Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • Petrópolis • Rio de Janeiro
Centro Histórico de Petrópolis: Encantos da Cidade Imperial e da Casa de Santos Dumont
17 de Novembro, 2020Explore os encantos históricos de Petrópolis - RJ. Descubra os segredos do centro histórico, onde cada rua conta uma história da era imperial brasileira, e conheça o Museu Casa de Santos Dumont.
Hoje dedicamos o dia para explorar o centro histórico de Petrópolis, a “Cidade Imperial” localizada na região serrana do Rio de Janeiro. Caminhar pelas ruas desta cidade, uma das primeiras planejadas do Brasil, nos permite conhecer inúmeros palácios e mansões. Entre os destaques estão a famosa Casa da Princesa Isabel, o tradicional Palácio de Cristal, a imponente Catedral de São Pedro de Alcântara e a icônica Casa e Museu de Santos Dumont.
A forte chuva de ontem se estendeu até a madrugada, mas finalmente deu uma trégua, e a terça-feira amanheceu sob uma fina garoa em Petrópolis, RJ.
Com isso, desistimos de pendurar as roupas de viagem encharcadas na área externa do hotel. Em vez disso, deixamos as roupas estendidas em varais improvisados dentro do quarto, na esperança de que sequem até a manhã seguinte.
Como planejamos passar o dia explorando a cidade, aproveitamos para levar as demais roupas a uma lavanderia. Afinal, eu já estava usando minha última cueca limpa.
Com as roupas devidamente entregues na lavanderia e a garoa dando uma trégua, partimos para explorar o centro histórico da Cidade Imperial.
Iniciamos nossa caminhada pela Praça da Liberdade, conhecida como a maior praça da cidade. Seu nome remonta a 1888, quando os escravos libertos se reuniam ali para comprar a liberdade de seus companheiros ainda mantidos nas senzalas.
A arborizada Praça da Liberdade de Petrópolis oferece vários bancos para descanso e abriga um belo chafariz em seu centro.
Com a descoberta do ouro nas Minas Gerais no século XVII, a Estrada Real foi aberta, conectando o Porto de Paraty a Ouro Preto. Essa rota histórica aproveitava parte da antiga e conhecida trilha indígena chamada Caminho de Peabiru.
Devido aos constantes ataques de corsários e piratas às preciosas cargas no percurso marítimo entre Paraty e o Rio de Janeiro, Dom João V recomendou, em 1728, a substituição deste trecho final da rota marítima.
Tal recomendação deu origem ao novo traçado da Estrada Real, que seguia diretamente do Rio de Janeiro a Ouro Preto, passando a ser denominado Caminho Novo, enquanto o antigo ficou conhecido como Caminho Velho.
Até o século XVIII, a região de Petrópolis era habitada unicamente pelos índios coroados, sendo inclusive chamada de Sertão dos Índios Coroados pelos portugueses.
O Caminho Novo da Estrada Real cruzava o antigo Sertão dos Índios Coroados, que, com a abertura da nova estrada, deixou de ser um sertão, e muito menos dos índios coroados.
Em 1822, o imperador Dom Pedro I, a caminho de Minas Gerais pelo Caminho Novo, hospedou-se na fazenda do Padre Correia. Encantado com a região, adquiriu uma fazenda vizinha, a Fazenda do Córrego Seco, com a intenção de construir um palácio.
Seu filho, Dom Pedro II, em 1843, assinou um decreto imperial que determinava o assentamento de uma povoação, a ser formada com a vinda de imigrantes alemães, e a construção do tão sonhado palácio de verão na fazenda.
Esse assentamento foi concebido pelo major Júlio Frederico Koeler, tornando Petrópolis uma das primeiras cidades planejadas do Brasil. Ela era composta por um núcleo urbano onde se encontravam o Palácio Imperial, prédios públicos, comércio e serviços.
