Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • Santos • São Paulo • São Vicente
Centro Histórico de Santos e São Vicente: Patrimônio, Cultura, Curiosidades e Paisagens do Litoral Paulista
6 de Novembro, 2020
Descubra o charme e a riqueza histórica de Santos e São Vicente, berços da colonização brasileira: Santuário de Santo Antônio do Valongo, Museu do Café, Palácio da Bolsa de Café, Monte Serrat, Biquinha do Anchieta e praias do Gonzaguinha e Itararé.
Em um dia dedicado à descoberta das origens do litoral paulista, exploramos o centro histórico de Santos e São Vicente, duas cidades repletas de patrimônio cultural, charme colonial e paisagens inesquecíveis. Visitamos igrejas centenárias, praças arborizadas e edifícios históricos, como o Santuário de Santo Antônio do Valongo, o Palácio da Bolsa Oficial de Café e o Museu do Café, além de apreciar a vista do alto do Monte Serrat, conhecer a famosa Biquinha de Anchieta e encerrar o dia entre as belas praias do Gonzaguinha e do Itararé. Uma verdadeira imersão na história, fé e tradição que moldaram as primeiras páginas do Brasil.

O céu azul das primeiras horas da sexta-feira em São Vicente anunciava um dia promissor. Hoje demos uma merecida folga para a Formosa, que ficou devidamente abrigada na garagem do hotel. Vestimos roupas leves e partimos de Uber para explorar os principais atrativos turísticos do centro histórico de Santos, no litoral de São Paulo.

Nossa primeira parada foi no Santuário de Santo Antônio do Valongo, um ponto histórico de grande relevância cultural e religiosa localizado no coração de Santos, SP.

Santuário de Santo Antônio do Valongo
O Santuário de Santo Antônio do Valongo é um importante exemplar das construções dos frades franciscanos e uma das igrejas mais antigas do Brasil. Ainda em franca atividade religiosa e pastoral, este santuário é um testemunho vivo da história e da fé na região.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Santuário de Santo Antônio do Valongo partindo do centro de São Paulo – São Paulo – Brasil:
Contatos do Santuário de Santo Antônio do Valongo
- Endereço: Largo Marquês de Monte Alegre, 13 – Valongo | Santos – São Paulo – Brasil
- Telefones: (13) 3219-1481 | (13) 98181-0119
- E-mail: ssavalongo@gmail.com
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Santuário de Santo Antônio do Valongo.
Horários de Funcionamento
- Terça a sábado: das 9h às 13h e das 14h às 17h
- Domingo: das 9h às 17h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora

Construído em 1640, o Santuário de Santo Antônio do Valongo é um dos mais antigos e importantes exemplares da arquitetura franciscana no Brasil. Sua fachada barroca do século XVII encanta visitantes e estudiosos da arte sacra pela riqueza de detalhes e pela harmonia das formas.

O Conjunto do Valongo, formado pela igreja, o convento e a Capela da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, foi vendido em 1859 para dar lugar à construção da Estrada de Ferro Santos–Jundiaí, a primeira ferrovia do estado de São Paulo e um marco no desenvolvimento econômico da região.

Dois anos após a venda, o antigo claustro foi demolido para a construção da Estação do Valongo. No entanto, a imagem de Santo Antônio permaneceu intacta no altar, fato interpretado pelos fiéis como um milagre. Esse acontecimento foi determinante para a preservação da igreja, que em 1987 foi oficialmente elevada à categoria de santuário.

O altar do Santuário de Santo Antônio do Valongo abriga seis painéis de azulejaria, pintados entre 1938 e 1940 pelo artista português José Cândido da Silva Júnior. Entre eles, destaca-se o painel “O Pão de Santo Antônio”, no qual o próprio artista se autorretrata de paletó e gravata, um detalhe curioso que confere personalidade à obra.

O teto do templo apresenta pinturas a óleo que retratam cenas da vida de Santo Antônio e de São Francisco de Assis, enriquecendo a atmosfera sacra com cores e simbolismos.

A iluminação natural, refletida em pequenos espelhos instalados no centro de milhares de flores que adornam as paredes, cria um efeito visual deslumbrante, multiplicando a luz e intensificando a sensação de espiritualidade.

Tanto a igreja quanto a ala sul do antigo convento, preservada da demolição, são reconhecidas como importantes referências da arquitetura franciscana no país.

Um dos maiores destaques do Santuário de Santo Antônio do Valongo é o seu trono rotativo, raríssimo no Brasil. De um lado, encontra-se a imagem da Santíssima Trindade, do outro, o ostensório utilizado na Adoração Perpétua.

Em 1823, o padre João Maria Mastai Ferretti, que mais tarde se tornaria o Papa Pio IX, hospedou-se no convento durante sua viagem ao Chile. Santos foi o único porto brasileiro visitado por esse futuro pontífice, fato que adiciona ainda mais relevância histórica ao local.

Após conhecermos o santuário, bastaram alguns passos para chegarmos à Estação do Valongo, um marco histórico que simboliza a transição da antiga construção religiosa para um dos principais centros ferroviários da região.

