Brasil • Expedição 2021: Guartelá - Iguaçu • Foz do Iguaçu • Paraná
Cataratas do Iguaçu: Maravilha Natural em Foz do Iguaçu – PR
9 de Abril, 2021Surpreenda-se com as Cataratas do Iguaçu no Parque Nacional do Iguaçu, aviste animais em seu habitat natural, descubra a Lenda das Cataratas e vivencie a magia do Marco das Três Fronteiras em Foz do Iguaçu - PR.
Bom dia, Foz do Iguaçu! O sol nasce esplêndido sobre o extremo oeste do Paraná, prometendo uma jornada memorável. Hoje, nosso destino turístico é o majestoso Parque Nacional do Iguaçu, lar de uma das 7 Maravilhas Naturais do Mundo: as espetaculares Cataratas do Iguaçu!
A região que hoje conhecemos como Foz do Iguaçu era predominantemente ocupada pelos caingangues, antes da chegada dos pioneiros Pedro Martins da Silva, do Brasil, e Manuel Gonzáles, da Espanha, que se estabeleceram nesta localidade em 1881.
Já em 1888, a população do local era composta por 188 paraguaios, 93 brasileiros, 33 argentinos, 5 franceses, 2 uruguaios, 2 cidadãos de países orientais e 1 inglês, totalizando 324 habitantes, sem contar a significativa presença de comunidades indígenas nativas.
No alvorecer do século XX, a população da região já se aproximava dos 2.000 habitantes, atraídos principalmente pela rica abundância de erva-mate e pela vasta oferta de madeira nativa.
Em 1910, a área foi elevada à condição de vila, recebendo o nome de Vila Iguassu e tornando-se um distrito pertencente ao município de Guarapuava.
Em 1914, Vila Iguassu conquistou sua emancipação e, em 1918, ocorreu a mudança oficial de nome para Foz do Iguaçu.
A inauguração da Ponte Internacional da Amizade em 1965, seguida pela conclusão da rodovia BR-277, que liga Foz do Iguaçu a Curitiba em 1969, marcou o início de uma era de desenvolvimento acelerado para o município.
Esse ritmo de desenvolvimento ganhou um impulso ainda maior com o início da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu em 1970, quando Foz do Iguaçu tinha cerca de 34.000 habitantes. Ao ser concluída em 1984, a população já havia saltado para aproximadamente 140.000 habitantes.
Hoje, Foz do Iguaçu abriga aproximadamente 285.000 habitantes, destaca-se por sua rica diversidade cultural e ocupa a segunda posição entre os destinos mais procurados por turistas estrangeiros no Brasil.
O principal atrativo que coloca o município em destaque, compartilhado com Puerto Iguazú na província de Misiones, Argentina, é o maior conjunto de quedas d’água do mundo: as magníficas Cataratas do Iguaçu.
Este atrativo natural é exatamente o que decidimos explorar hoje, no nono dia da nossa Expedição 2021: Guartelá – Iguaçu.
Parque Nacional do Iguaçu | Cataratas do Iguaçu
O Parque Nacional do Iguaçu é o segundo parque nacional mais antigo do país e tem como sua principal atração as imponentes Cataratas do Rio Iguaçu, uma das 7 Maravilhas Naturais do Mundo.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Parque Nacional do Iguaçu | Cataratas do Iguaçu partindo do centro de Curitiba – Paraná – Brasil:
Contatos do Parque Nacional do Iguaçu | Cataratas do Iguaçu
- Endereço: Rodovia BR 469, Km 18 | Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil
- Telefones: (45) 3521-4400 | (45) 3521-4438
- E-mail: contato@catarataspni.com.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Parque Nacional do Iguaçu | Cataratas do Iguaçu.
Horários de Funcionamento
- Segunda a sexta: 9h00 às 16h00
- Sábado e domingo: 8h30 às 16h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 100,00
- Brasileiros e residentes em países do Mercosul: R$ 91,00
- Crianças até 6 anos: Gratuito
*Não é permitida a entrada de animais.
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Valores de Estacionamento
- Taxa única diária: R$ 55,00
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 dia
Recursos para sua Visita
Inspirado pela criação do primeiro parque nacional protegido do mundo, o Parque Nacional de Yellowstone nos Estados Unidos, o engenheiro, inventor e abolicionista André Rebouças idealizou, no final do século XIX, a criação do Parque Nacional do Iguaçu.