A partir de então, durante os verões, a cidade de Petrópolis tornava-se a capital do Império do Brasil, com a mudança de toda a corte e de grande número dos habitantes da cidade do Rio de Janeiro. Eles migravam para a área serrana não apenas pelo clima mais ameno, mas também para fugir dos surtos de febre amarela.
O nome da cidade surgiu da junção das palavras “Petrus” (em latim, Pedro) e “Pólis” (em grego, cidade), formando assim “Petrópolis”, que significa “Cidade de Pedro”.
Atualmente, Petrópolis conta com cerca de 310.000 habitantes, tornando-se a maior e mais populosa cidade da região serrana fluminense. Além disso, Petrópolis é reconhecida como a cidade mais segura do estado do Rio de Janeiro, ocupando a sexta posição no ranking do Ipea para cidades de médio e grande porte em todo o Brasil.
Bem próxima da Praça da Liberdade, no coração de Petrópolis, encontra-se a Praça 14 Bis.
O espaço público exibe uma réplica do invento mais famoso de Santos Dumont, o 14 Bis.
Da Praça 14 Bis, seguimos pelo lado norte da Avenida Koeler, a mais nobre via de Petrópolis, RJ. Essa avenida possui em seu centro o Rio Quitandinha e ao longo de 300 metros exibe diversos palacetes tombados pelo Iphan.
As primeiras históricas construções pelas quais passamos na Avenida Koeler datam de 1875 e 1893.
Elas possuem uma arquitetura neoclássica, com colunas imponentes e paisagismo inspirado nos jardins franceses.
Ao lado, encontra-se uma edificação que serviu como pensão para trabalhadores durante a construção do Palácio Imperial.
Após a conclusão do serviço, a hospedaria foi convertida em residência para o chefe da obra.
Na sequência, passamos pelo Palácio Sérgio Fadel, que atualmente abriga a Prefeitura Municipal de Petrópolis.
O eclético palácio, construído no ano de 1872, foi erguido pelo Visconde Silva, mais conhecido como o Barão do Catete.
Os usos do Palácio Sérgio Fadel foram diversos ao longo do tempo, incluindo residência, escolas e até mesmo servindo como casa de veraneio presidencial de Campos Sales e Rodrigues Alves.
A próxima construção é a Casa do Barão de Teresópolis.
A edificação, construída no final do século XIX, pertenceu a Francisco Ferreira de Abreu, médico de Dom Pedro II, que recebeu o título de Barão de Teresópolis em 1874.
Ao lado, destaca-se a Mansão Kremer, construída em 1854 pelo colono alemão Henrique Kremer, fundador da Cervejaria Bohemia.
Inicialmente, eram dois prédios distintos, os quais foram unificados posteriormente.
Sua vizinha, a Casa Lafayette Marquez, foi a última obra a ser erguida na Avenida Koeler, já em 1930.
E por fim, a Casa da Princesa Isabel, imóvel adquirido pelo Conde d’Eu e sua esposa em 1876, onde residiram até o exílio da Família Imperial, em 1889.
O palacete ocupa o centro do terreno em moldes europeus e possui um amplo jardim frontal.
Na Casa da Princesa Isabel, observa-se uma platibanda ricamente decorada, colunas coríntias e jônicas, além da simetria entre um andar e outro, e um guarda-corpo com balaústres clássicos.
Na escadaria de sua varanda foi feito o registro que é tido como a última foto que reúne a Família Imperial em terras brasileiras, dias antes da Proclamação da República.
De frente para a Casa da Princesa Isabel fica a praça de mesmo nome.
E ao lado da Praça Princesa Isabel ergue-se a imponente Catedral de São Pedro de Alcântara.
O templo religioso começou a ser construído em 1884, foi inaugurado em 1925 e concluído apenas em 1969.
Com estilo arquitetônico neogótico francês, a Catedral de São Pedro de Alcântara impressiona pela quantidade de detalhes.
Cada porta da entrada principal da Igreja Matriz de Petrópolis pesa cerca de 2.400 quilos.
