Neste sábado de temperatura amena e céu azul, fizemos uma inesquecível viagem de moto pela Serra do Rastro da Serpente, uma das rotas mais desafiadoras e cênicas do Brasil. Já em território paranaense, exploramos o encantador Recanto dos Papagaios, visitamos a histórica Ponte Dom Pedro II, nos impressionamos com o Sítio Geológico Estrias Glaciais de Witmarsum e encerramos o dia com um delicioso café colonial na charmosa Colônia Witmarsum, em Palmeira – PR.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Despertamos nas primeiras horas da manhã de sábado e, após um café da manhã revigorante, organizamos as bagagens na Formosa e vestimos nossas tradicionais roupas de viagem, prontos para mais um dia de estradas sobre duas rodas.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Sob um céu carregado de nuvens, onde o azul lutava para se fazer presente, nos despedimos do centro de Capão Bonito – SP e seguimos rumo ao sul pela rodovia estadual SP-250.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Diferente do trecho da SP-250 que havíamos enfrentado no dia anterior, marcado por buracos e irregularidades, o percurso entre Capão Bonito e a divisa com o Paraná surpreendeu pela excelente conservação do asfalto, proporcionando uma pilotagem mais tranquila e segura.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

A estrada de pista simples é asfaltada, bem sinalizada e, naquela manhã, apresentava um tráfego bastante leve, possivelmente em razão do horário, o que contribuiu para uma condução ainda mais agradável.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Aos poucos, o azul começou a despontar no céu, enquanto a temperatura permanecia amena, o clima ideal para uma viagem de moto pela icônica Serra do Rastro da Serpente!

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

O Rastro da Serpente é um percurso de aproximadamente 260 quilômetros que cruza o Vale do Ribeira, conectando a cidade de Capão Bonito – SP à capital paranaense, Curitiba – PR.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Aliás, o Rastro da Serpente é um velho conhecido nosso, e da Formosa. Foi justamente por esse trajeto que passamos no primeiro dia da nossa Moto Expedição 2018: Tapajós – Amazonas. Naquela ocasião, porém, percorremos a estrada no sentido inverso.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Desta vez, em certo ponto da rodovia, tivemos que fazer uma pausa para que quem vos escreve pudesse esticar as pernas e tirar a água do joelho. Ao descer da Formosa e olhar para o lado, ali estava ela, uma verdadeira serpente, tal qual o animal que dá nome à estrada, infelizmente sem vida, provavelmente vítima de atropelamento por algum veículo.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Curiosamente, esta foi a segunda vez durante a Moto Expedição 2020: Belas Rotas em que encontramos uma cobra morta às margens da rodovia.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

A primeira surpresa foi muito mais tensa: diferente desta vez, em que avistei o pobre animal estirado antes mesmo de parar a moto, na outra ocasião não vi a cobra e só percebi sua presença ao sentir que estava pisando exatamente sobre ela! A sensação de susto foi intensa — relembre aqui!

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Se eu fosse supersticioso e fã de jogos de azar, certamente aproveitaria a ocasião para apostar na cobra no jogo do bicho.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Enfim, de volta à estrada, a viagem seguiu tranquila até chegarmos ao centro de Apiaí – SP, onde fizemos uma breve pausa para fotografar a Formosa ao lado da icônica placa do Rastro da Serpente.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

É interessante notar que a placa do Rastro da Serpente em Apiaí indica o número 476, fazendo referência à rodovia federal BR-476. No entanto, no trecho paulista do Rastro da Serpente, o percurso é feito pela rodovia estadual SP-250, enquanto a BR-476 começa apenas no território paranaense, no município de Adrianópolis, ao menos é o que apontam os mapas oficiais do DNIT e do DER.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Após as tradicionais fotos ao lado da placa do Rastro da Serpente, procurei desesperadamente um boteco para apostar na cobra no jogo do bicho… brincadeirinha.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Logo retomamos a viagem pela sinuosa e cênica Estrada Rastro da Serpente, batizada assim por conta de seu traçado cheio de curvas fechadas, que serpenteia por entre as montanhas do vale, proporcionando uma pilotagem desafiadora e paisagens de tirar o fôlego.

