Dia 07: San Ignacio – Misiones a Posadas – Misiones – Argentina
Assim como nos demais dias da Expedição 2016: Missões – Cataratas, esta terça-feira amanheceu ensolarada.
Carregamos os alforjes da Formosa, vestimos as roupas de viagem e nos despedimos de San Ignacio.
Poucos quilômetros após deixar San Ignacio a Ruta 12 é duplicada e segue desta forma por alguns quilômetros.
Após rodar cerca de 8km chegamos ao trevo de acesso a Loreto.
Pórtico de Loreto – Misiones, capital madre de la espiritualidad.
A pequena cidade conta com cerca de 1.200 habitantes, está localizada na província de Misiones, departamento de Candelaria, e nela estão as ruínas jesuítas de Nuestra Señora de Loreto, declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1984.
A estrada principal de acesso a Loreto nos leva direto até a Reducción Jesuítica Guaraní Nuestra Señora de Loreto.
Misión Jesuítica Guaraní Nuestra Señora de Loreto
Local: Los Abuelos | Loreto – Misiones – Argentina
Site: http://www.misiones.tur.ar/
Funcionamento: Todos os dias 9h00 às 19h00
Ingresso: $ 330,00 residentes do Mercosul
*Ingresso válido para visitar as 4 reduções (San Ignacio Miní, Nuestra Señora de Loreto, Santa Ana e Santa María la Mayor) dentro de 30 dias
Tempo médio de visitação: 2 horas
Acessamos a redução com o mesmo ingresso comprado em San Ignacio e fomos conhecer o museu, que reúne algumas peças encontradas no local.
Ali fomos recepcionados pelo simpático Marcelo, que nos conduziu pelo passeio em meio às ruínas.
A redução de Loreto, assim como a de San Ignacio Miní, foi fundada em 1610 pelos padres jesuítas José Cataldino e Simón Maceta. Se estabeleceu primeiramente na atual região de Guaíra – Paraná – Brasil.
A população de Loreto abandonou a região de Guaíra em 1631, devido aos ataques dos bandeirantes, e migrou para sua localização atual no ano de 1686, tendo como líder o padre Antonio Ruiz de Montoya.
Nuestra Señora de Loreto é a única redução onde restam vestígios das latrinas.
Essa área é coberta por uma estrutura metálica, a qual evita que as águas da chuva provoquem erosão e desgaste no achado arqueológico.
O trajeto é realizado por uma passarela metálica, para evitar a abrasão no entorno.
A redução de Loreto ocupa uma área de 75 hectares e fica dentro de uma floresta preservada.
O local superou os 7.000 habitantes em 1733 e contou com uma prensa onde foram editadas várias obras.
Durante a caminhada guiada pelo local um casal de Toulouse – França juntou-se a nós.
Área do piso original protegida pelo vidro da ação da chuva e do vento:
Por estar em meio à mata, esta redução é a que contém mais sombra durante seu percurso.
Piso original:
Escadaria de acesso à igreja:
Tumba do padre Antonio Ruiz de Montoya:
Cemitério:
Local onde são armazenadas as pedras encontradas no sítio arqueológico, para posterior restauração.
Capelinha:
As pedras que estão com uma marcação não são originais, elas foram retiradas da mesma pedreira das originais com a intenção de se reconstruir algumas paredes.
Estruturas metálicas e de madeira são colocadas para garantir a segurança das paredes originais.
FredLee, Sayo, Nico e o guia Marcelo:
Nos despedimos da Reducción Jesuítica Guaraní Nuestra Señora de Loreto, rodamos aproximadamente 8km e chegamos à Reducción Jesuítica Guaraní de Santa Ana.
Misión Jesuítica Guaraní de Santa Ana
Local: Santa Ana – Misiones – Argentina
Site: http://www.misiones.tur.ar/
Funcionamento: Todos os dias 9h00 às 19h00
Ingresso: $ 330,00 residentes do Mercosul
*Ingresso válido para visitar as 4 reduções (San Ignacio Miní, Nuestra Señora de Loreto, Santa Ana e Santa María la Mayor) dentro de 30 dias
Tempo médio de visitação: 1 hora e meia
Aqui também iniciamos a visita pelo museu, acompanhados por um guia, que nos contou a história da redução.
