Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • Santos • São Paulo • São Vicente
Explore o Centro Histórico de Santos e São Vicente em São Paulo
6 de Novembro, 2020
Descubra a riqueza histórica e cultural do Centro Histórico de Santos e São Vicente no litoral paulista, desde as igrejas centenárias até o charmoso funicular do Monte Serrat.
Hoje, a Formosa decidiu tirar um merecido dia de folga. Enquanto ela descansava na tranquilidade da garagem do hotel, aproveitamos para explorar o centro histórico de Santos e São Vicente, duas importantes cidades paulistas.

Iniciamos o passeio pelo Santuário de Santo Antônio do Valongo, um local histórico e de grande importância cultural.

Santuário de Santo Antônio do Valongo
O Santuário de Santo Antônio do Valongo é um importante exemplar das construções dos frades franciscanos e uma das igrejas mais antigas do Brasil. Ainda em franca atividade religiosa e pastoral, este santuário é um testemunho vivo da história e da fé na região.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Santuário de Santo Antônio do Valongo partindo do centro de São Paulo – São Paulo – Brasil:
Contatos do Santuário de Santo Antônio do Valongo
- Endereço: Largo Marquês de Monte Alegre, 13 – Valongo | Santos – São Paulo – Brasil
- Telefones: (13) 3219-1481 | (13) 98181-0119
- E-mail: ssavalongo@gmail.com
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Santuário de Santo Antônio do Valongo.
Horários de Funcionamento
- Terça a sábado: 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00
- Domingo: 9h00 às 17h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora

Com grande riqueza histórica e arquitetônica, o santuário data de 1640, tornando-se um marco significativo na história de Santos – SP.

O Conjunto do Valongo, que incluía a igreja, o convento e a Capela da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, foi vendido em 1859 para a construção da estrada de ferro Santos-Jundiaí, a primeira do estado de São Paulo.

Dois anos após a negociação, o claustro foi demolido para dar lugar à Estação do Valongo. No entanto, a imagem de Santo Antônio permaneceu intocada no altar, um fato que os fiéis consideraram um milagre. Esse evento impediu o desaparecimento da igreja, que foi elevada a santuário em 1987.

Tanto a igreja quanto a ala sul do convento, que também escapou da demolição, são considerados importantes exemplares da arquitetura franciscana no Brasil.

A igreja do Santuário de Santo Antônio do Valongo abriga um dos poucos tronos rotativos do país, apresentando a Santíssima Trindade de um lado e o ostensório para a Adoração Perpétua do outro.

O altar do santuário possui seis painéis de azulejaria pintados entre 1938 e 1940 pelo artista português José Candido da Silva Júnior. Destaca-se o painel “O pão de Santo Antônio”, onde o próprio artista se autorretratou de paletó e gravata, adicionando um toque único e pessoal à obra.

Cenas da vida de Santo Antônio e de São Francisco são retratadas em pinturas a óleo no teto, adicionando uma dimensão visualmente impressionante à atmosfera sacra do Santuário de Santo Antônio do Valongo.

Elas são realçadas pela pintura de milhares de flores que cobrem as paredes da igreja. Com um quadradinho de espelho no miolo de cada flor, a incidência da luz é multiplicada, criando um efeito visual deslumbrante e único no ambiente sagrado do santuário.

Em 1823, o então padre João Maria Mastai Ferretti, que mais tarde se tornaria o Papa Pio IX, residiu por alguns dias no convento durante uma passagem para o Chile. Santos foi o único porto brasileiro visitado pelo ilustre religioso, deixando um breve, mas significativo, legado histórico na região.


Conhecido o santuário, bastaram alguns passos para chegarmos à Estação do Valongo, um marco histórico que testemunha a transição da antiga construção religiosa para um importante centro de transporte na região.

A primeira estação férrea paulista a ouvir o apito de um trem foi projetada na Inglaterra e inaugurada em 1867.

A relíquia arquitetônica possui linhas neoclássicas e foi inspirada na estação Victoria Station de Londres, tornando-se a única construção em Santos preparada para a neve, uma característica incomum e curiosa que adiciona um toque especial à sua história.