Projetada na Inglaterra e inaugurada em 1867, a Estação do Valongo foi a primeira ferrovia paulista a ouvir o apito de um trem. Sua arquitetura neoclássica, inspirada na Victoria Station de Londres, impressiona pela elegância e pelos detalhes construtivos. Um dado curioso é que foi a única edificação em Santos projetada para suportar neve, característica herdada de seu projeto original europeu.


Atualmente, o prédio abriga a Secretaria de Turismo de Santos e serve como ponto de embarque e desembarque da Linha Turística do Bonde, que percorre o centro histórico com sete elétricos restaurados, uma das formas mais encantadoras de conhecer as ruas antigas da cidade.

Em frente à estação, está o Museu Pelé, dedicado à trajetória de Edson Arantes do Nascimento, o eterno “Rei do Futebol”. O espaço é parada obrigatória para fãs do esporte e para quem deseja conhecer mais sobre a vida, as conquistas e o legado desse ícone mundial.


O museu ocupa o antigo Casarão do Valongo, uma construção monumental formada por dois blocos interligados por um corpo central, cada um com três pavimentos.

O primeiro bloco do Casarão do Valongo foi erguido em 1867, originalmente projetado para sediar o governo da província de São Paulo, mas a transferência jamais ocorreu. O segundo bloco, concluído em 1872, complementou o conjunto arquitetônico e consolidou sua imponência.


Infelizmente, em 1985, um incêndio destruiu um dos prédios do casarão, e outro sinistro, em 1992, danificou o segundo. Após décadas de abandono, o conjunto foi restaurado e reinaugurado em junho de 2014, marcando uma nova fase para o patrimônio histórico santista.



Seguimos então por uma caminhada pelas estreitas ruas do centro histórico de Santos, mergulhando na atmosfera nostálgica e charmosa da cidade. A cada esquina, um novo cenário revelava fragmentos de sua rica herança colonial.



O centro histórico de Santos é composto por uma diversidade de edifícios e monumentos, alguns cuidadosamente restaurados, outros ainda à espera de revitalização. Essa mistura de conservação e desgaste confere autenticidade ao local, tornando-o um verdadeiro museu a céu aberto.


Em poucos minutos, chegamos à Casa da Frontaria Azulejada, um dos mais belos e emblemáticos edifícios históricos de Santos, famoso por sua impressionante fachada revestida com azulejos portugueses.

Construída em 1865 para servir como residência e armazém do comendador português Manoel Joaquim Ferreira Neto, a Casa da Frontaria Azulejada é um símbolo do período de prosperidade e da forte influência lusa na cidade.


Sua fachada, composta por cerca de sete mil azulejos em alto-relevo importados de Portugal, confere ao prédio uma beleza singular e uma presença marcante no cenário urbano santista. Além da estética, o uso dos azulejos ajudava na vedação e conservação da estrutura, reduzindo a necessidade de manutenção e protegendo as paredes da maresia.


Atualmente, o edifício abriga um importante espaço cultural, palco de exposições, eventos beneficentes e apresentações artísticas, mantendo viva a história e a tradição da cidade.

Desde sua fundação, em 1545, até meados do século XIX, Santos manteve um ritmo de crescimento lento, preservando quase intacta sua estrutura urbana por mais de dois séculos.


A transformação começou na década de 1850, com o avanço da cultura e exportação do café e, especialmente, com a inauguração da ferrovia São Paulo Railway, em 1867.

A partir de então, Santos viveu um período de rápido desenvolvimento econômico, impulsionado pela indústria, pelo comércio e pela infraestrutura portuária, tornando-se um dos principais centros econômicos do país.


Durante cerca de um século, a cidade testemunhou a construção de um valioso patrimônio arquitetônico, que hoje dá forma ao seu centro histórico e preserva a memória de uma era de prosperidade.

Com o passar do tempo, o foco comercial se deslocou para outras regiões, e o centro entrou em um longo período de estagnação. Paradoxalmente, isso contribuiu para a preservação de casarões e palacetes da era áurea do café, construções que hoje são verdadeiros testemunhos da importância econômica e cultural de Santos.


O café desempenhou um papel tão fundamental na história da cidade que Santos abriga um museu dedicado exclusivamente a esse produto, responsável por transformar o Brasil em uma potência econômica e por moldar a identidade da região.

Museu do Café
O Museu do Café, instalado no suntuoso Palácio da Bolsa Oficial de Café, é uma referência ao contar a trajetória do grão no Brasil e no mundo. Suas exposições abordam detalhes que vão desde o plantio até a xícara, passando pelo mercado e por curiosidades.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museu do Café partindo do centro do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil:
Contatos do Museu do Café
- Endereço: Rua XV de Novembro, 95 – Centro Histórico | Santos – São Paulo – Brasil
- Telefone: (13) 3213-1750
- E-mail: museudocafe@museudocafe.org.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Museu do Café.
Horários de Funcionamento
- Terça a sábado: das 9h às 18h
- Domingo: das 10h às 18h
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 16,00
- Maiores de 60 anos e estudantes: R$ 8,00
- Aos sábados: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora

Localizado no Palácio da antiga Bolsa Oficial de Café, inaugurado em 1922, o Museu do Café de Santos é um dos principais símbolos da riqueza e da importância histórica do café para o Brasil. Seu destaque é o imponente salão do pregão, um ambiente que preserva a grandiosidade dos tempos em que o aroma do café se misturava ao burburinho das negociações.

