Argentina • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán • Jujuy • Maimará • San Francisco de Tilcara • Tumbaya
Posta de Hornillos, La Paleta del Pintor e a Peregrinação à Virgen de Sixilera na Quebrada de Humahuaca, Argentina
21 de Setembro, 2019
Explore a Quebrada de Humahuaca, Argentina, em uma incrível viagem de moto, visitando o Museo Posta de Hornillos, a montanha colorida La Paleta del Pintor em Maimará e o centro histórico de Tilcara.
Partimos de San Salvador de Jujuy pela lendária Ruta Nacional 9, uma das estradas mais emblemáticas da Argentina, em direção à imponente Quebrada de Humahuaca. Ao longo do trajeto, vivenciamos experiências únicas em povoados históricos e paisagens andinas que encantam viajantes do mundo todo. Fizemos paradas em Tumbaya, com sua charmosa praça e igreja colonial; no Museo Posta de Hornillos, repleto de história e legado das lutas pela independência; e em Maimará, onde a famosa montanha La Paleta del Pintor revela um espetáculo natural de cores. Nossa viagem de moto culminou em San Francisco de Tilcara, coração cultural da região, onde exploramos museus, visitamos sua igreja histórica e presenciamos a emocionante Peregrinação à Virgen de Sixilera, uma tradição que mistura fé, música e identidade andina.

Após o café da manhã em San Salvador de Jujuy, organizamos nossos equipamentos na Formosa, vestimos as roupas de viagem e seguimos rumo ao norte da Argentina. Pegamos novamente a Ruta Nacional 9, que no trecho inicial, entre a capital provincial e a cidade de Yala, é duplicada. A partir desse ponto, a rodovia volta ao formato de pista simples, revelando um percurso mais autêntico, cercado por paisagens que começam a anunciar a beleza andina que encontraríamos pela frente.

Alguns quilômetros adiante, fizemos nossa primeira parada no Mirador del Río Grande y el Puente de Jaire, um ponto estratégico para apreciar vistas impressionantes da região.

Ali, o cenário descortinado é daqueles que marcam qualquer viagem: a imensidão das montanhas, o verde da vegetação e o contraste das formações rochosas tornam a experiência inesquecível.

Enquanto observávamos a paisagem, percebemos que as nuvens cinzentas que nos acompanharam desde San Salvador de Jujuy haviam ficado para trás. À nossa frente, o céu azul vibrante começava a se abrir, trazendo aquela sensação de liberdade que só quem viaja de moto conhece bem.

O Mirador del Río Grande y Puente de Jaire, situado às margens da Ruta Nacional 9, oferece uma visão privilegiada do Río Grande, um dos cursos de água mais importantes do norte argentino.

Esse rio nasce na emblemática Quebrada de Humahuaca, próximo à Puna Argentina e à província de Salta, sendo um marco natural que acompanha boa parte da paisagem regional.


Em setembro, o Río Grande costuma apresentar-se como um filete de água serpenteando entre pedras, um contraste surpreendente para quem o visita em épocas de cheia, quando o rio ganha volume e se transforma em um caudal imponente, fundamental para o equilíbrio ambiental e para as comunidades que vivem às suas margens.


Depois de admirar o visual, retomamos a estrada. Passamos por León e seguimos margeando uma montanha imponente, que parecia nos escoltar a cada curva.


Pouco a pouco, o Río Grande ficou para trás, desaparecendo de vista, enquanto a estrada começava a subir, serpenteando pela serra em um trecho tão sinuoso quanto fascinante.


Esse curto, mas marcante, trecho da Ruta Nacional 9 nos levou a ultrapassar os 2.000 metros de altitude.


Para comparação, San Salvador de Jujuy, ponto de partida do dia, está a 1.250 metros acima do nível do mar. A mudança de altitude em tão pouco tempo reforça a força da geografia andina.


Seguimos até Volcán, considerado a porta de entrada da deslumbrante Quebrada de Humahuaca.


A Quebrada de Humahuaca, um vale andino com aproximadamente 150 km de extensão, se destaca tanto pela paisagem singular quanto pela riqueza histórica e cultural, marcada pela presença de comunidades indígenas que preservam suas tradições há séculos.



Logo adiante, chegamos a Tumbaya, um pequeno povoado imerso na beleza da Quebrada de Humahuaca. Com menos de 500 habitantes e situada a 2.100 metros acima do nível do mar, a cidade encanta pela simplicidade das construções de adobe, pela atmosfera tranquila e pelo contraste entre a arquitetura colonial e a imponência das montanhas ao redor.


Além de seu charme, Tumbaya é conhecida por sediar uma renomada escola de gastronomia especializada na culinária andina, o que reforça a importância da preservação cultural através dos sabores típicos da região.

