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Trilha da Lagoinha do Leste e Morro da Coroa: Aventura em Florianópolis – SC
4 de Junho, 2021
Encante-se na Trilha da Lagoinha do Leste e aventure-se subindo o Morro da Coroa até a Pedra do Surfista, uma das vistas mais espetaculares de Floripa.
Despertamos nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, imbuídos de um entusiasmo palpável pela incrível aventura que nos esperava: explorar a fascinante Trilha da Lagoinha do Leste, partindo do Pântano do Sul. O dia prometia ser inesquecível, com o desafio adicional de conquistar a magnífica Trilha do Morro da Coroa e encontrar a Pedra do Surfista. Este percurso, conhecido pela sua beleza estonteante, culmina em seu ponto mais alto com uma das vistas mais espetaculares de Florianópolis – SC, a deslumbrante capital catarinense.

Assim que os primeiros raios de sol iluminaram o dia, deixamos o hotel a bordo da Formosa. Iniciamos nossa jornada explorando as ruas centrais da Ilha da Magia, imersos na atmosfera vibrante e acolhedora que caracteriza esta cidade única.

Durante o trajeto, passamos ao lado da icônica Ponte Hercílio Luz, um verdadeiro símbolo de Florianópolis – SC. Embora a vontade de atravessá-la sobre duas rodas fosse grande, motocicletas não são permitidas na maior ponte suspensa do Brasil. Assim, nos contentamos em admirar sua grandiosidade enquanto seguíamos nosso caminho, apreciando a proximidade com este marco histórico.

Inaugurada em 1926, a Ponte Hercílio Luz não é apenas um ícone de Floripa – SC, mas também uma obra de engenharia impressionante com seus 821 metros de extensão. Este marco histórico foi a primeira e única ligação rodoviária entre a ilha e o continente até 1975, desempenhando um papel crucial no desenvolvimento e na história da região.

Em 1982, a Ponte Hercílio Luz teve o trânsito interditado devido a preocupações com a segurança após inspeções. Entre 1988 e 1991, ela foi parcialmente reaberta, permitindo a passagem de pedestres, bicicletas, motocicletas e veículos de tração animal.

No entanto, após esse período, a ponte permaneceu fechada por incríveis 28 anos. Uma longa espera que teve fim no dia 30 de dezembro de 2019, quando a ponte foi finalmente reaberta, marcando um novo capítulo na história deste emblemático ponto turístico da capital catarinense.


Com os termômetros registrando agradáveis 19 °C e o sol surgindo timidamente entre as nuvens, testemunhamos a agitação urbana começando a tomar forma. Neste cenário matinal, partimos rumo ao sul da Ilha da Magia, Florianópolis – SC.




O bandeirante paulista Francisco Dias Velho, fundador do povoado que deu origem a Florianópolis, desembarcou nessas terras no dia dedicado a Santa Catarina. Inspirado por essa coincidência, ele batizou o local de Ilha de Santa Catarina, um nome que ecoa até hoje e se entrelaça com a rica história da região.



Quando o povoado evoluiu para a condição de vila, recebeu um novo nome: Vila de Nossa Senhora do Desterro. Essa denominação acompanhou o crescimento do local até a Independência do Brasil, em 1822. Após esse marco histórico, a vila ascendeu à categoria de cidade, passando a ser conhecida simplesmente como Desterro.



Não surpreende que o nome Desterro tenha gerado desagrado e desconforto entre os habitantes da cidade. A associação com a palavra ‘desterrado’, que remete a alguém no exílio ou a um prisioneiro enviado para um local desabitado, conferia uma conotação negativa ao nome da cidade, refletindo sentimentos que não correspondiam à essência e ao espírito da comunidade local.


Diante dessa insatisfação, várias sugestões para um novo nome foram consideradas ao longo dos anos para a ilha catarinense. Finalmente, com o término da Revolução Federalista em 1894, o governador do estado à época, Hercílio Luz, decidiu mudar o nome para Florianópolis. Essa mudança foi uma homenagem ao presidente da República naquele período, Floriano Peixoto, e marcou uma nova fase na identidade e história da cidade.