Após a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, André Rebouças partiu para o exílio junto à família imperial, o que, infelizmente, fez com que seu sonho de estabelecer a área protegida se dissipasse.
Anos mais tarde, em 1916, Santos Dumont visitou a região das cataratas e ficou surpreso ao descobrir que a área pertencia a um particular. Profundamente tocado pela beleza natural do local, ele fez questão de se reunir com Afonso Camargo, então presidente do estado do Paraná, para argumentar que aquele espaço deveria se tornar público e receber proteção.
Apenas três meses após essa reunião, o estado do Paraná declarou a área de utilidade pública, visando a criação de uma povoação e um parque. Essa visão se concretizou em 1939, com a oficialização do Parque Nacional do Iguaçu.
O Parque Nacional do Iguaçu, o segundo mais antigo do Brasil, abrange uma vasta área de 185.262 hectares. Reconhecido como Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO em 1986, teve sua joia, as Cataratas do Iguaçu, eleitas como uma das 7 Maravilhas Naturais do Mundo no ano de 2012.
O parque vai além de ser o lar das majestosas Cataratas do Iguaçu, ele também protege um dos remanescentes mais significativos da Mata Atlântica na América do Sul, servindo de habitat para importantes espécies da biodiversidade brasileira.
Com a moto estacionada, nos dirigimos ao centro de visitantes para embarcar em um ônibus de dois andares, equipado com tecnologia híbrida (elétrica e diesel). Essa experiência proporciona uma abordagem sustentável e eficiente de explorar o parque, alinhada com práticas ambientalmente amigáveis.
Rapidamente, o silencioso ônibus iniciou seu trajeto, provocando o espanto de um pequeno menino que, em voz alta, alertou todos os passageiros sobre o veículo estar em movimento, aparentemente sem motorista.
O episódio rapidamente se transformou em motivo de risadas quando o pai do menino esclareceu que a motorista se encontrava no andar inferior, tranquilizando o guri.
Poucos minutos depois, alcançamos o ponto de partida da Trilha das Cataratas do Iguaçu.
A Trilha das Cataratas, com sua extensão de 1.200 metros, proporciona vistas panorâmicas deslumbrantes do conjunto de quedas que compõem as Cataratas do Rio Iguaçu.
Já nos primeiros passos pela trilha, somos recebidos pelas encantadoras cascatas deste lugar paradisíaco.
As majestosas cataratas são alimentadas pelas águas do Rio Iguaçu, cujas nascentes se encontram em Curitiba, nas proximidades da Serra do Mar, percorrendo 1.320 quilômetros até sua confluência com o Rio Paraná, exatamente no Marco das Três Fronteiras (tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai).
A palavra “Iguaçu” deriva de “Yguasu”, em tupi-guarani, onde “y” significa “água” e “guasu”, “grande”, traduzindo-se como “Água Grande”.
Apenas dezoito quilômetros antes de sua confluência com o Rio Paraná, o Rio Iguaçu supera um expressivo desnível do terreno, criando quedas espetaculares de até 82 metros de altura, estendendo-se por uma largura impressionante de 2.780 metros.
A formação geológica das Cataratas do Iguaçu remonta a cerca de 150 milhões de anos atrás, embora o processo que deu origem ao espetacular acidente geográfico que observamos hoje tenha começado há aproximadamente 200 mil anos.
A montante, o Rio Iguaçu se alarga até 1.200 metros, mas a jusante das cataratas, ele se estreita dramaticamente, canalizando-se em uma passagem de até 65 metros de largura.
Além do deslumbrante espetáculo proporcionado pelas 275 quedas d’água das Cataratas do Iguaçu, a rica biodiversidade de flora e fauna que as circunda é um verdadeiro banquete para os olhos.
Apenas alguns minutos de observação atenta da natureza ao nosso redor bastam para avistar diversos habitantes locais, incluindo o ágil caxinguelê, mais conhecido como esquilo brasileiro.
A distribuição das cataratas abrange aproximadamente 800 metros no território brasileiro, enquanto o lado argentino ostenta cerca de 1.900 metros.
