Passeio de Barco em Paraty – RJ: Ilha da Pescaria, Praia Vermelha e os Encantos da Baía de Paraty

Aproveitamos um domingo ensolarado para embarcar em um passeio de barco inesquecível pela Baía de Paraty (RJ), um dos destinos mais encantadores do litoral sul do Rio de Janeiro. A bordo do Barco Nícolas, navegamos por águas calmas e cristalinas, explorando verdadeiros paraísos naturais como a Ilha da Pescaria, famosa por sua rica biodiversidade marinha, a charmosa Praia Vermelha, a histórica Ilha do Mantimento e a exclusiva Praia do Jurumirim. Pelo caminho, vivenciamos encontros emocionantes com tartarugas marinhas, peixes coloridos, pássaros tropicais, lagartos curiosos e até uma simpática cutia, em um dia que uniu natureza, tranquilidade e descobertas em meio às belezas da Baía de Paraty.

O domingo amanheceu ensolarado em Paraty (RJ), um dia perfeito para explorar as águas cristalinas da Baía de Paraty e suas ilhas paradisíacas em um inesquecível passeio de barco.

Lembra do Barco Nícolas, que fotografamos ontem? Pois é! Não queríamos estragar a surpresa, mas logo após as fotos já havíamos combinado com o simpático Ubiraci, proprietário da embarcação, um passeio pela Baía de Paraty para este domingo.

E não é que até São Pedro colaborou? O dia amanheceu radiante, ideal para nossa aventura pelas águas tranquilas e translúcidas da Baía de Paraty.

Animados com o verdadeiro “céu dos Simpsons”, deixamos a Formosa repousando no aconchego da garagem do hotel, no coração do centro histórico de Paraty, e seguimos a pé até o Cais de Turismo Amyr Klink.

O Cais Turístico de Paraty recebeu esse nome em homenagem ao renomado navegador e escritor brasileiro Amyr Klink, que partiu justamente de Paraty para algumas de suas mais audaciosas viagens solitárias ao redor do mundo, incluindo a travessia do Atlântico a remo em 1984.

Ao chegar ao cais, fomos recebidos pelo sorridente Ubiraci, mais conhecido como Bira, que já nos aguardava com o Barco Nícolas preparado para a aventura, conforme combinado no dia anterior.

Após alguns minutos de conversa, embarcamos e partimos rumo à exploração dos sete mares, ou melhor, das encantadoras águas da Baía de Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro.

Em poucos instantes, o charmoso centro histórico de Paraty, com suas construções coloniais preservadas que parecem ter parado no tempo, ficou para trás, dando lugar a um cenário deslumbrante.

Enquanto o Barco Nícolas deslizava serenamente, as imponentes montanhas da Serra da Bocaina formavam um cenário natural impressionante, abraçando o centro histórico de Paraty, RJ. O contraste entre o verde intenso da Mata Atlântica e o azul do oceano criava uma harmonia perfeita entre natureza exuberante e patrimônio cultural.

A Baía de Paraty está situada dentro da Baía da Ilha Grande (sim, uma baía dentro da outra) e abriga cerca de 65 ilhas e inúmeras praias paradisíacas, totalizando aproximadamente 180 quilômetros de litoral.

Dito isso, fica claro que um único dia é insuficiente para conhecer todas as belezas da região. Diante de tantas opções de passeio, deixamos a escolha dos destinos nas mãos do experiente marinheiro e guia Ubiraci, que nos conduziria aos lugares mais bonitos e imperdíveis, aproveitando metade da manhã e toda a tarde.

Assim, nossa única preocupação era registrar belas fotos e cuidar do FredLee, garantindo que ele não caísse no mar antes de o barco ancorar com segurança.

Por estar protegida do mar aberto, a Baía de Paraty possui águas extremamente calmas, com ondas raras, formadas apenas pela passagem de outras embarcações.

Entre as diversas ilhas que compõem a baía, a maioria é de propriedade particular. Algumas abrigam comunidades locais, outras pequenas praias isoladas, e várias oferecem ótimos pontos de mergulho, com águas cristalinas e peixes coloridos.

Além disso, ao redor da Baía de Paraty, no continente, há uma infinidade de praias, algumas com estrutura para receber visitantes e outras praticamente desertas, ideais para quem busca tranquilidade e contato direto com a natureza.

É possível explorar as águas da Baía de Paraty e da Baía da Ilha Grande por meio de escunas, lanchas privativas ou barcos conduzidos por moradores locais.

Optamos pela última opção: o barco de um nativo. Essa escolha nos proporcionou privacidade, roteiro personalizado, flexibilidade de horários e a liberdade de levar nossos próprios alimentos e bebidas, tudo isso aliado à experiência e ao profundo conhecimento regional do capitão. Sem contar a simpatia do Bira.

Cerca de uma hora após partirmos do Cais de Turismo Amyr Klink, chegamos ao primeiro destino tão aguardado: a Ilha da Pescaria. Nosso guia, Bira, prometia uma experiência incrível nesse ponto do passeio.

Assim que o Barco Nícolas ancorou na Ilha da Pescaria, pudemos confirmar imediatamente que Bira estava certo.

Localizada entre a Praia da Lula e a Praia Vermelha, a Ilha da Pescaria é uma das mais charmosas e procuradas nos passeios de barco em Paraty, RJ. É famosa por suas águas cristalinas e pela rica biodiversidade marinha, especialmente pelos cardumes de peixes conhecidos como sargentinhos, que encantam os mergulhadores.