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Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Dos cerca de 260 quilômetros que compõem o Rastro da Serpente, praticamente metade (129 quilômetros) estão em território paulista. Nesse trecho, a SP-250 cruza as cidades de Capão Bonito, Guapiara, Apiaí e Ribeira, esta última às margens do Rio Ribeira. Já no lado paranaense, a BR-476 (que também leva o nome de Rastro da Serpente nesse segmento) percorre 131 quilômetros passando por Adrianópolis, Tunas do Paraná, Bocaiúva do Sul, Colombo e, por fim, Curitiba.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Todo o trajeto do Rastro da Serpente é asfaltado e de mão dupla. Em boa parte, a estrada é estreita, sem acostamento e repleta de curvas fechadas, exigindo maior atenção dos motociclistas. Ao longo de todo o percurso, somos acompanhados pela exuberante vegetação da Mata Atlântica, que emoldura a viagem com paisagens deslumbrantes.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Em um dia perfeito para viajar de moto e com o tráfego praticamente inexistente, logo chegamos a Ribeira, a última cidade paulista do nosso trajeto nesta Moto Expedição.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Ribeira tem aproximadamente 3.500 habitantes, foi emancipada em 1910 e ostenta o slogan de “A Capital da Amizade”, curiosamente, o mesmo de nossa amada Erechim, no Rio Grande do Sul.

Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia SP-250 | FredLee Na Estrada

Cruzamos rapidamente o pequeno centro urbano de Ribeira e, em seguida, passamos pela ponte sobre o Rio Ribeira de Iguape, que, nesse ponto, marca a divisa entre os estados de São Paulo e Paraná.

Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada

De volta ao sul do Brasil, já em território do município paranaense de Adrianópolis, seguimos serpenteando pela rodovia Rastro da Serpente, agora trafegando pela BR-476, trecho federal que mantém o mesmo charme e desafio do percurso paulista.

Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada

O Rastro da Serpente impressiona com suas 1.250 curvas distribuídas ao longo de 260 quilômetros, o que resulta em uma média de cerca de 4 curvas por quilômetro. Não é à toa que esse trajeto é considerado um verdadeiro paraíso para os motociclistas.

Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada

Além da empolgante sequência de curvas, da estrada estreita e do visual encantador que acompanha todo o percurso, outro aspecto marcante da Estrada Rastro da Serpente é a grande variação de altitude. Saindo de cerca de 180 metros acima do nível do mar no centro da cidade de Ribeira, a rodovia ultrapassa os 1.100 metros em poucos quilômetros, proporcionando uma experiência ainda mais rica e desafiadora.

Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada

A Serra Rastro da Serpente atravessa regiões próximas a diversos parques estaduais, que preservam trechos valiosos da Mata Atlântica, com sua fauna e flora ricas e bem conservadas. Esses ambientes encantam os viajantes com cachoeiras, grutas, cavernas, rios cristalinos e paisagens naturais de tirar o fôlego.

Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada

Porém, é importante destacar que as principais atividades econômicas da região cortada pela Estrada Rastro da Serpente são a agricultura, o reflorestamento e a mineração. Como consequência, há um considerável tráfego de caminhões e carretas, especialmente nos dias úteis. Isso exige atenção redobrada dos motociclistas, não apenas pela presença constante desses veículos de grande porte (que, por vezes, invadem a pista contrária ao contornar curvas mais fechadas) mas também pelo risco de óleo deixado sobre o asfalto, o que pode tornar o trajeto ainda mais perigoso.

Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada

Mas, mantendo os limites de velocidade, estando sempre atento e respeitando as condições da via, a Serra do Rastro da Serpente se revela como uma das rodovias mais prazerosas para se percorrer de moto e, sem dúvida, uma das estradas mais bonitas do Brasil!

Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada

Como era sábado, cruzamos o Rastro da Serpente encontrando poucos caminhões e carretas ao longo do caminho. Embalados pelo agradável ronco do motor Twin Cam Harley-Davidson da Formosa, seguimos com fluidez e, em pouco tempo, chegamos a Tunas do Paraná.

Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada

Como se estivéssemos em um elegante e garboso baile sobre duas rodas, seguimos pela sinuosa Serra do Rastro da Serpente, inclinando suavemente de um lado para o outro a cada curva. Passamos por Bocaiúva do Sul e, em um ritmo envolvente, alcançamos Colombo, já coladinha em Curitiba, PR.

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Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada

Em Colombo, as curvas foram ficando para trás, dando lugar a retas mais longas que começaram a dominar o cenário. Com isso, o fluxo de veículos aumentou gradativamente, anunciando a proximidade da capital paranaense.

Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada
Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada

Sob um calor escaldante, finalmente chegamos à Curitiba e, como era de se esperar, a cidade apresentava um trânsito intenso.

Rastro da Serpente | Rodovia BR-476 | FredLee Na Estrada
Curitiba - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Em Curitiba, passamos ao lado do Jardim Botânico, um dos principais cartões-postais da cidade, e cruzamos todo o centro até alcançarmos a BR-277. No caminho, ainda tivemos o privilégio de passar ao lado de outro ícone curitibano: o amplo e belo Parque Barigui.

Curitiba - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Ao deixarmos Curitiba, a rodovia federal BR-277, conhecida como “Grande Estrada”, passa a coincidir com a BR-376, também chamada de “Rodovia do Café”, compartilhando o mesmo traçado até a altura do km 140, onde ambas seguem seus caminhos originais.

Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada
Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Inaugurada em 1969, a rodovia federal BR-277 possui 732 km de extensão e é uma via de grande relevância econômica para o Brasil, e até mesmo para o Paraguai, ao conectar a fronteira entre os dois países (via Foz do Iguaçu) ao Porto de Paranaguá, onde está localizado seu quilômetro zero.

Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada
Recanto dos Papagaios | Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Exatamente no quilômetro 144 da BR-277 está localizada uma bela área natural de lazer e um importante marco histórico nacional: o Recanto dos Papagaios.

Recanto dos Papagaios | Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada
Recanto dos Papagaios | Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Com entrada gratuita, o Recanto dos Papagaios ocupa uma área de 15.000 metros quadrados e oferece espaços arborizados, trilhas ecológicas, churrasqueiras, quiosques, estruturas para recreação e piscinas naturais formadas pelo represamento das águas do Rio dos Papagaios, que delimita a divisa entre os municípios paranaenses de Palmeira e Balsa Nova.

Recanto dos Papagaios | Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada
Recanto dos Papagaios | Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Assim que entramos no Recanto dos Papagaios, encontramos uma sombra agradável onde estacionamos a Formosa e partimos para uma breve caminhada pela área pública, aproveitando a tranquilidade do local.

Recanto dos Papagaios | Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Como o calor estava insuportável, com os termômetros marcando 32 °C, fizemos apenas uma breve caminhada pelo Recanto dos Papagaios e seguimos até uma das obras mais significativas de todo o Paraná: a Ponte do Rio dos Papagaios, construída por imigrantes alemães entre 1876 e 1877.

Recanto dos Papagaios | Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Considerada um verdadeiro monumento da engenharia nacional, a Ponte do Rio dos Papagaios possui dois arcos em seu vão central e foi inteiramente construída com blocos de pedra talhados à mão. Minuciosamente edificada, com cada pedra milimetricamente medida e encaixada, a ponte permanece, até hoje, como uma joia da arquitetura e da engenharia brasileira.

Recanto dos Papagaios | Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Tombada em 1973 como Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, a Ponte do Rio dos Papagaios também é conhecida como Ponte de Dom Pedro II, em razão de sua construção ter sido autorizada pelo próprio imperador.

Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Sua inauguração ocorreu em 1880, durante uma visita oficial de Dom Pedro II ao Paraná. Anos mais tarde, a ponte também serviu como rota para os tropeiros e, atualmente, ainda pode ser atravessada tanto a pé quanto de carro.

Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada
Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Após explorarmos o Recanto dos Papagaios e nos encantarmos com sua beleza natural e valor histórico, retomamos a viagem com a Formosa, seguindo pelas estradas paranaenses rumo aos próximos quilômetros de aventura.

Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada
Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Alguns quilômetros adiante, deixamos a rodovia federal BR-277 e acessamos a Avenida Presidente Ernesto Geisel, seguindo em direção à charmosa Colônia Witmarsum.

Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada
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A Colônia Witmarsum, uma pequena comunidade com cerca de 2.000 habitantes, está localizada no município de Palmeira – PR e foi fundada por imigrantes alemães menonitas oriundos da cidade de Witmarsum, Santa Catarina.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Como o número de famílias na cidade catarinense era elevado e não havia propriedades rurais suficientes para todos, um grupo decidiu, em 1951, adquirir a antiga Fazenda Cancela, em terras do município de Palmeira. Foi assim que nasceu a Colônia Witmarsum no estado do Paraná.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

O fundador dos menonitas foi Menno Simons, e o nome “menonitas” deriva diretamente dele. Como Menno nasceu na cidade de Witmarsum, na Holanda, torna-se fácil compreender por que tanto a colônia paranaense quanto a cidade catarinense receberam esse nome.

Igreja Evangélica Menonita |Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Embora Menno Simons tenha nascido na Holanda e os menonitas preservem o idioma alemão como parte de sua herança cultural, sua trajetória histórica inclui séculos de permanência na Rússia, antes de emigrarem para o Brasil.

Igreja Evangélica Menonita | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Eram prósperos agricultores, profundamente ligados à religião, que prega a não violência e não permite o uso de armas. Com a imposição do serviço militar obrigatório na Rússia, muitos menonitas decidiram buscar um novo lar, e chegaram ao Brasil a partir de 1930.

Igreja Evangélica Menonita | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Já na Colônia Witmarsum, visitamos a bela Igreja Evangélica Menonita, um dos símbolos da comunidade. Infelizmente, no momento de nossa passagem, ela estava fechada para visitação interna.

Igreja Evangélica Menonita | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Na sequência, partimos para explorar o interessante Sítio Geológico Estrias Glaciais de Witmarsum, um verdadeiro tesouro natural que guarda registros da passagem de geleiras pela região há milhões de anos.

Estrias Glaciais de Witmarsum | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Estrias Glaciais de Witmarsum | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Estrias glaciais são sulcos e cristas marcados no leito rochoso, formados pelo processo de abrasão provocado pelo deslocamento das geleiras sobre a superfície terrestre.

Estrias Glaciais de Witmarsum | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

As marcas visíveis no Sítio Geológico Estrias Glaciais de Witmarsum foram formadas pelo deslocamento de imensas massas de gelo, as geleiras, semelhantes às que hoje existem na Antártida. Essas geleiras cobriram a região durante a glaciação Permo-Carbonífera, há cerca de 300 milhões de anos, em um período em que a América do Sul ainda estava unida à África, à Antártida, à Oceania e à Índia, no supercontinente Gondwana.

Estrias Glaciais de Witmarsum | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

A rocha onde se encontram as estrias glaciais é um arenito, formado pela compactação e cimentação de sucessivas camadas de areia ao longo de milhões de anos.

Estrias Glaciais de Witmarsum | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

As rochas formadas durante esse evento glacial fazem parte do Grupo Itararé, da Bacia do Paraná, que inclui também os arenitos de Vila Velha e da Gruta do Monge, na Lapa.

Centro de Informações Turísticas | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Em seguida, visitamos o Centro de Informações Turísticas da Colônia Witmarsum.

Centro de Informações Turísticas | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

O Centro de Informações Turísticas está situado ao lado do Heimat Museum Witmarsum, também conhecido como Museu de História Witmarsum.