Estacionamos a Formosa na Plaza General Manuel Belgrano, coração da cidade. A praça, arborizada e acolhedora, é o ponto de encontro dos moradores e o local ideal para observar o ritmo sereno do vilarejo.


Ali, chamam a atenção uma estátua em homenagem a San Francisco Solano e um monumento que simboliza um padre abençoando um nativo, representando o encontro de culturas indígenas e coloniais (marca profunda na história do norte argentino).


Em frente à praça, ergue-se a Iglesia de Nuestra Señora de los Dolores y Nuestra Señora de la Candelaria, declarada Monumento Histórico Nacional. Mais do que um templo religioso, a igreja é um patrimônio cultural, guardando em seu interior valiosas obras da Escola Cusquenha, expressão artística que floresceu no período colonial e que combina elementos europeus e andinos.

Iglesia de Nuestra Señora de los Dolores y Nuestra Señora de la Candelaria – Iglesia de Tumbaya
Declarada Monumento Histórico Nacional, a charmosa Iglesia de Nuestra Señora de los Dolores y Nuestra Señora de la Candelaria abriga em seu interior valiosas pinturas da Escola Cusquenha, um importante legado artístico que reflete a influência colonial e a riqueza cultural da região.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Iglesia de Nuestra Señora de los Dolores y Nuestra Señora de la Candelaria partindo do centro de Salta – Salta – Argentina:
Contatos da Iglesia de Nuestra Señora de los Dolores y Nuestra Señora de la Candelaria
- Endereço: Álvarez Prado – Centro | Tumbaya – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 513-0007
Para obter informações mais detalhadas, visite a página oficial da Iglesia de Nuestra Señora de los Dolores y Nuestra Señora de la Candelaria no Facebook.
Horários de Funcionamento
- Terça e quinta: das 17h às 19h
- Quarta: das 17h às 18h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

A atual construção da Iglesia de Nuestra Señora de los Dolores y Nuestra Señora de la Candelaria de Tumbaya, inaugurada em 1864, é a terceira erguida no mesmo local. A primeira, de 1672, deixou como legado a imagem da Virgen de la Soledad e um crucifixo do retábulo do calvário. Essa continuidade histórica reforça a importância da fé e da tradição na vida da comunidade local.

Infelizmente, durante nossa visita, a Iglesia de Tumbaya estava fechada, o que nos impediu de apreciar de perto suas preciosidades artísticas e arquitetônicas. Mesmo assim, registrar sua fachada já foi suficiente para compreender sua relevância como símbolo da religiosidade e da história da Quebrada de Humahuaca.


Após a parada, deixamos Tumbaya e voltamos à Ruta Nacional 9, agora totalmente imersos na paleta vibrante da Quebrada de Humahuaca, onde montanhas tingidas de tons que vão do ocre ao verde formam um espetáculo natural único no mundo.


Logo após deixarmos Tumbaya, passamos por um controle policial, algo bastante comum na Argentina, especialmente nas divisas provinciais. Alguns agentes estavam posicionados na rodovia e, ao nos avistarem, apenas sinalizaram para que seguíssemos adiante, o tradicional “siga-siga”, sem qualquer abordagem mais detalhada.


Poucos quilômetros depois, chegamos ao entroncamento com a Ruta Nacional 52, que a partir dali avança pela Cordilheira dos Andes até a fronteira com o Chile. Apesar da tentação de explorar esse caminho, optamos por continuar pela Ruta Nacional 9, que nos conduzia através da majestosa paisagem da Quebrada de Humahuaca.


A Quebrada de Humahuaca é um dos grandes ícones da Argentina, não apenas pela beleza natural, mas também pela profundidade histórica e cultural que carrega.


Durante milênios, a Quebrada de Humahuaca foi rota de povos originários e, posteriormente, parte essencial do Caminho Real que conectava o Vice-Reino do Río de la Plata ao de Lima.



Essa fusão de culturas e tradições gerou um riquíssimo sincretismo, visível tanto no patrimônio material quanto nas manifestações culturais e religiosas da região. Em 2003, a UNESCO reconheceu oficialmente esse valor singular, declarando a Quebrada de Humahuaca como Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade.


Viajar de moto por essa estrada é uma experiência difícil de descrever. A combinação do asfalto em ótimo estado, o céu azul intenso, o clima agradável e a moldura montanhosa cria uma sensação de liberdade única. Não é à toa que, nesse trecho, é comum cruzar com motociclistas, ciclistas e viajantes de diferentes partes do mundo, todos atraídos pela atmosfera vibrante e pela energia especial desse cenário.


Seguindo viagem, fizemos uma parada obrigatória às margens da Ruta Nacional 9: o Museo Posta de Hornillos, já no território de Maimará. Mais do que um museu, trata-se de um local histórico fundamental para entender o desenvolvimento da região.