De fato, para aqueles que exploram as Cataratas do Iguaçu, é fundamental vivenciar essa maravilha natural visitando os parques nacionais tanto no Brasil quanto na Argentina. Como fizemos no quinto dia da Expedição 2016: Missões – Cataratas, cada lado oferece perspectivas únicas e complementares da magnífica paisagem.
A vazão média do Rio Iguaçu, que abriga seis usinas hidrelétricas em seu curso, é de cerca de 1.500 metros cúbicos por segundo. Esse volume pode oscilar entre 500 m³/s em períodos de estiagem e atingir até 8.500 m³/s durante as enchentes.
O pico de vazão das águas do Rio Iguaçu geralmente acontece em outubro, enquanto o período de menor volume é observado justamente em abril.
Apesar de estarmos no mês de menor vazão, a magnificência das Cataratas do Iguaçu permanece inalterada, cativando e conquistando todos que as visitam.
Ao absorvermos a energia vibrante do local, tivemos a sorte de avistar um veado-mateiro, também conhecido como veado-pardo.
O belo animal passeava calmamente, alimentando-se de folhas ao longo do caminho.
Gradualmente, ele se aproximou, ficando a menos de um metro de distância, enquanto o observávamos, fascinados e imóveis, para não assustá-lo.
É imensamente gratificante testemunhar animais vivendo livremente em seu habitat natural.
Logo depois, encontramos um banco em um dos vários mirantes ao longo da trilha. Enquanto preparávamos um refrescante tereré, fomos surpreendidos por um enorme macaco saltando de uma árvore para outra.
Após o grande macaco adentrar e se mesclar ao verde da floresta do Parque Nacional do Iguaçu, outros membros do bando começaram a aparecer, e rapidamente nos encontramos cercados por, pelo menos, 30 primatas.
Certos momentos são inestimáveis e permanecem eternamente gravados em nossa memória. Este foi definitivamente um deles: desfrutávamos de frutas frescas acompanhadas por um tereré, com as Cataratas do Iguaçu ao fundo e a presença amistosa de diversos macacos-prego.
Após concluirmos nosso lanche, continuamos pela trilha e logo nos deparamos com outro grupo de mamíferos, os icônicos quatis.
Gradualmente, os quatis começaram a aparecer, e em pouco tempo, uma considerável quantidade desses curiosos animais se movimentava agilmente entre as árvores ao nosso redor.
Com agilidade, eles escalavam as árvores, colhiam frutas e as consumiam com avidez.
A frequente aparição desses pequenos seres ao longo das trilhas do parque transformou-os em verdadeiros emblemas de Foz do Iguaçu, simbolizando a rica biodiversidade da região.
Continuamos nossa jornada pela trilha, deixando os quatis e suas travessuras para trás.
A medida que avançávamos, o canto do pássaro tornava-se mais intenso, guiando nossos passos através da vegetação densa do parque.
Paramos imediatamente, nossos olhares atentos procurando pelo autor daquela melodia envolvente.
Rapidamente avistamos um vibrante bando de gralha-picaça, também conhecidas na região como uraca.
Assim como os quatis, as gralhas-picaça se mostraram bastante exibicionistas, acompanhando-nos por um bom trecho da jornada. Um detalhe interessante sobre estas aves é a sua habilidade de imitar os sons de outros pássaros.
As Cataratas do Iguaçu, com sua imponente beleza natural, foram escolhidas como cenário para vários filmes de renome, entre eles “Tarzan” (1966), “007 Contra o Foguete da Morte” (1979), “A Missão” (1986) e “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” (2008), reforçando o seu status como uma das maravilhas naturais mais espetaculares e cinematográficas do mundo.
Os caingangues, povos originários da região, acreditavam que M’Boy, filho da divindade Tupã e representado por uma serpente, era o governante supremo do mundo.
Reza a Lenda das Cataratas que houve um tempo em que Igobi, líder da tribo, era pai de Naipi, uma jovem de beleza tão estonteante que até as correntezas dos rios cessavam seu curso para contemplá-la sempre que ela se aproximava.
Tamanha era a formosura de Naipi que foi decidido dedicá-la exclusivamente ao culto de M’Boy, de forma que sua vida estaria inteiramente devotada às venerações desse deus.
Entretanto, no seio da tribo caingangue, emergiu uma paixão proibida quando Tarobá, um valente guerreiro, se viu perdidamente enamorado por Naipi.
