Argentina • Expedição 2016: Missões - Cataratas • Loreto • Misiones • Santa Ana • Santa María
Dia 07: San Ignacio – Misiones a Posadas – Misiones – Argentina
27 de Setembro, 2016Assim como nos demais dias da Expedição 2016: Missões – Cataratas, esta terça-feira amanheceu ensolarada.
Debaixo de um lindo céu azul carregamos os alforjes da Formosa, vestimos as roupas de viagem e nos despedimos de San Ignacio.
Logo depois de San Ignacio a Ruta Nacional 12 é duplicada e segue desta forma por alguns quilômetros.
Pela rodovia federal em ótimo estado de conservação e baixo fluxo de veículos vencemos rapidamente os 8km que separam San Ignacio do principal trevo de acesso a Loreto.
A pequena cidade conta com cerca de 1.200 habitantes, está localizada na província de Misiones, departamento de Candelaria, e nela estão as ruínas jesuítas de Nuestra Señora de Loreto, declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1984.
Após a breve pausa para fotografar a Formosa em frente ao pórtico de Loreto seguimos rumo à Redução Jesuítica Nossa Senhora de Loreto.
Misión Jesuítica Guaraní Nuestra Señora de Loreto
Local: Los Abuelos | Loreto – Misiones – Argentina
Telefone: +54 9376 447-539
E-mail: promocionymarketing@misiones.tur.ar
Site: https://reducciones.misiones.tur.ar/loreto/
Funcionamento: Todos os dias das 7h30 às 17h30
Ingresso: $ 650
*Ingresso válido para visitar as 4 reduções (San Ignacio Miní, Nuestra Señora de Loreto, Santa Ana e Santa María la Mayor) dentro de 30 dias
Tempo médio de visitação: 2 horas
Acessamos a Reducción Jesuítica Guaraní Nuestra Señora de Loreto com o mesmo ingresso comprado em San Ignacio e inicialmente fomos conhecer o museu, que reúne algumas peças encontradas no local, além de uma maquete.
Ali fomos recepcionados pelo simpático Marcelo, que nos conduziu pelo passeio em meio às ruínas.
A redução de Loreto, assim como a de San Ignacio Miní, foi fundada em 1610 pelos padres jesuítas José Cataldino e Simón Maceta.
Inicialmente a redução estabeleceu-se na atual região de Guaíra – Paraná – Brasil.
A população de Loreto abandonou a região de Guaíra em 1631 devido aos constantes ataques dos bandeirantes paulistas e migrou para sua localização atual no ano de 1686, tendo como líder o padre Antonio Ruiz de Montoya.
Nuestra Señora de Loreto é a única redução jesuítica guarani onde restam vestígios das latrinas.
As latrinas estão protegidas por uma cobertura metálica que evita que as águas das chuvas provoquem erosão e desgaste no achado arqueológico.
O próprio percurso para conhecer as latrinas é realizado através de uma passarela metálica, para evitar a abrasão no entorno.
A redução de Loreto ocupa uma área de 75 hectares e fica dentro de uma floresta bem preservada.
É incrível imaginar que o local superou os 7.000 habitantes em 1733 e contou com uma prensa onde foram editadas várias obras.
Durante a caminhada guiada pelo local um casal de Toulouse – França juntou-se a nós.
Além das latrinas, locais onde ainda restam partes do piso original estão protegidas, seja por estruturas metálicas, ou por vidros.
Por estar em meio à mata, esta redução é a que contém mais sombra durante seu percurso, tornando o passeio bastante agradável, mesmo em um dia de altas temperaturas como hoje.
O complexo jesuítico de Loreto possui características urbanas diferentes das demais reduções, áreas particulares muito significativas e uma mística especial.
Sua formação histórica distingue esta cidade como um espaço onde importantes práticas espirituais eram desenvolvidas, conferindo-lhe um lugar de destaque entre os 30 povos guaranis.
Não à toa a cidade de Loreto é conhecida como a “Capital Madre de la Espiritualidad”.
Loreto possuía um percurso processional que unia a Capela da Virgem de Loreto, o Templo Maior (onde se veneravam as relíquias do Padre Ruiz de Montoya) e a Capela do Monte do Calvário em uma via que se estendia por uma rua de aproximadamente 1.300 metros, a qual atravessava toda a redução.
Tal percurso segue recebendo procissões nos dias atuais, o que faz da redução um verdadeiro centro de peregrinações.
Além da importância espiritual, Loreto foi um grande centro de produção de erva-mate e arroz.
Bem como desenvolveu uma destacada escola de escultura, berço do estilo barroco missioneiro.
