Argentina • Carmen del Paraná • Encarnación • Expedição 2016: Missões - Cataratas • Itapúa • Misiones • Paraguai • Posadas • San Cosme y Damián
Dia 08: San Cosme y Damián e Encarnación – Itapúa – Paraguai
28 de Setembro, 2016O oitavo dia da Expedição 2016: Missões – Cataratas amanheceu com céu azul e temperatura elevada na capital da província de Misiones, Argentina.
Após o desayuno subimos na Formosa e fomos rodar pela área central de Posadas.
Localizada na margem esquerda do Rio Paraná, Posadas abriga atualmente mais de 300.000 habitantes e está a pouco mais de 1.000km de Buenos Aires.
Como é de se imaginar, por ser uma grande cidade e capital provincial, sua área central é bem movimentada, porém, existem diversas placas indicando os principais atrativos e vários semáforos, tornando o deslocamento fácil e tranquilo.
Senta que lá vem história… os índios guaranis da família tupi-guarani, provenientes da Amazônia, chegaram por estas bandas há mais de 1000 anos em busca da chamada “Terra sem mal”.
Quando os espanhóis começaram a explorar a Bacia do Rio da Prata, após a fundação de Buenos Aires (1536) e Assunção (1537), encontraram os índios e inicialmente a relação entre eles foi relativamente cordial, mas as ambições dos europeus levou ao abuso e à dominação através do que foi chamado de encomienda, sistema criado pela coroa espanhola que concedia terras e povos indígenas aos espanhóis que se tornaram mestres e senhores da vida de seus “encomendados”.
Mais tarde chegaram os jesuítas, padres da Companhia de Jesus fundada por Inácio de Loyola em 1539, que se estabeleceram em uma área geográfica de tensão política entre dois impérios coloniais da época: Espanha e Portugal, ou seja, os conflitos foram fortalecidos.
Os mais de 200 anos seguintes foram marcados por pressões e agressões principalmente aos guaranis (que ironicamente buscavam um local de paz), algo que ficou cravado na forte identidade regional.
As missões jesuíticas formaram uma experiência única nesta parte da América e deixaram muitos testemunhos que se manifestam nas ruínas de suas cidades e permanecem em valores, mitos e lendas.
Pois bem, após a expulsão dos jesuítas pelo rei Carlos III, em 1767, e com a criação do Vice-Reino do Rio da Prata, foram formados os governadores e intendências, e essa região passou a depender de Assunção.
A Revolução de Maio de 1810 fortaleceu a luta pelo território de Misiones, disputado por paraguaios, portugueses e combatentes da independência, e nela surgiu um herói argentino: Andresito.
André Guacurary y Artigas, mais conhecido como Andresito, foi um indígena guarani-missioneiro adotado por Artigas, não se sabe ao certo onde e quando ele nasceu, mas provavelmente foi em um lugar próximo às margens do Rio Uruguai, talvez do lado oriental do rio, no povo de São Borja, ou do lado ocidental, no povo de Santo Tomé, fato é que ele foi nomeado governador por seu pai e junto com suas forças guaranis impediram a incorporação de Misiones como possessão portuguesa.
Anos depois o sul de Misiones foi ocupado por paraguaios, correntinos e brasileiros. Após a Guerra da Tríplice Aliança (1865-1870) foram definidos os limites da província e, finalmente em 1881, Misiones foi declarada território nacional argentino e seu governador estabeleceu a capital inicialmente em Corpus, para depois definir Posadas como a capital provincial.
Bueno, a área central de Posadas conta com locais próprios para estacionar motos, mas isso não significa que é fácil encontrar uma vaga, pois a quantidade de motocicletas na cidade é impressionante.
Demos várias voltas pelos quarteirões em torno da praça principal da cidade até encontrar uma vaguinha justamente ao lado de uma clássica Royal Enfield.
Com a Formosa devidamente estacionada partimos para uma caminhada.
Ruas e calçadas limpas, muitos policiais e várias pessoas caminhando, um ambiente bastante agradável.
Assim que avistamos uma casa de câmbio entramos para trocar os dólares por pesos argentinos e guaranis paraguaios, mas no local haviam apenas pesos argentinos.
Com os bolsos cheios de pesos argentinos fomos até a Plaza 9 de Julio.
A principal praça da cidade é bem arborizada e em seu centro figura o monumento em homenagem ao centenário da Revolución de Mayo.
De frente para a praça, claro, fica a Catedral San José.
A atual igreja matriz de Posadas foi construída no ano de 1937 e é dedicada ao patrono da cidade: São José Obreiro.
Em seu interior se destacam estátuas dos padres jesuítas Afonso Rodriguez, Roque Gonzalez e Juan del Castillo.