Atualmente, a edificação abriga a Secretaria de Turismo da cidade e serve como ponto de embarque e desembarque da Linha Turística do Bonde, que conta com sete elétricos em pleno funcionamento.

Em frente à estação fica o Museu Pelé, que apresenta a trajetória de Edison Arantes do Nascimento, conhecido como o “Rei do Futebol”. Este museu é uma parada imperdível para os fãs de futebol que desejam conhecer mais sobre a história e as conquistas deste ícone do esporte brasileiro e mundial.

O museu está instalado no antigo Casarão do Valongo, uma imponente construção composta por dois blocos, cada um com três pavimentos, interligados por um corpo central. Essa arquitetura histórica proporciona o cenário ideal para explorar a vida e a carreira do lendário jogador de futebol.

O primeiro bloco foi erguido em 1867, inicialmente destinado a abrigar a sede do governo da província de São Paulo, embora a transferência para Santos não tenha ocorrido conforme planejado. Já o segundo bloco foi construído em 1872, acrescentando mais uma camada de história e significado a este notável edifício.


Em 1985, um incêndio devastador destruiu um dos prédios do Casarão do Valongo, um golpe doloroso para a história e o patrimônio da região. Infelizmente, em 1992, outro sinistro atingiu o outro prédio, agravando ainda mais a perda histórica e arquitetônica.


Após décadas em ruínas, os casarões passaram por um processo de reconstrução e foram novamente inaugurados em junho de 2014, marcando um renascimento e uma nova era para esses importantes marcos históricos de Santos, SP.

Dali partimos para uma caminhada pelas estreitas ruas do centro histórico de Santos – SP, mergulhando ainda mais na atmosfera encantadora e nostálgica desta cidade rica em história e cultura.



O centro histórico santista é formado por diversos edifícios e monumentos, alguns dos quais estão bem conservados, enquanto outros mostram sinais do passar do tempo e da necessidade de restauração. Essa mistura de preservação e desgaste adiciona uma camada de autenticidade e charme à experiência de explorar essa parte da cidade.


Logo chegamos à Casa da Frontaria Azulejada, um dos mais belos e emblemáticos edifícios históricos de Santos, conhecido por sua fachada revestida de azulejos portugueses.

A casa, construída em 1865 para servir como residência e armazém do comendador português Manoel Joaquim Ferreira Neto, é uma das obras arquitetônicas mais significativas de Santos, representando uma época de prosperidade e influência portuguesa na região.


Sua fachada é revestida por sete mil azulejos em alto-relevo, importados de Portugal, que conferem à Casa da Frontaria Azulejada uma beleza única e uma presença imponente no cenário urbano de Santos.

Além da sua função estética, a colocação dos azulejos tinha como benefício assegurar uma vedação eficiente, proporcionando durabilidade à estrutura e reduzindo a necessidade de manutenção constante, como repinturas frequentes.

O prédio atualmente funciona como um importante espaço cultural, onde são realizadas exposições, eventos beneficentes e espetáculos culturais, mantendo viva a história e a tradição da cidade de Santos – SP.

Desde a sua fundação, em 1545, até meados do século XIX, Santos teve um lento ritmo de crescimento, mantendo praticamente a mesma estrutura física e urbana por dois séculos.


Algo que começou a mudar nos anos 1850 com a chegada do café no estado paulista e, principalmente, com a inauguração da ferrovia São Paulo Railway em 1867.

A partir desse momento, a cidade entrou em um forte processo de desenvolvimento econômico, que perdurou até meados da década de 1960. Esse período foi marcado por um rápido crescimento da indústria, comércio e infraestrutura, consolidando Santos como um dos principais centros econômicos e comerciais do Brasil.

Durante esse período de aproximadamente 100 anos, Santos vivenciou a construção do seu rico patrimônio, que hoje compõe o seu centro histórico.

Passada esta fase, o desenvolvimento comercial deslocou-se para outras regiões da cidade, levando o centro a uma longa fase de estagnação. No entanto, essa estagnação não foi totalmente negativa, pois foi o principal fator da preservação de casarões e palácios construídos na era áurea do café.