Composto por uma mesa central e setenta cadeiras, o espaço era o ponto onde se definiam as cotações diárias das sacas de café, influenciando diretamente a economia nacional e internacional. A visita ao salão oferece aos turistas uma verdadeira viagem ao passado comercial e econômico da cidade.

O piso do salão, de desenhos geométricos, é adornado com mármores importados da Grécia, Espanha e Itália, destacando-se pela presença da Estrela de Davi, símbolo que remete à harmonia e à sabedoria. Os pregões aconteceram no local até 1950, marcando décadas de intensa atividade que consolidaram Santos como o principal porto exportador de café do mundo e transformaram o grão em sinônimo de prosperidade.

Ainda no salão do pregão, estão expostas obras-primas de Benedicto Calixto de Jesus, um dos maiores pintores brasileiros do período. Entre elas, destacam-se as telas “O Porto de Santos em 1822”, “A Fundação da Vila de Santos em 1545”, “O Porto de Santos em 1922” e o vitral “A Epopeia dos Bandeirantes”. Essas peças não apenas retratam momentos marcantes da história da cidade, mas também enriquecem o acervo artístico e cultural do Museu do Café.

Duas hipóteses ajudam a compreender o contexto histórico que levou à construção do Palácio da Bolsa Oficial de Café em Santos, e ambas se complementam. A primeira aponta que a elite cafeeira paulista buscava afirmar seu protagonismo na formação da identidade nacional, ao lado de estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.

Embora São Paulo fosse uma região de riqueza recente, o avanço da produção de café nas áreas de Campinas e Itu, na segunda metade do século XIX, criou uma burguesia influente, que passou a exaltar a figura do Bandeirante como herói nacional, símbolo da expansão territorial e da força paulista.

A segunda hipótese relaciona-se às comemorações do Centenário da Independência do Brasil, em 1922. Em todo o país, obras monumentais e eventos foram planejados com antecedência para celebrar a data. Em Santos, principal porto exportador do café, a maior riqueza de São Paulo à época, havia grande empenho em construir um edifício que refletisse a importância econômica e simbólica do grão para o Brasil. Assim nasceu o majestoso Palácio da Bolsa Oficial de Café, marco da arquitetura e da história nacional.

Entre os elementos mais notáveis da visita está a cena central do vitral “A Visão do Anhanguera: a Mãe d’Ouro e as Mães d’Água”, uma das primeiras obras de vitral com temática genuinamente brasileira. A peça representa o ouro do Brasil Colônia e reforça a simbologia de riqueza e exploração dos recursos naturais.


Outros vitrais do museu apresentam alegorias das atividades que impulsionaram o país. À esquerda, a cena “A Lavoura e a Abundância” retrata a agricultura do período imperial, destacando o cultivo do café, da cana-de-açúcar e do algodão. À direita, “A Indústria e o Comércio” simboliza o avanço da República, ilustrando a modernização e o crescimento econômico. Juntas, essas obras formam um retrato artístico da evolução econômica e social do Brasil.


Inaugurado como museu em 1998, o espaço apresenta, por meio de objetos históricos, documentos, fotografias e recursos audiovisuais, a trajetória da cafeicultura e sua influência direta no desenvolvimento político, econômico e cultural do país desde o século XVIII.


Durante a visita ao Museu do Café de Santos, é possível conhecer cada etapa da produção, desde o plantio e a colheita até a torrefação e comercialização do grão. A exposição mostra como o café se tornou um símbolo da identidade brasileira, impulsionando o crescimento de cidades, portos e ferrovias, além de influenciar a cultura e o modo de vida nacional.



Envolto pelo irresistível aroma do café recém-moído, o Museu do Café oferece uma experiência sensorial completa. Além da exposição, o visitante pode explorar a cafeteria e a loja temática, onde diferentes tipos de café podem ser degustados, promovendo uma imersão autêntica na cultura cafeeira.


Ao caminhar pelos amplos salões do palácio, que possui mais de 200 portas e janelas, é impossível não imaginar a movimentação intensa de comerciantes, corretores e exportadores durante o auge do ciclo do café. Cada detalhe arquitetônico, dos vitrais coloridos ao mármore das colunas, testemunha a opulência e o dinamismo econômico de uma era que marcou profundamente a história do Brasil.

Antes de encerrarmos a visita, tivemos o privilégio de apreciar as obras finalistas do concurso “A Xícara do Museu”, uma mostra repleta de criatividade e simbolismo que celebra a relação entre arte e café.