Assim que o Barco Nícolas ancorou, a Sayo já estava na água, com um sorriso enorme no rosto, cercada por centenas (talvez milhares) de peixes de diferentes cores e tamanhos.

Essa abundância marinha deu origem ao nome da ilha, Ilha da Pescaria, tradicionalmente associada à atividade pesqueira local.

Mergulhar em águas límpidas, com visibilidade quase total e cercado por tanta vida marinha, é uma experiência verdadeiramente surreal.

Vale lembrar que a Ilha da Pescaria é de concessão privada, portanto não permite embarque ou desembarque, mas o mergulho em suas águas ao redor é liberado.

Aproveitamos cada minuto ao máximo, nos divertindo nas águas transparentes da Ilha da Pescaria. Quando menos percebemos, já era hora do almoço.

Como tivemos a opção de levar nossa própria comida para o passeio de barco pela Baía de Paraty, durante a manhã compramos algumas delicatéssen (não sei o que essa palavra significa, mas vi ela escrita esses dias em uma padaria pela qual passamos, achei bonita e acredito que combina com a frase, além de dar um ar sofisticado ao blog de um casal de motoqueiros malvadões), frutas frescas água e, claro, um bom vinho branco seco, mantido na temperatura ideal na caixa térmica cheia de gelo, gentilmente fornecida pelo comandante Bira.

Devidamente alimentados e renovados, voltamos a mergulhar nas águas da Ilha da Pescaria, que mais parecia um cenário de filme.

O tempo voou, como sempre acontece em momentos especiais. E quando a embarcação Belíssima ancorou ao nosso lado, trazendo um simpático tripulante de quatro patas, era hora de nos despedirmos desse paraíso. Obrigado, Ilha da Pescaria! Que lugar mágico!

De corpo e alma lavados, retomamos a navegação pelas águas da Baía de Paraty, um dos maiores santuários ecológicos do Brasil.

Logo avistamos nosso próximo ponto: a bela Praia Vermelha, um refúgio natural escondido entre as montanhas da Mata Atlântica.

A Praia Vermelha de Paraty está localizada no continente, mas só é acessível por barco, o que ajuda a preservar sua tranquilidade e beleza intocada.

Famosa por suas águas cristalinas e pela tonalidade avermelhada da areia e das rochas, que se intensifica ao pôr do sol, a Praia Vermelha é perfeita para quem busca relaxar em um ambiente de paz.

No local, há pequenos restaurantes e quiosques que servem petiscos e bebidas, funcionando como paradas tradicionais para escunas e lanchas, uma experiência gastronômica à beira-mar.

Com águas calmas e transparentes, a Praia Vermelha é ideal para nadar, praticar stand-up paddle, snorkeling ou caiaque.

A vegetação nativa oferece sombra natural, criando recantos perfeitos para descanso e contemplação.

Após caminhar pelas areias douradas e nos refrescar nas águas calmas, seguimos viagem pela Baía de Paraty.

Passamos pela Ilha do Mantimento, que abriga uma curiosa construção do período colonial, uma mistura entre castelo e forte.

Segundo Bira, a edificação foi erguida para armazenar mantimentos trazidos de Portugal quando a maré impedia a navegação até o porto de Paraty, daí o nome “Ilha do Mantimento”.

A ilha conserva uma vegetação densa e intocada, abrigando diversas espécies silvestres, inclusive o mico-leão-dourado, símbolo da conservação da fauna brasileira.

Ancoramos em um ponto estratégico, ideal para observar a vida selvagem.

Enquanto aguardávamos algum mico aparecer, nos encantamos com os peixes coloridos ao redor do barco.

E com o brilho da plumagem vermelha do tiê-sangue (também chamado de sangue-de-boi ou tiê-fogo), que se destacava entre o verde da floresta.

Avistamos ainda um ágil lagarto e, inspirados, lançamos uma banana que havia sobrado na esperança de atrair um mico.

No entanto, quem apareceu foi uma esperta cutia, que não perdeu tempo em garantir o lanche.

Hoje não foi o dia dos micos, mas a sorte ainda nos reservava uma surpresa. Seguimos então rumo à Praia do Jurumirim.

Ancoramos próximo à praia, propriedade particular de Amyr Klink, quando algo se moveu nas águas claras: uma tartaruga marinha!

Ela nadava graciosamente entre nós. Tentei fotografá-la, mas fui mais lento que a própria tartaruga, culpa do balanço do barco (ou talvez do vinho).

Com essa aparição especial, o dia já estava completo. Hora de retornar à terra firme.

No caminho de volta, passamos pelo Forte da Ponta Grossa, que provavelmente trocava sinais com o Fortim da Ilha do Mantimento, localizado em frente, ambos vestígios do sistema defensivo colonial da antiga Vila de Paraty.

Ao nos aproximarmos novamente do centro histórico de Paraty, vimos as nuvens carregadas encobrindo o pôr do sol e provocando chuvas sobre a Serra do Mar.

No fim da tarde, nos despedimos de Ubiraci, que ao timão do Barco Nícolas nos proporcionou um dia inesquecível pela Baía de Paraty.

De volta à terra firme, caminhamos sob o céu cinzento pelas ruas de pedra com calçamento pé-de-moleque do centro histórico de Paraty até o hotel.

Após um banho quente, saímos para jantar e, no retorno, fomos surpreendidos pela chuva fina da noite, que veio como uma bênção refrescante.

Encerramos o domingo com chave de ouro, em uma animada disputa de dominó, relembrando cada momento desse passeio memorável por um dos lugares mais fascinantes do litoral brasileiro.