Essas construções são testemunhos da época de ouro da cidade, refletindo a sua importância econômica e cultural ao longo dos anos.

O café, aliás, é de tamanha importância para a cidade que Santos possui um museu exclusivo dedicado à preservação e divulgação de sua história no Brasil e no mundo.

Museu do Café
O Museu do Café, instalado no suntuoso Palácio da Bolsa Oficial de Café, é uma referência ao contar a trajetória do grão no Brasil e no mundo. Suas exposições abordam detalhes que vão desde o plantio até a xícara, passando pelo mercado e por curiosidades do grão.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museu do Café partindo do centro do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil:
Contatos do Museu do Café
- Endereço: Rua XV de Novembro, 95 – Centro Histórico | Santos – São Paulo – Brasil
- Telefone: (13) 3213-1750
- E-mail: museudocafe@museudocafe.org.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Museu do Café.
Horários de Funcionamento
- Terça a sábado: 9h00 às 18h00
- Domingo: 10h00 às 18h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 16,00
- Maiores de 60 anos e estudantes: R$ 8,00
- Aos sábados: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora

Instalado no palácio da antiga Bolsa Oficial de Café, inaugurado em 1922, o Museu do Café de Santos – SP tem como destaque do acervo o salão do pregão. Este espaço é composto por uma mesa principal e setenta cadeiras, onde eram realizadas as negociações que determinavam as cotações diárias das sacas de café. Essa área histórica oferece aos visitantes uma visão fascinante do passado comercial e econômico da cidade.

No piso de desenhos geométricos, adornado com mármores provenientes da Grécia, Espanha e Itália, destaca-se a presença da Estrela de Davi.

Os pregões foram realizados ali até 1950, marcando décadas de intensa atividade comercial que contribuíram significativamente para a história econômica não apenas de Santos, mas também do Brasil como um todo.

No mesmo espaço estão expostas as telas “O Porto de Santos em 1822”, “A Fundação da Vila de Santos em 1545”, “O Porto de Santos em 1922”, e o vitral “A Epopeia dos Bandeirantes”, todas obras de Benedicto Calixto de Jesus.



A cena central “A visão do Anhanguera: a Mãe d’Ouro e as Mães d’Água”, presente em um dos primeiros vitrais com temática brasileira, destaca o ouro do Brasil Colônia.

A agricultura de café, cana-de-açúcar e algodão do império está representada na cena “A Lavoura e Abundância”, à esquerda, enquanto o comércio, a exportação e a modernização da república estão evidenciados em “A Indústria e o Comércio”, à direita. Essas cenas pintadas nos vitrais oferecem uma visão abrangente das principais atividades econômicas que impulsionaram o desenvolvimento da região ao longo dos séculos.


O Museu do Café foi inaugurado em 1998 e mostra, por meio de objetos, documentos e recursos audiovisuais, como a evolução da cafeicultura e o desenvolvimento político, econômico e cultural do país estão interligados, desde meados do século XVIII até os dias de hoje.


Ali podemos aprender e entender o processo desde o início do cultivo do grão até a consolidação do café como um dos símbolos nacionais. O Museu do Café oferece uma oportunidade única de explorar não apenas a história e a técnica envolvidas no cultivo do café, mas também a sua influência na formação da identidade e da economia do Brasil.


Em um ambiente impregnado com o irresistível aroma do café recém-moído, o Museu do Café oferece uma experiência sensorial completa. Além de explorar a história fascinante do café, os visitantes podem desfrutar de uma visita à loja temática e cafeteria do museu. Este espaço convida os amantes do café a saborear uma xícara fresca enquanto mergulham na cultura cafeeira do Brasil.



Caminhando silenciosamente pelo majestoso palácio, que ostenta mais de 200 portas e janelas, imaginamos o tumulto e a agitação que devem ter dominado o cenário durante o período áureo do café. Este grandioso edifício é um testemunho vivo da opulência e da movimentada atividade comercial que caracterizaram a época dourada da cafeicultura brasileira.