O concurso, realizado em comemoração aos 22 anos do Museu do Café e sob a curadoria da renomada ceramista Hideko Honma, contou com duas categorias: utilitária e conceitual. Os artistas foram desafiados a criar xícaras de cerâmica artesanal, unindo técnica, estética e inovação em peças que homenageiam a bebida mais apreciada do país.

Na categoria artística, a vencedora foi Nadia Saad, de São Paulo (SP), cuja obra se destacou pela originalidade e pela capacidade de capturar a essência cultural do café.

Já na categoria funcional, o primeiro lugar foi conquistado por Cristina Rocha de Souza Pinto, de Campinas (SP), com uma xícara que alia design elegante e usabilidade, transformando um simples utensílio em verdadeira obra de arte.

Com as xícaras devidamente apreciadas, deixamos o Museu do Café descendo pelas escadarias de mármore, preferindo sentir o peso da história sob nossos passos a usar o antigo elevador.

A cada degrau, levávamos conosco não apenas o aroma marcante do café, mas também a certeza de termos vivenciado um dos capítulos mais significativos da história de Santos e do Brasil.


Sob o calor escaldante que nos aguardava do lado de fora, retomamos nossa caminhada pelo centro histórico de Santos, prontos para explorar ainda mais os encantos e a riqueza cultural dessa cidade que respira história a cada esquina.


Com o relógio se aproximando das 13h, a fome começou a apertar. Logo encontramos um restaurante que oferecia em seu cardápio o prato típico da cidade: a Meca Santista. Não pensamos duas vezes, era hora de provar um sabor autêntico da culinária local.

A Meca Santista é uma refeição símbolo de Santos, preparada com posta de espardate grelhada com camarão rosa, acompanhada de arroz com palmito pupunha e farofa de banana. Uma combinação que traduz perfeitamente a identidade gastronômica do litoral paulista: sabor intenso, ingredientes frescos e um toque tropical irresistível.

Devidamente alimentados, voltamos a caminhar e logo passamos pela Associação Comercial de Santos, uma construção datada de 1870 e uma das primeiras do gênero no país. A instituição teve papel essencial no desenvolvimento econômico da cidade, especialmente durante o auge do ciclo do café, refletindo a importância de Santos no cenário comercial brasileiro do século XIX.

Poucos metros adiante, avistamos a casa onde nasceu José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência. Figura central na história do Brasil, José Bonifácio foi um dos principais articuladores políticos da emancipação do país, além de notável cientista, mineralogista e pensador iluminista. O imóvel onde viveu é um símbolo da ligação profunda entre Santos e os primeiros capítulos da formação da nação brasileira.


Seguimos então até o coração da cidade, a Praça Visconde de Mauá, um dos espaços mais icônicos e movimentados de Santos. Cercada por edifícios históricos e adornada por jardins bem cuidados, a praça é um ponto de encontro tradicional entre moradores e visitantes, oferecendo um ambiente vibrante e acolhedor.


Em frente à praça ergue-se o majestoso Palácio José Bonifácio, sede da Prefeitura Municipal. Inaugurado em 1939, no centenário de Santos, o edifício é uma das poucas construções públicas do estado de São Paulo que mantém sua estrutura e decoração originais, preservando a imponência de sua arquitetura eclética com predominância do neoclássico.



Projetado pelo arquiteto Plínio Botelho do Amaral, o Palácio é repleto de simbolismos que remetem à herança intelectual e patriótica de José Bonifácio. Em sua fachada principal destacam-se as esculturas de Mercúrio e Minerva, representações mitológicas do comércio e da sabedoria, simbolizando os ideais de progresso, conhecimento e prosperidade. Uma homenagem visual à influência duradoura do Patriarca da Independência.


Ao lado, chama atenção o elegante prédio dos Correios e Telégrafos, construído em 1920. De linhas neoclássicas, foi um presente da família Guinle à cidade e se tornou um importante marco arquitetônico e histórico de Santos.



Mais à frente, outro edifício notável: a antiga agência do Banco do Brasil, que se destaca por sua beleza arquitetônica e por abrigar, à época de sua inauguração, um inovador sistema de depósitos noturnos, algo raro no Brasil naquele período.


O prédio encontra-se ao lado da Praça Barão do Rio Branco, outro local repleto de história e simbolismo.

No centro dessa praça ergue-se o Monumento a Cândido Gaffrée e Eduardo Guinle, inaugurado em 1934. A escultura homenageia dois importantes empresários e filantropos responsáveis por impulsionar o desenvolvimento do Porto de Santos e, consequentemente, da economia da região.

A Praça Barão do Rio Branco, antigamente chamada Largo do Carmo, foi o local onde se estabeleceu a Ordem Terceira do Carmo, um dos conjuntos religiosos mais antigos e valiosos do barroco brasileiro.


O Conjunto do Carmo é formado por duas igrejas: a Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo, construída em 1760, e a Igreja dos Freis Carmelitas, datada de 1599, ambas conectadas por uma torre com campanário revestida por azulejos marianos do século XIX, que conferem ao local um charme único e grande valor histórico.

