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Ilópolis – RS: A Cidade da Erva-Mate, da Cascata da Baleia, Lago Verde e Museu do Pão
30 de Janeiro, 2022Visite a encantadora cidade de Ilópolis - RS e explore o amplo Lago Verde, a bela Cascata da Baleia, o notável Museu do Pão e seu valioso patrimônio histórico.
O domingo despertou esplendidamente em Arvorezinha – RS, prometendo ser um dia memorável. Nossa jornada nos conduziria à encantadora cidade vizinha de Ilópolis, repleta de tesouros naturais, incluindo o expansivo Lago Verde e a deslumbrante Cascata da Baleia. Além dessas maravilhas naturais, exploraríamos o riquíssimo patrimônio histórico local, destacando-se o notável Museu do Pão.
Aproveitando a exclusividade do Camping Parque das Araucárias, em Arvorezinha – RS, onde éramos os únicos a acampar durante o fim de semana, dedicamos um cuidado especial à preparação do nosso café da manhã.
Desfrutamos calmamente do nosso desjejum, composto por frutas frescas e um delicioso café recém preparado na nossa prensa francesa.
Aproveitamos alguns momentos adicionais no aprazível parque repleto de árvores.
Posteriormente, desmontamos o acampamento e acondicionamos novamente nossos equipamentos nos alforjes da Formosa.
Ao nos despedirmos do Parque das Araucárias de Arvorezinha, fomos presenteados pelo sol que decidiu dar o ar da graça, intensificando ainda mais o brilho da natureza ao nosso redor.
Acessamos a rodovia RS-332 e prosseguimos rumo ao sul.
Realizamos uma breve parada para capturar a foto oficial da Formosa ao lado do pórtico de Arvorezinha, RS.
Após percorrer exatos 11 quilômetros, alcançamos o principal trevo que conduz à vizinha Ilópolis – RS.
Ilópolis – RS, colonizada por imigrantes italianos no início do século XX, conquistou sua emancipação em 1963 e, atualmente, abriga aproximadamente 4.000 habitantes.
O município está estrategicamente posicionado na encosta superior nordeste do planalto meridional, nas bordaduras da Serra Geral, caracterizando a região elevada do Vale do Taquari.
Com altitudes oscilando entre 600 e 800 metros acima do nível do mar, Ilópolis apresenta uma topografia colinosa, predominando rochas basálticas em sua geologia.
Ilópolis – RS
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Curiosamente, a área pertencente ao município não é atravessada por nenhum rio, sendo composta apenas por três arroios.
Mesmo sem a presença de rios, na década de 1940, surgiu a proposta de construir uma usina hidrelétrica na região. Para viabilizar esse empreendimento, foi necessária a criação de uma barragem artificial para o armazenamento e fornecimento de água.
A usina operou até 1981, quando foi desativada, e o grande lago com aproximadamente 1.780m² passou a servir como área de lazer, denominada Lago Verde.
O Lago Verde de Ilópolis, sendo nosso primeiro destino na cidade, nos conquistou imediatamente com sua beleza, limpeza e notável pureza, tornando-se um local irresistível para explorar e fotografar.
A importância da limpeza é destacada de maneira clara e direta por meio de uma mensagem gravada em uma placa informativa à beira do lago: “Vai jogar fora? Onde é fora? Não existe fora. O lixo que você joga no chão não fala, mas ele diz muito sobre você”.
É verdadeiramente surpreendente imaginar que alguém possa demonstrar tamanha ignorância ao descartar lixo em um local inadequado, especialmente em meio à beleza natural que nos cerca.
Após apreciar a beleza cênica do Lago Verde, retomamos nossa jornada pela estrada de terra que o circunda.
Envoltos por uma paisagem repleta de pinheiros, eucaliptos, araucárias e árvores de erva-mate, seguimos em direção ao interior de Ilópolis, RS.
A presença marcante da erva-mate na região é refletida no próprio nome do município, já que Ilópolis significa “Cidade da Erva-Mate”. A etimologia da palavra provém da fusão do termo latino “Ilo”, que significa erva-mate, com o grego “Pólis”, que se traduz como cidade.
Apenas a uma distância ligeiramente superior a 1 quilômetro do Lago Verde, encontramos o início da trilha que serpenteia pela mata, conduzindo-nos a outro atrativo notável de Ilópolis – RS: a Cascata da Baleia.
Trilha da Cascata da Baleia
Explore a deslumbrante Trilha da Cascata da Baleia, que serpenteia através do exuberante verde da Mata Atlântica. Ao alcançar o seu término, desfrute de uma vista esplêndida da encantadora Cascata da Baleia, situada no coração de Ilópolis – RS.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Trilha da Cascata da Baleia partindo do centro de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos da Cascata da Baleia
- Endereço: Ilópolis – Rio Grande do Sul – Brasil
- Telefones: (51) 3774-1368
- E-mail: turismo@ilopolis.rs.gov.br
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 00h00 às 24h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Informações da Trilha
Extensão, tempo e nível de dificuldade da trilha:
- Percurso: A trilha possui uma extensão de 217 metros.
