Dia 19: Paraty – RJ a Petrópolis – RJ
Nas primeiras horas desta segunda-feira carregamos a Formosa e, pela segunda vez durante a Expedição 2020: Belas Rotas, nos despedimos de Paraty – RJ.
Paraty, aliás, que nos surpreendeu positivamente por seu centro histórico, sua vida artística e cultural, culinária deliciosa, paisagens naturais paradisíacas, pessoas receptivas e uma energia incrível.
Valeu Paraty, até uma próxima oportunidade!
Seguimos pela BR-101, a famosa Estrada Rio-Santos, sentido norte.
Tendo a companhia da imponente cadeia montanhosa do Parque Nacional da Serra da Bocaina ao nosso lado esquerdo.
E a incrível Baía da Ilha Grande, com suas diversas praias e ilhas, ao nosso lado direito.
Logo passamos por um trevo onde uma placa indicava ser o acesso ao Observatório Nuclear.
Como avançamos pelo trevo, na sequência fizemos o retorno e fomos conhecer o observatório.
Observatório Nuclear | Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA
Local: Rodovia BR-101 – Km 521 | Itaorna | Angra dos Reis – RJ
Telefone: (24) 3362-9063
E-mail: centinf@eletronuclear.gov.br
Site: https://www.eletronuclear.gov.br/
Funcionamento: Sexta a sexta das 8h00 às 16h30 | Sábado e domingo das 8h00 às 15h30
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 30 minutos
O Observatório Nuclear faz parte da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA de Angra dos Reis.
Ali é possível desfrutar de um espaço moderno e interativo que apresenta informações a respeito da geração de energia elétrica a partir de reatores nucleares, da história da energia nuclear no Brasil e dos cuidados que a Eletronuclear tem com a sociedade e com o meio ambiente.
A Eletrobras Eletronuclear foi criada em 1997 com a finalidade de operar e construir usinas termonucleares no Brasil, é uma subsidiária da Eletrobras e responde pela geração de aproximadamente 3% da energia elétrica consumida no país.
Atualmente estão em operação as usinas Angra 1, com capacidade para geração de 640 megawatts elétricos, e Angra 2, de 1350 megawatts elétricos.
Angra 3, que está em construção, será praticamente uma réplica de Angra 2 (incorporando os avanços tecnológicos ocorridos desde a construção desta usina), e deve gerar 1405 megawatts elétricos.
Após conhecer um pouco mais sobre a geração de energia nuclear, voltamos a rodar.
Passamos por diversos distritos e praias de Angra dos Reis.
E cerca de 26km após deixar o Observatório Nuclear nos despedimos da rodovia BR-101 e acessamos a RJ-155.
A Rodovia Saturnino Braga, RJ-155, é a principal via de ligação entre Barra Mansa, no sul fluminense, e Angra dos Reis, na Costa Verde.
O trecho da rodovia estadual que cruza a Serra do Mar é de pista simples, sem acostamento e repleto de curvas.
Três túneis, bem rústicos, com o calçamento de paralelepípedo completam o percurso.
Na entrada de um dos túneis tem um mirante de onde é possível apreciar parte da Baía da Ilha Grande.
Em questão de minutos vencemos os aproximados 11 quilômetros que nos fizeram partir do nível do mar e atingir a altitude de 675 metros.
Já na parte alta a estrada segue com algumas curvas, mas nada comparado ao trecho de serra, e corta a cidade de Rio Claro.
Uma vez no centro de Rio Claro deixamos a RJ-155 para trás e passamos a percorrer a rodovia RJ-149.
A rodovia estadual, denominada Rodovia Luiz Ascendino Dantas, liga Rio Claro – RJ a Mangaratiba – RJ através de um percurso de 41 quilômetros.
Esta estrada é considerada uma das primeiras do país, tendo sido construída por Dom Pedro II em 1856.
Na época a Estrada Imperial ligava o antigo município de São João Marcos ao Porto de Mangaratiba, facilitando o escoamento da produção cafeeira do Vale do Paraíba e a entrada de mão-de-obra escrava.
Poucos quilômetros após Rio Claro iniciamos a descida da Serra do Piloto, onde o asfalto inexiste em pequenos trechos, que passam a ser de terra misturada com areia.
Uma combinação que deve fazer com que a pista se torne extremamente escorregadia em dias chuvosos.
Em um desses trechos passamos em frente à Cachoeira dos Escravos.
A Serra do Piloto corta o Parque Estadual Cunhambebe, que possui 38 mil hectares e é um corredor ecológico entre o Parque Nacional da Serra da Bocaina e a Reserva Biológica Federal do Tinguá.
Em outro curto trecho de terra paramos para contemplar a vista do Mirante Imperial.
De onde é possível ver parte do parque estadual e do litoral de Mangaratiba.
De volta ao nível do mar voltamos a percorrer a rodovia BR-101, desta vez sentido sul, para conhecer o trecho da Rio-Santos entre Mangaratiba e Angra dos Reis.
