Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • Rio de Janeiro • Rio de Janeiro
Dia 22: Rio de Janeiro – RJ
19 de Novembro, 2020Bom dia Cidade Maravilhosa!
Após uma agradável noite de sono, embalada pelo som do temporal que caiu durante toda a madrugada, nada como começar a quinta-feira dançando em plena Copacabana.
Após o aquecimento iniciamos a caminhada nossa de cada dia pela Princesinha do Mar.
Seguimos pelo famoso calçadão construído com pedras importadas de Portugal.
E logo compramos os primeiros cocos do dia.
Sim, adoramos água de coco, pois além de saborosas e refrescantes são excelentes para hidratação, diminuem o cansaço e estresse (que quando estamos viajando inexiste), combatem câimbras, melhoram o fluxo intestinal e o funcionamento renal, ajudam o sistema imunológico e otras cositas más.
Copacabana é o bairro mais populoso da zona sul carioca, com aproximadamente 140.000 habitantes, dos quais cerca de 30% são idosos.
A população total da capital é algo em torno de 6.700.000 pessoas.
O Rio é o maior destino turístico internacional do país, da América Latina e de todo o hemisfério sul.
Isso explica ouvirmos os mais variados idiomas em suas praias e principais atrativos turísticos.
Logo nos aproximamos do Hotel Copacabana Palace, o primeiro grande prédio que o bairro recebeu, em 1923.
O famoso edifício já contou com um cassino, o qual chegou a ser cotado como um dos maiores do Brasil, e abrigou a primeira casa de espetáculos da América Latina.
Tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, o hotel teve como hóspedes diversas celebridades, dentre elas Rock Hudson, Rita Hayworth, Romy Schneider, Janis Joplin, Freddie Mercury e princesa Diana.
Em frente ao hotel fica uma estátua em homenagem a Ayrton Senna.
A estátua de bronze do tricampeão da Fórmula 1, feita por Mario Pitanguy, foi inaugurada em 2019.
A Baía de Guanabara, à margem da qual a cidade do Rio de Janeiro se organizou, era habitada pelos índios temiminós até a chegada da expedição exploradora portuguesa comandada por Gaspar de Lemos.
É a segunda maior baía do litoral brasileiro, com uma área de aproximadamente 380km².
Como os europeus chegaram no dia primeiro de janeiro de 1502, batizaram o local de Rio de Janeiro.
Em 1763 a cidade tornou-se capital da Colônia Portuguesa e, com a atropelada fuga da monarquia de Lisboa para o trópico em 1808, virou a sede de todo o Império Português, que incluía Angola (África), Moçambique (África), Goa (Índia), Timor (Sudeste Asiático) e Macau (China).
Desta forma o Rio foi a única capital, até então, de um país europeu fora da Europa.
Foi sede do Império do Brasil de 1822 a 1889 e, com a Proclamação da República, tornou-se capital da República dos Estados Unidos do Brasil até o ano de 1960, quando a sede do governo foi transferida para a recém construída Brasília.
Na época o Rio foi transformado em uma cidade-estado e recebeu o nome de Guanabara.
Somente em 1975 tornou-se a capital do estado do Rio de Janeiro, após a fusão deste com a Guanabara.
Caminhar pela orla de Copacabana é extremamente agradável e, quando percebemos, já estávamos na Praia do Leme.
A praia, que é a extensão da badalada Copacabana, costuma ser muito mais tranquila que sua vizinha.
Ali paramos por alguns minutos para assistir uma partida de futvôlei, esporte criado nas praias cariocas.
E na sequência voltamos a caminhar sentido Pedra do Leme.
O enorme costão rochoso coberto pela Mata Atlântica recebeu o nome de Pedra do Leme por seu formato se assemelhar ao leme de um navio.
O bairro, por sua vez, foi assim batizado devido à pedra.
A Pedra do Leme abriga diversos quiosques, os quais costumam ficar lotados ao entardecer, de onde é possível apreciar um belo pôr do Sol.
O local conta também com uma extensa mureta que circunda parte do costão.
Logo na entrada da mureta fica uma estátua em homenagem à Clarice Lispector.
A escritora e jornalista ucraniana, naturalizada brasileira, morou durante 12 anos no Leme.
Na estátua, feita pelo artista Edgar Duvivier e inaugurada em 2016, ela foi imortalizada junto com seu cachorro Ulisses.
Clarice Lispector representa uma importante mudança de parâmetro na literatura nacional, com seu estilo em fluxo de consciência que desafiava as exigências realistas e sociológicas da crítica.
