Argentina • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán • Salta • Salta
Dia 04: Salta – Salta – Argentina
16 de Setembro, 2019Buen día Salta, La Linda!
Despertar e poder admirar a Lua se escondendo atrás da Cordilheira dos Andes é um sinal de que o dia será ótimo.
Salta, capital da província de mesmo nome, é um ícone do norte da Argentina, conta atualmente com aproximadamente 500.000 habitantes, fica a 1.187 metros do nível do mar e foi fundada em 1582 por Don Hernando de Lerma.
Iniciamos nosso primeiro dia na cidade tomando um café da manhã caprichado, com direito a medialunas e outras gostosuras locais.
Na sequência partimos para uma caminhada pelas ruas centrais de Salta e logo chegamos no primeiro atrativo, o Museo de la Ciudad Casa de Hernández.
Museo de la Ciudad Casa de Hernández
Local: La Florida, 97 | Centro | Salta – Salta – Argentina
Telefone: +54 0387 437-3352
E-mail: saltamuseo.casadehernandez@gmail.com
Funcionamento: Segunda a sábado das 9h00 às 13h00 e das 16h00 às 20h30
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 30 minutos
O museu Casa de Hernández foi inaugurado em 1988 e está instalado em uma edificação construída em 1780, declarada Monumento Histórico Nacional.
O acervo do local é dividido em três salas.
No andar térreo ficam duas salas, a Güemes (que abriga instrumentos musicais dos séculos XVIII, XIX e XX) e a Sala María Teresa Cadena de Hessling, onde são expostas mostras temporárias.
No mesmo pavimento existe uma biblioteca especializada na trajetória do General Martín Miguel de Güemes, história de Salta e diversos livros de escritores locais.
No piso superior fica a Sala José Vides Bautista.
Onde estão expostas algumas câmeras fotográficas do início do século XX.
Vestimentas de noivas dos séculos passados.
E diversos itens curiosos, como uma cadeira de rodas de 1920.
E a réplica do primeiro instrumento de sopro de Salta, feito pela cultura Calchaqui e descoberto por Marquez Miranda em 1532.
Em uma das paredes desta sala está pendurado o escudo real espanhol de Salta.
A construção do antigo casarão é feita de adobe, algo muito comum nesta região, e as paredes divisórias do piso superior são chamadas paredes de quincha, as quais são feitas de bambu amarrados lado a lado revestidos por argila.
Conhecido o museu da cidade, voltamos a caminhar.
Ruas estreitas e calçadas apertadas rodeadas por belas construções antigas compõem o centro histórico de Salta.
Em meio a este cenário vimos uma pequena procissão passar.
E fomos conhecer a imponente Iglesia de San Francisco.
A Basílica y Convento de San Francisco é um dos ícones de Salta.
O atual templo religioso foi construído em 1870 e seu campanário, com 54 metros de altura (o mais alto da América do Sul), foi finalizado em 1877.
Em seu interior encontram-se imagens de Nuestra Señora de las Nieves, uma escultura de San Pedro de Alcántara e uma pintura de San Francisco de Asís.
Anexo à igreja funciona um museu com vários artigos católicos, o qual estava fechado no momento, por isso deixamos para conhecê-lo mais tarde.
Deixamos a Igreja de São Francisco e seguimos caminhando pela área central da capital, onde encontramos diversas pessoas pilchadas, deve ser por conta da Semana Farroupilha.
Logo chegamos na colorida Parroquia Nuestra Señora de la Candelaria de La Viña.
Salta é a cidade colonial mais conservada de toda a Argentina, sendo considerada uma joia arquitetônica, e a Iglesia de la Viña é uma das estrelas locais.
A igreja se destaca por sua arquitetura, ricos detalhes e cores vibrantes.
A construção da atual igreja teve início em 1873, foi inaugurada em 1886 e em 1982 declarada Monumento Histórico Nacional.
Infelizmente a igreja estava fechada.
Na sequência fomos até o Parque San Martín, o maior parque público da cidade.