Objetivo atingido, fizemos o retorno no trevo de acesso a Angra dos Reis e rumamos o norte.
Nas proximidades de Mangaratiba paramos às margens da rodovia para nos refrescar com uma gelada água de coco.
Na sequência voltamos a rodar pela Rio-Santos, pela qual passamos pelo Túnel de Mangaratiba.
E praticamente na divisa entre os municípios de Mangaratiba e Itaguaí a Estrada Rio-Santos passou a ser duplicada.
O que a faria perder seu encanto, não fosse as diversas cachoeiras que surgem como pinturas em meio à Mata Atlântica ao seu redor.
Passamos por Itaguaí e, visando rodar até Petrópolis, deixamos a BR-101 e acessamos a RJ-099.
Certamente não foi uma decisão muito sábia, uma vez que a rodovia estadual está em péssimo estado de conservação e apresentava alto fluxo de veículos, em especial lentos caminhões carregados com areia.
Sem fotos e em meio a vários solavancos, buracos e remendos, chegamos ao trevo com a BR-465, onde dobramos para a esquerda.
Rodamos poucos quilômetros pela rodovia federal até avistar uma gigantesca nuvem negra que era iluminada por constantes raios justamente na direção a qual seguíamos.
Paramos a Formosa no acostamento e fizemos uma reunião emergencial com todos os membros para decidir se avançaríamos em meio ao fim do mundo temporal, ou se tomaríamos outra direção.
Como a votação ficou empatada, o Voto de Minerva foi concedido pelo matuto FredLee que, como um bom coelho que está em férias, votou por seguirmos até a capital carioca, afinal de contas se o mundo for acabar, que a gente esteja na praia, de preferência em Copacabana.
Com a decisão tomada fizemos o retorno e seguimos pela BR-465 sentido BR-101, onde logo encaramos um engarrafamento monstro, que nos fez avançar míseros 9 quilômetros em mais de uma hora (isso tudo acompanhando a tempestade se aproximar cada vez mais pelo espelho retrovisor).
De volta à BR-101, já com a câmera fotográfica devidamente abrigada, nos vimos cercados por diversas nuvens carregadas e assim que chegamos nas proximidades do Guadalupe, nós em meio a um trânsito caótico na rodovia composta por 3 ou 4 faixas de rolamento (não consegui distinguir ao certo pois as faixas não estavam pintadas e cada veículo trafegava por um trilho diferente), separados dos postos de combustíveis e demais opções de parada por uma movimentada marginal de 3 pistas, a chuva resolveu começar.
Nós já rodamos sob temporais com direito a granizo e ventos fortes em outras ocasiões, mas a chuva que acabara de começar superou toda e qualquer experiência pela qual a gente já tenha passado, sem contar no fato das capas de chuva estarem devidamente secas e dobradas dentro de um dos alforjes, já que não conseguimos achar nenhum local para estacionar em meio a toda aquela confusão.
Pois bem, de férias, perdidos e completamente molhados, seguimos rodando e quando percebemos já estávamos na BR-040 (e a ideia do FredLee foi por água abaixo, literalmente), a qual apresentava diversos pontos de alagamento, onde o motor da Formosa roncava alto e em marchas mais baixas para manter a rotação mais alta avançávamos sem pensar duas vezes, jogando água para todos os lados (deve ter sido bonito de ver, mas na hora para nós foi um sufoco).
Neste contexto, com a noite se aproximando, pagamos o pedágio em Duque de Caxias e subimos a maravilhosa serra em direção à Petrópolis em meio a um alto fluxo de carretas. No início da noite chegamos (molhados e com frio) em Petrópolis, onde rodamos direto até um hotel.
No hotel, o qual ficava todo molhado a cada passo que dávamos, tratamos de pendurar parte das roupas na Formosa (por sorte a garagem era coberta) e providenciamos um varal improvisado no quarto, onde estendemos as demais roupas e partimos tomar outro banho, desta vez quente. Ah, segundo nossos cálculos cada par de botas carregava em média 5 litros de água.
Trajeto percorrido no dia:
Magnífico passeio/viagem meus caros !! Ainda não sei se FredLee gostaria de morar no Lavandário ou em Paraty. hahaha…..estou lendo todos.
Eu particularmente, tenho receio em ir às capitais de SP e RJ de moto, mesmo tendo seguro. Das vezes que visitei as referidas capitais foi tudo bem tranqüilo, volto a dizer: de moto não me arrisco não.
Grande abraço !
Questionei o FredLee e ele titubeou: dúvida cruel! Mas levando em consideração que apenas 38km de uma estrada parque ligam os dois locais, a escolha poderia vir de uma moeda atirada ao ar.
Não imaginávamos rodar pela cidade de São Paulo durante a Expedição 2020: Belas Rotas, mas o destino assim o quis e tudo correu bem ;)
Valeu Fernando, abração!