Museo Posta de Hornillos – Complejo Cultural Finca de Hornillos
A Posta de Hornillos – Finca de Hornillos remonta a 1772 e servia como local de refúgio e abastecimento para viajantes e autoridades, além de ser o ponto de revezamento dos cavalos. A partir de 1810, passou a funcionar como um destacamento militar e, durante as Guerras da Independência da Argentina, desempenhou um papel crucial, tornando-se um forte avançado e quartel do Comandante Manuel Álvarez Prado.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museo Posta de Hornillos – Complejo Cultural Finca de Hornillos partindo do centro de San Salvador de Jujuy – Jujuy – Argentina:
Contatos do Museo Posta de Hornillos – Complejo Cultural Finca de Hornillos
- Endereço: Ruta Nacional 9, Km 73 | Maimará – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 499-7038
- E-mail: infoturismojujuy@gmail.com
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: das 10h às 18h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora
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A Posta de Hornillos, também chamada de Finca de Hornillos, foi construída em 1772 por Gregorio Álvarez Prado. Sua função original era servir como pouso, local de descanso e ponto de revezamento de cavalos em um trecho estratégico do antigo caminho entre o Vice-Reino do Río de la Plata e o de Lima. A localização privilegiada garantiu importância não apenas para viajantes comuns, mas também para autoridades coloniais.


A partir de 1810, em plena luta pela independência, a posta ganhou relevância militar, transformando-se em destacamento e quartel do comandante Manuel Álvarez Prado.


Durante as Guerras da Independência da Argentina, o local foi ponto de passagem de figuras históricas como o general Manuel Belgrano, que ali descansou em 1813, após a Campanha ao Alto Peru, além de Castelli, Balcarce, Rondeau e Martín Miguel de Güemes.


Em 1979, o espaço passou a abrigar o Museo Posta de Hornillos – Complejo Cultural Finca de Hornillos, dedicado a preservar essa herança.


A imponente casona colonial, com paredes de adobe e 19 ambientes distribuídos em torno de três pátios, é um verdadeiro exemplo da arquitetura do século XVIII.



O acervo do Museo Posta de Hornillos é diversificado e inclui vestígios arqueológicos dos povos originários que habitaram a região desde 10.000 a.C., objetos do período incaico, armas espanholas e crioulas dos séculos XVI a XIX, além de móveis e meios de transporte do período colonial.


Cada sala do museu conduz o visitante a uma época diferente, permitindo compreender a continuidade cultural da região.


No interior da propriedade, também é possível visitar uma pequena capela do século XX, a Capilla de la Posta de Hornillos, construída no estilo tradicional das igrejas da Quebrada de Humahuaca, além de observar elementos naturais que impressionam tanto quanto a história.



No pátio central, por exemplo, cresce um imenso cacto da espécie Echinopsis atacamensis pasacana, que se desenvolve cerca de 1 a 5 cm por ano, um verdadeiro símbolo da resiliência da natureza andina.


Próximo a ele, uma árvore com mais de 350 anos se ergue como testemunho vivo da passagem do tempo e da força da vida nos Andes.


Poucos metros dali, encontra-se o Pucará de Hornillos, um sítio arqueológico que evidencia a presença de antigas civilizações.

O local reforça a escolha estratégica da área: próximo à casa, há um manancial de águas cristalinas que, provavelmente, foi determinante tanto para a instalação dos povos originários quanto para a posterior construção da posta.

Após a imersão histórica e cultural proporcionada pela Posta de Hornillos, retornamos à estrada, prontos para continuar descobrindo os encantos e surpresas que a Quebrada de Humahuaca ainda nos reservava.


Em poucos minutos de estrada, chegamos a Maimará, uma charmosa localidade da Quebrada de Humahuaca que nos recebeu com a tranquilidade típica dos povoados andinos e com paisagens que parecem pinturas naturais.


Nossa primeira parada foi no Mirador El Monolito, situado às margens da Ruta Nacional 9. Do alto, tivemos uma vista panorâmica privilegiada da cidade e das montanhas que a cercam, em especial do famoso Cerro La Paleta del Pintor, cuja variedade de cores impressiona e encanta qualquer visitante.


Dali, observamos Maimará em toda sua serenidade. O nome da cidade, que em língua aymara significa “Estrela Cadente”, carrega um simbolismo poético que combina perfeitamente com o cenário.


Situada a 2.390 metros acima do nível do mar e com cerca de 5.000 habitantes, a cidade mantém sua essência agrícola e um ritmo de vida pacato, que transmite ao viajante uma sensação imediata de acolhimento.


O principal cartão-postal local, La Paleta del Pintor (A Paleta do Pintor), justifica plenamente sua fama. A montanha exibe tonalidades que vão do vermelho intenso ao verde, passando por marrons, amarelos, ocres e salmão.