Durante nossa visita, apenas a Igreja dos Freis Carmelitas estava aberta, o que nos permitiu admirar sua arquitetura sóbria e seu interior ricamente ornamentado, que nos transporta diretamente ao período colonial brasileiro.


O interior abriga altares dourados em madeira entalhada, adornados com imagens devocionais do século XVIII, revelando a habilidade artesanal e o profundo senso religioso que marcaram a época. No presbitério, os cadeirais de jacarandá finamente trabalhados chamam a atenção pela elegância e pelo valor histórico. Cada detalhe reflete o cuidado dos frades e a importância do espaço na vida espiritual da comunidade.


De lá, seguimos até a Praça da República, onde se ergue o Monumento a Brás Cubas, fundador da cidade de Santos. A escultura, esculpida em Gênova pelo artista italiano Lorenzo Massa, é considerada uma obra-prima de equilíbrio estético e harmonia de formas, prestando justa homenagem ao homem que deu início à história da cidade.


Ao lado do monumento está a imponente Alfândega de Santos, inaugurada em 1934. O edifício exibe traços ecléticos com influências art déco, e abriga até hoje uma das mais importantes unidades da Receita Federal no país. Sua grandiosidade simboliza o poder econômico de Santos, que desde o século XIX se consolidou como o principal porto exportador do Brasil.


De lá, bastou um breve trajeto para chegarmos ao Estuário de Santos, ponto de partida da tradicional Travessia de Barcas entre Santos e Guarujá. O serviço de balsa, além de fundamental para a mobilidade local, proporciona uma vista privilegiada do litoral paulista e do Porto de Santos, compondo uma cena vibrante e cheia de movimento, uma das imagens mais emblemáticas da cidade.




O Porto de Santos é reconhecido como o maior complexo portuário da América Latina e o principal porto do Brasil, desempenhando papel essencial no comércio exterior e na economia nacional. Sua infraestrutura moderna e de grande capacidade operacional faz dele o verdadeiro coração do comércio brasileiro, responsável por escoar grande parte das riquezas produzidas no país.


Com terminais especializados em granéis sólidos, líquidos, contêineres e carga geral, além de estrutura voltada também ao transporte de passageiros, o Porto de Santos combina eficiência, tradição e modernidade. É, sem dúvida, um símbolo da força econômica do Brasil e um orgulho do litoral paulista.


Após registrar a intensa movimentação dos navios no Porto de Santos, retomamos nossa caminhada em direção a outro importante marco histórico da cidade: a Catedral de Santos, oficialmente chamada Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

A construção do templo teve início em 1909, sendo inaugurada parcialmente em 1924, embora sua conclusão total tenha ocorrido apenas em 1967. O longo processo de construção reflete o cuidado e a dedicação empregados em cada detalhe dessa impressionante obra arquitetônica, símbolo de fé e história para os santistas.

Logo na fachada, destacam-se duas imponentes esculturas em granito natural que representam São Pedro e São Paulo, os apóstolos protetores da Igreja.


O templo possui três naves e abriga dois altares laterais de mármore, além das capelas do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora de Fátima, localizadas ao lado do altar-mor.


Um dos elementos mais marcantes da Igreja de Nossa Senhora do Rosário é a grande cúpula central, ornamentada com sete vitrais coloridos que retratam momentos significativos da vida de Nossa Senhora. A luz que atravessa os vitrais cria um espetáculo visual que transforma o interior da catedral em um ambiente de serenidade e contemplação.


A Catedral de Santos está situada próxima a outros edifícios históricos notáveis, como o Theatro Coliseu, inaugurado em 1909, considerado o maior e mais elegante teatro da cidade. O Coliseu se destaca por sua arquitetura inspirada nos grandes teatros europeus e por ter sido palco de importantes apresentações artísticas ao longo do século XX.


Ainda na região, encontra-se o Palácio da Justiça, inaugurado em 1940, um exemplo de arquitetura monumental que simboliza o poder e a importância do sistema judiciário na cidade.

Nas proximidades também está a Primeira Igreja Batista de Santos, fundada em 1903, uma das mais antigas instituições protestantes do litoral paulista, que preserva uma longa trajetória de atuação social e comunitária.

Todas essas construções históricas se concentram ao redor da Praça Patriarca José Bonifácio, uma área arborizada e agradável que abriga um monumento em homenagem aos soldados da Revolução Constitucionalista de 1932, um tributo à bravura dos paulistas que lutaram em defesa da autonomia do estado e do fortalecimento da Constituição.

Ao deixar a praça, seguimos em direção à Casa de Câmara e Cadeia de Santos, mais um ícone do patrimônio histórico local.

Projetada em 1836 e concluída somente cerca de trinta anos depois, devido aos atrasos causados pelas Guerras do Uruguai e do Paraguai, a edificação guarda uma história multifacetada. Ao longo do tempo, abrigou a câmara municipal, o fórum, a prisão e até uma delegacia de polícia.