Após a visita e verdadeira aula de história narrada por Marcelo deixamos a Reducción Jesuítica Guaraní Nuestra Señora de Loreto.
De volta à rodovia percorremos cerca de 8 quilômetros até chegar na Reducción Jesuítica Guaraní de Santa Ana.
Misión Jesuítica Guaraní de Santa Ana
Local: Ruta Nacional 12 | Santa Ana – Misiones – Argentina
Telefone: +54 9376 447-539
E-mail: promocionymarketing@misiones.tur.ar
Site: https://reducciones.misiones.tur.ar/santa-ana/
Funcionamento: Todos os dias das 7h30 às 17h30
Ingresso: $ 650
*Ingresso válido para visitar as 4 reduções (San Ignacio Miní, Nuestra Señora de Loreto, Santa Ana e Santa María la Mayor) dentro de 30 dias
Tempo médio de visitação: 2 horas
Aqui também iniciamos a visita pelo museu, acompanhados por um guia que nos contou a história da redução.
A redução jesuíta de Santa Ana foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1984.
Ela foi fundada em 1633 pelos padres Pedro Romero e Cristóbal de Mendonza na região do Tape, atual estado do Rio Grande do Sul – Brasil.
Assim como San Ignacio e Loreto, devido aos ataques dos bandeirantes paulistas foi obrigada a mudar de local em 1637.
Em 1639 passou para o atual território argentino próximo ao Rio Paraná, e em 1660 se estabeleceu de forma definitiva na corrente localização de suas ruínas.
O traçado urbano das reduções partia de uma cruz, que como gesto de fundação era colocada no centro da praça central.
Em frente à praça se destacava a igreja que se complementava com a residência dos padres, o colégio e oficinas de um lado e o coty guazú (onde residiam órfãos e viúvas) e cemitério do outro.
Nos demais lados da praça ficavam as residências dos índios, o cabildo e as terras de cultivo.
A igreja da redução de Santa Ana media 22,90 metros de largura por 64 metros de comprimento, tinha três naves separadas por duas fileiras de colunas que ajudavam a sustentar o teto de duas águas coberto com telhas.
A redução possuía um inteligente sistema de canalização da água da chuva, a qual corria do telhado das edificações para uma canaleta, que transportava a água até uma lagoa ao lado dos pomares, saindo atrás de seus muros perimetrais.
O espaço original do pomar desta redução é o mais bem preservado, mantendo o muro perimetral, lago e terraços de cultivo.
Esta redução chegou a abrigar mais de 4.500 habitantes.
Lugar magnífico, assim como as demais reduções, com uma energia incrível.
Ao lado da igreja fica o cemitério, o qual foi utilizado pelos moradores da cidade de Santa Ana desde sua fundação até o ano de 1980, por isso não é possível visualizar tumbas da época jesuítica.
Finalizada a visita retornamos à Ruta 12, pela qual voltamos alguns quilômetros até chegar no trevo de acesso à Santa Ana.
Aproveitamos um posto YPF localizado na frente do trevo para abastecer a Formosa e comer algumas empanadas.
Na sequência acessamos a Ruta Provincial 103, da qual conseguimos avistar de longe a grande cruz do Parque Temático de la Cruz.
Foram menos de 10 quilômetros rodados pela rodovia 103, pois logo acessamos a Ruta Provincial 4.
Por esta estrada passamos por Bonpland e Leandro N. Alem.
Algo que nos chamou a atenção nas estradas argentinas é que ao cruzar algumas cidades (mesmo que bem pequenas) haviam sinaleiros na rodovia… em determinados momentos ficávamos vários minutos parados no sinal vermelho, sem ninguém passar pelo cruzamento.
Pois bem, quilômetros depois adentramos na Ruta Provincial 2 e após rodar aproximadamente 90km desde nossa partida de Santa Ana chegamos na Reducción Jesuítica Guaraní de Santa María la Mayor.
Misión Jesuítica Guaraní de Santa María la Mayor
Local: Ruta Provincial 2 | Santa María – Misiones – Argentina
Telefone: +54 9376 447-539
E-mail: promocionymarketing@misiones.tur.ar
Site: https://reducciones.misiones.tur.ar/loreto/
Funcionamento: Todos os dias das 7h30 às 17h30
Ingresso: $ 650
*Ingresso válido para visitar as 4 reduções (San Ignacio Miní, Nuestra Señora de Loreto, Santa Ana e Santa María la Mayor) dentro de 30 dias
Tempo médio de visitação: 2 horas
Na entrada da redução fomos recepcionados por uma guia que nos contou a história do local e nos indicou a direção a seguir para uma visita auto guiada.