Antes de nos despedirmos do local, tivemos o privilégio de apreciar as peças finalistas do concurso “A xícara do Museu”.

O concurso, sob a curadoria da renomada ceramista Hideko Honma, foi realizado em comemoração ao aniversário de 22 anos do Museu do Café e dividiu-se em duas categorias: utilitária e conceitual. Os participantes foram desafiados a confeccionar manualmente xícaras em cerâmica, demonstrando não apenas habilidades técnicas, mas também criatividade e inovação.

Na categoria artística, a vencedora foi Nadia Saad, de São Paulo – SP. Sua obra destacou-se pela originalidade, criatividade e expressão artística, capturando a essência e a beleza da cultura do café de uma maneira única e inspiradora.

Na categoria funcional, a vencedora foi Cristina Rocha de Souza Pinto, de Campinas – SP. Sua xícara não apenas combina funcionalidade e elegância, mas também reflete a habilidade artesanal e o cuidado com os detalhes.

Xícaras devidamente conhecidas, optamos por deixar as instalações do Museu do Café pelas escadas.

E sob o calor escaldante que nos aguardava do lado de fora, voltamos a percorrer o centro histórico de Santos, SP.




Passamos pela Associação Comercial, uma construção de 1870, uma das primeiras do país, que desempenhou um papel fundamental no fomento do desenvolvimento da cidade.


Depois, passamos pelo local onde ficava a casa que nasceu e morou José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como o “Patriarca da Independência”.


E finalmente, chegamos ao coração da cidade, a Praça Visconde de Mauá, um icônico espaço urbano que é ponto de encontro para moradores e visitantes, oferecendo uma atmosfera vibrante e cheia de vida.

Rodeada por edifícios históricos e marcada pela presença de belos jardins, esta praça é um verdadeiro oásis no centro de Santos. Localizada em frente ao imponente Palácio José Bonifácio, sede da prefeitura municipal, a Praça Visconde de Mauá é também um símbolo da importância histórica e cultural da cidade litorânea.

Inaugurado no centenário da cidade, em 1939, o Palácio José Bonifácio é uma das poucas edificações públicas do estado de São Paulo que mantém a estrutura original e a maior parte da decoração preservada.

O imóvel, repleto de simbolismos que remetem ao passado filosófico e à importância histórica de José Bonifácio de Andrada e Silva, ostenta as estátuas de Mercúrio e Minerva em sua fachada principal. Essas figuras mitológicas representam, respectivamente, o comércio e a sabedoria, evocando os ideais de progresso e conhecimento que foram tão caros ao Patriarca da Independência. É uma homenagem visual à influência duradoura de José Bonifácio na história e na cultura do Brasil.

O prédio segue o estilo eclético com predominância do neoclássico e foi projetado pelo arquiteto Plínio Botelho do Amaral. Esta escolha arquitetônica confere ao Palácio José Bonifácio uma aura de grandiosidade e solenidade, adequada à sua função como sede da Prefeitura Municipal de Santos.

Ao seu lado, outra edificação de respeito: os Correios e Telegraphos.


Com linhas neoclássicas, a agência central dos Correios e Telegraphos, construída em 1920, foi um presente da família Guinle para a cidade de Santos, SP.


Na sequência passamos por uma agência do Banco do Brasil.

Que nos chamou a atenção por contar com um widget de depósitos noturnos bastante criativo para a época.

O banco fica ao lado da Praça Barão do Rio Branco.

Que ostenta em seu centro o Monumento Candido Gaffree Eduardo Guinle, de 1934. Este monumento, uma homenagem aos ilustres membros da família Guinle, é uma obra de arte impressionante que adiciona um toque de elegância e história à Praça Barão do Rio Branco.

A praça é o antigo Largo do Carmo, local onde se estabeleceu a Ordem Terceira do Carmo.

Uma curiosidade é que o Conjunto do Carmo, considerado como um dos mais antigos relicários do barroco brasileiro, é formado por duas igrejas: a Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo de 1760 e a Igreja dos Freis Carmelitas de 1599.