O parque, também conhecido como El pulmón de la ciudad, foi inaugurado em 1905 e é um ótimo lugar para passear e descansar em meio a diversas árvores.
O local abriga diversos monumentos, dentre os quais destaca-se o monumento equestre em homenagem ao General San Martín, o Libertador da América, que dá nome ao parque.
O parque conta também com um grande lago artificial.
E uma feira de artesanatos, alimentos e produtos regionais.
Ainda no Parque San Martín está presente o Museo de Ciencias Naturales e o Complejo Teleférico Salta.
Teleférico San Bernardo
Local: San Martín y Hipólito Irigoyen | Centro | Salta – Salta – Argentina
Telefone: +54 0387 431-0641
E-mail: info@telefericosanbernardo.com
Site: www.telefericosanbernardo.com
Funcionamento: Todos os dias das 9h00 às 18h30
Ingresso: $ 700
Tempo médio de visitação: 2 horas
O Teleférico San Bernardo, inaugurado em 1988, parte do Parque San Martín e percorre uma distância de 1.046 metros a uma velocidade de 2 metros por segundo até o alto do Cerro San Bernardo.
São 25 bondinhos, cada um com capacidade para 5 pessoas, que encaram a subida de 285 metros.
Ao chegar no topo do morro nos deparamos com uma vista incrível da cidade de Salta.
O local ainda abriga uma cascata artificial (que estava fechada para manutenção), cafeteria, loja de artesanatos e banheiros.
O alto do Cerro San Bernardo também dispõem de um circuito religioso com uma cruz de 1901 e uma imagem de Cristo de 1903, a qual pesa 2 toneladas.
E um monumento em homenagem a San Bernardo de Claraval, que dá nome ao morro.
Aproveitamos a tranquilidade e beleza do local para degustar saborosas empanadas salteñas.
Após o lanche, e antes de nos despedirmos do alto do Morro São Bernardo, passamos pelas lojas de artesanato e artigos regionais.
Assim que descemos pelos bondinhos o calor deu espaço ao frio, com a chegada de um vento forte e gelado.
Vestimos as jaquetas e seguimos nossa caminhada até o Convento San Bernardo.
A primeira igreja foi construída no século XVI em honra a San Bernardo, primeiro patrono da cidade, sendo reconstruída no ano de 1692 após um terremoto de grandes proporções destruir diversas edificações de Salta, inclusive boa parte da igreja antiga.
Em 1782 o conselho da cidade designou a construção de um hospital ao lado da igreja, o qual funcionou até o período das guerras de independência da Argentina.
As Irmãs Carmelitas, provenientes do Chile, passaram a ocupar o espaço em 1846, quando surgiu o atual convento.
A edificação foi declarada Monumento Histórico Nacional em 1941 e é um verdadeiro tesouro arquitetônico do período colonial, com características do barroco americano.
Sua fachada, bem como sua grande porta de cedro (talhada a mão por um nativo em 1762), impressionam pela riqueza de detalhes.
Do convento retomamos o passeio.
E logo chegamos de volta à Basílica San Francisco, agora com o museu aberto.
Complejo Cultural San Francisco – Museo San Francisco
Local: Córdoba, 33 | Centro | Salta – Salta – Argentina
Telefone: +54 0387 431-0830
E-mail: info@conventosanfranciscosalta.com
Site: www.conventosanfranciscosalta.com
Funcionamento: Segunda a sexta das 9h30 às 13h00 e das 14h00 às 18h30
Ingresso: $ 150
Tempo médio de visitação: 30 minutos
Ali fomos recepcionados pelo meu xará, que nos guiou durante a visita.
Visita que teve início pelo principal pátio interno do Convento San Francisco, que abriga em seu centro um relógio solar de 1864.
Como no decorrer de nossa caminhada entre o Convento San Bernardo e o Museo San Francisco o Sol resolveu se esconder atrás de densas nuvens, não conseguimos atestar o funcionamento do antigo e raro equipamento.