O conjunto, formado ao longo de milhões de anos pela ação do tempo e da geologia, cria um espetáculo natural que lembra uma paleta de tintas usada por um artista inspirado. Não por acaso, La Paleta del Pintor de Maimará em Jujuy tornou-se um dos atrativos mais fotografados da região.


A Paleta del Pintor faz parte do Cerro General San Martín, que se ergue imponente às margens do Río Grande, curso d’água que acompanha a cidade.



Além da contemplação, a montanha também é palco de manifestações culturais e religiosas: uma trilha ecológica cruza suas encostas e é percorrida anualmente por centenas de fiéis e bandas de sikuris durante a peregrinação ao Santuário de la Virgen de Punta Corral. O evento mistura fé, tradição andina e uma forte conexão espiritual com a paisagem local.


Após registrar em fotos esse espetáculo natural, seguimos para o centro de Maimará, onde caminhamos por ruas tranquilas, ladeadas por casas simples de adobe que harmonizam perfeitamente com o cenário montanhoso ao redor.


No coração da cidade, conhecemos a Iglesia Nuestra Señora de la Candelaria, construída em 1924.

De arquitetura modesta, mas de presença marcante, a Iglesia de Maimará se destaca pela integração com o entorno e pela vista encantadora das montanhas ao fundo.

Em seu interior, guarda um altar talhado manualmente em madeira por artesãos nativos e trazido de Potosí, na Bolívia, uma peça rara que enriquece o valor histórico e artístico do templo.

Infelizmente, no momento da nossa visita, a igreja estava fechada, mas ainda assim foi possível admirar sua fachada e a atmosfera de devoção que o espaço transmite.


Em frente, a Plaza Central de Maimará se revelou um ponto de encontro acolhedor, rodeada por construções típicas e sempre com a imponente Paleta del Pintor como pano de fundo. Esse contraste entre a arquitetura tradicional e a força da natureza cria uma das paisagens urbanas mais pitorescas da Quebrada de Humahuaca.


Com o horário já avançando para o meio-dia, aproveitamos para experimentar a culinária local.


Escolhemos os saborosos sorrentinos de pollo, uma massa artesanal recheada de frango, servida com molho de tomate caseiro e queijo ralado. O prato traduz bem a fusão cultural da região: a influência italiana mesclada com ingredientes e tradições da cozinha andina.


Após o almoço, nos despedimos de Maimará passando pelo Cementerio Nuestra Señora del Carmen, situado em uma encosta com vista privilegiada da cidade e das montanhas.


Mais do que um cemitério, o local é considerado um espaço de valor histórico e cultural, onde os túmulos e adornos refletem a identidade da comunidade. A paisagem ao redor, de serenidade e imponência, encerrou nossa passagem por Maimará de maneira marcante, deixando a lembrança de um dos povoados mais autênticos da Quebrada de Humahuaca.


Seguimos viagem pela Ruta Nacional 9, uma das mais importantes rodovias da Argentina. Com 1.967 quilômetros de extensão, ela conecta a capital do país, Buenos Aires, a La Quiaca, já na divisa com a Bolívia.


Ao longo de seu percurso, a RN 9 cruza nove províncias argentinas, oferecendo ao viajante uma verdadeira travessia pela diversidade geográfica, cultural e histórica da nação.



No início da tarde, alcançamos nosso destino do dia: San Francisco de Tilcara, mais conhecida apenas como Tilcara.


Localizada no coração da Quebrada de Humahuaca, na província de Jujuy, Tilcara é um dos destinos mais famosos do norte argentino, reconhecida por sua rica herança cultural, seus sítios arqueológicos e pelas paisagens imponentes que a rodeiam.


Antes de entrarmos na cidade, abastecemos a Formosa em um posto YPF à beira da Ruta Nacional 9. Em seguida, cruzamos a ponte sobre o Río Grande e adentramos San Francisco de Tilcara, ansiosos para explorar cada detalhe dessa charmosa localidade andina.


Fomos direto ao hotel, onde estacionamos a Formosa, trocamos de roupa e saímos para caminhar pelas ruas tranquilas e acolhedoras da cidade.


Tilcara está situada a 2.465 metros acima do nível do mar, o que garante vistas deslumbrantes das montanhas e um clima típico da região andina. Diferente de outras cidades da Quebrada de Humahuaca, seu centro urbano se encontra na margem direita do Río Grande, o que confere uma organização urbana distinta e um visual encantador da paisagem.

Com pouco mais de 5.500 habitantes, Tilcara é considerada um dos principais centros turísticos do norte argentino. A cidade conta com ampla infraestrutura: hotéis, pousadas e hostels para todos os perfis de viajantes, além de restaurantes, lanchonetes e as famosas peñas folclóricas, estabelecimentos que combinam boa comida, música regional ao vivo e dança.