De volta à Praça 9 de Julho avistamos importantes construções ao seu redor, como uma edificação de 1927 onde está instalada a Societa Italiana M.S., e o charmoso casarão do Banco de la Nación Argentina.
E também a Casa de Gobierno, que fica em uma construção de 1883.
Finalizada a caminhada voltamos a rodar com a Formosa.
Passamos em frente à Sociedad Española S.M. e pela Panaderia Fideeria.
Depois foi a vez de ver a pequena Paróquia Sagrada Família.
E por fim chegamos na famosa Costanera de Posadas.
Pela qual rodamos sentido sul até acessar a Colectora Acceso Sur, na qual rumamos à fronteira com o Paraguai.
Ao se aproximar da aduana argentina percebemos uma imensa fila de veículos.
Aguardamos alguns minutos até que um policial nos indicou para seguir ao box 8, o qual tinha uma fila menor.
Ali esperamos aproximadamente 30 minutos até chegar nossa vez de entregar os documentos e fazer os trâmites de saída da Argentina.
Vencida a etapa de documentação um guarda nos parou para realizar a revista.
O policial perguntou para onde estávamos indo, informamos que iríamos visitar a redução jesuítica de San Cosme y Damián e retornaríamos no mesmo dia.
Assim como na aduana de Puerto Iguazú – Misiones o atendimento por parte dos funcionários e da polícia argentina foi muito cordial e tranquilo. Conversamos com o policial sobre a Formosa (que sempre desperta a curiosidade nas pessoas), Florianópolis, demais cidades do litoral catarinense (região que ele conhece muito bem) e na sequência fomos liberados para seguir viagem.
Cruzamos então a Puente Internacional San Roque González de la Santa Cruz sobre as águas do majestoso Rio Paraná.
A ponte rodoviária e ferroviária foi inaugurada no dia 2 de abril de 1990 e possui 2.550 metros de extensão.
Logo chegamos na República del Paraguay, mais um país para a conta da Formosa!
Fomos recebidos em Encarnación – Itapúa – Paraguai com uma placa de boas vindas.
Passamos pela aduana paraguaia, a qual diferente da aduana argentina, deixa os veículos passarem livremente.
Estacionamos então a moto em um local permitido e seguimos entregar os documentos (cédula de identidade ou passaporte, documento da moto no nome do condutor, carteira de motorista e carta verde).
Informamos nosso destino e em menos de 10 minutos demos entrada oficial no país.
Ao lado da aduana paraguaia diversos cambistas circulavam pela rua e faziam a troca de dinheiro. Aproveitamos para trocar alguns pesos argentinos por guaranis paraguaios, ficamos milionários!
Encarnación conta com aproximadamente 120.000 habitantes e é um importante polo comercial e industrial do Paraguai.
A cidade, que originou-se de uma redução jesuíta, é a terceira mais importante do país economicamente falando, ficando atrás apenas de Assunção e Ciudad del Este.
Atravessamos o movimentado centro da cidade e seguimos pela Ruta Nacional 1.
A Ruta 1 é uma das principais rodovias paraguaia e liga Encarnación até Assunção através de um percurso de aproximadamente 370km.
Poucos quilômetros após a cidade de Encarnación passamos por um pedágio.
E assim como em alguns locais da Argentina, motos são isentas de tarifa neste trecho.
Asfalto bom, pouco movimento e belas paisagens ao redor da Ruta 1.
Logo avistamos uma placa indicando o acesso à cidade de San Cosme y Damián, nosso destino do dia.
Deixamos a rodovia nacional e acessamos uma estrada que leva até a cidade.
Após rodar aproximadamente 90 quilômetros desde nossa partida em Posadas, chegamos em San Cosme y Damián, onde paramos em frente à praça principal.
San Cosme y Damián possui aproximadamente 8.000 habitantes e no centro de sua praça principal se destaca uma estátua em homenagem ao padre Buenaventura Suárez, astrônomo jesuíta.
Ao lado da praça fica o Centro de Interpretação Astronômica Buenaventura Suárez, local que abriga um observatório astronômico e onde são vendidos os ingressos para visitar as ruínas jesuíticas locais.
Com os ingressos para visitar a redução jesuítica de San Cosme y Damián em mãos seguimos acompanhados por um guia para explorar o local.
