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Treinta y Tres, Uruguai: Piquenique no Parque del Río Olimar e Parrilla Uruguaia
4 de Agosto, 2022
Descubra Treinta y Tres, a capital do departamento de mesmo nome no Uruguai. Aproveite o aconchego do chalé El Ranchito, experimente uma autêntica parrilla uruguaia, prove a erva-mate com cannabis e desfrute de um piquenique no Parque del Río Olimar.
Treinta y Tres nos recebeu com a hospitalidade genuína do interior uruguaio. Entre a acolhida calorosa de nossa anfitriã Rosario no charmoso chalé El Ranchito, a convivência com moradores locais, a travessura inesquecível da pequena Chiquita e a descoberta de lugares como o Parque del Río Olimar, onde desfrutamos de um piquenique à beira do rio, vivemos dias recheados de história, sabores e boas risadas. Ao longo de três dias e quatro noites, ainda tivemos tempo para descansar, organizar nossos equipamentos, provar o chimarrão feito com erva-mate e cannabis, preparar pizzas artesanais para compartilhar com os novos amigos e experimentar um clássico da culinária nacional: uma autêntica parrilla uruguaia.


Na noite anterior, chegamos a Treinta y Tres, no leste do Uruguai, onde fomos recebidos pela querida Rosario com um abraço caloroso e uma energia contagiante. Ela nos acolheu em seu charmoso chalé, o aconchegante El Ranchito, um lugar simples, cheio de alma e que representa perfeitamente a hospitalidade uruguaia.

Assim que entramos, conhecemos Chiquita, a perrita (cachorrinha) da casa, tão alegre e carinhosa que parecia fazer parte da identidade do chalé. Rosario nos deu ótimas dicas do que conhecer na cidade e, com um sorriso largo, nos deixou completamente à vontade para aproveitarmos o espaço durante nossa estadia.


Descarregamos a Formosa rapidamente e, como havia previsão de chuva, tomamos a precaução de retirar os pelegos que cobrem os bancos da moto para evitar que molhassem. Cuidadosamente, penduramo os pelegos nos degraus da escada de madeira dentro do El Ranchito. Em seguida, saímos a pé em direção ao mercado mais próximo, em busca de mantimentos para o jantar e para as refeições dos dias seguintes. Já era noite quando deixamos o mercado. Carregados e um pouco cansados, optamos por retornar ao chalé de táxi.


Ao abrir a porta do El Ranchito, fomos surpreendidos por uma cena que jamais esqueceremos: a elegante Chiquita estava sentada com o olhar mais inocente do mundo, cercada por dezenas, talvez centenas, de pedacinhos de pelego espalhados por toda a casa. Os “restos mortais” dos dois pelegos estavam amontoados em um canto, ao lado da cadeira de balanço, como se fossem o resultado silencioso de uma travessura muito bem executada.
Rimos tanto que mal conseguimos organizar a bagunça causada pela dona Chiquita. Sem foto, sem vídeo, mas eternizado na memória. Em meio às gargalhadas, arrumamos tudo, preparamos o jantar e encerramos a noite com a certeza de que aquela viagem pelo Uruguai já estava rendendo histórias inesquecíveis.
Treinta y Tres – Treinta y Tres
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Na manhã seguinte, acordamos com sol forte e céu azul. Pegamos nossa cuia, o restante da erva-mate brasileira e saímos para explorar Treinta y Tres a pé. Fizemos uma parada em uma padaria local para comprar algumas guloseimas e seguimos pela Avenida Brasil até o Parque del Río Olimar, um dos lugares mais queridos pelos moradores. O parque fica às margens do Rio Olimar, famoso por suas águas tranquilas, pelo ambiente familiar e pelo tradicional Festival del Olimar, um dos eventos culturais mais importantes do Uruguai.


A área oferece excelente estrutura: uma bela praia cercada por árvores frondosas, mesas, bancos, churrasqueiras, estacionamento amplo, áreas de camping, banheiros, chuveiros públicos e até o centro de informações turísticas. Ali também fica o Museo del Canto Nacional e o palco onde o festival acontece desde a década de 1970. Não à toa, existe um ditado popular que diz que o Rio Olimar é “o rio que mais canta”, já que inspira gerações de músicos, poetas e artistas orientais.


Encontramos uma mesinha próxima ao rio, cujo nível estava mais alto que o comum devido às chuvas recentes, e ali preparamos nosso último chimarrão com a erva-mate que trouxemos do Brasil. Fizemos um piquenique generoso, com medialunas, pão de manteiga, pão integral com passas, pão doce de cenoura, alfajor de maizena e mandarinas. A tranquilidade do Parque del Río Olimar nos conquistou de imediato, e decidimos ficar por lá o dia inteiro. Voltamos caminhando ao anoitecer, justo quando os primeiros pingos de chuva começavam a cair.