A vida cultural da cidade é intensa, com festas, feiras e celebrações que atraem visitantes durante todo o ano. Não por acaso, Tilcara adota com orgulho o slogan: “Tilcara: Alegre, Mágica y Espiritual”.

Logo em nossa caminhada pelo centro, chegamos ao Museo Regional de Pintura José Antonio Terry – Museo Nacional Terry, um dos espaços culturais mais importantes da cidade.

Museo Regional de Pintura José Antonio Terry – Museo Nacional Terry
O Museo Regional de Pintura José Antonio Terry – Museo Nacional Terry funciona na antiga casa do renomado pintor argentino. O museu exibe uma seleção de suas obras, que recuperam a cultura de Tilcara e da região da Quebrada de Humahuaca no início do século passado.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museo Regional de Pintura José Antonio Terry – Museo Nacional Terry partindo do centro de San Miguel de Tucumán – Tucumán – Argentina:
Contatos do Museo Regional de Pintura José Antonio Terry – Museo Nacional Terry
- Endereço: Rivadavia, 459 – Centro | San Francisco de Tilcara – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 495-5005
- E-mail: museonacionalterry@gmail.com
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Museo Regional de Pintura José Antonio Terry – Museo Nacional Terry.
Horários de Funcionamento
- Terça a sábado: das 9h às 19h
- Domingo: das 9h às 12h e das 14h às 18h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos
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Fundado em 1948 e aberto ao público em 1966, o Museo Regional de Pintura José Antonio Terry – Museo Nacional Terry está instalado na antiga residência do renomado pintor argentino José Antonio Terry.

O acervo reúne obras do artista que retratam a vida cotidiana, a cultura e os habitantes da Quebrada de Humahuaca no início do século XX, permitindo uma imersão no universo local através de sua perspectiva artística.

Nascido em Buenos Aires em 1878, José Antonio Terry iniciou sua formação artística ainda adolescente. Em 1911, chegou a Tilcara junto ao grupo de arqueólogos Salvador Debenedetti e Juan Bautista Ambrosetti, figuras centrais no estudo da arqueologia do norte argentino.

A conexão com a cidade foi imediata: encantado com as paisagens e com o modo de vida da região, Terry decidiu permanecer ali, dedicando sua arte à representação da cultura local.

Em suas telas, destacou o povo tilcarenho, suas expressões marcantes e os costumes andinos, registrando aspectos da identidade cultural que permanecem vivos até hoje.

Em 1922, adquiriu a casa onde atualmente funciona o museu, uma construção do século XIX que preserva sua memória e legado.


Além das obras de Terry, o espaço conta com salas de exposições temporárias que recebem pinturas, esculturas, fotografias e mostras que fortalecem a identidade cultural da região.

Em nossa visita, pudemos ainda observar uma pequena exibição dedicada ao milho andino, um alimento ancestral de grande importância histórica e gastronômica, cultivado em diversas variedades que até hoje fazem parte da base da culinária local.

Após explorarmos o Museo Regional de Pintura José Antonio Terry – Museo Nacional Terry, seguimos em direção a outro espaço fundamental para compreender a identidade de Tilcara: o Museo Arqueológico y Antropológico Dr. Eduardo Casanova.

Museo Arqueológico y Antropológico Dr. Eduardo Casanova
Fundado em 1968, o Museo Arqueológico y Antropológico Dr. Eduardo Casanova oferece uma visão abrangente do passado da região andina argentina. Por meio de uma rica coleção de artefatos, o museu retrata a cultura material das sociedades que habitaram este território em tempos pré-hispânicos.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museo Arqueológico y Antropológico Dr. Eduardo Casanova partindo do centro de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos do Museo Arqueológico y Antropológico Dr. Eduardo Casanova
- Endereço: Belgrano, 445 – Centro | San Francisco de Tilcara – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 495-0768
- E-mail: tilcara.comunicacion@filo.uba.ar
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Museo Arqueológico y Antropológico Dr. Eduardo Casanova.
Horários de Funcionamento
- Terça a domingo: das 9h às 18h30
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 45 minutos
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Fundado em 1968, o Museo Arqueológico y Antropológico Dr. Eduardo Casanova é dedicado à preservação e exibição de achados arqueológicos que revelam a longa história dos povos que habitaram a Quebrada de Humahuaca em tempos pré-hispânicos. Seu acervo oferece um panorama detalhado da cultura material dessas sociedades, abordando aspectos como a vida cotidiana, as práticas religiosas e a organização social das antigas civilizações andinas.

Mais do que um olhar para o passado ancestral, o museu também propõe uma reflexão antropológica sobre o noroeste argentino em meados do século XX, conectando tradições milenares com transformações sociais recentes. Essa abordagem integradora enriquece a experiência, permitindo compreender a continuidade cultural e os vínculos entre passado e presente.