Misión Jesuítica Guaraní de San Cosme y Damián
Local: Alberdi | San Cosme y San Damián – Itapúa – Paraguai
Telefone: +59 5985 732 956
E-mail: sancosme@senatur.gov.py
Site: http://rutajesuitica.com.py/
Funcionamento: Todos os dias das 7h00 às 19h00
Ingresso: ₲ 25.000
*Ingresso válido para visitar as 3 reduções (Santíssima Trinidad del Paraná, San Cosme y Damián e Jesús de Tavarangüe) dentro de 3 dias
Tempo médio de visitação: 2 horas
A redução de San Cosme y Damián foi fundada em 1632 no atual território brasileiro.
Porém, assim como ocorria com as demais reduções, o local sofria constantes ataques dos bandeirantes paulistas, por este motivo, seis anos mais tarde deslocou-se para o sul e passou a depender da redução de Candelária, hoje na Argentina.
Lá funcionou até 1740, quando o padre Buenaventura Suárez organizou um novo deslocamento e a redução migrou para perto de Encarnación, já em terras paraguaias.
Até que em 1760 a redução de San Cosme y Damián se estabeleceu definitivamente no local atual de suas ruínas e destacou-se pelos estudos e experimentos no campo da astronomia.
A visita guiada ao local inicia-se pela antiga capela, que atualmente abriga uma igreja.
Igreja que é usada nos dias atuais pela comunidade e nos faz ter a sensação de voltar no tempo e reviver os séculos passados.
Em sue interior 22 imagens em madeira do período jesuítico decoram o ambiente.
Um fato curioso a respeito das esculturas é que todas elas são ocas, não apenas para torná-las mais leve, mas também porque para os índios guaranis e padres jesuítas o espírito do santo ocupava o corpo de madeira e dava “vida” à imagem.
As esculturas que estão com vestimentas possuem apenas as partes visíveis esculpidas, sendo o “corpo” do santo apenas uma estrutura de sustentação.
Estas peças são uma expressão artística única e original da arte barroco guarani.
A redução de São Cosme e Damião foi reconstruída, por este motivo não é reconhecida como um Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Em um dos ambientes da antiga redução, mais especificamente na sala de refeições, havia uma adega, também utilizada como geladeira.
Em outras salas estão dispostas vários elementos originais da época áurea da redução de San Cosme y Damián.
Uma das edificações conta com dois pisos, subimos no segundo andar e a segurança e firmeza do piso surpreenderam.
O antigo colégio é atualmente utilizado como sala de catequese.
Um dos destaques de San Cosme y San Damián é o relógio solar em pedra, que permanece em pleno funcionamento.
Cada uma das reduções que visitamos até então possui suas peculiaridades, suas histórias e uma incrível energia que paira no ar e que nos emociona a cada passo que damos, imaginando como era a vida daquelas pessoas durante o auge de cada local.
Após conhecer as dependências da antiga cidade voltamos a caminhar pela praça central da redução, que hoje é a principal praça da cidade.
E de lá fomos conhecer o Planetário Buenaventura Suárez.
Centro de Interpretación Astronómica Buenaventura Suárez
Local: Alberdi | San Cosme y San Damian – Itapúa – Paraguai
Telefone: +59 5985 732 956
E-mail: sancosme@senatur.gov.py
Site: http://rutajesuitica.com.py/
Funcionamento: Todos os dias das 7h00 às 19h00
Onde fomos convidados a assistir um vídeo de 10 minutos que conta a história da redução de San Cosme y Damián e do primeiro astrônomo do Paraguai, o padre jesuíta Buenaventura Suárez.
Após o vídeo pudemos pegar um meteorito e observar o Sol através de um telescópio.
Buenaventura Suárez construiu o Observatório San Cosme y Damián no século XVIII. Ele criava os instrumentos com a ajuda dos índios guaranis, utilizando cana, madeira e metais.
Confeccionou o primeiro telescópio, que ficava no campanário da igreja, com lentes de cristais de quartzo retirados do Rio Paraná.
No planetário existe um equipamento único no mundo, o qual possibilita diversos movimentos, fazendo com que possamos visualizar as principais constelações em cada parte do planeta em determinadas épocas do ano.
Além de um observatório astronômico com cobertura móvel e equipamento de alta tecnologia.
Dentro da construção amarela com teto circular vermelho pudemos acompanhar a projeção das estrelas, onde recebemos explicações astronômicas.
Antes de partir do Centro de Interpretación Astronómica Buenaventura Suárez fotografamos um caminhão com placas da Alemanha, de um casal que está dando a volta ao mundo.
Após a visita subimos na Formosa e nos despedimos de San Cosme y Damián.
Retornamos pelo mesmo caminho e paramos para fazer um lanche no Comedor Chipa Tía, em Coronel Bogado, a “Capital de la Chipa”.
A chipa é uma invenção das missões jesuítas, juntando tradições indígenas e europeias.
A iguaria é uma comida típica paraguaia que pode ser recheada com diversos sabores, muito semelhante ao nosso pão de queijo.
