratório fotográfico.

Como Santos Dumont não tinha o hábito de cozinhar, a casa não possui cozinha.

Para se alimentar, Santos Dumont ligava para o Hotel Palace, que ficava na atual Universidade Católica de Petrópolis, bem em frente à sua casa, e pedia a refeição. Segundo relatos, foi assim que ele teria criado o conceito de delivery.

Comentar sobre a genialidade de Santos Dumont é desnecessário, já que sua fama como visionário é universalmente reconhecida. O que impressiona, porém, é como ele projetou uma casa que, à época, parecia inovadora e até inusitada, mas que hoje é admirada e valorizada por sua inteligência e funcionalidade.

“A Encantada” é uma residência compacta, porém extremamente funcional, sem divisões tradicionais entre os ambientes e com móveis fixos, uma proposta arrojada e até impensável para o início do século XX.

No mezanino, ficavam o banheiro e uma ampla bancada. Ao anoitecer, Dona Eulália, a governanta, preparava o dormitório para Santos Dumont, estendendo um colchão de algodão sobre a bancada para que ele pudesse descansar confortavelmente.

No banheiro, chama a atenção o chuveiro com aquecimento a álcool, uma das inovações desenvolvidas pelo próprio Santos Dumont.

No andar superior da casa, Santos Dumont construiu um pequeno observatório, refletindo sua paixão por contemplar o céu estrelado.

Na Casa de Santos Dumont, em 1918, ele escreveu seu segundo livro, O que eu vi, o que nós veremos, deixando registrada sua visão inovadora e experiências únicas.

Ao sairmos para o terraço do Museu Casa de Santos Dumont, “A Encantada”, fomos surpreendidos por alguns ruídos familiares que despertaram nossa curiosidade.

Explorando os arredores, logo identificamos a origem do alvoroço: um vibrante tucano, que se destacava com suas cores vivas em meio aos diferentes tons de verde das árvores ao redor.

Depois de registrar fotos do tucano, seguimos para a construção nos fundos da Casa de Santos Dumont, onde morava sua governanta.

Hoje, esse espaço abriga a exposição “Destacamento e Controle do Espaço Aéreo do Pico do Couto”.

Além disso, o local apresenta diversas peças curiosas relacionadas à vida e às invenções de Santos Dumont.

Como o triciclo movido a petróleo, o primeiro equipamento utilizado por Alberto Santos Dumont para dar início à sua jornada como inventor.

Em um de seus experimentos, Santos Dumont suspendeu o triciclo em um galho horizontal de uma árvore e percebeu que, diferentemente do movimento no solo, o motor vibrava suavemente, quase imóvel.

Foi a partir dessa observação que surgiu a ideia de construir seu primeiro balão equipado com motor de explosão, acompanhado de um balão cheio de hidrogênio.

Ali, também é possível conferir uma maquete tátil da Casa de Santos Dumont, “A Encantada”.


O espaço ainda exibe uma miniatura do invento mais famoso de Santos Dumont, o avião 14 Bis, também chamado de Oiseau de Proie, expressão francesa que significa “ave de rapina”.

Além disso, há um conjunto curioso composto por mesa, cadeiras e escada, réplicas dos objetos que foram utilizados pessoalmente por Santos Dumont.

Santos Dumont tinha na sala de jantar de sua casa em Paris um conjunto de mesa e cadeiras com pernas de cerca de 2 metros de altura. Para servi-lo, o criado precisava usar uma escada, conferindo um toque único e curioso ao ambiente.

“Em Paris, não há outra. Mas saberá você que todos os móveis da minha casa são iguais. Adoro as alturas. Necessito sentir-me no ar, é uma fobia. Não valho nada, nem posso fazer nada quando estou no chão”, disse Santos Dumont certa vez.

Após explorarmos o Museu Casa de Santos Dumont, onde aprendemos mais sobre a vida do brasileiro nascido em 20 de julho de 1873 em uma fazenda no interior de Minas Gerais, decidimos iniciar uma caminhada morro acima.

Enquanto subíamos pelas íngremes ladeiras revestidas por pedras lisas de paralelepípedo, um ágil caxinguelê cruzou nosso caminho, proporcionando um momento único: foi a primeira vez que avistamos um esquilo!

Após alguns minutos de caminhada, alcançamos o topo do morro, onde se encontra o Trono de Fátima.

Trono de Fátima
O Trono de Fátima oferece uma vista privilegiada e encantadora do centro histórico de Petrópolis.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Trono de Fátima partindo do centro de Teresópolis – Rio de Janeiro – Brasil:
Contatos do Trono de Fátima
- Endereço: Rua Padre Moreira – Valparaíso | Petrópolis – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefone: (24) 99942-0313
Para obter informações mais detalhadas, visite a página oficial do Trono de Fátima no Instagram.
Horários de Funcionamento
- Sábado e domingo: das 9h às 18h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

O monumento religioso Trono de Fátima, projetado pelo engenheiro Heitor da Silva Costa (o mesmo responsável pelo icônico Cristo Redentor) possui 14 metros de altura e foi inaugurado em 1947.

A cúpula do Trono de Fátima repousa sobre sete colunas, simbolizando os dons do Espírito Santo, enquanto os degraus que a circundam formam um grande Rosário, com cada degrau representando um terço.

A estrutura abriga uma imponente imagem de Nossa Senhora de Fátima, esculpida em mármore branco, com 3,5 metros de altura e quatro toneladas. No topo da cúpula, destaca-se a figura do anjo Gabriel, com 1 metro de altura. Ambas as esculturas, criadas pelo italiano Enrico Arrighini, foram trazidas da Itália em 1951.

O local, que oferece uma vista privilegiada e encantadora do centro histórico de Petrópolis, também estava fechado durante nossa visita, devido às restrições impostas pela pandemia.

Com o final do dia se aproximando, retornamos ao hotel justamente quando os primeiros pingos de chuva começaram a cair. Aliás, a chuva parece ser uma companheira constante em praticamente todos os dias da nossa Moto Expedição 2020: Belas Rotas.


Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
A cidade é um verdadeiro museu a céu aberto, e a Catedral é simplesmente Maravilhosa…belíssimas fotos…
Bem isso! Uma linda cidade, repleta de histórias. Valeu, abraços…
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.