O acervo do Museo Arqueológico y Antropológico Dr. Eduardo Casanova é resultado de mais de um século de pesquisas e escavações conduzidas, em grande parte, por professores e pesquisadores da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires (UBA). Inicialmente composto por cerca de 3.000 peças, o museu expandiu sua coleção ao longo dos anos por meio de novas descobertas e aquisições.


Hoje, o Museo Arqueológico y Antropológico Dr. Eduardo Casanova reúne mais de 4.700 itens, incluindo peças arqueológicas, etnográficas e folclóricas que documentam a riqueza cultural do noroeste argentino. Vasos cerimoniais, ferramentas de pedra, tecidos, esculturas e artefatos rituais revelam a complexidade das sociedades pré-colombianas e a influência que ainda se reflete na vida contemporânea da região.

O museu, junto ao Pucará de Tilcara, integra o Centro Universitário Tilcara, vinculado à UBA. Esse centro acadêmico desempenha papel essencial na preservação e conservação do patrimônio, na produção científica em arqueologia e etnografia e na promoção de um turismo cultural sustentável. Além disso, incentiva a participação da comunidade local, fortalecendo a conexão entre ciência, cultura e desenvolvimento regional.

Dando continuidade ao nosso roteiro cultural, visitamos o Museo Provincial Ernesto Soto Avendaño, dedicado a um dos artistas mais emblemáticos da região.

Museo Provincial Ernesto Soto Avendaño
O Museo Provincial Ernesto Soto Avendaño presta homenagem ao renomado escultor conhecido por seu trabalho marcante no Monumento aos Heróis da Independência Argentina.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museo Provincial Ernesto Soto Avendaño partindo do centro de São Paulo – São Paulo – Brasil:
Contatos do Museo Provincial Ernesto Soto Avendaño
- Endereço: Belgrano, 577 – Centro | San Francisco de Tilcara – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 495-5354
Horários de Funcionamento
- Terça a sexta: das 8h às 18h
- Sábado e domingo: das 9h às 19h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

O espaço presta homenagem ao escultor Ernesto Soto Avendaño, reconhecido nacionalmente por seu trabalho no Monumento aos Heróis da Independência Argentina, localizado em Humahuaca – Jujuy. Essa obra monumental, concluída em 1928 e inaugurada em 1950, lhe rendeu o Primeiro Prêmio Nacional de Escultura, eternizando sua contribuição artística à memória do país.

Fundado em 1974, o Museo Provincial Ernesto Soto Avendaño está instalado em uma casa colonial histórica que pertenceu ao Coronel Manuel Álvarez Prado (1785–1836), figura importante da Quebrada de Humahuaca durante as lutas pela independência argentina. A criação do espaço foi idealizada por Carolina Álvarez Prado, bisneta do coronel e discípula de Soto Avendaño, unindo arte e história em um mesmo ambiente.


Além do acervo artístico dedicado ao escultor, a própria construção tem valor histórico: em 1958, a casona foi declarada Monumento Histórico Provincial, reforçando seu papel como marco da preservação da identidade cultural de Tilcara. Caminhar por seus corredores é mergulhar em um ambiente que reúne memória, arte e tradição, refletindo a força da herança cultural da região andina.

Os três museus que visitamos em Tilcara estão situados ao redor da Plaza Coronel Manuel Álvarez Prado, considerada o coração da cidade. Mais do que um espaço de convivência, a praça é um ponto de encontro entre história, arte e cultura, proporcionando aos visitantes uma imersão autêntica nas tradições de San Francisco de Tilcara e da Quebrada de Humahuaca.


A praça recebeu o nome em homenagem ao Coronel Manuel Álvarez Prado, pequeno proprietário rural da região que se uniu aos gaúchos e teve papel ativo na Guerra da Independência da Argentina, tornando-se um símbolo de coragem e resistência local. Sua memória está diretamente ligada à identidade da cidade e à luta pela liberdade do país.


Todos os dias, a Plaza Coronel Manuel Álvarez Prado ganha ainda mais vida com uma grande feira artesanal. O mercado, colorido e vibrante, reúne artesãos e produtores locais que oferecem peças de cerâmica, tecidos típicos, bijuterias em prata, instrumentos musicais e alimentos tradicionais. É o lugar perfeito para apreciar o trabalho manual da comunidade andina, adquirir lembranças autênticas e saborear a rica gastronomia regional.



Nos arredores da praça, encontram-se construções de destaque, como a Municipalidad de Tilcara, sede do governo local, e o Salón Municipal, espaço cultural que recebe apresentações, feiras e exposições artísticas ao longo do ano, fortalecendo o calendário cultural da cidade.


Seguindo nosso passeio pelas ruas centrais de Tilcara, passamos em frente ao Museo Irureta, que estava fechado no momento de nossa visita, e logo adiante encontramos a histórica casa onde, em 1841, foram velados os restos mortais do General Juan Galo Lavalle, figura importante da história argentina.