A escolha do nome Florianópolis, contudo, foi vista como uma afronta pela população de Desterro, que era predominantemente monarquista e se opunha à Proclamação da República. Esse fato tornou a homenagem ao presidente republicano Floriano Peixoto uma decisão controversa, refletindo as tensões políticas da época e as divergências ideológicas entre os habitantes da cidade.


Mas, convenhamos, Florianópolis é um nome muito mais agradável e positivo do que Desterro.


Florianópolis – SC é um verdadeiro tesouro natural, abrigando mais de 100 praias. Muitas delas são verdadeiros refúgios de tranquilidade, isoladas e acessíveis apenas por trilhas ou por meio de embarcações. Esses recantos paradisíacos oferecem aos visitantes experiências únicas de contato com a natureza, paz e beleza inigualável.


Tivemos a incrível oportunidade de viver por cerca de 4 anos na capital catarinense. Apesar desse período significativo, rapidamente percebemos que ele não foi suficiente para explorar e conhecer todas as maravilhas naturais que a cidade tem a oferecer. Cada canto de Floripa esconde paisagens surreais e experiências únicas, tornando-a um destino sempre surpreendente.


Por essa razão, sempre que possível, fazemos questão de retornar à Ilha da Magia. Cada visita é uma nova oportunidade para desbravar caminhos ainda não explorados e descobrir mais dos encantos que Florianópolis reserva. A ilha nunca deixa de nos surpreender com suas belezas naturais e riquezas culturais.


Pois bem, rodamos até a Praia do Pântano do Sul, onde deixamos a moto em um estacionamento e começamos nossa caminhada pela Trilha da Lagoinha do Leste, um percurso conhecido por sua beleza natural exuberante e vistas incríveis, prometendo uma experiência inesquecível em meio à natureza.



Trilha da Lagoinha do Leste via Pântano do Sul
Prepare-se para uma aventura inesquecível na Trilha da Lagoinha do Leste, iniciando no Pântano do Sul. Este percurso é uma verdadeira imersão na fabulosa Mata Atlântica, revelando uma biodiversidade incrível de flora e fauna. Ao longo do caminho, a natureza se desdobra em espetáculos visuais, culminando na exuberante Praia da Lagoinha do Leste, um paraíso que aguarda ao final da trilha.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Trilha da Lagoinha do Leste partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos da Trilha da Lagoinha do Leste
- Endereço: Rua Manoel Pedro Oliveira, 36 – Pântano do Sul | Florianópolis – Santa Catarina – Brasil
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 00h00 às 24h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Informações da Trilha
Extensão, tempo e nível de dificuldade da trilha:
- Percurso: A trilha possui uma extensão de 2.200 metros (somente ida).
- Duração: A média de tempo para completar a trilha é de 1 hora (somente ida).
- Nível de Dificuldade: O nível de dificuldade varia de leve a moderado.
Web Story
Navegue pela web story abaixo para uma experiência única de conteúdo visual.


O ponto de partida da Trilha da Lagoinha do Leste via Pântano do Sul está localizado no alto da pequena Rua Manoel Pedro Oliveira. É um local de fácil acesso, bem sinalizado, garantindo que os visitantes encontrem o início do percurso sem dificuldades.



Logo após passarmos pelo portal que marca o início da Trilha Lagoinha do Leste, adentramos no Parque Municipal da Lagoinha do Leste, estabelecido em 1992. Este momento marca o começo de uma jornada inesquecível pelo parque, uma área de conservação que preserva uma parte significativa da Mata Atlântica e suas riquezas naturais, oferecendo uma experiência única de contato com a natureza.



A área de preservação permanente do Parque Municipal da Lagoinha do Leste abrange impressionantes 453 hectares, sendo fundamental para a proteção de um dos últimos redutos da Mata Atlântica em Florianópolis, SC. Esta área é de vital importância para a conservação da biodiversidade local, abrigando uma vasta gama de espécies de fauna e flora, algumas das quais são exclusivas desta região.