As duas igrejas são unidas por uma torre com campanário revestida de azulejos marianos originais do século XIX.

Na ocasião de nossa visita, apenas a Igreja dos Freis Carmelitas estava com as portas abertas.

Seu interior tem altares dourados em madeira adornados por imagens devocionais do século XVIII.

O presbitério abriga cadeirais em jacarandá, destinados à celebração do ofício dos frades.


Da igreja, seguimos até a Praça da República, onde se encontra o Monumento a Brás Cubas. Este monumento, dedicado ao fundador da cidade de Santos, é uma homenagem à sua importância histórica e ao seu legado na região.

Considerada uma obra-prima pelo seu equilíbrio estético, a escultura foi executada em Gênova pelo artista italiano Lorenzo Massa.

Ao lado do monumento em homenagem ao fundador da cidade, encontra-se a maior e mais importante unidade aduaneira do país: a Alfândega de Santos.

O prédio, inaugurado em 1934, possui uma arquitetura eclética com influência art déco.

Da sede da Receita Federal, foi um pulinho até a Travessia de Barcas entre Santos e Guarujá.

Local que proporciona uma bela vista do Porto de Santos.


O Porto de Santos é reconhecido como o principal porto do Brasil e o maior complexo portuário de toda a América Latina.


O Porto de Santos possui uma ampla gama de terminais de carga, especializados na movimentação de diversos tipos de produtos. Estes terminais incluem instalações para granéis sólidos, líquidos, contêineres e carga geral, além de contar com infraestrutura dedicada ao transporte de passageiros. Esta diversidade de terminais permite ao porto operar de maneira eficiente e atender às variadas demandas do comércio nacional e internacional.


Após fotografar alguns navios no Porto de Santos, continuamos nossa caminhada até chegar à imponente Catedral de Santos.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário teve sua construção iniciada em 1909, sendo inaugurada em 1924 e concluída somente em 1967.

Na fachada da Igreja Matriz de Santos, destacam-se duas esculturas em granito natural, representando São Pedro e São Paulo.


O templo religioso conta com três naves, dois altares laterais de mármore e duas capelas situadas em cada lado do altar-mor: a Capela do Santíssimo Sacramento e a Capela de Nossa Senhora de Fátima.


A grande cúpula da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, adornada com sete vitrais que retratam passagens da vida de Nossa Senhora, completa este belo conjunto arquitetônico.


A Catedral de Santos está localizada próxima ao Theatro Coliseu, o maior teatro da cidade, que foi construído em 1909.


Além disso, está próxima ao Palácio da Justiça, construído em 1940.

E encontra-se também nas proximidades da Primeira Igreja Batista, uma instituição religiosa com mais de um século de história, fundada em 1903.
Todas essas construções estão situadas nos arredores da Praça Patriarca José Bonifácio, onde se destaca um grande monumento em homenagem aos soldados que bravamente lutaram na Revolução Constitucionalista de 1932.

Da arborizada praça, continuamos nossa caminhada até a Casa de Câmara e Cadeia.

Projetado em 1836 e finalizado somente três décadas depois, em função dos conflitos das guerras do Uruguai e do Paraguai, o prédio histórico da Casa de Câmara e Cadeia teve uma história multifacetada ao longo dos anos. Serviu como sede da câmara municipal, prisão, fórum e delegacia de polícia. Em um momento marcante, em 25 de novembro de 1894, foi o palco da proclamação da primeira e única Constituição Municipal do país.

Construída com materiais como pedra, cal, argila, areia e melado de cana-de-açúcar, a edificação apresenta características típicas da arquitetura do Brasil Colônia.

A Cadeia Velha de Santos está localizada de frente para a Praça dos Andradas.

Essa praça é circundada por diversas construções históricas, agregando ainda mais charme e significado ao seu entorno.


Entre essas construções, destaca-se o Theatro Guarany, que foi o primeiro teatro da cidade, inaugurado em 1882.


Bem próximo do Teatro Guarany, encontra-se a Praça Rui Barbosa.


Essa praça está situada em frente à charmosa Igreja de Nossa Senhora do Rosário.