A redução Jesuíta de Santa Ana foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1984.
Após conhecer o museu partimos explorar as ruínas.
Mapa da redução, indicando o que ficava em cada local:
A redução jesuítica de Santa Ana foi fundada em 1633 pelos padres Pedro Romero e Cristóbal de Mendonza na região do Tape, atual estado do Rio Grande do Sul – Brasil.
Assim como San Ignacio e Loreto, devido aos constantes ataques dos bandeirantes paulistas, foi obrigada a mudar de local em 1637.
Capela:
Em 1639 passou para o atual território argentino próximo ao Rio Paraná, e em 1660 se estabeleceu de forma definitiva na atual localização de suas ruínas.
O traçado urbano das reduções partia de uma cruz, que como gesto de fundação, era colocada no centro da praça central.
Em frente à praça se destacava a igreja que se complementava com a residência dos padres, o colégio e oficinas de um lado e o cotí guazú e cemitério do outro.
Nos demais lados da praça ficavam as residências, o cabildo e as terras de cultivo.
Interior da igreja:
A igreja media 22,90 metros de largura por 64 metros de comprimento, tinha três naves separadas por duas fileiras de colunas que ajudavam a sustentar o teto de duas águas coberto com telhas.
É comum encontrar pequenos lagartos circulando pelas pedras das ruínas.
Lateral da igreja:
Esta redução chegou a abrigar mais de 4.500 habitantes.
Ao lado da igreja fica o cemitério.
Este cemitério foi utilizado pelos moradores da cidade de Santa Ana desde sua fundação até o ano de 1980, por isso não é possível visualizar tumbas da época jesuítica.
Lugar magnífico, assim como as demais reduções, com uma energia incrível.
Após a visita retornamos à Ruta 12 e voltamos ao trevo de acesso a Santa Ana.
No trevo, paramos para abastecer a Formosa no posto YPF e aproveitamos para fazer um lanche.
Acessamos então a Ruta 103, da qual conseguimos avistar a cruz do Parque Temático de la Cruz.
Rodamos aproximadamente 7km por ela e passamos a viajar pela Ruta 4.
Passamos por Bonpland.
E também por Leandro N. Alem.
É comum nas estradas argentinas, ao cruzar por cidades, encontrar sinaleiros na rodovia… em determinados momentos ficávamos parados no sinal vermelho, sem ninguém passar pelo cruzamento.
Erva mate:
Chegando na intersecção com a Ruta 2, onde seguimos para a direita.
Após rodar aproximadamente 90km chegamos na Reducción Jesuítica Guaraní de Santa María La Mayor.
Misión Jesuítica Guaraní de Santa María La Mayor
Local: Ruta 2 | Santa María – Misiones – Argentina
Site: http://www.misiones.tur.ar/
Funcionamento: Todos os dias 9h00 às 19h00
Ingresso: $ 330,00 residentes do Mercosul
*Ingresso válido para visitar as 4 reduções (San Ignacio Miní, Nuestra Señora de Loreto, Santa Ana e Santa María la Mayor) dentro de 30 dias
Tempo médio de visitação: 1 hora e meia
Maquete da redução:
Na entrada da redução fomos recepcionados por uma guia que nos contou a história do local e nos indicou a direção a seguir, para a visita auto guiada.
Santa María la Mayor, assim como os demais povos jesuíticos da costa do Rio Uruguai, foi abandonada após a expulsão dos jesuítas e sofreu com a depredação de seus vestígios até meados dos anos 1970.
A redução jesuíta de Santa María la Mayor foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1984.
Capela do final do século XIX, localizada dentro de uma das habitações do colégio jesuítico.
A capela foi usada como templo pelos habitantes locais até 1970.