Santa María la Mayor, assim como os demais povos jesuíticos da costa do Rio Uruguai, foi abandonada após a expulsão dos jesuítas e sofreu com a depredação de seus vestígios até meados dos anos 1970.
O antigo colégio jesuítico da redução foi transformado em capela do final do século XIX.
Esta capela foi usada como templo religioso pelos habitantes locais até 1970.
Atualmente o local é um oratório onde encontra-se uma imagem em madeira, de origem jesuítica.
A redução jesuítica de Santa Maria foi fundada pelos padres jesuítas Diego Boroa e Claudio Ruyer em 1626, ao norte do Rio Iguaçu, com o nome de Santa Maria do Iguaçu, nas proximidades da atual cidade de Foz do Iguaçu.
Assim como os demais povos jesuíticos, se viu obrigado a mudar-se para o sul, estabelecendo-se em sua localização atual, com o nome de Santa María la Mayor.
A redução jesuíta de Santa María la Mayor chegou a contar com aproximadamente 5.500 habitantes e foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1984.
Ao retornar no centro de visitantes fomos ao museu que abriga a réplica de uma prensa de madeira que foi utilizada pelos jesuítas no século XVIII para imprimir os primeiros livros das missões jesuíticas guaranis.
Nesta redução editou-se livros de muito valor, como “Arte da Língua Guarani” e “Vocabulário da Língua Guarani”, do padre Antonio Ruiz de Montoya, e “Explicação do Catecismo”, do cacique Nicolás Yapuguay.
Essas obras, junto com as impressões feitas em Loreto e San Francisco Javier, entre 1705 e 1727, constituem os primeiros livros publicados no atual território argentino.
Conhecida a redução de Santa Maria Maior subimos na Formosa e voltamos a rodar pela Ruta 2, tendo como destino do dia a cidade de Posadas.
Passamos por Concepción de La Sierra e seguimos pela Ruta Provincial 2, para alguns quilômetros adiante acessar a Ruta Provincial 10.
Na cidade de Apóstoles passamos em frente à conhecida Ervateira Rosamonte.
E paramos no posto YPF para nos refrescar com picolés sabor dulce de leche. Pela foto acima dá para ter uma noção da felicidade da criança.
Após a pausa, retornamos à estrada.
A região de Misiones é conhecida por sua produção de erva-mate.
Após passar pela cidade de San José acessamos a Ruta Nacional 105, pela qual rodamos até Posadas.
Conforme nos aproximávamos de Posadas já conseguíamos avistar o majestoso Rio Paraná.
Rio que tem ao lado esquerdo a cidade de Posadas – Misiones – Argentina e ao lado direito a cidade de Encarnación – Itapúa – Paraguai, as quais são conectadas pela Ponte Internacional San Roque González de Santa Cruz .
Frequentemente passamos por blitz realizadas pela polícia argentina, normalmente em entradas de cidades, como foi o caso na entrada de Posadas, mas até o momento não fomos parados em nenhuma ocasião.
Com o fim do dia se aproximando e o Sol se pondo no horizonte chegamos ao nosso destino: Posadas, onde fomos direto ao hotel descansar.
Trajeto percorrido no dia:
Oba! Já são 4 comentários nesta postagem!
Olá Nícolas sempre é bom cuidar com estes sinaleiros pois, se você furar algum lhe garanto que aparece uma viatura atrás de você logo, logo. Não teve problemas com policiais na Argentina?
Beleza de fotos!!!
Olá Vera! Sim, sempre cuidamos com as regras e leis de trânsito por onde passamos.
Não tivemos problema algum com policiais (Brasil, Argentina, Paraguai). Passamos por diversos postos policiais e blitz, mas não fomos parados em nenhum momento. Só tivemos contato com os agentes argentinos nas aduanas, durante os trâmites de entrada e saída do país, e em todas as situações eles foram cordiais. Sempre solicitavam o documento da moto e a inspecionavam, questionando sobre a cilindrada, ano, consumo, local de fabricação, etc. Quando viam que a placa era de Florianópolis ficavam mais sorridentes e conversavam a respeito das “hermosas playas catarinenses” (especialmente Floripa e Balneário Camboriú), nos liberando na sequência e desejando “suerte”.
Enfim, ocorreu tudo bem durante a expedição :)
Valeu por viajar conosco. Abraços…
Show de bola, as fotos e as informações são perfeitas é como se tivéssemos viajando juntos. Beleza…
Valeu, obrigado. A ideia é mesmo levar os leitores na garupa. Abraços.
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
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