Erguida por volta de 1756, a igreja teve um papel histórico significativo, sendo a primeira da então vila santista a permitir a entrada de escravos em cerimônias religiosas. Essa atitude pioneira reflete não apenas a importância cultural e religiosa do local, mas também sua posição progressista dentro do contexto social da época.

As paredes laterais internas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário são adornadas com afrescos inspirados na arte árabe, pintados em largas faixas e alternando cores, proporcionando uma atmosfera única e exuberante ao espaço sagrado.

O teto abobadado da igreja apresenta frisos em relevo que se entrelaçam, formando belas rosetas, adicionando um toque de elegância e detalhes ornamentais ao ambiente sacro.

No interior de cada roseta, estão cuidadosamente dispostas imagens e símbolos sacros, cujo propósito era comunicar com os fiéis. Esta prática era especialmente importante até o século XIX, quando a maioria das pessoas não sabia ler.

Em nossa jornada, logo após a visita à igreja, passamos pelo imponente Palácio Saturnino de Brito, que serve como sede da Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.



E continuamos nossa caminhada até os pés do Monte Serrat, onde está localizada uma estação de funicular.

Casino Monte Serrat Santos
No alto do Monte Serrat, encontra-se o Casino Monte Serrat Santos, um local que oferece uma vista panorâmica deslumbrante de 360 graus da Baixada Santista e do Porto de Santos. Além disso, os visitantes podem desfrutar do pitoresco sistema funicular histórico para chegar ao topo, bem como apreciar uma charmosa cafeteria secular.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Casino Monte Serrat Santos partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos do Casino Monte Serrat Santos
- Endereço: Praça Corrêa de Mello, 33 – Centro Histórico | Santos – São Paulo – Brasil
- Telefones: (13) 3221-5665 | (13) 3221-6235
- E-mail: bondinho@monteserrat.com.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Casino Monte Serrat Santos.
Horários de Funcionamento
- Segunda: 10h00 às 20h00
- Terça a sexta: 8h00 às 20h00
- Sábado e domingo: 8h00 às 19h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 27,00 (segunda a quinta)
- Público em geral: R$ 30,00 (sexta a domingo)
- Maiores de 60 anos e estudantes: R$ 15,00
- Crianças até 5 anos: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora

Chegamos ao local exatamente no momento em que os famosos bondinhos de Santos estavam realizando a travessia pela encosta do Monte Serrat. Compramos os ingressos e aguardamos ansiosamente por 30 minutos até a próxima partida.

Embora seja possível subir os 147 metros do morro Monte Serrat através de uma escadaria com 402 degraus de forma gratuita, naquela ocasião, essa ideia estava longe de ser cogitada. O intenso calor e o cansaço decorrente da caminhada desde as primeiras horas do dia tornavam essa opção pouco atrativa.

No cume do morro, encontram-se o antigo cassino e o Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat, padroeira de Santos, SP.

O passeio de funicular é realizado por um sistema composto por dois bondinhos, cada um com capacidade para 45 pessoas. Em apenas quatro minutos, esses bondinhos percorrem a linha de 242 metros de extensão, proporcionando uma experiência rápida aos visitantes.

Idealizado por imigrantes espanhóis, o sistema de bonde funicular de Santos teve sua construção iniciada em 1910. No entanto, devido aos impactos da Primeira Guerra Mundial nas importações, o projeto enfrentou atrasos significativos e só foi concluído em junho de 1927.

Naquela época, os bondinhos eram fechados por cortinas para preservar a identidade da boemia santista, que culminava as noites no alto do Monte Serrat, onde o público assistia a shows com artistas de renome, como Carmen Miranda, Francisco Alves e Sílvio Caldas.

Com materiais nobres, como mármore de Carrara, vitrais belgas, cortinas e tapetes franceses, além de prataria e cristais europeus, a casa noturna era reconhecida até mesmo no exterior e servia como um ponto de referência para os turistas.

Três meses após a inauguração dos bondinhos e do salão de festas, o prédio do complexo do Monte Serrat passou a abrigar um cassino. Este funcionou até 1946, quando o governo federal proibiu o jogo no país.