Caminhando sob a proteção da densa vegetação da Mata Atlântica, avançamos pela Trilha Lagoinha do Leste, bem demarcada, acompanhados pelo canto das inquietas gralhas-azuis. Esses pássaros, com seu azul vibrante e chamados característicos, adicionam uma trilha sonora única à nossa jornada, enquanto a folhagem acima oferece um refúgio refrescante contra o calor do sol.



Enquanto avançávamos, uma leve brisa e a beleza envolvente da natureza tornavam a caminhada pela Trilha da Lagoinha do Leste extremamente agradável. Absortos na serenidade do ambiente, os passos fluíam com facilidade, e o tempo parecia se dissolver na paisagem. Quase sem perceber, chegamos a um ponto onde a trilha se abriu, revelando diante de nós a magnífica vista do mar aberto, um momento de pura beleza e contemplação.



Exatamente uma hora após darmos início à nossa caminhada, alcançamos nosso destino: a clara e fina areia da paradisíaca Praia da Lagoinha do Leste. Esse momento marcante, ao pisar na areia e contemplar a beleza serena do local, é uma recompensa gratificante pelo esforço da trilha e uma verdadeira celebração da natureza em sua forma mais pura e intocada.



A Praia da Lagoinha do Leste, com seus pouco mais de 1200 metros de extensão, é um espetáculo da natureza. As bravas ondas do mar, com suas águas limpas e cristalinas, criam uma sinfonia relaxante ao encontrarem a ampla faixa de areia. Este cenário idílico é um convite ao relaxamento e à contemplação, oferecendo um ambiente perfeito para se desconectar e apreciar a beleza natural.




Este cenário idílico é ainda mais realçado pela presença da exuberante mata nativa que circunda a praia e os imponentes costões rochosos que a emolduram. Juntos, eles compõem um quadro encantador, um verdadeiro cartão-postal que reflete a essência e a beleza única de Florianópolis – SC. A Praia da Lagoinha do Leste é, sem dúvida, um tesouro escondido, um pedaço do paraíso na terra.



Uma vez na praia, encontramos um lugar ideal para descansar: um banco situado sob a sombra proporcionada pela estrutura de um bar que, naquele momento, estava fechado. Sentamos ali, abrigados do sol, e dedicamos alguns instantes para simplesmente apreciar a beleza deslumbrante do local. Foi um momento de puro deleite, onde pudemos absorver a tranquilidade do ambiente e nos reconectar com a natureza.



Observamos que, na Praia da Lagoinha do Leste, existem três quiosques que oferecem lanches e bebidas. Na ocasião de nossa visita, dois deles estavam abertos, prontos para atender os visitantes. Além disso, notamos a presença de embarcações operadas por nativos, que realizam a travessia entre a Praia da Lagoinha do Leste e a Praia do Pântano do Sul. Esta é uma dica valiosa para quem prefere uma alternativa ao percurso pela trilha ou simplesmente deseja uma experiência diferente na volta.



É importante ressaltar que a presença tanto dos quiosques quanto das embarcações para travessia é mais frequente durante a alta temporada ou em feriados prolongados, como era o nosso caso. Esses serviços se adaptam à demanda dos visitantes, garantindo comodidades adicionais em períodos de maior fluxo turístico, enriquecendo assim a experiência na Praia da Lagoinha do Leste.




Além de desfrutar de um merecido relaxamento, aproveitamos o momento para nos refrescar com um tereré, uma bebida típica e revigorante, e para saciar a fome com um lanche. Essa pausa foi essencial para recarregar as energias antes de embarcarmos na próxima etapa de nossa aventura, prontos para mais uma pernada repleta de descobertas e beleza natural.



Esta próxima etapa de nossa jornada, embora mais curta, prometia ser mais intensa que a anterior. Nosso objetivo era conquistar o cume do famoso Morro da Coroa, um desafio que nos aguardava com a promessa de vistas espetaculares e uma experiência de tirar o fôlego.