Atualmente é um oratório onde encontra-se uma imagem em madeira, de origem jesuítica.
A redução jesuítica de Santa Maria foi fundada pelos padres jesuítas Diego Boroa e Claudio Ruyer em 1626, ao norte do Rio Iguaçu, com o nome de Santa Maria do Iguaçu, nas proximidades da atual cidade de Foz do Iguaçu.
Assim como os demais povos jesuíticos, se viu obrigado a mudar-se para o sul, estabelecendo-se em sua localização atual, com o nome de Santa María La Mayor.
A redução chegou a contar com aproximadamente 5.500 habitantes.
Pausa para descanso em um banco na sombra:
Local agradável e repleto de história.
Retornamos ao centro de visitantes e fomos ao museu que abriga a réplica de uma prensa de madeira que foi utilizada pelos jesuítas no século XVIII para imprimir os primeiros livros das missões jesuíticas guaranis.
Nesta redução editou-se livros de muito valor, como “Arte da Língua Guarani” e “Vocabulário da Língua Guarani”, do padre Antonio Ruiz de Montoya, e “Explicação do Catecismo”, do cacique Nicolás Yapuguay.
Essas obras, junto com as impressões feitas em Loreto e San Francisco Javier, entre 1705 e 1727, constituem os primeiros livros publicados no atual território argentino.
Na sequência subimos na Formosa e voltamos a rodar pela Ruta 2, tendo como destino do dia a cidade de Posadas.
Passamos por Concepción de La Sierra.
E seguimos pela Ruta Provincial 2, para alguns quilômetros adiante acessar a Ruta 10.
Na cidade de Apóstoles passamos em frente a ervateira Rosamonte.
E paramos no posto YPF para nos refrescar com picolés sabor dulce de leche.
Olha a felicidade da criança:
Após a pausa, retornamos à estrada.
A região de Misiones é conhecida por sua produção de erva mate.
Pórtico de Apóstoles – Misiones, na Ruta 1:
San José:
Após a cidade de San José acessamos a Ruta 105, pela qual rodamos até Posadas.
Conforme nos aproximávamos de Posadas, já conseguíamos avistar o majestoso Rio Paraná.
Ao lado esquerdo a cidade de Posadas – Misiones – Argentina, no meio a Ponte Internacional San Roque González de Santa Cruz e ao lado direito a cidade de Encarnación – Itapúa – Paraguai.
Frequentemente passamos por blitz realizadas pela polícia argentina, normalmente em entradas de cidades, mas até o momento não fomos parados em nenhuma ocasião.
Com o fim do dia se aproximando chegamos ao nosso destino: Posadas.
Trajeto de 240km percorrido no dia:
Olá Nícolas sempre é bom cuidar com estes sinaleiros pois, se você furar algum lhe garanto que aparece uma viatura atrás de você logo, logo. Não teve problemas com policiais na Argentina?
Beleza de fotos!!!
Olá Vera! Sim, sempre cuidamos com as regras e leis de trânsito por onde passamos.
Não tivemos problema algum com policiais (Brasil, Argentina, Paraguai). Passamos por diversos postos policiais e blitz, mas não fomos parados em nenhum momento. Só tivemos contato com os agentes argentinos nas aduanas, durante os trâmites de entrada e saída do país, e em todas as situações eles foram cordiais. Sempre solicitavam o documento da moto e a inspecionavam, questionando sobre a cilindrada, ano, consumo, local de fabricação, etc. Quando viam que a placa era de Florianópolis ficavam mais sorridentes e conversavam a respeito das “hermosas playas catarinenses” (especialmente Floripa e Balneário Camboriú), nos liberando na sequência e desejando “suerte”.
Enfim, ocorreu tudo bem durante a expedição :)
Valeu por viajar conosco. Abraços…
Show de bola, as fotos e as informações são perfeitas é como se tivéssemos viajando juntos. Beleza…
Valeu, obrigado. A ideia é mesmo levar os leitores na garupa. Abraços.