Aliás, é muito provável que o pão de queijo tenha surgido através da chipa, quando paraguaios fugindo da guerra, em meados de 1860, entraram no Brasil, principalmente pelo Mato Grosso do Sul.
Após nos deliciar com chipas quentinhas de carne e de queijo regressamos à estrada em direção a Encarnación, sob céu azul e um forte calor, com os termômetros marcando 36°.
No meio do trajeto decidimos acessar a cidade de Carmen del Paraná, para conhecer o Museo Histórico Ferroviario.
Museo Histórico Ferroviario
Local: Avenida Costanera | Carmen del Paraná – Itapúa – Paraguai
Telefone: +59 0762 260-415
Funcionamento: Todos os dias das 8h00 às 17h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 45 minutos
O museu conta com um rico acervo que retrata a história do local, a chegada dos primeiros imigrantes e a construção da estrada férrea que cruzava a cidade.
Os imigrantes chegaram na região na primeira metade do século XX, eram tchecos, eslovacos, russos e, para nossa surpresa, ucranianos e polacos.
Como descendentes de poloneses e ucranianos ficamos muito felizes com a história ali preservada e com as tradições retratadas, como os quatro pratos típicos da região: Holupchi, Varenyky, Knedliky e Borsch.
Os imigrantes introduziram o cultivo do trigo em Itapúa e também foram os principais responsáveis por grandes melhorias tecnológicas na agricultura, pecuária, indústria e transporte da região.
Foram eles que traçaram o perfil urbano, social, cultural e religioso de Carmen del Paraná.
Após visitar o museu fomos conduzidos a um vagão de trem que antigamente transportava carga e hoje funciona como loja de artesanato e souvenirs.
A visita ao Museu Ferroviário de Carmen del Paraná é guiada e vale a pena para quem estiver de passagem pela região.
Conhecido o museu voltamos à Ruta 1 e seguimos em direção a Encarnación.
No Paraguai é comum ver pessoas pilotando moto sem capacete, transportando 3, 4, e até 5 passageiros, em sua maioria crianças (inclusive o piloto).
Uma vez em Encarnación, capital do departamento de Itapúa, passeamos por sua agradável Costanera.
E fomos até o imponente sambódromo da cidade.
No local, que tem capacidade para 12.000 pessoas, acontece o Carnaval Encarnaceno, a maior festa da cidade e um dos maiores carnavais do Paraguai.
A Costanera de Encarnación margeia o Rio Paraná, possui 27 quilômetros de extensão e oferece boa estrutura para praticar caminhadas, esportes e andar de bicicleta.
Por ela passamos pela Chimenea de Encarnación, a maior planta industrial que Itapúa teve, a qual foi construída em uma área de mais de 5 hectares pelo italiano Don Fortunato Tone.
Na sequência passamos pela estação ferroviária.
E, claro, não poderia faltar uma foto da Formosa com a Ponte Internacional San Roque González de Santa Cruz como plano de fundo.
Após o passeio pela maravilhosa avenida que costeia o Rio Paraná regressamos ao centro de Encarnación e de lá seguimos rumo à ponte internacional.
Rapidamente fizemos os trâmites de saída do Paraguai e acessamos a ponte, quando o fim do dia se aproximava.
E na metade da ponte nos deparamos com uma enorme fila para fazer os trâmites de entrada na Argentina.
Após aproximadamente 1 hora (isso mesmo, uma hora) de espera na fila, nos aproximamos da aduana.
Finalmente chegou nossa vez, entregamos os documentos, fizemos nossa entrada em território argentino, passamos por uma revista rápida (os alforges estavam praticamente vazios) e seguimos até o hotel, onde jantamos queijos, presunto, copa, alfajores, vinho e algumas chipas paraguaias. Depois fomos descansar, pois amanhã devemos enfrentar novas filas na ponte internacional.
Trajeto percorrido no dia:
Oba! Já são 4 comentários nesta postagem!
Boa tarde,
gostaria de saber se o trecho de encarnacion-py até chegar a san cosme e damian é total asfalto ou tem estrada de chão?
fico no aguardo.
att.
junior
Olá Junior!
Todo o trajeto (cerca de 80km) é asfaltado, e a estrada está em ótimo estado de conservação (passamos novamente pela ruta 1 em dezembro de 2018, durante a Expedição 2018: Paraguay).
Não deixe de parar em Coronel Bogado (Capital de la Chipa) para se deliciar com as saborosas chipas do Comedor Chipa Tía.
Bom passeio. Abraços…
Valeu… como sempre belas fotos e um belo passeio…
Valeu, obrigado :)
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
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