A igreja é dedicada a São Pedro de Alcântara, padroeiro da cidade e da monarquia brasileira.
O interior da Catedral de São Pedro de Alcântara guarda o Mausoléu Imperial, onde estão os restos mortais de Dom Pedro II, Dona Teresa Cristina, Princesa Isabel e Conde D’Eu.
Suas naves são delineadas por arcos tipicamente góticos.
O altar da Igreja Matriz de Petrópolis contém relíquias de São Magno, Santa Aurélia e Santa Tecla, trazidas de Roma pelo cardeal Dom Sebastião Leme.
Os vitrais do templo religioso retratam imagens de santos, de Cristo e da Sagrada Família.
A Catedral de São Pedro de Alcântara de Petrópolis possui um importante órgão de tubos, fabricado no Rio de Janeiro e instalado em 1937.
Conhecido o importante interior da matriz religiosa, seguimos nossa caminhada pela área central de Petrópolis – RJ.
Passamos pelo Educandário Koeler, erguido em 1903 para sediar a Escola Evangélica Alemã, fundada em 1876.
Que é vizinho da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
A Igreja Evangélica de Confissão de Petrópolis, o mais antigo templo religioso da cidade, foi inaugurada em 1863. Sua construção era simples, seguindo a lei do Império, que não permitia a ostentação de símbolos religiosos em templos não católicos.
Com a revogação da lei, a igreja passou por alterações em 1903, mantendo o templo original e acrescentando uma torre, bem como a colocação de sinos e elementos neogóticos.
Praticamente em frente à igreja fica a casa onde morou Rui Barbosa de Oliveira.
Conhecido como “O Águia de Haia”, Ruy Barbosa passava seus verões nesta casa, construída em estilo vitoriano no final do século XIX.
Na sua “sweet home”, como carinhosamente costumava chamá-la, Rui Barbosa cultivava rosas e escreveu muitas de suas obras, entre elas a famosa “Oração aos Moços”.
Rui Barbosa faleceu nesta moradia em 1923, tendo sido o seu cortejo fúnebre um dos maiores já presenciados por Petrópolis até então.
Na sequência, passamos pela Casa Valentim Scheid.
A Casa Valentim Scheid abrigou lojas no térreo e famílias no sobrado.
Depois, passamos em frente à Casa da Educação Visconde de Mauá.
Uma das figuras mais importantes do país durante o período imperial, Irineu Evangelista de Souza, mais conhecido como Visconde de Mauá, morou por grande parte de sua vida nesta casa em estilo neoclássico.
Em meio à densa floresta, a Casa de Visconde de Mauá, construída em 1854, tem em seu entorno um belo jardim, com espécies raras de palmeiras e árvores frutíferas.
A poucos metros da Casa de Mauá está o Palácio de Cristal.
A estrutura pré-moldada em ferro fundido do Palácio de Cristal foi encomendada a uma fundição francesa pelo Conde D’Eu, sendo montada em Petrópolis pelo engenheiro Eduardo Bonjean.
O Palácio de Cristal foi inaugurado em 1884 com a finalidade de abrigar as já tradicionais exposições de produtos hortícolas e pássaros da região, que anteriormente aconteciam em instalações provisórias no local.
No Palácio de Cristal, em abril de 1888, foram libertados os últimos escravos de Petrópolis, em uma ampla festa com a presença da Princesa Isabel.
Atualmente, o Palácio de Cristal está fechado, passando por reformas.
Na sequência, passamos pela Casa da Família Sauwen.
A residência foi adquirida em 1892 por Philippe Sauwen, comerciante belga que exportava café no Rio de Janeiro.
A fachada da Casa da Família Sauwen chama a atenção pela varanda de estilo singular.
Depois, vimos a mais antiga fábrica de cerveja do Brasil, a Cervejaria Bohemia, inaugurada em 1853.
