Amaicha del Valle • Argentina • El Mollar • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán • Tafí del Valle • Tucumán
Dia 16: Cafayate – Salta – Argentina a Tafí del Valle – Tucumán – Argentina
28 de Setembro, 2019Após o café da manhã nos despedimos do centro de Cafayate.
Partimos pela lendária Ruta 40 rodeados por uma incrível paisagem.
Logo chegamos na pequena Tolombón.
Dali foram poucos quilômetros até cruzarmos a divisa entre Salta e Tucumán.
Mais uma província argentina para a conta!
Cerca de 50km após partir de Cafayate acessamos uma estrada de rípio, tendo como destino as Ruínas de Quilmes.
O rípio do trecho de aproximadamente 5km é composto por pequenas e grandes pedras soltas, terra e areia fofa.
Depois de algumas reboladas da Formosa chegamos ao sítio arqueológico.
Ciudad Sagrada de Quilmes
Local: Ruta Nacional 40 – Km 4340 | Valles Calchaquíes | Amaicha del Valle – Tucumán – Argentina
Telefone: +54 0381 203-2399
E-mail: ciudadsquilmes@gmail.com
Funcionamento: Todos os dias das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00
Ingresso: $ 100
Tempo médio de visitação: 2 horas
Com a Formosa devidamente estacionada na sombra iniciamos a exploração do local pelas lojas que vendem artesanato, produtos regionais, lanches e bebidas.
Na sequência fomos ao Centro de Interpretación de la Ciudad Sagrada de los Quilmes.
O centro de interpretação abriga um museu onde estão expostas algumas réplicas de vestimentas, adornos, armas, ferramentas, utensílios e demais objetos utilizados pelos Quilmes.
Conhecido o museu partimos caminhar pelas estreitas vielas da cidade sagrada.
Nos anos 800 os Quilmes, ou Kilmes, formavam uma das civilizações pré-hispânicas mais importantes dos povos Calchaquíes.
Localizada no alto do Cerro Alto del Rey, com 1.850 metros de altitude, a Cidade Sagrada dos Quilmes chegou a abrigar 3.000 habitantes em sua área urbana e mais de 10.000 nos arredores.
Segundo o guia apenas 10% do total das construções foram refeitas, o que nos faz imaginar a imensidão do local em seu período de auge.
Um fato que chama muito a atenção na Cidade Sagrada dos Quilmes é seu avançado sistema de irrigação.
Diversas barragens eram construídas visando represar a água, que seguia por canalizações feitas com pedras e garantia a irrigação da terra, gerando a produção de alimentos durante todo o ano, inclusive em períodos de seca.
A cidade contava com duas fortalezas defensivas para proteção dos ataques de tribos inimigas, que posteriormente passaram a proteger a população de ataques dos espanhóis.
Os Quilmes foram os últimos povos a serem massacrados conquistados pelos espanhóis, fato que ocorreu apenas em 1667, quando os poucos sobreviventes foram obrigados a caminhar até Buenos Aires, sem água e comida.
Obviamente a maioria dos peregrinos morreu durante esta melancólica jornada e apenas pouco mais de 400 nativos, bastante enfermos, chegaram ao destino.
As Ruínas de Quilmes são consideradas os resquícios pré-colombianos mais antigos e importantes de toda a Argentina.
Após a visita à Ciudad Sagrada de los Quilmes voltamos a rodar.
Retornamos para a Ruta Nacional 40 e cerca de 2 quilômetros adiante acessamos a Ruta Provincial 307.
Vencemos cerca de 13km da estrada provincial que, neste trecho, está em péssimo estado de conservação e então chegamos em Amaicha del Valle.
Ao lado do trevo de acesso à cidade fica o Museo de la Pachamama.
Museo de la Pachamama
Local: Ruta Provincial 307 – Km 118 | Centro | Amaicha del Valle – Tucumán – Argentina
Telefone: +54 0389 242-1004
Funcionamento: Todos os dias das 8h30 às 18h30
Ingresso: $ 200
Tempo médio de visitação: 45 minutos
O Museo Pachamama, também conhecido como La Casa de Piedra, foi criado em 1996 pelo artista plástico Héctor Cruz, descendente de nativos dos Valles Calchaquíes.