Durante a celebração dedicada à consagração de Naipi, com o pajé e os líderes tribais imersos na degustação do cauim (bebida a base de milho fermentado) e os guerreiros entregues à dança, Tarobá aproveitou o momento para escapar com a amada. Eles partiram em uma canoa, deixando-se levar pela forte correnteza do rio.
Ao tomar conhecimento do desaparecimento de Naipi e Tarobá, a ira de M’Boy se manifestou com intensidade.
M’Boy então mergulhou nas profundezas da terra, contorcendo-se e criando uma vasta fissura, originando assim as magníficas Cataratas do Iguaçu.
Submersos pelas forças avassaladoras da cachoeira, a embarcação e os amantes despencaram do alto, desaparecendo nas profundezas, selando seu destino.
Naipi metamorfoseou-se numa das pedras centrais do conjunto de quedas, eternamente açoitada pelas águas impetuosas, e Tarobá, transformado em palmeira, posicionou-se à margem de um precipício, curvando-se sobre o cânion do rio.
Sob essa palmeira, a entrada de uma caverna oculta um monstro vingativo, que guarda sem descanso as duas vítimas de sua ira.
Este relato encapsula a bela Lenda das Cataratas, refletindo a energia e o encanto mágico que circundam as Cataratas do Iguaçu, contribuindo para a sua atmosfera única e envolvente.
Ao admirar essa imensa beleza, é inevitável viajar no tempo e vislumbrar o cotidiano dos povos originários que habitavam este santuário de natureza exuberante e vida selvagem diversificada.
Ou imaginar a surpresa e admiração de Álvar Núñez Cabeza de Vaca, o primeiro europeu a vislumbrar as Cataratas do Iguaçu, ao se deparar com tal espetáculo da natureza pela primeira vez.
De fato, Álvar Núñez Cabeza de Vaca destaca-se como uma figura fascinante na história da colonização das Américas, marcado por suas extraordinárias aventuras e descobertas.
Descendente de Pedro de Vera, célebre conquistador da Ilha de Gran Canaria, Cabeza de Vaca embarcou rumo ao Novo Mundo em 1527, ocupando a posição de tesoureiro na frota liderada por Pánfilo de Narváez.
Enfrentando tempestades, deserções, doenças e inúmeras adversidades no Caribe, a expedição, que originalmente contava com 600 homens, viu seu número drasticamente reduzido. Apenas alguns poucos sobreviventes lograram desembarcar na Baía de Tampa, Flórida, em 1528, evidenciando a dureza da jornada.
Naquele momento, Cabeza de Vaca e alguns companheiros se distanciaram dos barcos, optando por trilhar a costa a pé, iniciando uma jornada de sobrevivência e exploração por terras desconhecidas.
Após um período, conseguiram construir balsas e se lançaram à navegação pelo Golfo do México. Contudo, uma tempestade devastadora afundou várias das embarcações. Apenas a balsa que transportava Cabeza de Vaca e seu grupo resistiu, permitindo que desembarcassem próximo à localização da atual Ilha de Galveston, no Texas, continuando assim sua incrível saga de sobrevivência.
No rigoroso inverno de 1529, a adversidade foi implacável: fome, frio e doenças dizimaram quase todo o grupo, restando apenas 15 sobreviventes. Com a chegada da primavera, os remanescentes espanhóis, em uma decisão angustiante, optaram por prosseguir a jornada, deixando para trás Cabeza de Vaca, debilitado pela enfermidade.
Após sua recuperação, Cabeza de Vaca teve uma trajetória extraordinária: integrou-se às comunidades dos nativos americanos, experimentou a escravidão, evoluiu para comerciante e, notavelmente, ascendeu à posição de curandeiro. Em 1533, seu destino tomou outro rumo significativo ao encontrar-se com outros três sobreviventes do naufrágio, reunindo-se com eles.
Em uma jornada que os levou através do sudoeste dos Estados Unidos, Cabeza de Vaca e seus companheiros buscavam um assentamento espanhol. Durante essa expedição, Cabeza de Vaca alcançou um feito histórico ao se tornar o primeiro europeu a testemunhar a magnífica vista do Grand Canyon, ampliando ainda mais a importância de sua aventura.