Da cervejaria, retornamos à Avenida Koeler, onde agora fomos explorar as construções do lado sul.
E logo de cara nos deparamos com a belíssima Villa Itararé.
O charmoso chalé romântico da Villa Itararé foi construído em 1904 e projetado por Heitor da Silva Costa, o arquiteto responsável pelo Cristo Redentor.
O proprietário da Villa Itararé era Antônio Roxo Rodrigues, o príncipe de Belford.
Na Villa Itararé, de estilo eclético, destacam-se os vitrais, janelas góticas, molduras rendilhadas e a presença de colunas e torres.
Sua vizinha, a Vila Esperança, foi construída em 1875 e possui um traçado muito mais discreto, mas também harmonioso.
Ao lado da Vila Esperança surge o majestoso Palácio Rio Negro.
O complexo arquitetônico do Palácio Rio Negro é composto por um palácio, um palacete, um chalé e diversas outras construções aos fundos.
Foi erguido em 1889 pelo rico produtor de café Manoel Gomes de Carvalho, o Barão do Rio Negro.
A construção eclética do Palácio Rio Negro é um projeto do engenheiro Antonio Januzzi.
O Palácio Rio Negro possui uma escadaria e pisos em mármore, além de salões com piso forrado de parquet, composto por madeiras nobres que formam desenhos de grãos de café.
Com a mudança do Barão do Rio Negro para Paris em 1894, o local foi colocado à venda.
O Palácio Rio Negro foi então comprado por Joaquim Maurício de Abreu do governo do estado do Rio de Janeiro, para servir de sede e residência oficial do governante durante o período em que Petrópolis tornou-se capital estadual, devido à Revolta da Armada.
Em 1903, com a volta da capital fluminense a Niterói, o Palácio Rio Negro foi incorporado ao governo federal.
Desde então, o suntuoso Palácio Rio Negro passou a ser a residência oficial de verão dos presidentes da república.
Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Brás, Artur Bernardes, Washington Luiz, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e tantos outros presidentes se hospedaram no local.
Durante o governo de Hermes da Fonseca, o Palácio Rio Negro foi o palco do casamento do Marechal Hermes com a petropolitana Nair de Teffé, considerada a primeira caricaturista mulher do mundo.
Atualmente, o Palácio Rio Negro abriga dois museus, sendo um deles o Museu da Força Expedicionária Brasileira – FEB, localizado em uma das construções aos fundos.
E um museu dedicado à memória da república em sua construção principal.
Devido à pandemia, durante nossa passagem, as visitas aos dois museus estavam suspensas.
Conhecida a área externa do Palácio Rio Negro, da calçada, pois não está permitida a entrada sequer aos jardins, voltamos a percorrer o centro histórico de Petrópolis – RJ.
Passamos pela Casa do Barão da Saúde, datada de 1890.
Pelo Casarão Gomensoro.
E por fim, pela bela Casa Albert Landesberg.
Até que chegamos no fim da Avenida Koeler (ou em seu início) e seguimos caminhando pela Avenida Tiradentes.
Já na Rua da Imperatriz, pudemos ver a casa que pertenceu a Eduardo Palassin Guinle, empreiteiro, industrial e banqueiro brasileiro. Ele foi o patriarca dos Guinle, uma das famílias mais ricas do Brasil entre o Império e os governos militares.
E a Casa Diniz Street, construída na década de 1890.
Até ficarmos frente a frente com outra linda edificação, desta vez o Palácio Amarelo.
O Palácio Amarelo de Petrópolis, inicialmente com apenas um andar, foi construído por José Carlos Mayrink, camarista de Dom Pedro II.
Em 1891, a viúva de José Carlos Mayrink vendeu o Palácio Amarelo ao Barão de Guaraciaba.
Em 1894, a municipalidade adquiriu o Palácio Amarelo para ser a sede da Câmara Municipal, função que exerce até os dias atuais.
