Dia 13: Salto do Yucumã | Derrubadas – RS

Hoje o destino era o Salto do Yucumã, o segundo ponto alto de nossa expedição.

Logo às 8h00 ligamos na prefeitura de Derrubadas – RS e solicitamos informações a respeito da visibilidade do salto. Nos informaram que as águas estavam cheias e que o salto estava submerso. De início ficamos desolados com a informação, mas decidimos deixar a notícia de lado e fomos conhecer a maior queda d’água longitudinal do mundo independente de sua condição.

Partimos de Palmitinho e seguimos rumo a Tenente Portela pela rodovia BR-472.

Como em Palmitinho não tem agência bancária do Bradesco, mas em Tenente Portela sim, adentramos no centro da cidade e estacionamos a Formosa ao lado da Praça Tenente Portela, que fica em frente ao Bradesco.

No centro da Praça Tentente Portela fica o monumento Índio de Sucata, patrimônio histórico-cultural do município.

Prefeitura municipal de Tenente Portela:

Após encher os bolsos sacar o dinheiro acessamos a RS-330 em direção a Derrubadas – RS.

Os menos de 20 quilômetros que separam as duas cidades foram vencidos rapidamente e logo chegamos ao pórtico de Derrubadas.

Derrubadas possui aproximadamente 3.000 habitantes, faz divisa com o estado de Santa Catarina e tem fronteira fluvial com a Argentina.

Igreja Nossa Senhora de Fátima:

Praça Dorival Rigodanzo:

Estacionamos a Formosa em frente a secretaria de turismo da cidade e fomos até a RKV Turismo, que atua em uma sala anexa. Ali o Júnior nos atendeu e nos encaminhou até o veículo 4×4 da empresa, com o qual seguimos até o Parque Estadual do Turvo, onde fica o Salto do Yucumã.

*Vale destacar que é possível ir até o Parque Estadual do Turvo com veículo particular. São aproximadamente 3 quilômetros de estrada asfaltada entre o centro da cidade e o acesso ao parque. Da entrada do parque até a trilha que leva ao Salto do Yucumã são cerca de 15km de estrada de terra.

Parque Estadual do Turvo – Salto do Yucumã

Local: Derrubadas – RS
Telefone: (55) 3616-3006
E-mail: parque-turvo@sema.rs.gov.br
Site: www.parquedoturvo.wordpress.com
Funcionamento: Quinta a segunda das 8h00 às 16h00
Ingresso: R$ 17,10
Tempo médio de visitação: 4 horas

Desembarcamos no Centro de Visitantes Biólogo Carlos Porto da Silva.

Ali assistimos um breve vídeo sobre o Parque do Turvo e o Salto do Yucumã e pudemos conhecer alguns dos animais que habitam esta região.

O Parque Estadual do Turvo é a maior reserva florestal do Rio Grande do Sul, ocupa uma área de 17.500 hectares e conta com mais de 700 espécies de plantas, quase 30 espécies de mamíferos de médio e grande porte e cerca de 300 tipos de aves.

Vale ressaltar que a área de preservação no lado argentino é de aproximadamente 250 mil hectares, e segue dali até as Cataratas do Iguaçu.

Da entrada do parque percorre-se cerca de 15km de estrada de terra até chegar na trilha que leva ao Salto do Yucumã.

Olha que bacana o veículo que nos transportou:

Yucumã em tupi-guarani significa “O Grande Roncador” e assim que desembarcamos do veículo entendemos o motivo. O som da gigantesca queda d’água é forte e imponente, fazendo-se ouvir a uma longa distância… mesmo em épocas de cheias!

No local onde se encerra a estrada de chão existem banheiros, churrasqueiras, mesas e banquinhos, tudo bem preservado.

Não existem lanchonetes ou restaurantes no local, por isso é importante levar água e comida, além do protetor solar.

Deste ponto inicia-se uma pequena trilha que segue até o Rio Uruguai.

