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Dia 03: Parque Nacional da Serra da Canastra – Parte alta | São Roque de Minas – MG
9 de Setembro, 2018Bom dia São Roque de Minas!
Após nos saborear com o café da manhã repleto de delícias mineiras (pão de queijo, biscoito de polvilho, queijo canastra e café cremoso) fizemos amizade com os papagaios que devoravam algumas frutas.
Na sequência embarcamos em um veículo 4×4 de uma empresa de turismo receptivo e partimos explorar um pouquinho da parte alta do Parque Nacional da Serra da Canastra.
Parque Nacional da Serra da Canastra
Local: Portaria 1 | São Roque de Minas – MG
Telefone: (37) 3433-1326 | (37) 3433-1324
E-mail: parnacanastra@icmbio.gov.br
Site: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/cerrado/lista-de-ucs/parna-da-serra-da-canastra/parna-da-serra-da-canastra
Funcionamento: Quarta a domingo das 8h00 às 16h00 e saída até às 18h00
Ingresso: R$ 11,00
Tempo médio de visitação: 2 dias
O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em 1972 para assegurar a preservação da flora e fauna da região e é um dos mais importantes parques brasileiros.
O parque abrange 6 municípios mineiros (Capitólio, São João Batista do Glória, Delfinópolis, Sacramento, São Roque de Minas e Vargem Bonita) e conta com 4 portarias, como estamos hospedados em São Roque de Minas entramos pela portaria 1, que fica a menos de 10 quilômetros do centro da cidade.
A Serra da Canastra é uma magnífica cadeia de montanhas com o formato de baú (eis a origem de seu nome, pois canastra é um antigo tipo de baú).
O famoso navegador italiano Américo Vespúcio foi o primeiro europeu a pisar nesta parte do país.
Em 1501, imediatamente após o descobrimento do Brasil, ele liderou uma expedição que seguiu até a Serra da Canastra, navegando pelo Rio São Francisco.
E a nascente histórica do Rio São Francisco foi nosso primeiro ponto de parada dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra.
Por muito tempo acreditou-se que a nascente do Rio São Francisco ficasse neste local, porém, pesquisas recentes revelaram que a verdadeira nascente fica em Medeiros – MG, cerca de 50km ao norte daqui. Por este motivo o lugar é hoje chamado de nascente histórica.
Deixando as discussões sobre o ponto exato da nascente do Rio São Francisco de lado, o Velho Chico, como é carinhosamente chamado, se estende por quase 3.000km, corta 521 municípios e é um dos mais importantes rios brasileiros.
Em 2014 durante um longo período de estiagem a nascente histórica do Rio São Francisco chegou a secar completamente, isso jamais havia acontecido, mas com o reinício das chuvas, dois meses mais tarde, a água voltou a brotar do solo.
Aliás, setembro é o penúltimo mês do período de seca na região, que vai de abril a outubro. Durante o período chuvoso (novembro a março) as estradas ficam debilitadas, dificultando o acesso às atrações do parque.
Antes de partir da nascente histórica do Velho Chico fizemos uma foto com o simpático brigadista Paulo Henrique e seu quadriciclo.
O brigadista desempenha um papel de suma importância na manutenção e preservação deste tesouro natural, combatendo incêndios e monitorando todo o parque, eles são verdadeiros heróis.
Após a foto avançamos pelas estradas de terra na parte alta da Serra da Canastra.
Logo avistamos um carcará solitário no alto de uma pequena árvore.
Mais adiante notamos a presença de um animal caminhando tranquilamente em meio ao campo, o motorista parou o veículo e pudemos ver a certa distância o belo animal, que segundo o guia era um lobo guará.
Alguns quilômetros depois avistamos outro morador local, desta vez um veado campeiro.
O esbelto animal parecia não se importar com nossa presença e ficamos vários minutos apreciando sua liberdade em meio ao Cerrado mineiro.
Voltamos a rodar e logo nos deparamos com outro mamífero, esse meio desengonçado mas não menos atraente, o tamanduá-bandeira.
O tamanduá-bandeira pode ultrapassar os 2 metros de comprimento, pesar mais de 40 quilos e se destaca por sua longa cauda.
Encantados pela quantidade de animais vistos em um pequeno espaço de tempo continuamos o percurso e chegamos então ao estacionamento da parte alta da Cachoeira Casca d’Anta.
Com o veículo estacionado caminhamos por uma pequena trilha que leva até um mirante natural, no alto do imponente salto.
Ao chegar no mirante, que fica na borda da Serra da Canastra, avistamos o curso do Velho Chico até a primeira curva rumo ao nordeste.
Por ser época de seca o leito do rio estava bastante empedrado e com pouca vazão de água, ficamos imaginando como deve ser o cenário no período chuvoso (precisamos voltar para conferir).
A Cachoeira Casca d’Anta fica a cerca de 14km após a nascente histórica do Rio São Francisco e é a maior queda do rio, com 186 metros de altura.
