Argentina • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán • Famaillá • San Miguel de Tucumán • Tucumán
Dia 17: Tafí del Valle – Tucumán – Argentina a San Miguel de Tucumán – Tucumán – Argentina
29 de Setembro, 2019Buen día Tafí del Valle!
Após nos deliciar com as gostosuras argentinas no café da manhã carregamos a Formosa e nos despedimos do centro da pequena e agradável cidade pela Ruta Provincial 307.
Alguns quilômetros após passar pelo trevo de acesso a El Mollar a paisagem ao redor da rodovia começa a mudar gradativamente.
As cores ganham mais vida e a vegetação rasteira dá espaço a grandes árvores.
Logo estamos cercados por uma densa selva, rodando por uma estrada que serpenteia por entre as montanhas.
Asfalto em ótimo estado de conservação, rodovia estreita e sem acostamento, curvas fechadas e um cenário de tirar o fôlego… um verdadeiro paraíso para os motociclistas.
Mas a atenção deve ser redobrada, principalmente pelo elevado número de animais soltos pela pista.
Um ótimo passeio para ser feito sem pressa, contemplando cada curva vencida.
E apreciando a natureza ao redor, como o Río la Angostura.
Logo chegamos em um ponto de contemplação, o Mirador de la Cruz.
O local abriga o santuário Virgen de Las Flores e proporciona uma linda vista da sinuosa RP 307 e da Quebrada Los Sosa.
Após a breve pausa voltamos à estrada.
Que estrada sensacional!
Apreciada não apenas por motociclistas, mas também por ciclistas, que encaram a íngreme e extensa subida.
Na sequência paramos em outro ponto de apreciação, desta vez El Chasqui del Incario, mais conhecido como El Indio.
O local conta com estacionamento, banheiros, lanchonetes e lojas de artigos diversos.
A palavra chasqui vem do idioma quechua e significa mensageiro.
A escultura de 6 metros de altura instalada em 1943 é obra do artista Enrique Prat Gay.
Ao amanhecer um sacerdote indígena se ajoelha ante o sol e um poeta lhe oferece música e canto.
Vista do local:
Ali conhecemos dois simpáticos casais de motociclistas argentinos, trocamos uma ideia e seguimos por rumos distintos.
Algumas curvas depois atingimos os 360 metros acima do nível do mar.
Incrível! Em apenas 50km descemos mais de 1.600 metros, uma vez que partimos de uma altitude próxima aos 2.000 metros do nível do mar (Tafí del Valle).
Em Santa Lucía me equivoquei no trevo entre a Ruta Provincial 307 e a Ruta Provincial 324 e acessei a segunda por engano. Ao menos o erro rendeu uma bela foto:
Poucos metros depois me dei conta do erro, confirmei no GPS e retornamos à RP 307.
Pela qual rodamos o entroncamento com a Ruta Nacional 38.
A rodovia nacional nos levou até Famaillá.
Famaillá é conhecida como a Capital Nacional da Empanada, atualmente abriga cerca de 25.000 habitantes e seu nome deriva da língua quechua, tendo como significado Povo da Mãe Luz.
Monumento a Mercedes Sosa, famosa cantora argentina que nasceu na cidade de San Miguel de Tucumán em 1935:
Com a temperatura na casa dos 40 °C passamos em frente ao pórtico da cidade.
E então chegamos no Parque Temático Histórico Ciudad de Famaillá, também conhecido como Parque Temático del Bicentenario.
Parque Temático Histórico Ciudad de Famaillá
Local: Ruta Provincial 301 | Centenario | Famaillá – Tucumán – Argentina
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 30 minutos
O Parque Temático Histórico del Bicentenario foi inaugurado em 2010 e conta com diversas réplicas de edifícios históricos, além de um centro gastronômico e lojas de artesanato.
Iniciamos o passeio pelo parque contemplando o monumento dedicado ao primeiro grito de liberdade.