Treinta y Tres é a capital e a cidade mais populosa do departamento de mesmo nome, com cerca de 27 mil habitantes. Foi fundada em 10 de março de 1853 e recebeu esse nome em homenagem aos 33 Orientais, grupo de patriotas liderado por José Antonio Lavalleja cujo papel foi decisivo no processo de independência uruguaia. Após a derrota das forças de Artigas e a ocupação da Banda Oriental pelo Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, entre 1816 e 1820, muitos combatentes se exilaram na Argentina. Lá, Lavalleja organizou uma nova expedição militar para recuperar o território.


Na noite de 18 para 19 de abril de 1825, o grupo cruzou o Rio Uruguai e desembarcou na histórica Playa de la Agraciada, dando início à chamada Cruzada Libertadora. Avançaram pelo interior, ganharam apoio popular e criaram condições políticas para instalar um governo provisório. O movimento culminou no célebre 25 de agosto de 1825, quando a Assembleia da Flórida declarou três atos fundamentais: a independência da Banda Oriental do Brasil, a união às Províncias Unidas do Rio da Prata e a adoção da antiga Constituição espanhola como base jurídica. Esses acontecimentos são considerados pilares do processo que levaria, anos depois, ao reconhecimento internacional da República Oriental do Uruguai.


A quarta-feira amanheceu fria e chuvosa, com temperatura em torno de 2 °C. Aproveitamos para editar vídeos para nosso canal no YouTube e desfrutar de um delicioso almoço feito pela Sayo: polenta com refogado de cenoura, cebola e alho-poró, carne uruguaia e guacamole. Afinal, nem só de alfajores e doce de leite vive quem viaja pelo Uruguai.


Durante a tarde, decidimos experimentar uma erva-mate com cannabis da BioMate, curiosamente de origem brasileira. Embora os uruguaios sejam reconhecidamente grandes consumidores de erva-mate (título historicamente disputado com os argentinos), cerca de 85% da erva vendida no país é de procedência brasileira.

Enquanto a chuva persistia, aproveitamos nosso mate com calma no aconchegante El Ranchito da amiga Rosario, em Treinta y Tres, Uruguai. Para quem tem curiosidade, essa erva-mate com cannabis contém 98% de Ilex paraguariensis (erva-mate) e apenas 2% de Cannabis sativa, uma variedade natural não psicoativa. Não adianta procurar na internet: o produto é vendido exclusivamente em território uruguaio (ao menos na data desta redação).

Durante a noite de quarta-feira, tivemos o privilégio de receber a visita de Rosario (já nos sentíamos quase donos do El Ranchito) acompanhada de seus amigos Gisela, Adriana e Pool, que agora são nossos amigos também.

Para recepcioná-los, preparamos duas pizzas artesanais com massa integral: uma com molho branco e outra com molho vermelho, ambas bem recheadas, como gostamos em terras tupiniquins. Fizemos também pães de queijo de boniato (batata-doce) e um cheesecake com cream cheese caseiro, dulce de leche repostero e morangos. Havia outras delícias, mas não lembro com precisão, pois o mate que tomamos à tarde deixou-me um pouco esquecido (e com uma leve leseira), a ponto de esquecer de tirar uma foto com os amigos que jantaram conosco.
Muito obrigado, Rosario, Gisela, Adriana e Pool, pela conversa tão agradável e pela companhia. ¡Fue un gusto!

A quinta-feira amanheceu novamente chuvosa e fria na capital departamental. Dedicamos o dia a organizar nossas coisas, aproveitar a máquina para lavar roupas e desfrutar do mate com cannabis bem despacito, así no más, já que no dia seguinte planejávamos continuar nossa viagem de moto.
À noite, tivemos o prazer de experimentar uma autêntica parrilla uruguaya em um excelente restaurante no centro de Treinta y Tres, a convite de nossa anfitriã e amiga Rosario. Aproveitamos a ocasião para expressar nossa profunda gratidão: ¡Rosario, muchas gracias por todo!

Na próxima postagem, compartilharemos algumas fotos do El Ranchito, o local onde vivenciamos momentos maravilhosos, fizemos novas amizades e vivemos dias que ficarão para sempre em nossa memória. Um lugar encantador, daqueles que parecem ter saído de um conto de fadas, mas que é bem real e cheio de boas histórias.

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