Conforme nos aproximávamos a emoção tomava conta, e a sensação ao ver pela primeira vez o Salto do Yucumã é algo indescritível.

O Salto do Yucumã é a maior queda d’água longitudinal do planeta, com 1.800 metros de extensão.

Mesmo com a cheia, provocada pela represa acima, a queda estava visível com aproximadamente 2 metros de altura.

Em períodos de seca a queda d’água atinge até 12 metros, sendo que antes da construção da represa alguns pontos superavam os 20 metros de altura.

A cortina de água que o Salto do Yucumã forma ocorre porque toda a água do Rio Uruguai cai em uma falha geográfica que varia de 90 a 120 metros de profundidade.

Além de apreciar a paisagem, nos permitimos pisar nestas pedras e molhar os pés em um dos locais mais lindos do mundo, a fim de nos beneficiarmos com a energia local.

O lugar é realmente fantástico, com uma energia ímpar, mesmo com o Rio Uruguai estando um pouco cheio.

Em determinadas épocas, com as comportas da hidrelétrica totalmente abertas, o salto pode ficar completamente submerso e boa parte do Parque do Turvo também, então podemos dizer que tivemos muita sorte por ver as quedas.

O Salto do Yucumã fica na verdade no lado argentino e lá ele é chamado de Saltos del Moconá, porém, o melhor ponto para apreciar a queda é do lado brasileiro, por ser mais baixo, o que possibilita uma vista total.

Do lado argentino existem passeios de barco que levam os visitantes bem próximo das quedas, além de travessias em veículos com tração 4×4, atividades de sobrevivência em plena selva, turismo de estadia com cavalgadas, caminhadas, passeios em jipe, canoagem e serviços artesanais e caseiros. É, devemos tirar o chapéu para os hermanos.

Mais algumas fotos deste lugar incrível!

Além da joaninha, muitas borboletas estavam no local.

É muito bonito também apreciar as pedras, que parecem esculturas e são modeladas com a força das águas.

Realmente não existem palavras capazes de descrever o simples fato de sentar e apreciar esta maravilha da natureza.

Eis que chegou o momento de nos despedir do Grande Roncador.

Seguimos pela trilha até o estacionamento onde o veículo nos aguardava.

Quando nos aproximamos para embarcar, um simpático senhor, o qual é responsável pela manutenção do parque, nos explicou mais a respeito do lugar e nos guiou por outra trilha.

Vimos esta árvore com um buraco em seu tronco:

Ficou curioso para saber o que tem ali dentro? Pois é, nós ficamos e fizemos uma foto ali dentro:

Enfim, esta segunda trilha nos levou até o início do Salto do Yucumã, bem ali, onde estão aqueles matos no meio do rio:

Por conta da cheia esta parte está encoberta pelas águas, mas conforme nos explicou o senhor que até ali nos guiou, antes da construção da barragem toda esta parte coberta de água até os matos era seca e podia-se, inclusive, atravessar o rio até a Argentina, contornando o Salto do Yucumã, com a água batendo na altura da cintura.

Assim que retornamos à cidade de Derrubadas uma chuva veio nos recepcionar e nos acompanhou, aumentando gradativamente, até Palmitinho, onde vamos pernoitar pela segunda noite consecutiva.

Bom, este dia foi especial para nós, pois hoje atingimos o segundo destino principal da expedição (o primeiro era o Sítio arqueológico de São Miguel Arcanjo) e pudemos presenciar uma maravilha da natureza.

Infelizmente existem projetos para a construção de mais uma represa hidrelétrica, esta, ficaria a pouco mais de 50 metros do Salto do Yucumã e iria acabar de vez com esta obra prima natural. Muitos, assim como nós, são contra a construção desta barragem e a destruição, não apenas do Salto do Yucumã, mas de boa parte de área nativa preservada, mas, infelizmente habitamos um mundo onde a soberba e arrogância predominam a mente do maior predador de todos: o homem.