Um episódio notável ocorreu em 25 de novembro de 1894, quando o edifício foi palco da proclamação da primeira e única Constituição Municipal do Brasil, um fato histórico que reforça a relevância política de Santos no cenário nacional.

Construída com pedra, cal, argila, areia e melado de cana-de-açúcar, a Casa de Câmara e Cadeia conserva elementos típicos da arquitetura colonial brasileira, exibindo simplicidade estrutural combinada com robustez e funcionalidade.

A chamada Cadeia Velha de Santos está localizada em frente à Praça dos Andradas, uma das mais tradicionais da cidade. A praça é rodeada por edifícios de valor histórico e cultural, que contribuem para seu charme e atmosfera acolhedora.


Entre as construções que cercam a praça, destaca-se o Theatro Guarany, inaugurado em 1882, o primeiro teatro de Santos. O espaço foi palco de grandes apresentações e continua sendo um ponto de referência para a cena cultural da cidade.


Logo ao lado encontra-se a Praça Rui Barbosa, situada em frente à encantadora Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, um dos templos mais significativos da história religiosa de Santos, SP.


Erguida por volta de 1756, a igreja tem enorme importância histórica, pois foi a primeira da antiga Vila de Santos a permitir a presença de escravos em cerimônias religiosas. Essa atitude pioneira destaca seu papel progressista em uma época marcada pela desigualdade, tornando-se um símbolo de inclusão e resistência cultural.


As paredes internas da Igreja do Rosário são adornadas com afrescos de inspiração árabe, pintados em largas faixas coloridas que criam um ambiente vibrante e envolvente.


O teto abobadado apresenta frisos em relevo entrelaçados formando delicadas rosetas, que abrigam símbolos sacros e imagens devocionais.


Esses elementos decorativos, além de sua beleza artística, tinham um propósito pedagógico importante: transmitir mensagens religiosas por meio da arte, em um período em que grande parte da população era analfabeta. Cada detalhe do interior da igreja reflete o profundo valor espiritual e cultural desse patrimônio santista.

Seguindo nosso passeio por essa região, caminhamos até o Palácio Saturnino de Brito, atual sede da Sabesp. O edifício homenageia o engenheiro Saturnino de Brito, pioneiro do saneamento básico no Brasil e responsável por projetos que transformaram Santos em referência em saúde pública e urbanismo no início do século XX.


Continuamos nossa caminhada até as encostas do Monte Serrat, uma das atrações mais emblemáticas de Santos – SP, onde se encontra a estação do funicular, um transporte histórico que conecta o centro da cidade ao topo do morro e oferece uma das vistas panorâmicas mais impressionantes da região.

Casino Monte Serrat Santos
No alto do Monte Serrat, encontra-se o Casino Monte Serrat Santos, um local que oferece uma vista panorâmica deslumbrante de 360 graus da Baixada Santista e do Porto de Santos. Além disso, os visitantes podem desfrutar do pitoresco sistema funicular histórico para chegar ao topo, bem como apreciar uma charmosa cafeteria secular.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Casino Monte Serrat Santos partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos do Casino Monte Serrat Santos
- Endereço: Praça Corrêa de Mello, 33 – Centro Histórico | Santos – São Paulo – Brasil
- Telefones: (13) 3221-5665 | (13) 3221-6235
- E-mail: bondinho@monteserrat.com.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Casino Monte Serrat Santos.
Horários de Funcionamento
- Segunda: das 10h às 20h
- Terça a sexta: das 8h às 20h
- Sábado e domingo: das 8h às 19h
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 27,00 (segunda a quinta)
- Público em geral: R$ 30,00 (sexta a domingo)
- Maiores de 60 anos e estudantes: R$ 15,00
- Crianças até 5 anos: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora

Chegamos justamente no momento em que os icônicos bondinhos de Santos cruzavam a encosta, deslizando suavemente sobre os trilhos que cortam o Monte Serrat. Compramos nossos ingressos e aguardamos ansiosamente os 30 minutos até a próxima partida, enquanto observávamos o vai e vem dos visitantes que, assim como nós, se preparavam para a subida.

Embora exista a opção de subir os 147 metros de altura do monte por uma escadaria com 402 degraus, acessível gratuitamente, naquele calor intenso e após um longo dia de caminhada, essa alternativa parecia inviável. O descanso e o conforto do bondinho soavam como uma escolha mais sensata e, sem dúvida, mais prazerosa.



No topo do Monte Serrat estão o antigo cassino e o Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat, padroeira da cidade. O passeio até o alto é feito por meio de um sistema funicular composto por dois bondes, cada um com capacidade para 45 passageiros. Em apenas quatro minutos, eles percorrem os 242 metros de extensão da linha, oferecendo uma experiência breve, mas repleta de charme e nostalgia.


O sistema foi idealizado por imigrantes espanhóis, com obras iniciadas em 1910. No entanto, as dificuldades impostas pela Primeira Guerra Mundial, que afetaram as importações de equipamentos, atrasaram o projeto, concluído apenas em junho de 1927.