Em frente ao Palácio Amarelo, encontra-se a ampla Praça da Águia, que possui um belo chafariz em seu centro.
A fachada do Palácio Amarelo é destacada por duas cúpulas sobre o terraço.
Além das cúpulas, diversas peças ornamentais também embelezam a fachada do palacete.
A partir dali, cruzamos a pequena ponte sobre o Rio Quitandinha e chegamos ao magnífico Palácio Imperial.
O Palácio Imperial, em estilo neoclássico, onde Dom Pedro II passava longas temporadas com sua família, foi transformado no Museu Imperial por decreto do presidente Getúlio Vargas em 1940.
O Museu Imperial possui um significativo acervo de peças do período imperial brasileiro, destacando-se a coroa do Imperador Pedro II como peça principal.
Assim como o Palácio Rio Negro, o Museu Imperial também esteve fechado devido à pandemia.
Nos contentamos em contornar toda a extensa quadra onde o Museu Imperial se encontra para admirar sua linda arquitetura.
É Petrópolis, precisaremos retornar assim que possível para visitar este museu, que está em nossa listinha de lugares a serem explorados.
Caminhamos, então, até a Praça Expedicionários.
A Praça Expedicionários é uma homenagem aos petropolitanos enviados para a Segunda Guerra Mundial.
Ao lado da Praça Expedicionários fica o Theatro São Pedro, inaugurado em 1933, que está sendo reformado.
Nos arredores, fica o Grande Hotel Petrópolis, construído em 1930.
Na época, o Grande Hotel Petrópolis era considerado o imóvel mais moderno da cidade, sendo o mais alto (4 andares) e o único com elevador.
Praticamente em frente ao Grande Hotel Petrópolis, fica o Obelisco de Petrópolis – RJ.
O monumento, inaugurado em 1957, tem 20 metros de altura.
Neste ponto, deixamos a Rua da Imperatriz e passamos a percorrer a Rua do Imperador.
Pela qual caminhamos até a Igreja Nossa Senhora do Rosário.
A atual Igreja Nossa Senhora do Rosário começou a ser construída em 1953 e foi inaugurada oficialmente apenas em 1978.
Ela tem um vão livre de 20 metros e a estrutura do telhado foi feita com vigas de concreto, ao invés da tradicional madeira.
Os sinos da Igreja Nossa Senhora do Rosário vieram da Catedral São Pedro de Alcântara.
A Igreja Nossa Senhora do Rosário é o templo católico da cidade que comporta o maior número de fiéis sentados, com 600 lugares.
Em seu interior, destaca-se a belíssima imagem no altar.
Bem ao lado da Igreja Nossa Senhora do Rosário fica o Mercado Imperial.
O Mercado Imperial de Petrópolis foi inaugurado em 1904 e desde então desempenhou diversas funções, mas se firmou na venda de alimentos.
Atualmente, o Mercado Imperial abriga lanchonetes, pastelarias e pontos de venda de frutas, carnes, verduras, legumes e peixes.
Na sequência, passamos por outro antigo hotel, o Hotel Grão Pará.
E caminhamos até o elegante prédio dos Correios e Telégrafos.
O prédio dos Correios e Telégrafos de Petrópolis, em estilo neoclássico, com projeto de autoria dos arquitetos Cristiano Stockler das Neves e Otávio Rocha, foi inaugurado em 1922.
Seu vizinho é o Colégio Estadual Dom Pedro II.
Depois, foi a vez de conhecer a fachada do Palácio Grão Pará, antiga casa dos semanários, alojamento dos prestadores de serviços ao paço imperial.
O Palácio Grão Pará foi projetado em 1859 por Theodoro Marx e em 1925 tornou-se moradia do Príncipe do Grão Pará, Dom Pedro de Alcântara, e seus descendentes.
Em sua frente fica a arborizada Praça Bosque do Imperador.
Da Praça Bosque do Imperador, fomos até outra praça.
Desta vez, a florida Praça Dom Pedro II.