Em 1536, após uma caminhada épica de quase 8.000 quilômetros, Álvar Núñez Cabeza de Vaca e seus companheiros alcançaram a Cidade do México. Esse marco culminou em seu retorno à Espanha no início de 1537, fechando um capítulo notável de resistência e exploração nas Américas.
“La Relación” (Relatório), também conhecido como “Naufrágios”, é o documento em que Álvar Núñez Cabeza de Vaca detalhou suas incríveis aventuras e observações para a Coroa Espanhola. Esta obra, publicada pela primeira vez em 1542 em Zamora, Espanha, oferece um testemunho vívido e pioneiro das terras, povos e experiências encontradas por Cabeza de Vaca durante sua expedição.
Após narrar suas extraordinárias aventuras no relato “La Relación”, Álvar Núñez Cabeza de Vaca foi recompensado com a nomeação de governador da província do Rio da Prata, um reconhecimento significativo pelos desafios que superou e pelas informações valiosas que trouxe de suas explorações.
Portanto, o destemido explorador espanhol embarcou novamente rumo ao Novo Mundo em 1540, desembarcando na Ilha de Santa Catarina (isso mesmo, em Florianópolis) com uma comitiva de 250 homens e 26 cavalos, prontos para novas aventuras e desafios no continente americano.
Depois de aproveitar os encantos das praias deslumbrantes da Ilha da Magia por alguns meses, Álvar Núñez Cabeza de Vaca empreendeu uma nova jornada. Seguindo pelo lendário Caminho do Peabiru, sob a orientação dos indígenas guaranis, o explorador alcançou, em 31 de janeiro de 1542, o espetáculo natural que hoje admiramos: as magníficas Cataratas do Iguaçu.
Prosseguindo com sua aventura, Cabeza de Vaca marchou até Assunção, uma verdadeira prova de sua predileção por longas caminhadas. Governou o local até 1545, quando, envolto em acusações de crimes, foi enviado de volta à Espanha, encerrando assim uma fase de sua extraordinária jornada.
De acordo com alguns historiadores, Cabeza de Vaca foi subestimado e enfrentou adversidades por defender a ideia de que os nativos americanos, com quem conviveu por anos, mereciam respeito e dignidade, opondo-se à escravidão e ao extermínio. Seu posicionamento humanitário colocou-o à frente de seu tempo, destacando-se por sua postura ética em contraste com muitas práticas da época.
Ao nos aproximarmos do término da Trilha das Cataratas, fomos agraciados com a visão da mais espetacular das cachoeiras do Parque Nacional do Iguaçu, a Garganta do Diabo. Este ponto culminante do passeio revela uma paisagem de tirar o fôlego, onde as águas caem com uma força e um volume impressionantes, criando um espetáculo inesquecível de som e neblina.
A imponente Garganta do Diabo, com sua forma característica em “U”, ostenta 80 metros de altura, estendendo-se por 150 metros de largura e alcançando 700 metros de comprimento. Essas dimensões grandiosas fazem dela não apenas a maior queda entre as magníficas Cataratas do Iguaçu, mas também um verdadeiro espetáculo da natureza.
A denominação “Garganta do Diabo” tem origem na mitologia dos povos caingangues, sendo o cenário central da Lenda das Cataratas. De acordo com essa narrativa ancestral, é neste ponto que o deus M’Boy permanece eternamente a vigiar Naipi e Tarobá.
A presença de um arco-íris na Garganta do Diabo é um espetáculo visual frequente e deslumbrante, considerado por muitos como um símbolo do amor eterno que une Naipi e Tarobá. Esta manifestação natural, enraizada na lenda local, transcende a beleza física, simbolizando a conexão indissolúvel entre os dois amantes aprisionados pela fúria divina. Essa interpretação enriquece a experiência dos visitantes, adicionando uma camada de romantismo e misticismo à majestosa paisagem das Cataratas do Iguaçu, tornando a visita ainda mais memorável.
A exuberância, encanto e imponência da natureza nas Cataratas do Iguaçu são indescritíveis e constituem uma experiência única para todos os visitantes. Este magnífico patrimônio natural, com sua vasta biodiversidade e a força avassaladora das águas, oferece um espetáculo sem igual.