Naquela época, os bondinhos eram fechados com cortinas, preservando a privacidade da boemia santista. O topo do Monte Serrat se transformava em um ponto de encontro sofisticado, onde o público desfrutava de apresentações de grandes nomes da música, como Carmen Miranda, Francisco Alves e Sílvio Caldas, em noites que se tornaram lendárias na história cultural da cidade.


O salão de festas, que mais tarde abrigaria o cassino, exibia luxo e requinte incomuns para a época: mármore de Carrara, vitrais belgas, cortinas e tapetes franceses, além de prataria e cristais europeus. O local ganhou fama internacional e atraía visitantes de todas as partes do país, consolidando-se como um dos principais destinos turísticos e de lazer do litoral paulista.


Apenas três meses após a inauguração dos bondinhos, o complexo do Monte Serrat passou a abrigar um cassino, que funcionou até 1946, quando o jogo foi proibido em todo o Brasil por decreto federal. Ainda em dezembro de 1927, o espaço ganhou um cinema, ampliando as opções de entretenimento disponíveis e transformando o Monte Serrat em um verdadeiro centro de cultura e lazer.


Hoje, o antigo cassino foi restaurado e transformado em um elegante espaço para eventos sociais e culturais, mantendo sua atmosfera histórica. O local também abriga uma cafeteria charmosa, onde é possível saborear um bom café enquanto se aprecia a vista e se revive parte da história da cidade.


Embora o trajeto de funicular seja curto e tranquilo, o que realmente impressiona é o mirante do Monte Serrat, de onde se tem uma vista panorâmica espetacular de Santos.



De lá, é possível avistar toda a Baixada Santista, o Porto de Santos (o maior da América Latina) e até os municípios vizinhos, como São Vicente, Cubatão e Guarujá, compondo um cenário que mistura urbanidade e natureza em perfeita harmonia.



A vista de 360 graus é um convite à contemplação. Ficamos ali, identificando alguns dos pontos turísticos que havíamos visitado ao longo do dia, o Museu do Café, as praças históricas, a catedral, e percebendo como cada local fazia parte de um mosaico que conta a rica história de Santos.



O tempo pareceu desacelerar naquele momento. A beleza do sol refletindo nas águas do porto e o contraste das montanhas com o mar criavam uma cena inesquecível. Quando percebemos, os 30 minutos que tínhamos no topo haviam passado num instante, sinal de que o bondinho já se preparava para a descida.




Antes de partir, visitamos o Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat, uma capela construída em 1599 por ordem do então governador Dom Francisco de Souza, devoto da santa que também é padroeira de Barcelona, na Espanha.



De acordo com registros históricos, em 1614, durante a invasão da Vila de Santos pelo corsário holandês Joris van Spilbergen, muitos moradores buscaram refúgio no alto do Monte Serrat. Quando os invasores tentaram alcançá-los, um deslizamento de terra e pedras os surpreendeu, soterrando parte do grupo inimigo.



O fato foi interpretado como um milagre atribuído à santa, o que fortaleceu a devoção popular. Em 1955, Nossa Senhora do Monte Serrat foi proclamada oficialmente padroeira da cidade de Santos.



Após explorarmos a pequena e encantadora igreja, voltamos ao mirante para uma última olhada na paisagem. A sensação de paz e gratidão diante daquela vista é algo difícil de descrever, um momento que eterniza a experiência e reforça o valor de cada instante vivido na cidade.


Fundada oficialmente em 26 de janeiro de 1546, a cidade de Santos – SP é uma das mais antigas do Brasil e desempenhou papel fundamental na história da colonização portuguesa. Seu nome tem origem em uma homenagem aos Santos Mártires, conforme os registros dos primeiros colonizadores que chegaram à região.


Atualmente, Santos conta com cerca de 440 mil habitantes e se destaca como o maior porto da América Latina, sendo o principal motor da economia local e nacional. Além da atividade portuária, o município também se destaca nos setores de turismo, comércio, serviços e educação, atraindo visitantes que buscam história, cultura e qualidade de vida à beira-mar.


Perdidos na contemplação, nem percebemos o tempo passar. Quando demos por nós, já era hora de retornar. Com uma mistura de pressa e satisfação, descemos rapidamente até a estação do funicular, garantindo nosso lugar no bondinho que nos levaria de volta ao coração de Santos.


De volta ao nível do mar, chamamos um Uber e seguimos em direção a São Vicente – SP, a cidade considerada o berço da colonização portuguesa no Brasil. Nosso ponto de parada foi a Igreja Matriz São Vicente Mártir, um dos símbolos religiosos e históricos mais importantes do município.

O primeiro templo da Igreja Matriz de São Vicente foi erguido em 1532 por Martim Afonso de Sousa, fundador da cidade e líder da expedição que deu início à colonização portuguesa em terras brasileiras. No entanto, a construção foi destruída por um maremoto em 1542, um evento trágico que marcou profundamente a história local.

Em seguida, a comunidade construiu uma segunda igreja em um local mais afastado do mar, tentando se proteger das intempéries. Mas o esforço foi em vão: o templo acabou sendo saqueado e destruído por piratas, que invadiram São Vicente e deixaram um rastro de destruição no comércio e nas residências da vila.