A estátua, representada por um índio rompendo as algemas, é rodeada pelas bandeiras de diversos países da América do Sul, os quais conquistaram sua independência no início do século XIX.
Depois acessamos o Camino de Buenos Aires, onde fica uma réplica do primeiro cabildo da capital argentina.
Ao lado do cabildo fica a Pirámide de Mayo, réplica do monumento mais antigo da cidade de Buenos Aires.
Na sequência está a réplica da Casa Histórica de la Independencia.
O parque abriga também o Museo de la Industria Azucarera.
O setor açucareiro está diretamente ligado ao surgimento e desenvolvimento de várias cidades nesta região do país.
Por fim chegamos ao local destinado a homenagear a independência argentina.
Famaillá promove anualmente a Festa Nacional da Empanada e curiosamente o evento estava ocorrendo hoje na cidade, porém, com uma temperatura escaldante e nós trajados com as roupas de viagem, optamos por voltar a rodar até chegar em um ar condicionado San Miguel de Tucumán.
Foram poucos quilômetros pela rodovia duplicada até chegarmos na capital provincial.
Uma vez em San Miguel de Tucumán acionamos o GPS para ele nos guiar até o hotel, e o danado nos mandou por uma rua onde ocorria uma feira popular.
No início as peças expostas estavam longes uma das outras, mas depois começaram a surgir diversas barraquinhas e várias pessoas caminhando entre elas… o caminho foi se estreitando e sob o olhar curioso dos transeuntes vencemos a feira.
Enfim chegamos ao hotel, onde colocamos uma roupa mais leve e partimos conhecer um pouquinho do centro de San Miguel de Tucumán, começando a exploração pela Plaza Independencia.
San Miguel de Tucumán y Nueva Tierra de Promisión foi fundada em 1565 pelo espanhol Diego de Villarroel em um local chamado pelos nativos de Ibatín.
Embora a cidade tenha crescido rapidamente, os repetidos ataques dos índios diaguitas, as constantes inundações e as febres de malária convenceram o então governador Díaz de Andino a pedir ao rei Carlos II da Espanha a autorização para mudar a cidade para sua localização atual, aos pés da colina de San Javier. A mudança ocorreu em setembro de 1685.
San Miguel de Tucumán foi o berço da declaração e assinatura do ato de Independência da Argentina, no dia 9 de julho de 1816.
Com mais de 500.000 habitantes atualmente, a cidade está a 450 metros acima do nível do mar e é terra natal de personagens marcantes na história argentina, dentre eles Juan Bautista Alberdi, Nicolás Avellaneda, Lola Mora e Mercedes Sosa.
Localizada no coração da capital provincial, a Praça Independência é bem arborizada e abriga em seu centro a estátua de La Libertad, obra da artista Lola Mora.
Nas cercanias da praça principal fica a Casa de Gobierno.
Declarada Monumento Histórico Nacional, a Casa de Governo de Tucumán foi construída entre 1908 e 1910, sendo inaugurada em 1912.
Em frente à Casa de Governo estava sendo montando um enorme palco, para as comemorações ao dia da província de Tucumán, que é hoje.
A edificação foi erguida para substituir o antigo cabildo durante os anos de modernização da cidade, devido a nova e crescente indústria açucareira, que transformava a província de Tucumán na mais importante do norte argentino.
Seu estilo arquitetônico combina o barroco francês com o classicismo italiano.
Bem próximo da Casa de Gobierno fica a Catedral Basílica de San Francisco, que estava fechada para reformas.
A atua Iglesia de San Francisco foi consagrada em 1891 é um dos templos religiosos mais importantes de Tucumán.
Foi nesta igreja que ocorreu a cerimônia solene vinculada com o Congresso da Independência quando, no dia 24 de março de 1816, os deputados imploraram ajuda divina.
A igreja também serviu como hospital improvisado do Ejército del Norte, liderado por Manuel Belgrano, durante a Batalla de Tucumán.