Em meio ao pátio o Nicolas nos contou um breve histórico do local, desde sua fundação, período de auge, até os dias atuais.
Na sequência acessamos uma sala repleta de antigos instrumentos musicais, os quais funcionam perfeitamente.
Percorremos então a ampla varanda que circunda o pátio interno, onde as paredes são decoradas com pinturas que retratam os principais momentos da vida de São Francisco de Assis.
Ali também pudemos ver a pedra fundamental da Basílica.
E conhecer o avançado (para a época) sistema de comunicação entre os inúmeros residentes do local.
Cada padre que residia no convento tinha um número, ou código, e um painel fixado na parede contendo uma madeirinha para cada indivíduo denunciava se o padre estava no local ou não. Caso a madeirinha com o nome do padre estivesse em sua posição, bastava soar no pequeno sino que ficava ao lado do painel o número referente ao padre requisitado, e o mesmo comparecia no local préviamente combinado.
Depois adentramos nas salas que abrigam valiosas obras de arte e peças de coleção pertencentes aos séculos XVIII e XIX.
Dentre os artigos expostos destacam-se um conjunto de cálices, relicários, peças de talheres em estilo barroco e móveis de estilo colonial, além de imagens e pinturas de diferentes épocas.
Também estão expostas lamparinas etruscas do século IV a.C., um jarro romano encontrado em Ascoli Satriano (79 a.C.), a cabeça de um jovem etrusco encontrada em uma tumba em Tarquina (3 a.C.) e relíquias da Terra Santa.
Após apreciar as belas peças do museu, voltamos a caminhar pelas ruas centrais de Salta.
E como ninguém é de ferro, fomos comer… o prato escolhido foi a tradicional parrillada argentina acompanhada por um vinho Malbec de Cafayate. Muitos brasileiros pensam que parrillada se equivale ao churrasco, mas não, parrillada é como os argentinos chamam um churrasco de miúdos, normalmente composto por chinchulines (intestino delgado), mollejas (glândula timo), hígado (fígado), riñones (rins) e ubre (úbere). O nosso churrasco é para eles asado, enquanto parrilla é como eles chamam a churrasqueira, onde a carne é assada sobre uma espécie de grelha sem furos e normalmente o fogo é alimentado por lenhas, não carvão.
Alimentados e mais alegres, voltamos a percorrer a arborizada capital provincial.
Logo chegamos no Palacio Legislativo de Salta, o qual foi construído entre os anos de 1892 e 1902.
O local é também conhecido como Casa de los Leones, pelo fato de sua fachada ostentar 19 cabeças de leão, sendo 5 de cada lado e 9 no frontispício.
O palácio fica em frente à Plaza General Don Martín Miguel de Güemes.
Bem próximo dali fica a Iglesia de San Alfonso.
O templo religioso foi construído entre os anos de 1908 e 1911 pelos missionários redentoristas.
Da igreja foram poucos passos até a sede da polícia de Salta.
Que fica ao lado da Plaza General Manuel Belgrano.
Dali iniciamos nosso retorno ao local de pernoite e passamos em frente ao Banco Hipotecario.
Onde vendedores ambulantes ofereciam belas frutas, dentre elas morangos, peras e bananas.
Na sequência passamos pelo Instituto Güemesiano de Salta.
E no fim do dia chegamos ao apartamento.
Abrigados da fina chuva que molha as ruas de Salta, brindamos esta maravilhosa segunda-feira com um vinho Malbec de Cafayate, queijos, salame e muitas empanadas salteñas!
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Olá meus viajantes… nossa como Salta é grande… e que preciosidade o museu e as igrejas. O artesanato deve ser de babar. Pelo visto a culinária também não deixa nada a desejar né! Hoje o dia foi lindo! Bom descanso e que venham mais belezas amanhã! 😘❤
Sim, a cidade é bem grande, e como toda capital, apresenta uma movimentação intensa de pedestres e trânsito mais pesado. O artesanato local é lindo, peças delicadas e muito bem acabadas e a culinária é rica nesta região argentina. Valeu!
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