Infelizmente, a história negativa das Cataratas do Iguaçu fica a cargo da ação humana sobre o meio ambiente. O Rio Iguaçu, vital para a existência dessas maravilhosas quedas d’água, sofre com altos níveis de poluição, posicionando-se como o segundo rio mais poluído do Brasil.
Essa ação reflete outra faceta das intervenções humanas nos ecossistemas naturais, como a submersão do Salto das Sete Quedas, ou Saltos del Guairá, no Rio Paraná. Este local era conhecido por ser o maior conjunto de cachoeiras do mundo em volume de água, com um impressionante fluxo de 13.300 metros cúbicos por segundo.
Outro exemplo foi a intervenção humana no Rio Uruguai, resultando na criação de um lago artificial que, durante períodos de cheia, oculta o Salto do Yucumã. Este salto é conhecido por ser a maior queda d’água longitudinal do planeta, estendendo-se por impressionantes 1.800 metros.
Rodeados pela energia singular que a natureza nos oferece, é essencial refletirmos sobre a importância de valorizá-la devidamente. A natureza é a fonte de tudo o que precisamos para viver de forma plena e sustentável. Ela nos fornece ar puro, água, alimentos, remédios naturais e incontáveis recursos essenciais para a nossa sobrevivência e bem-estar. Este momento de contemplação deve servir como um lembrete de que temos a responsabilidade de cuidar e preservar o meio ambiente, promovendo práticas que garantam a sustentabilidade dos recursos naturais para as gerações futuras. Ao aprendermos a valorizar e respeitar a natureza, podemos contribuir para um mundo mais equilibrado, onde a convivência harmônica entre o ser humano e o meio ambiente seja a base para o desenvolvimento e a prosperidade.
Além da icônica Trilha das Cataratas, o Parque Nacional do Iguaçu oferece aos visitantes mais duas experiências de contato íntimo com a natureza: a Trilha da Bananeira e a Trilha do Poço Preto. Essas trilhas estavam temporariamente fechadas durante nossa visita ao parque como medida preventiva durante a pandemia.
Dentro do Parque Nacional do Iguaçu, os visitantes têm a chance de vivenciar experiências únicas e emocionantes, que vão muito além das caminhadas pelas trilhas. Entre as atrações mais procuradas, está a oportunidade de sobrevoar as majestosas Cataratas do Iguaçu de helicóptero, oferecendo uma vista aérea inesquecível desse espetáculo natural. Para os amantes de aventura, o parque disponibiliza atividades como rafting e cachoeirismo, permitindo interações intensas com a natureza selvagem da região.
Outro destaque é o Macuco Safari, um passeio de barco repleto de emoção que navega pelo Rio Iguaçu, aproximando-se da imponente Garganta do Diabo. Essa experiência é semelhante ao passeio Aventura Náutica oferecido no Parque Nacional Iguazú, no lado argentino das cataratas, que fizemos durante nossa visita em 2016. Ambos os passeios proporcionam momentos de adrenalina e contemplação, aproximando os visitantes da força e beleza das cataratas de uma maneira impactante.
Após uma caminhada pelas passarelas que serpenteiam sobre o caudaloso Rio Iguaçu, conduzindo-nos até a majestosa Garganta do Diabo, alcançamos o Espaço Naipi. Este local é um verdadeiro oásis de comodidades, oferecendo banheiros, uma loja repleta de lembranças memoráveis, diversas opções de lanchonetes para saciar a fome e um elevador panorâmico, que promete vistas deslumbrantes, elevando a experiência dos visitantes a outro nível.
Ao embarcarmos no elevador panorâmico, somos presenteados com uma visão única das cataratas, permitindo-nos admirar a grandiosidade das quedas d’água de um ângulo completamente diferente.
Para encerrar nossa jornada pelo Parque Nacional do Iguaçu, seguimos até a Estação Espaço Porto Canoas, que abriga um conjunto de facilidades incluindo restaurante, lanchonetes, banheiros e um centro de serviços, oferecendo comodidade e uma pausa relaxante após a emocionante exploração das cataratas.
Aguardamos a chegada do ônibus que, pontualmente, nos transportou de volta ao estacionamento. Lá, nossa fiel companheira de viagem, a Formosa, nos esperava, pronta para seguir rumo à próxima aventura.