Além da estátua, que por si só já é um atrativo turístico, a Mureta do Leme proporciona uma linda vista de toda a orla das praias do Leme e Copacabana.
O local, que é muito buscado por turistas e pescadores, é conhecido também como Caminho dos Pescadores Ted Boy Marino.
Ali FredLee demonstrou suas habilidades na arte de pescar.
Fez toda uma encenação, mas no fim não pescou nada.
Ao lado da Mureta do Leme fica a Praça Almirante Júlio de Noronha, popularmente chamada de Pracinha do Leme.
A pequena praça fica em frente ao Forte Duque de Caxias.
Forte Duque de Caxias
Local: Praça Almirante Júlio de Noronha | Leme | Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 3223-5033
E-mail: cep.comsoc@gmail.com
Site: http://www.cep.eb.mil.br/
Funcionamento: Terça a domingo das 9h30 às 16h00
Ingresso: R$ 4,00
Tempo médio de visitação: 2 horas
O acesso ao forte é feito através de uma caminhada ecológica por uma estreita estrada com aproximadamente 800 metros de extensão.
Antes de iniciarmos a Expedição 2020: Belas Rotas tratei de comprar um par de botas novas, preparadas para encarar todo tipo de aventura, enfrentar longos trechos de trekking, percorrer trilhas, caminhar sobre as águas cruzar rios, e mais uma infinidade de coisas (segundo o anúncio no local onde as comprei).
De fato o calçado é muito bom, firme, confortável e impermeável, porém, seu solado é extremamente escorregadio, sem aderência alguma.
Calçando as botas consigo escorregar no piso de carpete dos hotéis, imagina subir uma íngreme estrada de paralelepípedo molhada pela chuva da noite anterior.
O percurso até o alto do Morro do Leme é normalmente executado em aproximadamente 20 minutos de caminhada, mas eu, me sentindo o aluno desastrado na primeira aula de patinação sobre o gelo, levei alguns consideráveis minutos a mais.
No fim consegui vencer os tortuosos 800 metros sem nenhuma queda, uma façanha com tais calçados!
Com direito a gritos de vitória acompanhados por vários socos com o punho cerrado ao ar adentramos no forte construído entre os anos de 1776 e 1779 para vigiar a entrada da Baía de Guanabara, o qual foi batizado de Forte do Vigia.
O forte atual, construído entre 1913 e 1919, foi erguido sobre as ruínas do antigo Forte do Vigia.
Enquanto começávamos a explorar o local sofremos uma invasão inimiga, ou melhor, amiga, de diversos saguis-de-tufos-pretos, mais conhecidos como mico-estrela.
Os pequenos, simpáticos e ágeis mamíferos são típicos da Mata Atlântica.
E pareciam não se importar com nossa presença, ao contrário, se sentiam atraídos, provavelmente na expectativa de ganhar algum alimento.
E não foram apenas os curiosos saguis que surgiram repentinamente da mata, vários calangos (segundo o Google) ou pequenos lagartos, logo se juntaram para a festa.
A presença de tais animais é comum e positiva, principalmente pelo forte estar na Área de Proteção Ambiental do Morro do Leme.
Esta área é de preservação e conservação de remanescentes de Mata Atlântica e protege 90 espécies de plantas nativas, todas ameaçadas de extinção.
Com a calorosa boas-vindas voltamos as atenções ao forte.
Devido a sua posição geográfica, em 1918 o forte foi artilhado com obuseiros alemães Krupp de 280mm, armamentos que se destinam a transpor altas barreiras.
Em 22 de agosto de 1935, o então presidente Getúlio Vargas a fim de homenagear a figura do Marechal Luís Alves de Lima e Silva, mudou a denominação de Forte do Vigia para Forte Duque de Caxias.
O militar, político e monarquista brasileiro Duque de Caxias foi designado como patrono do Exército Brasileiro em 1962.
Desativado como fortificação no ano de 1965, o Forte Duque de Caxias cedeu lugar para o Centro de Estudos de Pessoal do Exército Brasileiro.
Por estar a 124 metros acima do nível do mar, o forte proporciona uma vista incrível da região.
Dele é possível ver a entrada da Baía de Guanabara, o Pão de Açúcar, o Corcovado, o mar, a Praia do Leme, a Praia de Copacabana, as ilhas e os morros da Cidade Maravilhosa.
Após conhecer o histórico local e nos maravilhar com a vista descemos a ladeira com o mesmo cuidado da subida.
E como os ponteiros do relógio já avançavam das 13h00, nos deliciamos com os tradicionais biscoitos de polvilho Globo, os quais planejávamos devorar no alto do forte, mas temendo ser atacados pelos famintos saguis, optamos por bem postergar nossa refeição para um local mais seguro.