Nas cercanias da Praça Independência existem vários casarões de época.
E também diversos restaurantes, lanchonetes e padarias.
Motoqueiro malvadão com um copo enorme de cerveja IPA licuado de frutilla e um pedacinho da tradicional torta de Tucumán, María Luisa:
Após o lanchinho voltamos à caminhada e passamos pela Catedral de Tucumán, que também estava fechada.
Declarada Monumento Nacional em 1941, a atual Catedral Nuestra Señora de la Encarnación foi consagrada em 1856.
A história da catedral registra um violento episódio ocorrido no dia 12 de junho de 1887, quando revolucionários que derrubaram Juan Posse invadiram a igreja disparando suas armas em meio a uma missa do governo.
Seguimos caminhando pelo centro da capital de Tucumán, que conta com vários calçadões.
Passamos em frente ao Museo de Arte Sacro, que estava cerrado.
E adentramos no Museo Histórico de la Província.
Museo Histórico de la Província – Presidente Nicolás Avellaneda
Local: Congreso, 56 | Centro | San Miguel de Tucumán – Tucumán – Argentina
Telefone: +54 0381 431-1039
E-mail: museoavellaneda@gmail.com
Funcionamento: Segunda a sexta das 9h00 às 12h30 e das 15h30 às 19h30 | Sábado e domingo das 15h30 às 19h30
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 30 minutos
O museu funciona na chamada Casa Avellaneda que foi construída entre os anos de 1836 e 1837 para residência do então governador José Manuel Silva, avô materno de Nicolás Avellaneda, que logo se tornaria presidente da Argentina.
O museu conta com aproximadamente 10.000 peças distribuídas em diversas seções.
Conhecido o Museo Histórico Nicolás Avellaneda retomamos a caminhada pela área central de San Miguel de Tucumán.
E logo chegamos no Museo Casa Histórica de la Independencia.
Museo Casa Histórica de la Independencia – Museo de la Independencia Argentina
Local: Congreso, 141 | Centro | San Miguel de Tucumán – Tucumán – Argentina
Telefone: +54 0381 431-0826
E-mail: museo@casadelaindependencia.cultura.gob.ar
Site: https://casadelaindependencia.cultura.gob.ar/
Funcionamento: Segunda a sexta das 10h00 às 18h00 | Sábado e domingo das 10h30 às 17h30
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 1 hora
A casona colonial que abriga o monumento mais venerado da Argentina foi construída nos fins do século XVIII, declarada Monumento Histórico Nacional em 1941 e tornou-se museu em 1943.
Atualmente o Museo Casa Histórica de la Independencia oferece oficinas, exposições, palestras, experiências sensoriais e visitas guiadas, onde é possível apreciar cerca de 700 peças de seu acervo.
O passeio pelo museu nos faz conhecer a vida cotidiana em Tucumán durante o século XIX, a história do vice-reinado do Rio da Prata, a ideologia da independência e as lutas pela emancipação dos territórios americanos.
Caminhando pelo interior da histórica casa refletimos sobre os mais de 200 anos de história e formação da atual identidade de nosso país vizinho.
O local de maior destaque no museu é o Salón de la Jura, que permanece em estado original, onde se declarou a Independência da Argentina no dia 9 de julho de 1816.
Nas paredes estão pendurados retratos dos membros do Congresso de Tucumán, no centro uma mesa e as poltronas utilizadas no momento da assinatura do documento de independência.
Do Museo de la Independencia Argentina passamos pela Praça do Bicentenário.
E também pela Iglesia Santo Domingo, mais conhecida como Basílica Menor Nuestra Señora del Rosario, fundada em 1884.
Sua fachada neoclássica com reminiscências italianas a tornam uma das mais belas igrejas do noroeste argentino.
Infelizmente esta igreja também estava fechada.
Na sequência passamos por diversas edificações de época.