Em dezembro de 1927, o prédio também passou a abrigar um cinema, ampliando ainda mais as opções de entretenimento oferecidas no complexo do Monte Serrat.

Atualmente, o antigo cassino é utilizado como espaço para eventos sociais e culturais, oferecendo um local único e histórico para diversas ocasiões. Além disso, abriga uma charmosa cafeteria, proporcionando aos visitantes uma experiência memorável em um ambiente repleto de história e beleza arquitetônica.

Embora o passeio de funicular possa não ser tão emocionante quanto o esperado, a vista deslumbrante que se descortina do alto do Monte Serrat é verdadeiramente de tirar o fôlego. A experiência de contemplar a paisagem panorâmica da Baixada Santista e do Porto de Santos compensa qualquer expectativa.



Além da espetacular vista de 360 graus de Santos, que atualmente abriga cerca de 440.000 habitantes, o local também proporciona uma visão panorâmica dos municípios vizinhos de São Vicente, Cubatão e Guarujá.




Uma vez no alto do Monte Serrat, nos entretemos apreciando a bela paisagem ao nosso redor, tentando localizar alguns dos locais pelos quais passamos mais cedo em nossa jornada. A vista privilegiada proporciona uma experiência única de reconexão com os lugares que visitamos e nos permite admirar a cidade de Santos de uma perspectiva totalmente nova.





É incrível como o tempo passa rápido quando estamos desfrutando de uma vista tão espetacular! Quando percebemos os bondinhos já estavam em movimento novamente, indicando que 30 minutos haviam se passado desde nossa chegada ao topo do morro.


Após desfrutarmos da vista deslumbrante do Monte Serrat, seguimos em direção ao Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat.


A capela foi erguida em 1599 por ordem do governador Dom Francisco de Souza, um devoto espanhol da santa, que é também a padroeira de Barcelona.


A história registra que, em 1614, durante a invasão da vila santista pelo corsário holandês Joris van Spilbergen, parte da população buscou refúgio no morro do Monte Serrat.


Na tentativa de perseguir a população local, os corsários foram surpreendidos e soterrados por terra e pedras que desabaram da montanha.


O povo atribuiu esse acontecimento a um milagre de Nossa Senhora do Monte Serrat, o que acabou por consagrá-la como padroeira da cidade em 1955.





Após explorarmos a pequena e histórica igreja, voltamos a apreciar a deslumbrante vista de Santos e seus arredores. A beleza da paisagem nos convida a contemplar e agradecer por momentos tão especiais e repletos de significado.





À medida que nos envolvíamos na beleza da paisagem, percebemos que quase uma hora havia se passado desde a nossa chegada ao local. Isso nos fez lembrar que, se perdêssemos o próximo bondinho, teríamos que esperar mais 30 minutos para pegar o próximo. Era hora de nos despedirmos do Monte Serrat e voltarmos à cidade.

Então, com um misto de pressa e elegância, nos dirigimos rapidamente até a estação do funicular, garantindo assim nossa vaga no disputado bondinho a tempo.

De volta ao nível do mar, solicitamos um Uber e embarcamos no veículo, iniciando nossa viagem de retorno à vizinha São Vicente – SP, desembarcando na porta da imponente Igreja Matriz São Vicente Mártir.

O primeiro prédio a abrigar a Igreja Matriz de São Vicente, construído por Martim Afonso de Sousa em 1532, infelizmente foi destruído por um maremoto que assolou a cidade em 1542. Esse evento trágico marcou um momento significativo na história da igreja e da região.

A segunda igreja foi erguida pelo povo em um local mais distante do mar, buscando proteção contra os perigos das águas. No entanto, essa tentativa de segurança não foi suficiente para impedir a destruição da igreja por piratas que atacaram a cidade, saqueando o comércio e as residências locais.

E, por fim, em 1757, a atual igreja foi construída sobre as ruínas da anterior, onde permanece até os dias de hoje como um símbolo da resiliência e da fé da comunidade de São Vicente, SP.