Trilha do Morro da Coroa e Pedra do Surfista
A Trilha do Morro da Coroa é uma rota desafiadora que se entrelaça pelo costão rochoso, oferecendo aos aventureiros uma experiência única. Aqueles que alcançam o cume são recompensados com uma das vistas mais estonteantes de Florianópolis, um verdadeiro prêmio para o esforço da subida.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Trilha do Morro da Coroa partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos da Trilha do Morro da Coroa
- Endereço: Costão direito da Praia da Lagoinha do Leste | Florianópolis – Santa Catarina – Brasil
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 00h00 às 24h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Informações da Trilha
Extensão, tempo e nível de dificuldade da trilha:
- Percurso: A trilha possui uma extensão de 1.000 metros (somente ida).
- Duração: A média de tempo para completar a trilha é de 1 hora (somente ida).
- Nível de Dificuldade: O nível de dificuldade varia de moderado a severo.


O ponto de partida para a Trilha do Morro da Coroa encontra-se no costão direito da Praia da Lagoinha do Leste. Para auxiliar os aventureiros, há placas sinalizando a localização da trilha, facilitando o acesso ao caminho que conduz ao topo do morro.



Logo nos primeiros passos na trilha, com o caminho claramente demarcado, somos brindados com uma nova perspectiva da praia. Esta vista singular, observada de um ângulo diferente, destaca a beleza única do local, proporcionando um vislumbre encantador que antecipa as maravilhas que a Trilha do Morro da Coroa reserva aos seus visitantes.




À medida que avançamos, atravessamos uma área com vegetação rasteira mais densa, onde os gravatás se destacam no cenário. Essa parte da trilha exige atenção e cuidado redobrados, pois as folhas pontiagudas dessas plantas podem ser um desafio adicional. Navegar com cautela por esta seção não só assegura uma caminhada segura, mas também permite apreciar os detalhes únicos da flora local.



Antes de prosseguirmos pela rota principal em direção ao topo do Morro da Coroa, nos desviamos brevemente, atraídos pelas curiosas e esbeltas formações rochosas que margeiam o costão. Essa breve incursão ao longo do litoral oferece um momento para apreciar as esculturas naturais esculpidas pelo tempo e pelo mar, adicionando uma dimensão extra à nossa aventura.



As enormes rochas, esculpidas de forma natural ao longo dos anos, formam um contraste espetacular com o verde intenso da mata e o azul profundo do mar. Este cenário compõe uma paisagem de tirar o fôlego, onde cada elemento da natureza se une em uma harmonia perfeita, criando um quadro vivo e impressionante que captura a essência da beleza natural da Ilha da Magia.



Após essa breve exploração, retornamos ao percurso principal, prontos para iniciar a etapa mais desafiadora da nossa aventura: a caminhada em direção ao topo do Morro da Coroa.




Conforme ganhamos altitude, a mudança na vegetação se torna evidente, tornando-se progressivamente menos densa. A trilha, agora, se transforma em um caminho revestido predominantamente por pedras, muitas das quais soltas. Este novo aspecto do terreno exige um cuidado extra, pois cada passo sobre as pedras instáveis requer atenção para manter o equilíbrio e a segurança durante a subida.



Durante a ascensão, nos deparamos com algumas bifurcações na trilha. No entanto, observamos que, apesar dessas divisões, todas as rotas convergem para o mesmo destino final: o cume do Morro da Coroa.



Já que esta era nossa primeira visita ao local, decidimos seguir pela trilha mais evidente e transitada, optando por um caminho que parecia mais seguro e confiável.



Além disso, decidimos acompanhar algumas pessoas que caminhavam à nossa frente, utilizando-as como uma referência adicional para garantir que estávamos no percurso correto rumo ao topo do Morro da Coroa.




À medida que avançávamos, enfrentávamos a inclinação acentuada do caminho. Essa intensidade exigia que fizéssemos pausas breves e estratégicas, tanto para recuperar o fôlego quanto para apreciar as vistas que se desdobravam diante de nós.



Com cada novo trecho conquistado, o panorama tornava-se progressivamente mais cativante, recompensando nossos esforços com paisagens de sensacionais a cada olhar.



Aproximadamente na metade do trajeto, fomos surpreendidos por fortes rajadas de vento. Essas correntes de ar eram inesperadas e variáveis, surgindo e desaparecendo subitamente, enquanto mudavam de direção de maneira constante. Essa condição climática adicionou um elemento de imprevisibilidade e aventura à nossa subida, fazendo com que a experiência se tornasse ainda mais memorável.