- Duração: A média de tempo para completar a trilha é de 15 minutos.
- Nível de Dificuldade: O nível de dificuldade é considerado baixo.
Web Story
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Neste ponto, é relevante expressar nossa gratidão pela presença abundante de placas indicativas que direcionam a todos os atrativos municipais de Ilópolis – RS. Essas sinalizações desempenham um papel fundamental ao facilitar a localização e a movimentação dos visitantes.
Com a moto devidamente estacionada em uma sombra ao lado do início da Trilha da Cascata da Baleia, nos deparamos com uma placa informativa indicando a extensão total da trilha, que perfaz 217 metros, além de alertar sobre a presença de 225 degraus até a base da cascata.
Desprovidos de capacetes, jaquetas e luvas, e com as mochilas firmemente nas costas, iniciamos a caminhada pelo íngreme percurso que atravessa a magnífica Mata Atlântica.
Após aproximadamente 15 minutos, nos deparamos com um cenário encantador, como se tivéssemos adentrado em um conto de fadas.
Duas linhas paralelas de água escorriam suavemente pelo escuro paredão rochoso da Cascata da Baleia, criando um marcante contraste com a diversidade de tonalidades verdes que cobrem todo o vale ao seu redor.
A paisagem do local é enriquecida pela presença de pássaros, borboletas, xaxins, bromélias, samambaias e uma ampla variedade de espécies exóticas da fauna e da flora. Este ambiente transmite uma sensação de paz e cativa por sua extraordinária beleza.
Nos acomodamos em duas grandes pedras de frente para a bela queda d’água da Cascata da Baleia, preparamos um refrescante tereré e saboreamos algumas frutas embalados pelo som das águas indo de encontro ao pequeno poço existente na base da cachoeira.
A Cascata da Baleia de Ilópolis – RS é formada por três quedas d’água consecutivas, totalizando mais de 50 metros de pura beleza natural.
O nome da cascata deriva de uma formação nas pedras por onde as águas escorrem, criando a imagem evocativa de uma baleia.
Repletos de energia renovada, expressamos nossa gratidão à Pachamama e iniciamos a caminhada de volta ao topo da montanha, onde a Formosa pacientemente nos aguardava.
Nos metros finais da trilha, percebi uma movimentação entre a vegetação. Parei e observei atentamente, tentando identificar a origem do movimento, imaginando que pudesse ser um cachorro.
Para minha surpresa, a movimentação aconteceu novamente no chão e, de repente, percebi um vulto subir o tronco de uma árvore, saltando ágil e certeiramente de um galho para outro.
Um serelepe macaco-prego-preto, também conhecido como mico preto, nos acompanhava à distância. Cada vez que percebia que tinha sido notado, habilmente pulava para outra árvore, observando-nos de seu esconderijo.
Pronto, ganhamos o dia! Além de toda a maravilha proporcionada pela Cascata da Baleia, fomos agraciados com a presença livre, leve e solta de um macaco-prego. O dia se tornou ainda mais especial.
Assim como apreciamos estar em contato com a natureza, sentimos uma profunda alegria e gratidão ao testemunhar animais vivendo livremente em seu habitat natural.
Dedicamos alguns preciosos minutos apreciando os graciosos movimentos do esbelto mamífero antes de retomar nossa jornada com a Formosa, contornando todo o Lago Verde de Ilópolis – RS.
Encontrar um local adequado para estacionar a Formosa às margens do lago não foi uma tarefa difícil. Ali, devoramos nosso almoço em homenagem ao amigo recém-conhecido: um delicioso xis-mico.
Calma, calma… xis-mico nada mais é do que um pão recheado com bananas, o macaco-prego segue curtindo sua vida.
Após nos alimentarmos, regressamos ao centro da encantadora Ilópolis – RS, passando por diversas antigas casas típicas de madeira ao longo do trajeto.
Algumas dessas residências pareciam verdadeiras casas de bonecas, destacando-se pela abundância de detalhes e adornos meticulosamente elaborados.
Nossa próxima parada foi na Praça Itália, situada no coração da cidade.
Além dos banheiros públicos, quiosque de informações turísticas e ponto de venda de artesanato, a Praça Itália oferece diversos bancos distribuídos ao longo do espaço arborizado, bem como um chafariz ornamentado. Contudo, outro elemento chamou significativamente nossa atenção.
Trata-se de um notável dispositivo desenvolvido pela startup gaúcha Icehot presente na praça. Este aparelho oferece gratuitamente água filtrada, tanto gelada quanto quente (ideal para o chimarrão), para a comunidade. Além disso, inclui um bebedouro exclusivo para animais de estimação, localizado no nível do chão.
Como era de se esperar, de frente para a praça principal de Ilópolis encontra-se a imponente Igreja Matriz.
A encantadora Igreja São Paulo Apóstolo, além de seu charme peculiar, é considerada um santuário e, notavelmente, o primeiro santuário do mundo dedicado ao Papa João Paulo II.
À frente do templo religioso, encontram-se dispostas esculturas em concreto que representam os doze apóstolos de Cristo.