Que fica ao lado de uma construção em estilo enxaimel.
Dali iniciamos a caminhada pela estreita Rua Dezesseis de Março, que estava lindamente decorada com temas natalinos.
Passamos pelo icônico Jornal Tribuna de Petrópolis, estabelecido desde 1902 como uma referência na comunicação local.
Logo após, alcançamos o imponente Palácio da Justiça, que já serviu como fórum da comarca de Petrópolis – RJ.
A construção, detalhadamente ornamentada, já desempenhou diversos papéis, servindo como delegacia, quartel do Corpo de Bombeiros, coletoria estadual e quartel da Polícia Militar.
Atualmente, o Palácio da Justiça de Petrópolis é a sede do campus do CEFET/RJ – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca.
Dali, seguimos alguns passos até a Casa de Luiz da Rocha Miranda, filho do Barão de Bananal.
Ao lado, encontra-se a Casa de Cláudio de Souza.
Cláudio de Souza, médico, escritor e dramaturgo, foi membro da Academia Brasileira de Letras, onde presidiu por duas vezes, e fundador do PEN Clube do Brasil em 1936.
Continuamos nossa caminhada até passar pelo Relógio das Flores, situado em frente ao prédio do Campus BA da Universidade Católica de Petrópolis.
O Relógio das Flores de Petrópolis foi erguido em 1972 durante as celebrações dos 150 anos da Independência do Brasil.
E finalmente, alcançamos a Casa de Santos Dumont.
Museu Casa de Santos Dumont
Projetada pelo próprio Santos Dumont, a casa, carinhosamente batizada de “A Encantada”, foi construída em 1916 e hoje abriga o Museu Casa de Santos Dumont com um rico acervo sobre o ilustre brasileiro.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museu Casa de Santos Dumont partindo do centro do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil:
Contatos do Museu Casa de Santos Dumont
- Endereço: Rua do Encanto, 22 – Centro | Petrópolis – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefones: (24) 2246-9085 | (24) 2247-5222
- E-mail: casasantosdumont@gmail.com
Para obter informações mais detalhadas, visite a página oficial do Museu Casa de Santos Dumont no Instagram.
Horários de Funcionamento
- Terça a domingo: 10h00 às 17h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 10,00
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora
Projetada pelo próprio Santos Dumont, a casa construída em 1916 foi concluída em apenas três meses.
Atualmente, a Casa de Santos Dumont abriga um museu com um rico acervo de objetos, livros, cartas e mobiliário que pertenceram ao inventor.
Para acessar a curiosa Casa de Santos Dumont, situada em um terreno íngreme, é preciso subir uma escada, a qual só pode ser iniciada com o pé direito.
Não se trata de uma superstição de Santos Dumont, mas sim de praticidade. A ideia era economizar espaço, uma vez que a escada deveria ser íngreme e estreita.
Sem contar que com os degraus da escada em forma de raquete, evitaria bater a canela no degrau de cima.
A charmosa Casa de Santos Dumont, totalmente planejada, recebeu o nome de “A Encantada”.
No primeiro pavimento da Casa de Santos Dumont ficava uma oficina de pequenos reparos e laboratório fotográfico.
Como Santos Dumont não tinha o hábito de cozinhar, a casa não conta com cozinha.
Para se alimentar, Santos Dumont ligava para o Hotel Palace, que ficava na atual Universidade Católica de Petrópolis, localizado em frente à sua residência, e solicitava a refeição. Segundo relatos, desta forma ele teria inventado o delivery.
Comentar sobre a genialidade de Santos Dumont é dispensável, pois sua reputação como visionário é amplamente reconhecida. No entanto, é notável como ele concebeu uma casa que, embora impensável para sua época, é altamente valorizada nos dias de hoje.
“A Encantada” era uma residência pequena, porém funcional, sem divisões claras entre os cômodos e com móveis fixos, algo inovador para o início do século XX.