Seu nome é uma homenagem a São Vicente Mártir, santo espanhol que deu nome à cidade e que hoje é reverenciado como seu padroeiro.

Praticamente ao lado da igreja encontra-se o Parque Cultural Vila de São Vicente, um espaço inaugurado em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil.

O Parque Cultural foi inspirado na primeira vila do país, fundada por Martim Afonso de Sousa em 1532. Essa inspiração histórica confere ao parque uma atmosfera autêntica e a oportunidade de os visitantes vivenciarem o passado da colonização portuguesa no Brasil.

Atualmente, o local recria imagens históricas, usos e costumes da época por meio de uma variedade de instrumentos, incluindo um Teatro de Bonecos, o Museu da Encenação de São Vicente e o Pelourinho. Essas atrações proporcionam aos visitantes uma experiência imersiva na vida e na cultura da primeira vila do país, permitindo que conheçam de perto a rica história de São Vicente, SP.

Infelizmente, todos os atrativos do Parque Cultural Vila de São Vicente estavam fechados. Continuamos, então, caminhando pela área central de São Vicente, um município que possui aproximadamente 360.000 habitantes.

Passamos em frente ao Museu Casa Martim Afonso, um local que preserva a memória e o legado do fundador de São Vicente, Martim Afonso de Sousa.

Cruzamos a Praça Vinte e Dois de Janeiro, onde está localizado o monumento “A Glória São Vicente”.

E logo chegamos à conhecida Praça da Biquinha de Anchieta.

A fonte de água era frequentemente utilizada pelo Padre Anchieta para suas meditações, beneficiando-se do ambiente agradável e paradisíaco ali criado pela natureza circundante.

Além disso, foi neste local que Anchieta ministrou aulas de catecismo e primeiras letras portuguesas, deixando um legado educacional significativo para a comunidade local.

Algum tempo depois, o Padre Anchieta passou a montar suas peças teatrais neste local, os famosos autos que eram assistidos pelo povo e pelas autoridades da época. Muitos consideram esses eventos como o início do teatro no Brasil.

Bem próximo da Biquinha de Anchieta fica o Marco Padrão, uma homenagem ao quarto centenário da fundação do município.


O marco está localizado na ponta da Praia do Gonzaguinha.


Cercada por um amplo calçadão, a Praia do Gonzaguinha, com aproximadamente 800 metros de extensão, é considerada por muitos como a mais animada de São Vicente, SP.


Caminhamos pela orla da praia até certo ponto, de onde conseguimos avistar a Ponte Pênsil de São Vicente, uma estrutura icônica inaugurada em 1914.

Dali, foram apenas alguns minutos até chegarmos à Praia do Itararé.

A ideia era apreciar o pôr do sol do Monumento Niemeyer, localizado no alto da Ilha Porchat, mas, como sempre tem um “mas”, as carregadas nuvens que nos acompanharam desde o início da Expedição 2020: Belas Rotas trataram de aparecer no fim do dia, adiando nossa visita ao local.


Ao menos poupamos alguns passos. Realmente, hoje a caminhada foi longa, mas valeu a pena pela oportunidade de explorar tantos lugares interessantes e conhecer um pouco mais da história e da beleza de Santos e São Vicente.

E com a imagem dos parapentes sobrevoando a Praia do Itararé, nos despedimos desta sexta-feira. Que a beleza desse cenário nos acompanhe até o próximo destino em nossa jornada pela Expedição 2020: Belas Rotas. Até breve!



Oba! Já são 4 comentários nesta postagem!
Muito bom….rica história, o Museu do Café é sensacional. Até então, conhecia pouca coisa de Santos.
Abraços !
Uma cidade carregada de história, repleta de simbolismos e com várias belezas naturais. O Museu do Café é, de fato, uma das estrelas santistas. Assim que possível devemos retornar a Santos, que nos encantou. Valeu Fernando, abraços…
Quanta história, como tem coisas bonitas e interessantes no nosso Brasil…PARABÉNS
Sim, além das inúmeras belezas naturais, a história de nosso país é rica e repleta de curiosidades.
Valeu, abraços…
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
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