Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • Palmeira • Paraná • São Paulo
Serpenteando pelo Rastro da Serpente e Saboreando um Café Colonial na Charmosa Colônia Witmarsum
28 de Novembro, 2020Conheça o famoso Rastro da Serpente entre São Paulo e Paraná, visite o encantador Recanto dos Papagaios e experimente um café colonial na Colônia Witmarsum.
Hoje exploramos o famoso Rastro da Serpente, uma estrada sinuosa que liga São Paulo ao Paraná. Mais tarde, visitamos o encantador Recanto dos Papagaios e saboreamos um café colonial inesquecível na charmosa Colônia Witmarsum, em Palmeira – PR.
Acordamos cedo neste sábado e, após um café da manhã revigorante, carregamos as bagagens na Formosa e nos vestimos com as tradicionais roupas de viagem. Nas primeiras horas do dia, já estávamos prontos para pegar a estrada.
Saímos de Capão Bonito – SP e seguimos pela rodovia SP-250, em direção ao sul.
Diferentemente do trecho da rodovia estadual que percorremos ontem, que estava em péssimo estado, o percurso de Capão Bonito em direção à divisa com o Paraná está bem conservado.
A estrada é asfaltada, bem sinalizada e apresentava um baixo fluxo de veículos, provavelmente devido ao horário.
Nesse cenário, avançávamos tranquilamente por cada quilômetro do incrível Rastro da Serpente.
Esse percurso foi percorrido no sentido contrário durante o primeiro dia da Expedição 2018: Tapajós – Amazonas.
O Rastro da Serpente é um trecho de aproximadamente 260 quilômetros que atravessa o Vale da Ribeira, ligando Capão Bonito – SP, a Curitiba – PR.
Em determinado ponto da rodovia, precisamos parar para tirar a água do joelho. Ao olhar para o lado, avistamos aquela que dá nome ao local: a serpente.
Esta é a segunda vez durante a Expedição 2020: Belas Rotas que encontramos uma cobra às margens da rodovia.
A primeira surpresa foi mais tensa; eu não vi o animal e só percebi sua presença quando senti que estava pisando sobre ele. A sensação de susto foi intensa, relembre aqui!
Se eu fosse supersticioso e fã de jogos de azar, aproveitaria a oportunidade para apostar na cobra no jogo do bicho.
Finalmente, chegamos a Apiaí – SP, onde fizemos uma breve pausa para fotografar a famosa placa do Rastro da Serpente.
Em seguida, procurei desesperadamente um boteco para apostar na cobra no jogo do bicho… brincadeirinha.
Voltando ao Rastro da Serpente, a rodovia recebeu esse nome devido ao seu circuito extremamente sinuoso, que atravessa o vale repleto de montanhas.
O Rastro da Serpente possui impressionantes 1.250 curvas ao longo de seus 260 quilômetros, resultando em uma média de aproximadamente 4 curvas por quilômetro.
Além da empolgante sequência de curvas, da estrada estreita e das muitas subidas e descidas, o visual ao redor da rodovia é deslumbrante.
O Rastro da Serpente percorre áreas próximas a diversos parques estaduais, proporcionando uma paisagem linda e diversificada.
Tudo isso faz do Rastro da Serpente um verdadeiro paraíso para os amantes das duas rodas.
Após passar pelo centro da pequena cidade de Ribeira – SP, cruzamos a ponte sobre o Rio Ribeira de Iguape e entramos no município de Adrianópolis, já no estado do Paraná.
De volta ao sul do Brasil, continuamos serpenteando pela rodovia Rastro da Serpente, que em território paranaense carrega o nome de rodovia BR-476.
Gradualmente, o fluxo de veículos na estrada começou a aumentar, especialmente com a presença de muitas motos seguindo em ambas as direções.
Embalados pelo suave bailar da Formosa, que se deslizava elegantemente entre as curvas da maravilhosa rodovia, passamos por Tunas do Paraná, Bocaiúva do Sul e Colombo.
Com um calor escaldante, finalmente chegamos à capital paranaense, Curitiba.
Como era de se imaginar, Curitiba apresentava um alto fluxo de veículos.
Passamos ao lado do Jardim Botânico e atravessamos o centro de Curitiba até chegar na BR-376.
Na Rodovia do Café (BR-376), percorremos apenas alguns quilômetros antes de acessar a BR-277.
Na rodovia conhecida como “Grande Estrada”, adentramos no Recanto dos Papagaios.
