Brasil • Expedição 2021: Guartelá - Iguaçu • Paraná
De Prudentópolis a Cascavel: Viagem de Moto pelo Paraná
7 de Abril, 2021
Embarque na emocionante viagem de moto de Prudentópolis - PR a Cascavel - PR, marcando os primeiros 100.000 km rodados da Formosa em uma aventura repleta de paisagens naturais e cultura local.
Depois de dedicarmos dois dias encantadores à exploração de algumas maravilhas naturais de Prudentópolis, mergulhando profundamente na rica cultura, tradições e gastronomia ucraniana, nos despedimos desse acolhedor município do Paraná, famoso como a “Terra das Cachoeiras Gigantes”. Ao amanhecer dessa quarta-feira, carregamos a Formosa, vestimos os equipamentos de moto viajantes e partimos rumo a Cascavel.


Chegamos a considerar a possibilidade de estender nossa estadia em Prudentópolis por mais alguns dias. No entanto, durante um passeio pela área central da cidade ontem, visitamos o Centro de Informações Turísticas em busca de orientações sobre outros atrativos naturais do município que ainda poderíamos explorar. Foi lá que descobrimos ter visitado quase todas as cachoeiras acessíveis no momento, já que várias propriedades encontravam-se temporariamente fechadas devido à pandemia.

Contudo, recebemos a boa notícia de que o Parque Estadual Salto São Francisco, lar da maior cachoeira da região, impressionante com seus 196 metros de altura, estava com os portões abertos para visitação.


O majestoso Salto São Francisco, situado precisamente na divisa entre os municípios paranaenses de Prudentópolis, Guarapuava e Turvo, é acessível a partir do parque estadual localizado em território de Guarapuava. Este parque oferece aos visitantes a oportunidade de contemplar a cachoeira de um mirante e também de percorrer uma trilha ecológica que leva até a base da incrível queda d’água.


Para chegar ao Parque Estadual Salto São Francisco partindo de Prudentópolis, existem duas rotas: uma atravessa o interior do município, cobrindo uma distância de aproximadamente 50 km, sendo cerca de 38 km por estradas de terra. A outra opção, que nos foi recomendada, passa por Guarapuava e estende-se por quase 100 km, dos quais apenas 6 km são em estradas de terra.


Assim sendo, partimos da “Terra das Cachoeiras Gigantes” seguindo pela rodovia BR-373. Pouco menos de 20 km depois, chegamos ao entroncamento com a BR-277 e tomamos essa via em nossa jornada.


Rodando pela rodovia pedagiada, que se destacava por sua excelente conservação e pelo baixo fluxo de veículos, rapidamente chegamos a Guarapuava. Este município é notável por ser o maior em extensão territorial do Paraná.


Em seguida, deixamos a rodovia federal para trás e adentramos uma estrada municipal, guiados inicialmente por uma grande placa que indicava o acesso ao Shopping Cidade dos Lagos. Logo após, uma placa bem menor chamou nossa atenção, sinalizando o caminho para o Salto São Francisco, orientando-nos na direção de nossa próxima grande descoberta.


Antes de começarmos nossa jornada pela Estrada Guaicará, conhecida também como Caminho de São Francisco, fizemos uma pausa para apreciar e colher lindas marcelas que cresciam abundantemente às margens da estrada.



Armados com um punhado de marcelas frescas, garantindo um toque especial aos nossos próximos cafés da manhã, iniciamos nosso percurso pela pitoresca rota rural de Guarapuava.



Para nossa agradável surpresa, a estrada que leva até o Parque Estadual Salto São Francisco revelou-se estreita, sinuosa e imersa em um cenário espetacular, proporcionando uma experiência de viagem verdadeiramente encantadora.



Durante o trajeto, que conta com excelente sinalização através de placas indicativas, diversas propriedades ao longo do caminho oferecem uma variedade de produtos regionais, além de opções para café e almoço no estilo colonial.