E chegamos no Museo Provincial de Bellas Artes Timoteo Navarro.
Museo Provincial de Bellas Artes Timoteo Navarro
Local: 9 de Julio, 44 | Centro | San Miguel de Tucumán – Tucumán – Argentina
Telefone: +54 0381 422-7300
E-mail: museotimoteonavarro@gmail.com
Funcionamento: Segunda a sexta das 9h00 às 12h30 e das 15h30 às 19h30 | Sábado e domingo das 15h30 às 19h30
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 30 minutos
Instalado em um edifício de influência francesa construído em 1905, o museu abriga um acervo com mais de 900 obras de artistas nacionais e internacionais.
Na sequência passamos em outro museu, desta vez o Museo Folklórico Provincial General Manuel Belgrano.
Museo Folklórico Provincial General Manuel Belgrano
Local: 24 de Septiembre, 565 | Centro | San Miguel de Tucumán – Tucumán – Argentina
Telefone: +54 0381 421-8250
E-mail: museofolklorico.tucuman@gmail.com
Funcionamento: Terça a sexta das 9h00 às 12h30 e das 15h30 às 19h30 | Sábado e domingo das 15h30 às 19h30
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 30 minutos
A edificação onde fica o museu foi construída em meados dos anos 1730 e é um dos exemplares mais antigos da arquitetura nortenha.
Como o nome sugere, o Museu Folclórico, inaugurado em 1943, aborda diversas temáticas relacionadas ao folclore local e regional.
Seu acervo é composto por elementos de artesanato, objetos talhados em madeira, peças construídas em couro e cerâmica e uma incrível coleção têxtil.
O local também conta com uma sala dedicada exclusivamente à artista Mercedes Sosa.
Após conhecer um pouquinho do folclore regional fomos até o enorme Parque 9 de Julio.
Inaugurado no centenário da independência da Argentina (1916) o parque tem seu nome em homenagem a esta importante data.
O Parque 9 de Julio abriga o lago San Miguel, mais de 20 esculturas, relógio de flores, relógio solar, roseiral, instalações da Universidade Nacional de Tucumán, camping municipal, o Museo de la Industria Azucarera: Casa Obispo Colombres, dentre outros.
Após percorrer algumas ruas dentro do parque fomos conhecer o Museu da Indústria Açucareira.
MIA – Museo de la Industria Azucarera: Casa Obispo Colombres
Local: Parque 9 de Julio | Centro | San Miguel de Tucumán – Tucumán – Argentina
Telefone: +54 381 452-2332
E-mail: web@sanmigueldetucuman.gov.ar
Funcionamento: Terça a sexta das 9h00 às 12h30 e das 15h00 às 18h30 | Sábado e domingo das 10h00 às 13h30 e das 14h30 às 18h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 45 minutos
O museu conta a história da indústria açucareira de uma maneira didática através de material audiovisual, jogos lúdicos e visitas guiadas.
O enorme casarão que abriga o museu foi construído no início do século XIX e ali residiu José Eusebio Colombres, quem instalou em 1821 o primeiro engenho de açúcar de Tucumán.
A indústria açucareira foi a principal responsável pela evolução econômica desta região argentina e em 1950 a província de Tucumán abrigava 26 engenhos como este.
A noite se aproximava quando deixamos o museu e retornamos ao hotel para descansar.
Trajeto percorrido no dia:
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Olá… tem que ter um cuidado especial na estrada, muito gado solto… A cidade de San Miguel de Tucumán, tem 500.000 habitantes, uma cidade considerada grande e deve ter muitas atrações para visitar… abraços
Sim, estamos sempre alerta. Além do gado é comum encontrar guanacos na região dos Andes e mais para baixo tem muito cabrito solto. San Miguel de Tucumán é uma cidade histórica e de suma importância na história da independência da Argentina, infelizmente tivemos pouco tempo para conhecer a cidade e focamos mais na área central mesmo. Abraços.
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.