Lago Merín: Sabores Uruguaios e Amizades no Dia do Motociclista

Na fria manhã de quarta-feira, as ruas do encantador balneário de Lago Merín, no Uruguai, foram envolvidas por um vento cortante. Em busca de abrigo contra o frio, decidimos preparar um acolhedor chá de camomila. Como complemento, desembrulhamos o pacote dos irresistíveis biscoitos argentinos, as famosas pepas.

Essas deliciosas iguarias foram adquiridas ontem durante nossa exploração em um dos numerosos free shops de Río Branco. Feitas com manteiga e geralmente recheadas com o doce de leite, esses pequenos círculos conquistaram nosso paladar de maneira surpreendente e viciante.

A seguir, nos encorajamos a sair, e imediatamente ouvimos o chamado de Gissel. Ao chegarmos à casa dela, que mora ao lado da casa onde estamos nos hospedando, a primeira surpresa do dia nos aguardava: uma mesa de café da manhã generosa, repleta de saborosos pãezinhos, queijos, fiambres e o inigualável doce de leite uruguaio, que dispensa comentários.

Permanecemos um bom tempo conversando com nossa simpática anfitriã, nos deliciamos com os quitutes e, em seguida, dirigimo-nos ao mercadinho para comprar frutas e verduras. Aproveitamos também para adquirir um chip pré-pago de celular da operadora Antel, recomendada por Gissel.

O processo de desbloqueio do chip foi bastante simples; bastou informar o número do passaporte, e assim passamos a contar com um número de telefone uruguaio, além de acesso à internet, é claro.

Para aqueles interessados em valores, ontem, ao trocar reais por pesos uruguaios na casa de câmbio, conseguimos a cotação de 1 real para 7,65 pesos uruguaios.

À medida que o meio-dia se aproximava, retornamos à casa, onde a Sayo preparou um irresistível macarrão sem glúten com atum, salada e queijo uruguaio (tipo colônia) para o almoço.

No início da tarde, desfrutamos de um mate especial de primeira em nossa cuia térmica Stanley e, mesmo com o frio e a densa neblina, caminhamos até a extensa faixa de areia da praia de Lago Merín, que descobrimos hoje (quanta ignorância a nossa) ser a mesma Lagoa Mirim, com mais de 3.700 quilômetros quadrados espalhados ao longo do Rio Grande do Sul e Uruguai.

Ali, degustamos um saboroso alfajor uruguaio artesanal (o primeiro até o momento).

Ao cair da noite, voltamos à casa de Gissel e Javier, que nos convidaram para jantar com eles.

Ao chegar lá, nos deparamos com a segunda surpresa do dia: uma linda mensagem de boas-vindas, onde nossos nomes compunham a decoração do salão.

Certamente, uma demonstração de carinho que tornou o momento ainda mais especial!

O aroma inconfundível no ar denunciava o prato principal do jantar especial: um legítimo assado uruguaio.

Claro que Alvaro e Mery, os responsáveis por nos apresentar a este maravilhoso casal, também se juntaram a nós e trouxeram uma sobremesa típica uruguaia: chajá (um delicioso bolo com massa de pão de ló branca recheada com doce de leite, pêssego, chantilly e merengue).

Como é de se imaginar, tanto o churrasco quanto o postre, ou melhor, a sobremesa, estavam divinos!

Nossa modesta contribuição para a confraternização foram duas saborosas tortinhas feitas com muito amor pela Sayo, cada uma delas com um ingrediente típico brasileiro: brigadeiro e banana.

Incrível como ela conseguiu preparar ambas em pequenas panelinhas que mais se parecem de bonecas, utilizando um fogareiro à álcool de acampamento.

No jantar, também tivemos a oportunidade de conhecer as filhas e o genro de Gissel, que também são motociclistas, e Sofi, filha de Mery.

Uma loucura imaginar que ontem entramos no Uruguai, chegamos ao anoitecer em Lago Merín buscando um local para acampar. Paramos para pedir informações a um casal até então desconhecido, que prontamente nos conectou com amigos que nos forneceram abrigo e tudo o que fosse necessário.

Hoje, fomos presenteados por essas pessoas maravilhosas com uma verdadeira festa repleta de boas energias, onde pudemos não apenas saborear vários alimentos típicos uruguaios, mas também desfrutar do privilégio de passar momentos lindos interagindo, confraternizando e conhecendo um pouco da história de cada um.

Aprendemos sobre a cultura uruguaia, praticamos nosso arranhado portunhol e temos a certeza de que nada acontece por acaso, afinal, deveríamos estar no camping, que, para nossa sorte, está fechado ;)

Amizades que surgiram de um encontro casual e que certamente seguirão por toda uma vida. Muito obrigado, Alvaro, Mery, Gissel e Javier!

Ah, mais uma coisa… hoje, dia 27 de julho, é celebrado o Dia do Motociclista no Brasil. Que maneira incrível de comemorar essa data!

Após o jantar, que se estendeu até a madrugada, fomos descansar ao som da chuva que resolveu aparecer timidamente.

Ao despertar nas primeiras horas de quinta-feira, notamos que a chuva persistia, assim como o vento gelado e uma densa neblina, o que nos fez permanecer em casa durante toda a manhã.

Com um fogareiro a álcool, uma panelinha, criatividade e muita dedicação, a Sayo preparou um saboroso refogado de batata doce, cenoura, tomate, alho, cebola, ervas e cogumelos fungi para o almoço. Uma verdadeira delícia!

Durante a tarde, o tempo permaneceu da mesma forma. Decidimos, então, tirar o dia para organizar algumas coisas, ler e editar os vídeos feitos até então.

Sim, ao começar esta viagem, criamos um canal no YouTube visando agilizar as publicações, uma vez que selecionar fotos, redimensioná-las e escrever as postagens para o blog demanda um tempo considerável, inviabilizando mantê-lo atualizado em tempo real. No entanto, logo desistimos e abandonamos a ideia de criar conteúdos em forma de vídeos.

Torcemos para que amanhã o tempo colabore e permita que possamos explorar com mais calma tudo o que Lago Merín tem a nos oferecer.