Durante uma dessas súbitas rajadas, vivenciei um momento curioso: senti meu boné se soltar da cabeça e ser levado pelo vento, planando em direção ao mar, côza mash linda!




Embora a visão do meu boné voando tenha sido pitoresca, o esforço para recuperá-lo foi um tanto desajeitado. Aproximei-me do local onde ele havia aterrissado, de forma um pouco atrapalhada, mas felizmente consegui resgatar o acessório.



Após guardar o boné com segurança na mochila e sob a vigilância da lua, que já despontava no céu, continuamos a nossa jornada, enfrentando os últimos metros da trilha.



Cada passo nos aproximava do tão esperado cume do Morro da Coroa.



A reta final da trilha do Morro da Coroa em Florianópolis – SC se mostrou a mais desafiadora. Enfrentamos um trecho íngreme repleto de grandes pedras, que exigiu não apenas nosso esforço físico, mas também um pouco de habilidade para escalar. Com cautela, nos apoiamos nas rochas com mãos e pés, vencendo o último obstáculo que nos separava do cume.




A vista do topo do Morro da Coroa é de tirar o fôlego. Lá em cima, todo o esforço para superar a trilha íngreme e rochosa foi instantaneamente recompensado.



A paisagem ao nosso redor era um espetáculo de beleza natural: a vastidão do mar azul se estendia ao horizonte, a Praia da Lagoinha do Leste se revelava em toda a sua magnífica extensão, e a imponente cadeia de montanhas coberta pela Mata Atlântica completava o cenário.



Era um daqueles momentos em que a natureza nos faz sentir pequenos e ao mesmo tempo parte de algo grandioso.



No cume do Morro da Coroa, a cerca de 230 metros de altitude, as belas formações rochosas pontiagudas se destacavam, criando um cenário único e impressionante.




As rochas, esculpidas pelo tempo e elementos, se erguem majestosamente, como sentinelas naturais da ilha. Essas formações, além de serem um espetáculo visual, oferecem diversos pontos perfeitos para sentar e contemplar a vista.



Essa característica da Lagoinha do Leste é realmente fascinante. A lagoa, formada por água doce, serpenteia através da densa Mata Atlântica e se aproxima muito do mar, separada apenas por uma estreita faixa de areia. Dependendo das condições da maré e do clima, é possível que, em momentos específicos, as águas da lagoa e do oceano cheguem a se encontrar, criando um fenômeno natural raro e belo.



Essa proximidade entre a lagoa de água doce e o vasto oceano de água salgada é um dos muitos espetáculos que a Praia da Lagoinha do Leste oferece, destacando-se como um dos cenários mais pitorescos e únicos de Florianópolis, SC.




Ao alcançarmos o cume do Morro da Coroa, a prioridade foi encontrar um cantinho sereno e aconchegante. Encontramos o local ideal, onde nos acomodamos confortavelmente. Ali, embalados pela sinfonia dos ventos que sopravam com uma força impressionante, saboreamos nossos deliciosos sanduíches.



Naturalmente, nossos acompanhamentos indispensáveis para qualquer trilha não podiam faltar: as energizantes bananas da vitória e o refrescante tereré, nosso fiel companheiro de jornada.



Que lugar mágico! Não é apenas a beleza das formações rochosas inusitadas, a mata preservada que as envolve, ou o visual estonteante que o torna tão especial. Há também uma energia única e palpável que permeia o ambiente, criando uma atmosfera de encanto e serenidade. É um daqueles lugares raros onde a natureza parece se expressar em sua forma mais pura!



Permanecemos ali, imersos em contemplação, por um período que se estendeu de meros minutos a talvez horas. Absorvemos completamente a magnificência da natureza ao nosso redor, permitindo-nos ser envolvidos e rejuvenescidos por sua esplêndida beleza.




Retornamos ao ponto principal, onde se agrupam impressionantes formações rochosas pontiagudas, cuja semelhança com uma coroa deu nome ao Morro da Coroa. Este local, marcante pela sua singularidade geológica, oferece uma visão panorâmica deslumbrante.