A ampla área de lazer, Recanto dos Papagaios, está localizada exatamente na divisa entre os municípios paranaenses de Palmeira e Balsa Nova.
O parque público cobre uma área de 15.000 metros quadrados e oferece banheiros, churrasqueiras, piscinas naturais e diversas trilhas.
Como o calor estava insuportável, fizemos uma breve caminhada pelo Recanto dos Papagaios até a Ponte dos Papagaios, construída em 1876 por imigrantes alemães para a visita de Dom Pedro II ao Paraná.
A ponte, que atravessa o Rio dos Papagaios, é tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná.
Em seguida, retomamos a viagem com a Formosa pelas estradas paranaenses.
Alguns quilômetros adiante, deixamos a BR-277 e acessamos a Avenida Presidente Ernesto Geisel, com destino à charmosa Colônia Witmarsum.
A pequena comunidade, com cerca de 2.000 habitantes, pertence ao município de Palmeira – PR e foi fundada por imigrantes alemães menonitas originários da cidade de Witmarsum, em Santa Catarina.
Como o número de famílias na cidade catarinense era grande e não havia propriedades rurais suficientes, um grupo adquiriu em 1951 a antiga Fazenda Cancela, no município paranaense de Palmeira, fundando assim a Colônia Witmarsum.
O fundador dos menonitas foi Menno Simons, e o nome “menonitas” deriva dele. Como ele nasceu na cidade de Witmarsum, na Holanda, é fácil entender por que a colônia paranaense e a cidade catarinense receberam esses nomes.
Na Colônia Witmarsum, visitamos a Igreja Evangélica Menonita e exploramos o Sítio Geológico Estrias Glaciais de Witmarsum.
Estrias glaciais são sulcos e cristas deixados no leito rochoso pelo processo de abrasão causado pelas geleiras.
Essas marcas foram formadas pelo movimento de enormes massas de gelo, chamadas geleiras (semelhantes às que existem hoje na Antártida), que estiveram presentes na região durante a glaciação Permo-Carbonífera, há 300 milhões de anos, quando a América do Sul ainda estava conectada à África.
A rocha em questão é um arenito, formado pela compactação e endurecimento de camadas sucessivas de areia.
Em seguida, visitamos o Centro de Informações Turísticas.
O Centro de Informações Turísticas está localizado ao lado do Heimat Museum Witmarsum, também conhecido como Museu de História Witmarsum.
O museu está instalado no casarão que servia como sede da antiga Fazenda Cancela e retrata a história da comunidade.
Devido à pandemia, infelizmente o Museu de História Witmarsum estava fechado.
A Colônia Witmarsum produz uma vasta gama de alimentos e bebidas, incluindo hidromel, cervejas artesanais, cogumelos (visitamos o local que produz cogumelos em 2017 – relembre aqui) e queijos finos, além de leite de alta qualidade.
Além disso, oferece diversas opções de turismo, como pousadas rurais, passeios a cavalo, culinária típica alemã e os famosos cafés coloniais.
À medida que o relógio avançava para as 16h, não hesitamos em nos deliciar com algumas guloseimas locais na Confeitaria Kliewer.
Experimentamos diversos quitutes, todos deliciosos, e o café com leite era incomparável.
Saciados, passamos em frente à Igreja Evangélica Irmãos Menonitas.
E nos despedimos de Colônia Witmarsum, esta pequena, pacata e encantadora colônia menonita no Paraná.
Percorremos a mesma avenida por onde chegamos ao local.
A via que dá acesso à Colônia Witmarsum é, na verdade, um atrativo à parte, com suas belas propriedades e residências que se estendem ao longo de todo o percurso.
Além disso, o cenário rural ao redor e os vários “túneis verdes” formados pelas árvores às margens da estrada enriquecem ainda mais a experiência.
O local é tão encantador que, em nossa passagem de retorno, vimos um casal sendo fotografado para um provável book fotográfico.
De volta à movimentada e pedagiada rodovia BR-277, seguimos em direção ao oeste.
Antes mesmo de chegarmos ao acesso principal de Palmeira, fomos cercados por nuvens negras carregadas.
Avançamos o máximo possível sem parar para colocar as capas de chuva, mas nas proximidades de Irati a chuva finalmente chegou.
Então, guardamos a câmera fotográfica, vestimos as capas e seguimos sob a chuva até Guarapuava, onde chegamos no início da noite e seguimos direto para um hotel.
Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre Capão Bonito – SP e Guarapuava – PR.
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