Depois de uma jornada inesquecível pelo Parque Nacional do Iguaçu, retornamos ao conforto do hotel. Aproveitamos para nos refrescar com um bom banho e relaxar um pouco. Ao final do dia, repletos de energia renovada, seguimos até o emblemático Marco das Três Fronteiras, um ponto turístico cheio de significado e beleza.
Marco das Três Fronteiras
O Marco das Três Fronteiras é uma atração turística imperdível na cidade de Foz do Iguaçu, localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Marco das Três Fronteiras partindo do centro de São Paulo – São Paulo – Brasil:
Contatos do Marco das Três Fronteiras
- Endereço: Rua Marco das Três Fronteiras | Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil
- Telefones: (45) 3132-4100 | (45) 99149-6336
- E-mail: contato@marcodastresfronteiras.com.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Marco das Três Fronteiras.
Horários de Funcionamento
- Terça a domingo: 13h30 às 21h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 49,00
- Maiores de 60 anos: R$ 26,00
- Crianças entre 6 e 11 anos: R$ 26,00
- Crianças até 5 anos: Gratuito
- Moradores de Foz do Iguaçu: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 2 horas
O Marco das Três Fronteiras, situado na confluência das águas dos rios Iguaçu e Paraná, marca o ponto de encontro entre Brasil, Paraguai e Argentina. Este local emblemático oferece uma visão panorâmica única, onde as fronteiras de três nações se unem em um cenário de beleza natural e simbolismo geopolítico.
O local proporciona o mais belo pôr do sol de Foz do Iguaçu, um momento mágico que infelizmente perdemos devido a um pequeno atraso (culpa deste que vos escreve) na nossa chegada, após o sol se pôr.
Ainda assim, tivemos a chance de admirar, mesmo que brevemente, o céu pintado em múltiplas cores, um espetáculo refletido nas águas serenas dos dois grandiosos rios.
Curiosamente, logo após a confluência das águas do Rio Iguaçu com o Rio Paraná, testemunha-se outra união fluvial: o Rio Monday, oriundo do Paraguai, mescla-se às vigorosas correntezas do Rio Paraná.
O nome “Monday” tem suas raízes na língua guarani, onde “Mondá” significa ladrão e “Y” representa água, traduzindo-se, assim, em “água que rouba”. Este título singular decorre das várias cachoeiras presentes no rio, evocando a imagem de um viajante que, ao navegar tranquilamente, é surpreendido pelo súbito desaparecimento das águas em uma queda, como se fossem magicamente subtraídas – uma metáfora poética para o impacto surpresa das suas quedas d’água.
Os Saltos del Monday, também conhecidos como as Cataratas do Paraguai, são um espetáculo natural situadas no município de Presidente Franco, adjacente a Ciudad del Este e próximas a Foz do Iguaçu, PR. Essas cachoeiras compartilham a mesma formação geológica e idade que as famosas Cataratas do Iguaçu, além de estarem cercadas por uma vegetação semelhante. A proximidade dessas magníficas quedas d’água com Foz do Iguaçu as torna um destino atrativo para os visitantes que buscam explorar mais maravilhas naturais da região.
Tivemos o privilégio de visitar os Saltos del Monday por duas vezes, marcando momentos inesquecíveis em nossas aventuras. A primeira visita ocorreu no quarto dia da Expedição 2018: Asunción – Monday, e a segunda, em uma viagem dedicada a Presidente Franco e Ciudad del Este em 2020. Essas experiências nos permitiram apreciar de perto a grandiosidade e beleza dessas quedas, reforçando a riqueza natural da região.
Retomando a nossa visita ao Marco das Três Fronteiras, o complexo turístico onde se localiza o marco brasileiro apresenta um design temático inspirado nas edificações das missões jesuíticas guaranis.
O complexo do Marco das Três Fronteiras oferece uma variedade de facilidades para os visitantes, incluindo uma loja de souvenires, diversas opções de alimentação como lanchonetes e restaurantes, um parque infantil para entretenimento dos pequenos e um espaçoso mirante. Este último proporciona uma vista panorâmica deslumbrante, permitindo aos turistas contemplarem a magnífica junção dos rios e a tríplice fronteira em toda a sua plenitude.