Em seus 10.000 metros quadrados estão meticulosamente distribuídas salas de geologia, antropologia e ciências naturais.
Além de exposições de pinturas, esculturas e tapeçarias com motivos religiosos, culturais e sociais das diferentes civilizações que habitaram o Valle Calchaquí.
Nas áreas externas é possível apreciar símbolos mitológicos e grandes esculturas de deuses milenares.
Esculturas feitas com quartzo de diversas cores.
Sob o olhar atento e após responder um interrogatório diversas perguntas a respeito da Formosa de alguns senhores e senhoras que desembarcavam de um ônibus de turismo vindo de Buenos Aires, subimos na moto e fomos até o centro da cidade.
Amaicha del Valle está localizada a 2.000 metros de altitude, abriga atualmente uma população de aproximadamente 5.000 habitantes e é uma cidade na qual 360 dias do ano são ensolarados.
Contornamos a praça principal da cidade e passamos em frente à Iglesia de San Ramón Nonato, que começou a ser construída em 1888.
Após o breve passeio pelas ruas centrais partimos de Amaicha del Valle pela sinuosa e esburacada Ruta 307.
A situação da rodovia é horrível, mas a beleza da Cuesta de los Cardones é fenomenal e recompensadora.
Após alguns quilômetros finalmente o estado de conservação do asfalto melhorou e a viagem se tornou ainda mais agradável.
Logo chegamos em Abra del Infiernillo, que une o Valle Calchaquí com o Valle de Tafí a uma altitude de 3.042 metros acima do nível do mar, sendo o local transitável mais alto da província de Tucumán.
A expressão Abra se refere a um pequeno vale e é muito comum na Argentina, sendo um termo herdado dos marinheiros espanhóis.
Já a palavra Infiernillo compõem o nome do local devido às dificuldades encontradas no passado para acessar a região.
As paisagens ao redor desta rodovia são encantadoras.
Cada curva vencida nos proporciona novos ângulos de um cenário magnífico.
Aos poucos vamos avistando o azul escuro das águas que preenchem o esbelto Dique La Angostura contrastando com o tom amarelo esverdeado das montanhas ao seu redor.
E logo chegamos em Tafí del Valle.
O nome da cidade é proveniente da palavra dieguita Taktikllakta e significa Cidade de Entrada Esplêndida, algo que confirmamos conforme nos aproximávamos de Tafí del Valle.
O primeiro atrativo que fomos conhecer na cidade foi o Museo Jesuítico La Banda.
Museo Histórico La Banda
Local: Avenida Gobernador José M. Silva, 4137 | Tafí del Valle – Tucumán – Argentina
Telefone: +54 0386 742-1685
Funcionamento: Todos os dias das 8h00 às 18h00
Ingresso: $ 50
Tempo médio de visitação: 45 minutos
A menos de 1 quilômetro do centro de Tafí del Valle fica o Conjunto Jesuítico de La Banda, formado por construções do início do século XVII declaradas Monumento Histórico Nacional em 1978.
O local serviu como estância jesuíta a partir de 1718, quando a Companhia de Jesus adquiriu o terreno e construiu o casarão, capela e moinho hidráulico.
Com a expulsão dos jesuítas, a estância foi adquirida pela família Ruiz Huidobro e posteriormente pelo governador José Manuel Silva, quando chegou a abrigar o presidente argentino Nicolás Avellaneda.
Em 1972 o conjunto passou a pertencer ao governo de Tucumán, quando foi convertido em um museu.
O Museo Jesuítico La Banda conta com 6 salas ocupadas por um incalculável patrimônio histórico, religioso e arqueológico.
Diversos objetos pertencentes às culturas indígenas, itens do período colonial e valiosas pinturas da escola cusquenha são alguns dos objetos que compõem o acervo do local, que não pode ser fotografado.
Após a agradável visita guiada pelo museu histórico voltamos a rodar pela RP 307.