Somente em 1757 foi erguida a atual Igreja Matriz São Vicente Mártir, construída sobre as ruínas da anterior. Desde então, o templo se mantém firme como símbolo da fé, resistência e perseverança do povo vicentino. Seu nome homenageia São Vicente Mártir, santo espanhol que, além de inspirar a devoção local, dá nome à cidade e é considerado seu padroeiro.



Próximo à igreja, visitamos o Parque Cultural Vila de São Vicente, inaugurado em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil. O espaço foi concebido para recriar a primeira vila portuguesa do país, fundada em 1532, e oferece uma imersão histórica nas origens da colonização.

O parque abriga atrações que remontam aos costumes e tradições do período colonial, como o Teatro de Bonecos, o Museu da Encenação de São Vicente e o Pelourinho, que ajudam o visitante a compreender a rotina e a cultura dos primeiros habitantes.


Infelizmente, durante nossa visita, os atrativos estavam fechados, o que nos levou a continuar explorando o centro histórico de São Vicente, uma cidade que hoje abriga cerca de 360 mil habitantes.

Logo adiante, passamos em frente ao Museu Casa Martim Afonso, um importante espaço dedicado à memória do fundador da cidade. O museu preserva documentos, objetos e reproduções que narram o início da colonização portuguesa e a formação da primeira vila brasileira.

Seguimos até a Praça Vinte e Dois de Janeiro, cujo nome celebra a data de fundação de São Vicente (22 de janeiro de 1532). No centro da praça está o monumento “A Glória de São Vicente”, uma escultura imponente que simboliza o orgulho e a trajetória histórica da cidade.

Poucos metros adiante, chegamos à famosa Praça da Biquinha de Anchieta, um dos lugares mais emblemáticos e fotogênicos de São Vicente. O local abriga uma fonte de água natural, que, segundo registros históricos, era frequentada pelo Padre José de Anchieta para momentos de meditação e oração, atraído pela tranquilidade do ambiente.


Além disso, foi ali que o jesuíta ensinou catecismo e as primeiras lições de português aos indígenas, dando origem a um dos primeiros centros de ensino do Brasil. Com o passar do tempo, Anchieta passou também a encenar seus autos teatrais, peças que uniam religião e arte, o que faz da Biquinha de Anchieta o berço simbólico do teatro brasileiro.


Próximo à praça, encontra-se o Marco Padrão, monumento erguido em homenagem ao quarto centenário da fundação de São Vicente.


Situado na ponta da Praia do Gonzaguinha, ele oferece uma vista privilegiada da orla e se tornou um dos ícones visuais da cidade.


Cercada por um extenso calçadão e repleta de quiosques, a Praia do Gonzaguinha é uma das mais animadas de São Vicente. Com cerca de 800 metros de extensão, é ponto de encontro de moradores e turistas que buscam lazer, esportes e um pôr do sol inesquecível.


Caminhamos pela orla, desfrutando da brisa marítima e da paisagem, até avistarmos a Ponte Pênsil de São Vicente, uma das estruturas mais icônicas do litoral paulista. Inaugurada em 1914, a ponte foi um marco da engenharia nacional e continua sendo uma das atrações mais fotografadas da cidade.

Após alguns minutos, chegamos à Praia do Itararé, uma das mais belas e movimentadas de São Vicente. A ideia era subir até o Monumento Niemeyer, localizado no alto da Ilha Porchat, para apreciar o pôr do sol com uma vista panorâmica do litoral.


Mas, como nos dias anteriores da Moto Expedição 2020: Belas Rotas, o clima resolveu mudar nossos planos: nuvens carregadas tomaram o céu, adiando o espetáculo do entardecer. Por outro lado, o descanso veio em boa hora, depois de um dia intenso, de muitas descobertas e quilômetros percorridos, o corpo pedia pausa.


Ainda assim, encerramos o dia com o cenário dos parapentes colorindo o céu sobre a Praia do Itararé, um símbolo da leveza e da liberdade que marcam toda jornada sobre duas rodas.

Com o coração cheio de gratidão e a mente repleta de memórias, nos despedimos dessa sexta-feira inesquecível em Santos e São Vicente. Era hora de descansar, afinal, amanhã a estrada nos espera novamente, e com ela, mais belas rotas a explorar.


Oba! Já são 4 comentários nesta postagem!
Muito bom….rica história, o Museu do Café é sensacional. Até então, conhecia pouca coisa de Santos.
Abraços !
Uma cidade carregada de história, repleta de simbolismos e com várias belezas naturais. O Museu do Café é, de fato, uma das estrelas santistas. Assim que possível devemos retornar a Santos, que nos encantou. Valeu Fernando, abraços…
Quanta história, como tem coisas bonitas e interessantes no nosso Brasil…PARABÉNS
Sim, além das inúmeras belezas naturais, a história de nosso país é rica e repleta de curiosidades.
Valeu, abraços…
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