As ruas estreitas de calçamento, ladeadas por antigas construções de adobe, tornam a caminhada por San Francisco de Tilcara ainda mais especial.


A atmosfera rústica e preservada de Tilcara transmite uma sensação de retorno ao passado, onde cada esquina revela parte da memória da Quebrada de Humahuaca.


Avançando pelo centro, chegamos à Plaza Sargento Antonino Peloc, menor e mais tranquila, mas igualmente charmosa.


Cercada por bares, restaurantes e lanchonetes, é um espaço acolhedor que reflete o estilo de vida local, onde moradores e viajantes se encontram para desfrutar da paisagem e da hospitalidade tilcareña.

Foi ali que encontramos algo inusitado: em frente a um restaurante, um equipamento que parecia uma antena parabólica, mas que na verdade era um forno solar utilizado para assar carnes e outros alimentos. Essa prática sustentável, que aproveita a luz intensa do sol da região como fonte de calor, mostra como Tilcara integra tradição e inovação em seu cotidiano, preservando suas raízes e, ao mesmo tempo, adotando soluções ecológicas alinhadas à vida nos Andes.

A Plaza Sargento Antonino Peloc está posicionada de frente para a Iglesia de Nuestra Señora del Rosario y San Francisco de Asís, um dos principais marcos religiosos e históricos de San Francisco de Tilcara.

Iglesia de Nuestra Señora del Rosario y San Francisco de Asís – Iglesia de Tilcara
Fundada em 1865 e declarada Monumento Histórico Nacional em 1941, a Iglesia de Nuestra Señora del Rosario y San Francisco de Asís, localizada em San Francisco de Tilcara, é um dos mais importantes marcos históricos e religiosos da cidade.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Iglesia de Nuestra Señora del Rosario y San Francisco de Asís partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos da Iglesia de Nuestra Señora del Rosario y San Francisco de Asís
- Endereço: Alverro, 447 – Centro | San Francisco de Tilcara – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 495-5092
Horários de Funcionamento
- Terça: das 17h às 19h
- Quarta e sexta: das 9h às 12h e das 17h às 19h
- Quinta: das 9h às 12h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos
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Construída em 1865 e declarada Monumento Histórico Nacional em 1941, a Iglesia de Tilcara é um exemplo da arquitetura colonial de adobe típica da região e carrega profundo valor cultural. Além disso, abriga os restos mortais do Coronel Manuel Álvarez Prado, herói das lutas pela independência argentina e figura de destaque na Quebrada de Humahuaca.

A igreja, com sua fachada simples e atmosfera espiritual, é um espaço de contemplação e devoção, mas também ganhou fama internacional por causa de uma lenda popular: La Maldición de la Virgen de Tilcara (A Maldição da Virgem de Tilcara).

Segundo o folclore esportivo argentino, em 1986, a seleção de futebol da Argentina escolheu Tilcara como base de preparação para a Copa do Mundo do México, devido à sua altitude semelhante à da Cidade do México.


Durante a estadia, jogadores e comissão técnica visitaram a igreja e pediram a bênção da Virgen de Copacabana del Abra de Punta Corral, prometendo voltar com o troféu para agradecer caso conquistassem o título. A promessa, porém, nunca foi cumprida, mesmo após a vitória histórica liderada por Diego Maradona.


Desde então, surgiu a crença de que a seleção estaria sob a “maldição de Tilcara”, explicando os repetidos fracassos em Copas seguintes, apesar das grandes campanhas, como em 1990 e 2014. Essa superstição tornou-se parte do imaginário popular e transformou Tilcara em um destino de curiosos, torcedores e devotos, fascinados pela mistura de fé, futebol e cultura andina.



Deixando a lenda para trás, seguimos explorando o centro de Tilcara, onde cada rua estreita de calçamento de pedra e cada construção de adobe contam histórias vivas do passado.


Foi nesse cenário que encontramos uma tradição culinária marcante: os cordeiros assados em fogo de chão. Preparados em estruturas metálicas chamadas cruces ou asadores, os cordeiros ficam inclinados sobre as brasas, assando lentamente até atingirem o ponto perfeito. O aroma, que tomava conta das ruas, era irresistível e reforçava a forte ligação da gastronomia com a cultura local.

Continuando nossa caminhada, chegamos a um espaço ideal para registrar memórias: o letreiro colorido de Tilcara, decorado com cores vibrantes e ladeado por um imponente cacto Echinopsis Atacamensis, espécie típica da região andina. O cenário é perfeito para fotos e representa a identidade autêntica da cidade.

Conforme a noite se aproximava, Tilcara ganhava ainda mais vida. Esquinas inteiras eram tomadas por churrasqueiras improvisadas feitas de tambores metálicos, de onde vinha o aroma de uma iguaria irresistível: as tortillas a la parrilla.