Curiosamente os biscoitos, que são um ícone carioca, foram criados em 1953 na cidade de São Paulo.
Enfim, de volta ao nível do mar cruzamos o Túnel do Leme, desta vez caminhando, pois ontem o fizemos a bordo da Formosa.
Passamos em frente à Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus.
E logo chegamos na Urca, onde fica o Instituto Benjamin Constant.
E também o Museu de Ciências da Terra, mais conhecido como Palácio da Geologia Brasileira, que devido à pandemia, estava fechado.
O museu está situado em um imponente prédio de estilo neoclássico tardio tombado por decreto municipal.
Foi erguido em 1908 para sediar o Palácio dos Estados durante a Exposição Comemorativa do Centenário da Abertura dos Portos do Brasil.
A fachada do corpo principal tem 78 metros de extensão e avança 44 metros em relação às alas laterais recuadas.
Logo chegamos no complexo turístico Bondinho Pão de Açúcar, o qual visitamos em 2018 (relembre aqui).
Em sua frente fica a ampla Praça General Tibúrcio.
Que abriga em seu centro o Monumento aos Heróis de Laguna e Dourados, em referência aos episódios da Retirada da Laguna e do Combate de Dourados ocorridos durante a Guerra da Tríplice Aliança.
E na sequência surge a pequena, mas aconchegante, Praia Vermelha.
Em seu canto direito fica o antigo Forte da Praia Vermelha, que atualmente é sede do Circulo Militar e tem em suas dependências um restaurante aberto ao público.
A pacata praia fica entre dois conhecidos morros cariocas, de um lado o Pão de Açúcar e do outro o Morro da Babilônia.
Suas areias avermelhadas, que remetem ao seu nome, e mar com ondas calmas fazem do lugar um verdadeiro paraíso para quem busca tranquilidade.
Quando visitamos o local em 2018 provamos os deliciosos acarajés da baiana Cátia, e isso nos motivou a buscar pela Praia Vermelha novamente.
Infelizmente hoje ela não estava no local… não sabemos se devido à pandemia, por ser quinta-feira, ou se ela mudou de ponto.
Decepcionados pela ausência do acarajé, voltamos a caminhar.
Passamos ao lado do Iate Clube do Rio de Janeiro e na sequência chegamos na Praia de Botafogo.
A praia conta com uma extensão de aproximadamente 700 metros, mas os banhos no local não são indicados, uma vez que a água ali é considerada imprópria.
De qualquer forma a visita ao local vale muito a pena, pois de suas areias é possível ter uma vista sensacional da Baía de Guanabara, Pão de Açúcar e Morro da Urca.
Da Praia de Botafogo cruzamos a movimentada Avenida das Nações Unidas através de um túnel.
Já do outro lado da pista a chuva começou a cair, e com ela seguimos o passeio apreciando as inúmeras e belas estátuas que decoram as ruas do Rio de Janeiro.
O contraste entre as modernas construções ao lado de edifícios históricos e clássicos é algo que fica em evidência em vários locais da capital fluminense.
Passamos em frente à Paróquia Nossa Senhora do Monte Claro.
E depois voltamos a percorrer o subsolo para chegar no complexo do Parque do Flamengo.
Planejado para ser um parque vivo, o amplo complexo vai do Aeroporto Santos Dumont, no Centro, até o início da Praia de Botafogo, passando pelos bairros da Glória e do Flamengo.
O local, também conhecido como Aterro do Flamengo, é um dos maiores complexos de lazer da cidade.
Em sua margem fica a extensa Praia do Flamengo.
A qual conta com uma ampla faixa de areia e uma vista incrível da Baía de Guanabara, Pão de Açúcar, Aeroporto Santos Dumont e Ponte Rio-Niterói.
De posse de cocos bem gelados sentamos em sua mureta e, debaixo de chuva, ficamos alguns minutos curtindo o belo visual.
Com o fim do dia se aproximando e a chuva engrossando, tratamos de fazer as últimas fotos e se despedir da agradável praia.
Como a pernada hoje foi um tanto quanto puxada, nosso retorno ao hotel foi a bordo do metrô.
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Passeio cansativo mas com belas paisagens, pena a chuva atrapalhar mas como sempre valeu a pena…
Caminhada boa, o suficiente para suar :) e a chuva sempre se fazendo presente durante a Expedição 2020, mas de qualquer forma conseguimos ver vários atrativos durante o dia. Valeu, abraços…
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer!
É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas nos sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, e pode ficar tranquilo, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.