Ali, nos entregamos à alegria de fotografar cada momento, aproveitando ao máximo as paisagens extraordinárias.



Dedicamos especial atenção à Pedra Suspensa, também conhecida como Pedra do Surfista, uma das formações mais emblemáticas do Morro da Coroa e da Ilha da Magia, Florianópolis – SC.



A Pedra do Surfista de Floripa, desafiadoramente equilibrada na beira do penhasco, oferece um cenário espetacular para fotos, tornando-se um ícone entre os aventureiros e fotógrafos que visitam o local.




Em meio à brincadeira, fizemos uma aposta divertida e Sayo acabou sendo a escolhida, seja como vencedora ou perdedora, para se aventurar até a extremidade da Pedra Suspensa.



Demonstrando coragem, ela se aproximou da ponta da pedra que, embalada pelo vento, parecia quase flutuar sobre o abismo. A cena era de tirar o fôlego: Sayo, equilibrada na pedra, contra o pano de fundo de um céu vasto e um oceano infinito, criou um momento de pura adrenalina e beleza, capturando a essência da aventura e do desafio.



Chegou então o momento de iniciar nossa jornada de volta, após termos aproveitado ao máximo as maravilhas do Morro da Coroa. Com o coração cheio de satisfação e a mente repleta de memórias inesquecíveis, preparamo-nos para descer, sabendo que cada passo nos afastaria daquela vista espetacular.



Para aqueles que buscam uma alternativa à rota que tomamos, existe uma segunda trilha que oferece uma experiência diferente. Esta trilha percorre aproximadamente 1 quilômetro através da densa selva, partindo do Morro da Coroa e encontrando-se com a trilha principal que liga o Pântano do Sul à Lagoinha do Leste. Esta opção evita a descida pelo caminho pedregoso e íngreme pelo qual optamos. No entanto, é importante notar que essa trilha é menos evidente e possui algumas bifurcações, o que requer uma atenção redobrada dos aventureiros que escolhem este percurso.




Apesar da existência da segunda trilha, como somos tansos, decidimos não nos aventurar por ela. Preferimos a certeza do caminho já conhecido e optamos por testar nossa resistência, descendo novamente pela mesma ladeira íngreme. Esta escolha, embora mais desafiadora para os joelhos, nos deu a oportunidade de revisitar as paisagens já conhecidas e reforçar a experiência vivida.



Antes de começar a jornada de volta, dedicamos um momento para analisar as diversas rotas disponíveis. Escolhemos um caminho alternativo, ligeiramente mais extenso, mas significativamente menos íngreme, evitando assim as grandes pedras que marcaram nossa rota de ida. Essa decisão estratégica nos permitiu retornar à Praia da Lagoinha do Leste em menos de 45 minutos.



Assim que chegamos à praia, FredLee, esgotado mas contente, não perdeu tempo e se entregou à maciez da areia.



E, para celebrar mais uma trilha conquistada, não podia faltar uma refrescante água de coco. A bebida, com seu sabor tropical e revitalizante, foi o brinde perfeito para este momento.




Antes de nos despedirmos, optamos por mergulhar os pés e canelas nas refrescantes águas da Praia da Lagoinha do Leste. Esse simples gesto foi como uma despedida simbólica do lugar, sentindo o toque frio e revigorante do mar, uma conexão final com a natureza que nos acolheu durante essa jornada.



Tomar a decisão de mergulhar os pés nas águas do mar foi verdadeiramente sábio, trazendo uma sensação incrivelmente agradável e relaxante, especialmente depois de longas horas de caminhada com os pés confinados em botas robustas.



Esse momento proporcionou um alívio imediato, um contraste refrescante que rejuvenesceu nossos pés cansados. Foi como se cada onda que tocava nossos pés levasse consigo um pouco do cansaço, deixando em troca uma sensação de leveza e bem-estar.



À medida que o dia se encaminhava para o seu fim, nos despedimos da encantadora Praia da Lagoinha do Leste, iniciando nossa jornada de volta pelo mesmo caminho que nos trouxe, em direção ao Pântano do Sul. Essa trilha, já familiar, parecia diferente sob a luz suave do entardecer, com as sombras alongadas e um ar de tranquilidade que só o fim do dia pode trazer.