E logo passamos a viajar tendo como companhia o Dique La Angostura
Este é o lago artificial mais alto da Argentina e um dos únicos do mundo situado a mais de 2.000 metros de altitude.
O grande reservatório possui uma profundidade máxima de 6 metros e é um local de lazer para os moradores, que aproveitam suas águas para realizar passeios de iate e caiaque, além de praticar a pesca esportiva.
Cerca de 10km após partir do centro de Tafí del Valle chegamos em El Mollar.
Com uma população inferior a 4.000 habitantes, El Mollar se destaca por abrigar diversos resquícios arqueológicos.
Os quais estão expostos no Museo a cielo abierto Los Menhires.
Reserva Arqueológica de Los Menhires
Local: Plaza Principal | El Mollar – Tucumán – Argentina
Telefone: +54 381 430-7678
E-mail: museomenhires@gmail.com
Funcionamento: Terça a domingo das 9h00 às 19h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 45 minutos
O termo menhires tem origem celta e significa pedras longas, sendo men (pedra) e hir (longa).
E é exatamente isso que encontramos na Reserva Los Menhires, enormes pedras (que chegam a medir 4 metros de altura e pesar 4 toneladas) talhadas por indivíduos da cultura Tafí.
A Reserva Arqueológica Los Menhires foi declarada Patrimônio Arqueológico Nacional em 1993 e abriga diversos menhires, também conhecidos como huanca ou wanka, que no idioma quechua diz respeito aos protetores e propiciadores de plantações e gados.
Os wankas expostos foram transportados várias vezes para diversos locais distintos até que no início dos anos 2000 foram levados ao parque onde se encontram hoje, visando sua proteção e preservação.
Em geral sua criação, significado e função estão ligadas às práticas de rituais andinos relacionadas à ancestralidade, ao fornecimento de bens e à fertilidade da terra e dos animais.
Acredita-se que as esculturas pré-históricas tenham sido feitas entre os anos de 820 a.C. e 780 d.C. e seus desenhos impressionam, principalmente levando em conta que neste período não existiam metais e as ferramentas utilizadas para criar as formas eram confeccionadas a base de pedras.
No local também estão expostas algumas pedras modeladas que serviam como ferramentas para moer grãos.
Após conhecer o Parque Los Menhires regressamos à Tafí del Valle.
Rodeada por uma natureza incrível, Tafí del Valle é um dos principais destinos turísticos da província de Tucumán.
Municipalidad de Tafí del Valle:
A localidade que já foi habitada por diversas tribos nativas, inclusive os Incas, atualmente abriga cerca de 12.000 pessoas.
Parroquia Nuestra Señora del Carmen:
Após fotografar a igreja da cidade aguardamos o sol se pôr para então jantar e posteriormente descansar no hotel.
Trajeto percorrido no dia:
Oba! Já são 6 comentários nesta postagem!
Muito obrigado pelo retorno, estou em taffi hj e amanhã sigo para cafayate. Ajudou muito!!!! Abs
Maravilha, que tu tenha um ótimo passeio!
Apenas complementando, de Cafayate para cima (direção norte) a Ruta 40 tem cerca de 30km asfaltados (até San Carlos) e depois o pavimento passa a ser rípio.
Se tu for a Salta pode seguir pela Ruta 68 (Quebrada de Cafayate – Quebrada de las Conchas), a qual é toda asfaltada e cercada por lindas paisagens. Dica: leve água para se hidratar durante este trajeto, pois quando passamos por ele não encontramos nenhum local vendendo bebidas e fazia um calor insuportável.
Bons ventos. Abraços.
Este trecho da ruta 40 entre Tafi e cafayate possui ripio ou e todo asfaltado?
Olá Eduardo!
Todo o trajeto de Tafí del Valle a Cafayate é asfaltado, inclusive o pequeno trecho da Ruta 40.
Apenas a estrada que dá acesso às Ruínas de Quilmes é de rípio (5km).
Abraços…
Mais um dia de visitações a lugares pequenos mas sempre com suas peculiaridades, muito interessante pois são regiões praticamente desconhecida para nós..
Valeu
Sim, lugares fantásticos e com uma receptividade incrível!
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