Continuamos nossa jornada passando pela encantadora Capela Nossa Senhora das Graças e, entre subidas e descidas, prosseguimos tranquilamente pela paisagem interiorana de Guarapuava, desfrutando de cada momento do percurso.



Gradualmente, adentramos uma área densamente povoada por pinheiros araucária, encontrando-nos completamente cercados por esta emblemática árvore, que é símbolo do estado do Paraná. Este momento foi especialmente significativo, pois a araucária está atualmente classificada como em risco extremo de extinção, tornando a experiência ainda mais marcante e consciente da importância da preservação ambiental.



A sequência de curvas na estreita estrada, juntamente com os extensos aclives e declives, trouxe à memória o Camino de la Cornisa na Ruta Nacional 9, Argentina, uma etapa memorável que vivenciamos durante a Expedição 2019, quando percorremos as províncias hermanas de Salta, Jujuy e Tucumán.



Em seguida, atravessamos a localidade de Guairacá, lar da igreja católica de rito ucraniano Nossa Senhora do Patrocínio.



Alguns quilômetros à frente, nos deparamos com outra expressão da fé ucraniana na região: a Igreja São Pedro e São Paulo. A presença de mais uma igreja de rito ucraniano tão próxima à anterior reforça a influência cultural ucraniana na área, destacando a importância dessa comunidade no Paraná.



E, após percorrer aproximadamente 40 quilômetros pela estreita e sinuosa estrada, o asfalto cedeu lugar ao pavimento de terra, marcando uma nova fase em nossa jornada e aproximando-nos ainda mais da autenticidade e da aventura que o interior reserva.



Com a velocidade devidamente reduzida para nos adaptarmos ao novo tipo de pavimento, não demorou muito até que nos encontrássemos com uma encruzilhada. Curiosamente, diferentemente da parte asfaltada da rota, onde a sinalização era abundante até mesmo em locais sem cruzamentos, nesta seção de terra, não havia placas indicativas para orientar o caminho. Esta falta de sinalização em um ponto crítico nos lembrou da importância da preparação e do senso de orientação em viagens de aventura.



Enfim, recorremos aos astros, ou melhor, ao Google Maps, para nos orientar. Após uma rápida consulta, confirmamos que o caminho correto era seguir em frente, garantindo assim a continuidade de nossa aventura sem desvios.



Levantando poeira por mais 6 quilômetros, finalmente chegamos à entrada do Parque Estadual Salto São Francisco. Para nossa surpresa, encontramos o parque… fechado. Uma reviravolta inesperada em nossa jornada.



O solitário guarda-parque nos recebeu e confirmou o que já se apresentava como bastante óbvio: o parque estava, de fato, fechado devido à pandemia. Essa informação contradizia o que havíamos sido informados em Prudentópolis – PR, revelando um desencontro de informações.



Capturamos uma única fotografia diante do portão fechado (como prova de nossa visita ao local), aproveitamos para regar as plantas próximas, consumimos as bananas que já estavam praticamente cozidas dentro dos alforjes da Formosa devido ao calor, hidratamo-nos devidamente, e então retomamos nossa jornada pelo Caminho de São Francisco, desta vez em direção oposta, seguindo de volta pelo caminho pelo qual viemos.



Embora não tenhamos tido a chance de admirar o famoso Salto São Francisco desta vez, o lado positivo dessa experiência foi a oportunidade de nos encantarmos com a maravilhosa estrada rural que leva até o parque estadual. Para os aficionados por viagens de moto, esse percurso asfaltado se revelou um verdadeiro deleite, oferecendo paisagens deslumbrantes e uma sensação de liberdade que apenas as duas rodas podem proporcionar.



Retornando à rodovia BR-277, livres de destino fixo, compromissos, horários ou qualquer outra amarra, optamos por seguir rumo ao oeste.



E, precisamente no trevo de acesso à Cooperativa Agrária, a poucos quilômetros após contornarmos o centro de Guarapuava, a Formosa atingiu um marco impressionante: completou seus primeiros 100.000 quilômetros rodados!



Fizemos questão de parar brevemente no acostamento para registrar esse momento significativo em fotos.