No interior do santuário, destaca-se uma capela dedicada a São João Paulo II, contendo uma escultura do santo adornada com uma estola e uma casula doadas pelo próprio papa ainda em vida.
O acervo do santuário inclui ainda uma gota de sangue, remanescente do atentado sofrido por João Paulo II na década de 1980. Lamentavelmente, a igreja encontrava-se fechada, impedindo-nos de explorar seu interior.
Da paróquia, caminhamos apenas alguns metros até chegarmos ao Complexo Arquitetônico do Museu do Pão.
Complexo Arquitetônico do Museu do Pão
Descubra o Complexo Arquitetônico do Museu do Pão em Ilópolis – RS, um local que preserva a memória e o patrimônio cultural imaterial da imigração italiana na região. Composto pelo emblemático Museu do Pão, pela Escola de Panificação e pelo histórico Moinho Colognese.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Complexo Arquitetônico Museu do Pão partindo do centro de Caxias do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos do Complexo Arquitetônico Museu do Pão
- Endereço: Rua Sete de Abril – Centro | Ilópolis – Rio Grande do Sul – Brasil
- Telefone: (51) 99679-9084
- E-mail: faleconosco@caminhodosmoinhos.com.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Complexo Arquitetônico Museu do Pão.
Horários de Funcionamento
- Terça a domingo: 13h30 às 17h30
- Feriados: 13h30 às 17h30 | Exceto Páscoa, Natal e Ano Novo.
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 10,00
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora
O Conjunto Arquitetônico do Museu do Pão é composto pelo próprio Museu do Pão, pela Escola de Panificação e pelo Moinho Colognese.
A visita ao local é conduzida por guias e tem início no Museu do Pão, o primeiro espaço criado na América Latina que resgata e preserva a história do pão como símbolo universal da humanidade. O museu se destaca pelo arrojado projeto arquitetônico, que harmoniza tradição e inovação.
O museu abriga uma pequena coleção de objetos utilizados pelos imigrantes italianos do Vale do Taquari, recriando a trajetória da produção do alimento que dá nome ao museu por meio da exposição “Do grão ao prato”.
O Complexo do Museu do Pão inclui também um pequeno auditório, no qual são apresentados documentários, filmes e palestras relacionados ao universo do pão, à imigração italiana, e outros temas pertinentes.
No Museu do Pão, você encontrará maquetes representando seis moinhos históricos existentes na região (Ilópolis, Arvorezinha, Anta Gorda e Putinga), que fazem parte do roteiro turístico conhecido como Caminho dos Moinhos.
Na continuação, passamos ao lado da Oficina de Panificação, um espaço dedicado à ministração de diversos cursos de panificação e confeitaria. Esses cursos atendem a diferentes públicos, incluindo crianças, jovens, universitários, turistas e moradores locais.
Finalmente, alcançamos o Moinho Colognese, um patrimônio histórico arquitetônico que impulsionou a construção do complexo e inspirou a criação do roteiro turístico Caminho dos Moinhos.
Erguido em 1917, o Moinho Colognese passou por um processo completo de restauração entre os anos de 2005 e 2007, encontrando-se atualmente em pleno funcionamento e pronto para retomar sua produção.
Os moinhos desempenham um papel fundamental no contexto da imigração italiana no Brasil, sobretudo no Rio Grande do Sul, ao simbolizarem e preservarem o desejo dos imigrantes de estabelecerem residência permanente em terras brasileiras, produzindo aqui sua própria alimentação.
Os demais moinhos que compõem o circuito turístico Caminho dos Moinhos são: Moinho Dallé (1919), Moinho Vicenzi (1930), Moinho Castaman (1947), Moinho Fachinetto (1947) e Moinho Marca (1950).
Explorando o interior do Moinho Colognese, obtivemos uma compreensão mais profunda do processo de fabricação da farinha, observando detalhadamente cada instrumento utilizado durante o auge desta instalação.
O antigo depósito de grãos do moinho foi transformado em uma acolhedora bodega, que oferece produtos provenientes da oficina de panificação e de toda a região.
À medida que os ponteiros do relógio se aproximavam das 15h00, optamos por nos despedir do Museu do Pão. Vestimos nossas roupas de viagem e partimos em direção ao norte.
O retorno foi extremamente agradável, especialmente devido ao clima ameno e céu azul. A falta de novas fotografias ocorreu devido ao fato de termos retornado pelo mesmo trajeto da ida (Ilópolis – Arvorezinha – Soledade – Tio Hugo – Passo Fundo – Getúlio Vargas – Erechim).
Com o sol se pondo no horizonte, chegamos a Erexim no final do domingo, encerrando assim mais um emocionante passeio a bordo da Formosa.
Abaixo o mapa com o trajeto percorrido no dia entre Ilópolis – RS e Erechim – RS:
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Lindo demais esses passeios. Natureza exuberante. Uma viagem no tempo na Praça Itália: fogão à lenha e um bebedouro made in startup. hehehe…..belo contraste.
Grande abraço pra vocês!
Valeu Fernando. Excelente observação a respeito do contraste na praça central de Ilópolis, não havia reparado.
Abraços…
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
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