Argentina • Brasil • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán
Dia 02: São Luiz Gonzaga – RS a Presidencia Roque Sáenz Peña – Chaco – Argentina
15 de Setembro, 2019Bom dia São Luiz Gonzaga!
Após o café da manhã nos despedimos dos amigos motociclistas e deixamos o centro da cidade gaúcha.
Voltamos a acessar a rodovia BR-285 e por ela seguimos sentido oeste.
A paisagem ao redor da rodovia federal é muito bonita, uma pena a estrada estar em um estado de conservação tão ruim, repleta de buracos, trilhos e muitas ondulações.
Aproximadamente uma hora e meia após partir de São Luiz Gonzaga chegamos em São Borja.
Na Terra dos Presidentes completamos o tanque da Formosa, nos hidratamos e partimos rumo à Argentina.
Assim que nos aproximamos da Ponte da Integração os primeiros pingos de chuva começaram a cair.
Aos poucos a garoa foi engrossando até se transformar em uma chuva consistente, que nos acompanhou até a aduana… neste momento lembrei que fiz questão de não colocar as capas de chuva na bagagem, afinal de contas, estamos indo para uma região onde as chuvas são escassas. Enfim, o que a chuva molha, o vento seca (e por vezes gela também, mas não foi o caso).
O processo de entrada na Argentina foi bem tranquilo e rápido. Apresentamos o documento da moto no nome do condutor (caso o veículo esteja financiado é necessário um documento assinado pela financeira), carta verde, carteira nacional de habilitação e cédula de identidade (ou passaporte).
Com a máquina fotográfica devidamente abrigada da chuva (o que explica a ausência de fotos), adentramos no país vizinho. Poucos metros após a aduana tem um pedágio e neste, ao contrário da grande maioria das praças de pedágio da Argentina, motos são taxadas por uma salgada tarifa no valor de R$ 12,00.
O mais interessante é que o pedágio fica na Ruta Nacional 121, pela qual adentramos na Argentina e, após percorrer míseros 7km, ela termina em um entroncamento com a Ruta Nacional 14.
A tarifa é cobrada nos dois sentidos, então caso você esteja planejando retornar da Argentina ao Brasil por este trajeto, não esqueça de guardar alguns pesos ou reais (sim, eles aceitam reales) no bolso para o pedágio sapeca.
Após pagar o pedágio contornamos a cidade de Santo Tomé e acessamos a Ruta Nacional 14 sentido norte, trajeto já conhecido pela Formosa e FredLee.
Passamos por Gobernador Virasoro e logo nos despedimos da Ruta 14, quando a chuva cessou, e seguimos viagem pela Ruta Nacional 120.
Aqui as tão conhecidas retas argentinas começam a dar as boas-vindas e, pela estrada em bom estado de conservação e baixo movimento de veículos, rodamos até o trevo com a Ruta Nacional 12, onde dobramos a esquerda e então a Expedição 2019 começou de fato, pois passamos a percorrer lugares até então desconhecidos por nós.
Com as águas do majestoso Rio Paraná (divisa entre a Argentina e o Paraguai nesta região) ao nosso lado direito e o Parque Nacional Iberá no lado esquerdo seguimos até Ituzaingó – Corrientes.
Ali paramos no Posto YPF para a primeira, de muitas, abastecida da Expedição 2019 em solo argentino.
Dali em diante as nuvens foram se dissipando e uma bela tonalidade de azul passou a colorir o céu.
Com a companhia do Sol seguimos pela região que é muito conhecida pelos pescadores brasileiros, que vem até aqui praticar a pesca de dourados, bagres, pintados, cacharas e outras espécies.
Alguns quilômetros adiante paramos em uma sombra às margens da rodovia para nos hidratar.
Após a breve pausa voltamos a percorrer a Ruta 12.
Em frente ao trevo de acesso a Itatí paramos em outro posto, desta vez não somente para abastecer a Formosa, mas também para nos alimentar.
Em meio ao lanche percebemos uma certa euforia e agitação das pessoas que estavam no local com a chegada de um senhor. A maioria pedia para fazer fotos ao seu lado e outros queriam um autógrafo.
Mais tarde descobrimos que se tratava do cantor do conjunto musical Los Palmeras, um grupo de cúmbia muito famoso na Argentina.
Em meio a uma enorme planície seguimos adelante pela rodovia composta majoritariamente por retas.
Logo passamos por Paso de la Patria, cidade conhecida como o Paraíso dos Dourados e que fica bem em frente ao encontro das águas dos rios Paraguai e Paraná.
Dali foram poucos minutos até chegar em Corrientes.
Na capital provincial nos despedimos da Ruta Nacional 12 e acessamos sua área central.
Logo que entramos na larga avenida que cruza Corrientes e segue até a ponte sobre o Rio Paraná passamos a rodar pela via lateral, pois placas indicavam ser proibido o trânsito de motocicletas pela via principal.
Seguimos pela via lateral da Avenida 3 de Abril até chegar na cabeceira da ponte, onde conseguimos avistar um posto da Policía Caminera.
Porém, a via lateral segue reta e não avança na direção da ponte.
Continuamos então pela rua lateral e fomos até seu encontro com a Costanera General San Martín.
Uma vez na costanera passamos por baixo da ponte e fizemos o retorno.
E finalmente conseguimos acessar a ponte sobre o Rio Paraná, sem cometer nenhuma infração.
Nos despedimos de Corrientes, cruzamos a Puente General Belgrano e acessamos pela primeira vez a província de Chaco.
Poucos quilômetros após acessar o Chaco avistamos outro peaje, mas desta vez com a passagem liberada para motocicletas.
Chaco, El secreto de Argentina, mais uma província hemana para a conta da Formosa.
Na nova província passamos a rodar pela Ruta Nacional 16.
Contornamos Resistência, a capital provincial.
E seguimos sentido oeste.
Os primeiros 40km da rodovia após a cidade de Resistência são duplicados, na sequência a pista volta a ser de mão dupla.
Chaco é uma das seis províncias argentinas que compõem o Grande Chaco da América do Sul, região que ainda abrange territórios do Brasil, Bolívia e Paraguai.
O nome chaco deriva da palavra chaku, que na língua quechua significa “território de caça”.
Com o fim do dia se aproximando passamos a ver diversos focos de incêndio nos arredores da rodovia.
Com o Sol se pondo em meio às nuvens e fumaça causada pelas queimadas, chegamos na cidade de Presidencia Roque Sáenz Peña.
Presidencia Roque Sáenz Peña, ou simplesmente Sáenz Peña, é a segunda cidade mais importante da província de Chaco, é um polo de cultivo de algodão, conta com aproximadamente 100.000 habitantes e é famosa por suas águas termais, que são consideradas umas das melhores da Argentina.
Assim que acessamos a cidade passamos pelo Mural del Centenario, inaugurado no ano de 2012, e buscamos um hotel para passar a noite.
Após estacionar a Formosa na cochera do hotel e tomar um banho relaxante, partimos caminhar pelo centrinho da cidade.
E sob a luz do lindo luar procuramos um local para jantar.
Como estamos na Argentina, encerramos o dia com um tradicional e saboroso bife de chorizo, acompanhado por uma Quilmes bem gelada.
Trajeto percorrido no dia:
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Olá motociclistas aventureiros… bonito trajeto percorrido hoje. Gostando de aprender com as fotos e os relatos. Muito legal conhecer as características da região. Beijos😘😘😘
Trajeto lindo mesmo, e uma ótima viagem. Valeu, vamos juntos desbravar um pouquinho de Salta, Jujuy e Tucumán. Bjs.
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