O atrativo turístico é também o lar de um emblemático obelisco, meticulosamente pintado com as cores da bandeira brasileira. Este monumento, fruto da visão de figuras históricas como o Marechal Cândido Rondon e Dionísio Cerqueira, foi solenemente inaugurado no ano de 1903.
Do outro lado do Rio Iguaçu, destaca-se um obelisco idêntico em forma e tamanho, adornado pelas cores da bandeira argentina, marcando a presença deste país na tríplice fronteira. Já na margem oposta do Rio Paraná, ergue-se o monumento paraguaio, que se distingue por seu design único.
Os marcos situados nas fronteiras de Brasil, Argentina e Paraguai estabelecem um triângulo equilátero, demarcando não apenas os limites territoriais, mas também reafirmando a soberania de cada país.
A distinção do obelisco paraguaio, comparado aos dos outros países, reflete uma expressão singular de memória e protesto em relação à Guerra do Paraguai, ou Guerra da Tríplice Aliança. Esse conflito, o mais significativo enfrentamento militar da América Latina, viu Brasil, Argentina e Uruguai alinharem-se contra o Paraguai, culminando em uma tragédia de proporções genocidas para o povo paraguaio. A escolha de um design diferenciado para o marco paraguaio pode ser interpretada como uma maneira de honrar a memória das inúmeras vítimas e de destacar a resiliência paraguaia diante das adversidades históricas.
O obelisco brasileiro, no Marco das Três Fronteiras, é embelezado por um espetacular chafariz. Este, por sua vez, é palco de um deslumbrante espetáculo aquático, com as águas dançando ao ritmo de luzes coloridas que se alternam, criando um ambiente mágico e convidativo.
Ao cair da noite, o entorno do obelisco brasileiro no Marco das Três Fronteiras ganha vida e se converte em um espetacular palco a céu aberto. É nesse cenário que tem início uma série de apresentações artísticas, destacando-se a encenação da “Lenda das Cataratas”. Esta performance narra a emocionante saga do amor impossível entre Naipi e Tarobá, mergulhando o público numa viagem cultural rica em tradições e lendas locais.
Após a imersiva representação da “Lenda das Cataratas”, o espetáculo continua com a encenação do minueto, levando os visitantes por uma fascinante jornada histórica que remonta à chegada dos europeus na América. Essa parte do espetáculo é narrada por um apresentador que assume o papel do explorador espanhol Cabeza de Vaca, proporcionando uma visão envolvente sobre os primeiros contatos entre europeus e os povos indígenas locais.
Para finalizar a noite de forma memorável, o público é agraciado com um vibrante espetáculo musical que celebra a rica diversidade cultural dos três países da tríplice fronteira. Esta apresentação, envolvente e cheia de energia, promove uma harmoniosa integração entre Brasil, Argentina e Paraguai, através de ritmos e melodias que caracterizam cada nação.
Iniciando as homenagens, o Paraguai é celebrado com uma performance vibrante, na qual os artistas, trajando vestimentas típicas, dançam ao som da polca paraguaia, um ritmo tradicional que captura a essência do país. Com elegância e um impressionante sincronismo, o ponto alto da apresentação é a folclórica dança das garrafas, onde as dançarinas demonstram habilidade e graça ao equilibrar garrafas sobre suas cabeças, encantando a todos com sua destreza.
Em seguida, a Argentina é homenageada com uma apaixonante apresentação de tango, protagonizada por um grupo de bailarinos elegantemente vestidos. A dança, conhecida por sua sensualidade e intensidade, cativa o público com movimentos precisos e expressivos que evocam a rica cultura argentina. A performance, repleta de paixão e técnica, celebra de forma memorável o legado artístico argentino.
A celebração se encerra com uma empolgada homenagem ao Brasil, onde a energia contagiante do samba toma o palco. Esta apresentação artística captura a essência da alegria brasileira, envolvendo o público em um espetáculo de ritmo, cor e movimento. Bailarinos exibem sua habilidade e paixão pela dança, representando o espírito festivo e acolhedor do Brasil. A performance é um tributo à rica diversidade cultural brasileira, encerrando a noite com uma nota de celebração e união.
Assim concluímos este dia extraordinário, repleto de descobertas e momentos inesquecíveis. Agora, é tempo de repousar e recarregar as energias, pois amanhã nos aguarda a jornada de retorno ao lar.
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