Heimat Museum | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

O Museu de História Witmarsum está instalado no antigo casarão de madeira que servia como sede da Fazenda Cancela e retrata a história, a cultura e as curiosidades da comunidade menonita local.

Heimat Museum | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Devido à pandemia, infelizmente o Museu de História Witmarsum estava fechado durante nossa visita.

Heimat Museum | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

A Colônia Witmarsum produz uma ampla variedade de alimentos e bebidas, incluindo hidromel, cervejas artesanais, cogumelos (visitamos a produção local em 2017 – relembre aqui), queijos finos e leite de alta qualidade.

Heimat Museum | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

O diferencial dos produtos lácteos da Colônia Witmarsum está na bacia leiteira local, que permite uma coleta rápida, pois os produtores ficam próximos à unidade de beneficiamento, garantindo maior qualidade. Além disso, a altitude de cerca de 1.000 metros acima do nível do mar, as pastagens nutritivas e o clima temperado contribuem significativamente para o bem-estar das vacas das raças holandesa e pardo suíço.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Além dos deliciosos produtos coloniais, a Colônia Witmarsum oferece diversas opções turísticas, como cachoeira, sítio geológico, museus, pousadas rurais, minizoológico, passeios a cavalo, cervejarias, culinária típica alemã e os tradicionais cafés coloniais.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

À medida que o relógio se aproximava das 16h, não hesitamos em nos deliciar com algumas das guloseimas locais na Confeitaria Kliewer.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
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Experimentamos diversos quitutes, todos deliciosos, mas o café coado na hora, acompanhado do leite fresco produzido a poucos metros dali, foi simplesmente precioso!

Igreja Evangélica Irmãos Menonitas | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Igreja Evangélica Irmãos Menonitas | Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Devidamente alimentados, subimos novamente na Formosa e passamos em frente à Igreja Evangélica Irmãos Menonitas.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Ah, uma curiosidade interessante sobre a Colônia Witmarsum é que seus moradores falam alemão fluentemente, e na escola pública local as crianças recebem aulas dessa língua, preservando assim a cultura e tradição da comunidade.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Com o fim do dia se aproximando, nos despedimos da Colônia Witmarsum, essa pequena, pacata e encantadora comunidade menonita no Paraná.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Partimos pela mesma estrada por onde chegamos, que, por si só, já é um atrativo à parte.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Ao longo do trajeto que dá acesso à Colônia Witmarsum, belas propriedades e charmosas residências se espalham pela paisagem, tornando a despedida ainda mais agradável.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Sem contar o verdadeiro túnel verde que se forma na longa reta da via, já próximo ao entroncamento com a rodovia federal BR-277, onde os altos e esbeltos galhos das árvores alinhadas de ambos os lados se encontram no alto, criando uma passagem naturalmente encantadora.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

O local é tão mágico que, em nossa passagem de retorno, avistamos um casal sendo fotografado, provavelmente para um book fotográfico, aproveitando a beleza singular da paisagem.

Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada
Colônia Witmarsum - Palmeira - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

De volta à movimentada e pedagiada rodovia federal BR-277, retomamos a viagem de moto rumo ao oeste paranaense.

Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada
Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Antes mesmo de alcançarmos o acesso principal da cidade de Palmeira, fomos envolvidos por densas nuvens carregadas, sinal claro de que a chuva se aproximava rapidamente.

Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada
Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Avançamos o quanto pudemos sem parar para vestir as capas de chuva, mas nas proximidades de Irati ela finalmente chegou, e com força.

Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Diante da chuva torrencial, guardamos a câmera fotográfica, vestimos as capas de chuva e seguimos viagem sob o aguaceiro até Guarapuava, PR.

Rodovia do Café - Rodovia BR-277 | FredLee Na Estrada

Chegamos no início da noite e fomos direto para o hotel, onde agora descansamos, nos preparando para a última pernada da Moto Expedição 2020: Belas Rotas.

Trajeto entre Capão Bonito - São Paulo - Brasil e Guarapuava - Paraná - Brasil | FredLee Na Estrada

Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre Capão Bonito – SP e Guarapuava – PR.