Durante nosso caminho de volta, a sinfonia da natureza era nossa constante companhia, com os sons ao redor se fundindo harmoniosamente aos ecos dos nossos passos. Fomos agraciados por um momento especial quando os gritos característicos dos saguis cortaram o ar.



Instintivamente, paramos e esperamos em silêncio, com a expectativa crescente. Poucos momentos depois, fomos presenteados com a aparição desses ágeis e travessos animais. Eles se moviam com uma agilidade impressionante, proporcionando-nos um espetáculo de pura beleza e vivacidade da natureza selvagem. Este encontro inesperado foi um verdadeiro presente, adicionando ainda mais encanto à nossa jornada de retorno.



Os saguis, esses pequenos mamíferos encantadores, são uma visão comum em toda a ilha da capital catarinense. No entanto, é interessante notar que eles não são nativos desta região. Originalmente, esses animais foram introduzidos pelo homem, vindo do nordeste brasileiro.



A adaptação bem-sucedida dos saguis em Floripa, facilitada pela ausência de predadores naturais, resultou em uma rápida proliferação desses animais. Essa expansão demográfica, embora seja um testemunho da capacidade de adaptação desses mamíferos, traz consigo desafios ambientais significativos. O crescimento acelerado da população de saguis pode levar a um desequilíbrio ecológico na região, afetando a dinâmica natural dos ecossistemas locais.




Durante a trilha, além dos saguis, tivemos a oportunidade de observar as gralhas azuis, aves nativas de notável beleza. No entanto, ao contrário dos extrovertidos saguis, as gralhas azuis mostraram-se mais reservadas e tímidas. Cada vez que tentávamos capturar sua imagem com a câmera fotográfica, elas habilmente se esquivavam, permanecendo fora do alcance da lente.



Outra rota que oferece acesso à Praia da Lagoinha do Leste inicia-se na Praia do Matadeiro, proporcionando uma jornada diferente pela costa. Este caminho se estende por cerca de 4 km, margeando o mar. Embora seja um trajeto mais longo, ele apresenta uma inclinação menos acentuada em comparação com a trilha que partimos do Pântano do Sul. Esta alternativa de trilha representa mais uma aventura a ser explorada em futuras visitas. É uma opção excelente para aqueles que buscam um percurso mais suave, ainda desfrutando de vistas deslumbrantes e da proximidade com o oceano.



Após nossa jornada inesquecível, retornamos ao Pântano do Sul e reencontramos a Formosa. Era hora de nos dirigirmos ao centro de Florianópolis – SC.



Seguindo nosso caminho, passamos pela imponente Praia da Armação, onde o espetáculo natural se faz presente: as ondas do oceano se chocavam vigorosamente contra uma robusta barreira de pedras, criando uma cena de beleza crua e poderosa.




À medida que nos aproximávamos do Campeche, fomos agraciados com um momento verdadeiramente mágico: a despedida do sol. O céu, pintado em tons de laranja, rosa e roxo, formava um espetáculo visual deslumbrante, enquanto o Astro-Rei lentamente se recolhia no horizonte.



Era um momento de pura magia, onde os últimos raios de luz se misturavam com as silhuetas dos morros, proporcionando um espetáculo visual inesquecível: mais um lindo pôr do sol apreciado da estrada.



Após um dia repleto de aventuras e descobertas, chegamos ao hotel no início da noite, prontos para um merecido descanso. O primeiro passo foi um banho revigorante, essencial para relaxar os músculos e renovar as energias. Seguido de um lanche saboroso, perfeito para repor as energias gastas durante as trilhas.



Com o corpo alimentado e a mente tranquila, nos entregamos ao conforto do hotel, ansiosos pelo merecido descanso. Afinal, o dia seguinte prometia mais explorações pelas encantadoras trilhas manezinhas, e queríamos estar prontos para encarar novas aventuras e descobertas.




Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Passeio maravilhoso e como sempre lindas fotos…parabéns aos dois pelo bom gosto de curtir a natureza…
Valeu, o lugar é lindo mesmo! Abraços…
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.