Essa notável marca não poderia ter sido atingida em um momento mais propício: hoje, o dia perfeito. Iniciamos nosso trajeto sob um céu encoberto por densas nuvens cinzentas, que gradualmente cederam espaço para um céu de um azul brilhante e hipnotizante, adornado por nuvens alvas. Era um dia em que não tínhamos um destino específico, nem direção predeterminada, muito menos compromissos a nos prender. Isso nos permitiu vivenciar plenamente a deliciosa sensação de liberdade que só uma viagem sobre duas rodas pode oferecer, fazendo deste um cenário ideal para celebrar tal marco em nossa aventura.



Com um sorriso incontível por detrás do capacete, seguimos adiante, mergulhando nas lembranças de tudo o que vivenciamos ao longo desses cem mil quilômetros. Essa jornada teve seu início em outubro de 2014, momento em que acolhemos a Formosa em nossas vidas e nos lançamos em um universo até então inexplorado por nós. Não demorou para descobrirmos que essa nova aventura se tornaria nossa maior paixão: viajar sobre duas rodas, explorando paisagens, culturas e a nós mesmos, revelando a liberdade e a alegria que só esse estilo de vida pode proporcionar.



Asfalto, paralelepípedo, estrada de terra, lama, cascalho, areia, rípio, salar, trechos alagados, travessia de rios, balsas, sob sol, chuva, granizo, tempestades, enfrentando ventos fortes, neblina, durante o dia e a noite. Cada um desses 100.000 quilômetros foi uma situação única, uma emoção distinta, um momento inesquecível que nos brindou com o mais puro e autêntico sentimento de estar vivo! Essas experiências diversas moldaram não apenas a jornada, mas também a nossa percepção sobre o mundo e sobre nós mesmos, ensinando-nos sobre resiliência, adaptabilidade e a beleza de cada novo horizonte.



Cercados por uma sensação de plenitude completa, continuamos nosso caminho pela rodovia pedagiada, deixando que a estrada nos guiasse através dessa jornada enriquecedora.



Prosseguimos nossa viagem, atravessando as cidades paranaenses de Candói, Cantagalo e Virmond.



No trecho entre Laranjeiras do Sul e Nova Laranjeiras, nos deparamos com várias barraquinhas instaladas à beira da rodovia. Nestes pequenos espaços, indígenas locais expunham e vendiam seus produtos artesanais, oferecendo aos viajantes uma oportunidade única de apreciar e adquirir artefatos que carregam consigo a riqueza cultural e a tradição de seus povos.



Continuamos nossa jornada, atravessando Guaraniaçu e Ibema, enfrentando diversos pontos de “pare e siga” e contribuindo generosamente com os pedágios ao longo da BR-277, até alcançar Cascavel, PR.



À medida que o dia se aproximava do fim e continuávamos nossa viagem em direção ao oeste, o sol iniciava seu espetacular mergulho rumo ao horizonte, posicionando-se diretamente à nossa frente. Esse belo fenômeno natural, embora deslumbrante, acabava por dificultar um pouco nossa visibilidade, adicionando um desafio extra à nossa jornada.



Diante dessa situação, decidimos que o mais prudente seria interromper a viagem do dia. Assim, adentramos a cidade de Cascavel, em busca de um local para pernoitar, descansar e recarregar as energias para as aventuras do dia seguinte.



Chegamos ao centro da significativa cidade de Cascavel e fizemos uma parada estratégica em um posto de combustível para abastecer a moto. Aproveitamos a ocasião para utilizar o Wi-Fi disponível e buscar um hotel próximo.



Uma vez acomodados em nosso local de pernoite, nos refrescamos com um bom banho e decidimos explorar a pé a área central de Cascavel. Era uma forma de esticar as pernas após um longo dia na estrada e, ao mesmo tempo, expressar nossa gratidão por mais um dia incrível de viagem.



Abaixo o mapa com o trajeto percorrido no dia durante a viagem de Prudentópolis a Cascavel:



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