No mezanino, localizava-se o banheiro e uma ampla bancada. Ao anoitecer, Dona Eulália, a governanta, estendia um colchão de algodão, preparando assim o dormitório para Santos Dumont.
No banheiro, destacava-se um chuveiro com aquecimento a álcool, uma das inovações criadas pelo próprio Santos Dumont.
Na parte superior da casa, Dumont construiu um pequeno observatório, pois adorava contemplar o céu estrelado.
Na casa, Santos Dumont escreveu seu segundo livro, “O que eu vi, o que nós veremos”, em 1918.
Ao sairmos para o terraço de “A Encantada”, ouvimos alguns ruídos familiares.
Ao explorarmos os arredores, não demoramos a localizar o causador de tal alvoroço: um vibrante e belo tucano, destacando-se entre os diversos tons de verde das árvores ao seu redor.
Após fotografar o tucano, adentramos na construção aos fundos da residência de Santos Dumont, que servia como moradia para sua governanta.
Atualmente, o local abriga a exposição “Destacamento e Controle do Espaço Aéreo do Pico do Couto”.
Além disso, o espaço conta com outras peças curiosas relacionadas a Santos Dumont.
Alberto Santos Dumont começou sua jornada como inventor ao adquirir um triciclo movido a petróleo.
Suspendeu o triciclo em um galho horizontal de uma árvore, observando que, ao contrário da movimentação terrestre, o motor vibrava suavemente, quase imóvel.
Assim surgiu a ideia de construir seu primeiro balão, equipado com um motor de explosão, ao lado de um balão cheio de hidrogênio.
Neste espaço também está disponível uma maquete tátil da “A Encantada”.
E uma miniatura do seu invento mais famoso, o 14 Bis.
Além de um curioso conjunto de mesa, cadeiras e escada.
Santos Dumont possuía na sala de jantar de sua casa em Paris um conjunto de mesa e cadeiras cujas pernas mediam cerca de 2 metros de altura. O criado precisava usar uma escada para servi-lo, o que adicionava um toque peculiar ao ambiente.
“Em Paris, não há outra. Mas saberá você que todos os móveis da minha casa são iguais. Adoro as alturas. Necessito sentir-me no ar, é uma fobia. Não valho nada, nem posso fazer nada quando estou no chão”, disse Santos Dumont certa vez.
Após explorarmos o Museu Casa de Santos Dumont, onde conhecemos mais sobre a vida do brasileiro nascido em 20 de julho de 1873 no interior mineiro, decidimos iniciar uma caminhada morro acima.
Enquanto subíamos pelas íngremes ladeiras, um ágil caxinguelê cruzou nosso caminho, proporcionando-nos um momento único, já que foi a primeira vez que avistamos um esquilo.
Após alguns minutos de caminhada, alcançamos o topo do morro, onde está localizado o Trono de Fátima.
O monumento religioso Trono de Fátima, projetado por Heitor da Silva Costa, possui 14 metros de altura e foi inaugurado em 1947.
A cúpula protetora da escultura apoia-se em sete colunas, representando os dons do Espírito Santo.
A imagem de Nossa Senhora de Fátima, que pesa quatro toneladas e mede 3,5 metros, e a do anjo Gabriel sobre a cúpula, de 1 metro de altura, foram esculpidas em mármore branco pelo italiano Enrico Arrighini.
O local, que proporciona uma bela vista do centro histórico de Petrópolis, também estava fechado por conta da pandemia.
Com o final do dia se aproximando, retornamos ao hotel enquanto os primeiros pingos de chuva começavam a cair. A chuva, aliás, parece nos acompanhar em praticamente todos os dias da Expedição 2020: Belas – Rotas.
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
A cidade é um verdadeiro museu a céu aberto, e a Catedral é simplesmente Maravilhosa…belíssimas fotos…
Bem isso! Uma linda cidade, repleta de histórias. Valeu, abraços…
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.