Simples e tradicionais, essas massas redondas são preparadas com farinha, água e sal, podendo levar gordura ou ervas para realçar o sabor. Assadas diretamente sobre a grelha, adquirem uma crocância dourada que encanta. Tivemos a sorte de provar a versão recheada com jamón y queso (presunto e queijo), que estava simplesmente deliciosa: quente, crocante por fora e com o queijo derretendo no interior, combinando perfeitamente com o toque salgado do presunto.

Conforme a noite avançava e o vento gelado típico da Cordilheia dos Andes soprava com mais força, a temperatura caiu de maneira acentuada. Para enfrentar o frio, FredLee recorreu a um item clássico da região: o gorro andino. Confeccionado em lã e adornado com desenhos geométricos que mesclam tons vibrantes e terrosos, o acessório é muito mais do que uma proteção contra o clima. Ele representa um símbolo cultural dos povos andinos, transmitindo identidade e tradição. Vestindo-o, além de se aquecer, FredLee se conectou de forma autêntica à cultura local.


Enquanto caminhávamos, o som dos tambores e o sopro dos sikus (instrumentos de vento pré-colombianos semelhantes à flauta de pã) ecoaram pelas ruas de Tilcara. Em poucos instantes, percebemos uma grande movimentação: a via que levava ao nosso hotel foi tomada por uma multidão vibrante e festiva.


Tivemos o privilégio de testemunhar um dos eventos mais marcantes da região: o desfile das bandas de sikuris em homenagem à Virgen del Rosario de Sixilera. Mais de 40 grupos musicais, formados por pessoas de todas as idades, se uniam em uma celebração de fé, música e tradição.


A origem desse culto remonta a uma antiga crença local. Conta-se que, em tempos de seca, quando os rios que abasteciam os pomares da Quebrada de Humahuaca começaram a desaparecer, os moradores recorreram à Virgen del Rosario de Sixilera.


Levaram sua imagem em procissão pelas montanhas, percorrendo vales e cumes em busca de esperança. Pouco tempo depois, a água voltou a brotar, trazendo alívio e renovação à região.


Em sinal de gratidão, foi erguido um santuário dedicado à Virgen del Rosario, na comunidade de Sixilera, onde a tradição se mantém viva até hoje.


Todos os anos, no dia 21 de setembro, milhares de peregrinos partem dessa comunidade, a cerca de 5.000 metros de altitude, e percorrem aproximadamente 27 quilômetros até a Iglesia de Tilcara, localizada a 2.465 metros. A descida é longa e exigente, mas é guiada por fé, devoção e música, transformando a peregrinação em um ato coletivo de identidade cultural.

Estar em San Francisco de Tilcara justamente nesse momento e acompanhar a Peregrinación a la Virgen de Sixilera foi uma experiência única. O som dos sikuris, as cores vibrantes dos trajes tradicionais e a devoção dos participantes criaram um ambiente de intensa espiritualidade.


Foi impossível não se emocionar diante da energia contagiante dessa celebração, que reforça a força da fé e a riqueza cultural do norte da Argentina.

Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia, entre San Salvador de Jujuy – Jujuy – Argentina e San Francisco de Tilcara – Jujuy – Argentina.





Oba! Já são 4 comentários nesta postagem!
Que viagem maravilhora! Em que mês vocês foram e como estava a temperatura? Era possível fazer pagamentos com o Real ou com cartão de crédito ou tinha que ser mesmo em pesos?
Uma viagem incrível Alexandre, a região norte da Argentina é fabulosa.
Fomos em setembro e a temperatura estava bem agradável em Salta, Jujuy e Tucumán, apenas em Santiago del Estero e no Chaco que os termômetros ultrapassaram a marca dos 40 graus.
Não usamos real em momento algum, quanto mais você se distancia da fronteira, menor fica a aceitação da moeda brasileira. Cartão de crédito é aceito em praticamente todos os estabelecimentos maiores (restaurantes, hotéis, pousadas, supermercados, atrativos turísticos e postos de combustíveis), mas recomendo andar com alguns dólares em espécie no bolso e também pesos argentinos, pois em locais mais isolados os mercadinhos e armazéns menores, além de pequenos artesãos, preferiam esta forma de pagamento, ao menos durante nossa passagem em 2019.
Uma experiência única explorar esta parte do planeta, que tu faça uma linda viagem. Suerte ;)
A Agenda deve estar ficando apertada com tantos lugares lindos e históricos para visitar, e a chegada nesta cidade justamente no dia da festa local… valeu
Sim, a agenda está lotada hahaha por isso sempre buscamos planejar os locais que pretendemos visitar com antecedência, para chegar nas cidades e focar onde ir, sem perder muito tempo procurando o que se pode fazer, mas volte e meia surgem novidades, como o caso desta festa. Abraços.
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