Ali nos sentamos em uma pedra protegidos do Sol pela sombra de um pequeno arbusto e saboreamos os sanduíches recheados com queijo canastra e manteiga mineira, rodeados por uma paisagem surreal.
Após o lanche retornamos pela mesma trilha.
Durante a caminhada do mirante da cachoeira até o estacionamento passamos por lindas piscinas naturais formadas pelas cristalinas águas do importante Rio São Francisco.
Não resistimos, tiramos as botas e mergulhamos as pernas em uma dessas piscinas naturais, sentindo a água gelada e os inúmeros peixinhos que por vezes se batiam em nossas pernas.
Após nos refrescar e relaxar com as águas do Velho Chico regressamos ao centro de visitantes.
Nos despedimos da parte alta da Cachoeira Casca d’Anta e voltamos a rodar pelas estradas de terra do Parque Nacional da Serra da Canastra.
As montanhas da Serra da Canastra possuem altitudes que variam entre 900 e 1500 metros e são formadas principalmente por quartzito, um tipo de rocha extremamente dura e resistente.
Por ser o ponto de encontro de dois grandes ecossistemas brasileiros, a Mata Atlântica e o Cerrado, a Serra da Canastra combina a vegetação rasteira típica do Brasil Central com bolsões de matas mais densas.
A próxima parada foi para conhecer outra maravilha da Serra da Canastra, a Cachoeira Rasga Canga.
Saltamos do veículo e iniciamos a caminhada por uma breve trilha, a qual nos levou até um lugar encantador.
Ali as águas de um pequeno rio se dividem e então escorrem lentamente por pequenas paredes rochosas, formando várias cachoeiras, uma ao lado da outra, voltando a se encontrar no profundo poço formado aos pés das quedas.
Com águas geladas e límpidas a piscina natural criada é convidativa ao banho.
Que lugar incrível, cercado por uma natureza magnífica, repleto de paz e tranquilidade, um verdadeiro paraíso!
Claro que voltamos a molhar os pés e ficamos vários minutos contemplando tamanha beleza natural.
Com as energias completamente renovadas nos despedimos da Cachoeira Rasga Canga e, a bordo do 4×4, rumamos ao Curral de Pedras.
Durante o percursos avistamos uma siriema.
E um pequeno e ágil tatu.
Por fim paramos para conhecemos o Curral de Pedras, também chamado de Retiro dos Posses, nome da antiga fazenda que ocupava estas terras.
A construção erguida no século XIX era usada geralmente no verão, quando o gado leiteiro era levado para as partes mais altas da Serra da Canastra para desfrutar de melhores pastagens.
O curioso do curral é que cada pedra era cuidadosamente encaixada uma na outra, sem o uso de argamassa.
A partir do leite cru das vacas confinadas nos currais os boiadeiros desenvolveram um queijo de sabor forte, denso e picante, único no mundo, que ficou conhecido como queijo canastra. Fabricá-lo é uma tradição que já dura quase 200 anos.
Do Curral de Pedras retornamos à portaria 1 do Parque Nacional da Serra da Canastra, e agora pudemos ver uma curiosa coruja buraqueira e vários carcarás.
De volta ao centro da cidade passamos pela prefeitura municipal do município que foi fundado em 1962 e conta atualmente com aproximadamente 7.000 habitantes.
Depois visitamos a Paróquia São Roque, que infelizmente estava fechada.
E acompanhamos um bando de inquietos e barulhentos papagaios, que tomavam conta das árvores da praça em frente à igreja matriz.
Antes de seguir ao hotel não poderíamos deixar de comer pão de queijo, claro!
E esses eram diferentes, um recheado com queijo canastra e outro com pernil, para acompanhar aquele cafezinho mineiro… eita trem bão sô!
De volta ao hotel tomamos um banho e fechamos o dia com uma pizza mineira.
Oba! Já são 6 comentários nesta postagem!
Muito legal esta serra, estive com o Igor ano passado, subimos de moto, tomamos banho nas piscinas e entramos no curral com as motos.
Fiquei frustrado agora em saber que a nascente do São Chico ñ é verdadeira…
Que bela viagem, parabéns.
Show Laco. De São Roque de Minas até a nascente histórica do Rio São Francisco a estrada estava em péssimo estado de conservação no dia em que visitamos, imagino a aventura que vocês tenham encarado :) então, sobre a nascente, é uma grande polêmica, pois muitos apontam este local como a verdadeira nascente e outros em Medeiros – MG. De qualquer forma, visitar a nascente histórica é algo incrível. Valeu.
Salvo engano, aí na terrinha esses peixinhos são chamados “mandi”… Parabéns pelas fotos e pelos relatos! Feliz viagem! Abrs
Valeu pela informação Ivan, acabei esquecendo de perguntar ao guia o nome do peixe, pode ser que se chame mandi mesmo. Abraços.
Fotos lindas como sempre…aquela dos peixinhos foi muito legal…show
Valeu! Acho que era lambari mesmo. Eles vinham na mão da gente, só ficar parado um tempo, sensacional.
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