Soledade – RS
Nada melhor do que pegar estrada para inaugurar o pulmão (filtro de ar) novo da Formosa (nossa Harley-Davidson Heritage Softail Classic). O destino escolhido para o passeio de hoje foi Soledade – RS.
Partimos de Erechim no meio da manhã de sábado com céu encoberto por nuvens e logo contornamos Passo Fundo, deixando a rodovia RS-135 para acessar a BR-153 sentido sul.
Temperatura agradável e bastante movimento durante o trajeto.
Passamos por Ernestina.
E chegamos em um grande trevo no município de Tio Hugo, ponto central entre Buenos Aires e São Paulo.
Contornamos o trevo e seguimos viagem pela rodovia Transbrasiliana.
Próximo do meio dia chegamos ao destino: Soledade.
No dia 12 de março de 1633 o jesuíta Juan Suarez fundou a Redução de São Joaquim (no primeiro ciclo missioneiro) a qual ficava em meio à densa floresta e serras no território que hoje abrange Soledade e outros municípios próximos.
A Redução, que era repleta de ervais nativos, chegou ao fim por volta de 1637, quando as 18 Reduções do Tape foram destruídas após as investidas de bandeirantes vindos da região Sudeste com o objetivo de capturar e escravizar os indígenas.
Rodoviária de Soledade:
Os poucos índios que sobreviveram fugiram para o outro lado do rio Uruguai e a região ficou completamente abandonada por aproximadamente 40 anos, quando os jesuítas e guarani-missioneiros voltaram a ultrapassar o rio Uruguai para estabelecer os Sete Povos das Missões, no segundo ciclo jesuítico.
Capela Nossa Senhora de Fátima:
Durante o período dos Sete Povos das Missões a região voltou a ser produtora de erva mate dos povos das Missões, que vinham em carretas, acampavam, e retornavam aos povoados após meses produzindo a erva mate.
O fim dos Sete Povos das Missões ocorreu em 1750, com a assinatura do Tratado de Madrid. Em 1801 cessaram as longas viagens dos índios ervateiros e iniciou a povoação por pioneiros luso-brasileiros.
Igreja Nossa Senhora da Soledade
Local: Largo da Matriz, 75 | Centro | Soledade – RS
Telefone: (54) 3381-3690
E-mail: mdca0025@diocesecruzalta.com.br
No século XIX acampavam na região de Soledade um grupo de mineiros em busca de novas terras e minas, que prometeram erguer uma capela para Nossa Senhora no lugar onde não pudessem mais seguir viagem.
Encantados pela beleza, clima ameno, água em abundância e pastagens fartas, os mineiros passaram dias acampando na região e ao se preparar para seguir viagem, a roda da carroça que levava a imagem de duas santas, Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Dores, se partiu.
Os mineiros interpretaram o fato como um sinal e ali ergueram a capela prometida. Como a região era tranquila e retirada, recebeu o nome de Nossa Senhora da Solidão, que mais tarde foi substituído por Nossa Senhora da Soledade, de onde vem o nome atual do município.
Em 1875 a Freguesia de Nossa Senhora da Soledade foi elevada à categoria de Vila, emancipando-se de Passo Fundo.
A Igreja Nossa Senhora da Soledade fica em frente a arborizada praça Olmiro Ferreira Porto.
Pira Farroupilha:
Monumento ao Gaúcho:
Busto do ex-prefeito Olmiro Ferreira Porto, que dá nome à praça:
Homenagem à Força Expedicionária Brasileira pelas suas brilhantes realizações na Segunda Guerra Mundial:
Como estamos em período que antecede à Pascoa, a praça estava repleta de coelhos.
FredLee ficou bem a vontade em meio a outros coelhos.
A poucos metro da praça central da cidade fica a prefeitura municipal.
O edifício que abriga a prefeitura municipal de Soledade foi construído entre os anos de 1939 e 1940.
Painel com o brasão de Soledade:
Soledade conta atualmente com cerca de 30.000 habitantes e está a aproximadamente 225km de Porto Alegre.
Após o almoço fomos conhecer a loja de fábrica Botas Gozzi, que comercializa diversos produtos tradicionalistas, como botas, bombachas, vestidos, cuias, chapéus, entre outros.
Ao lado da loja Botas Gozzi fica a Casa das Pedras.
Como o próprio nome sugere, o local conta com grande mix de pedras preciosas brutas, trabalhadas e artesanatos decorativos.
Soledade é uma das maiores produtoras de ágata do mundo, não por acaso a cidade é conhecida como a Capital das Pedras Preciosas.
O parque industrial do município é constituído principalmente pelo setor de industrialização de pedras preciosas, sendo que 95% de seus produtos são exportados para a América do Norte, Europa e Ásia.
Da Casa das Pedras rodamos até o Parque de Eventos Centenário Rui Ortiz.
O local conta com ótima estrutura e abriga diversos eventos, dentre eles a Feira Internacional ExpoSol, a maior feira de jóias e pedras preciosas da América Latina e maior feira multissetorial do interior do Rio Grande do Sul.
A 19ª edição da feira acontecerá entre os dias 1 e 5 de maio de 2019.
No centro do parque fica o Museu das Pedras Preciosas e Mineralogia Egisto Dal Santo.
Museu das Pedras Preciosas e Mineralogia Egisto Dal Santo
Local: Avenida Júlio de Castilhos, 3743 | Expedicionário | Soledade – RS
Telefone: (54) 3381-9066
E-mail: museu@soledade.rs.gov.br
Funcionamento: Terça e quinta das 9h00 às 11h30 e das 13h30 às 17h30 | Segundo e quarto fim de semana de cada mês das 14h00 às 17h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 1 hora
Inaugurado em maio de 2016, o museu promove um resgate histórico e sociocultural da trajetória dos pioneiros que fizeram Soledade ser reconhecida mundialmente como a Capital das Pedras Preciosas e apresenta em seu acervo exemplares de pedras nacionais e internacionais.
Após assistir um vídeo no qual é retratada a forma de extração e manufatura das pedras preciosas na região, iniciamos uma visita guiada pelo local.
O nome do museu é uma homenagem ao soledadense Efisto Dal Santo, que atuou durante várias décadas na fabricação de máquinas para manufaturar as pedras, tanto brutas, quanto lapidadas.
Também atuou na fabricação de fornos elétricos para a queima das pedras e ainda sentiu a necessidade de produzir suas próprias serras diamantadas, com recursos e tecnologias próprias, possibilitando assim a comercialização com um custo menor, capaz de favorecer pequenos pedristas.
Máquina de corte:
Rebolo alemão:
Alguns exemplares pertencentes à família de Efisto Dal Santo:
A busca pela riqueza do solo no território de Soledade teve início no século XVII e logo toda a região se transformou em um enorme garimpo.
Hoje Soledade é um dos maiores polos mundiais na área de industrialização, comercialização e exportação de pedras preciosas e jóias.
Geodo de ágata:
Ágata desidratada:
O acervo do museu é dividido em três partes: pedras preciosas da região de Soledade e Rio Grande do Sul, pedras preciosas do Brasil e pedras preciosas do mundo.
A ágata auxilia no desenvolvimento da coragem e da autoconfiança, além de ser um ótimo amuleto de proteção.
Geodo de ágata umbu com opala marrom polido:
Colar e anel de citrino e brinco com citrino cravejado com zircônia:
Geodo de citrino:
Pedaço de geodo contendo apatita e estilibita (pedra mais clara) e prasiolita (pedra verde):
Calcário:
FredLee com asas de ametista:
A maior parte das ametistas são provenientes de Ametista do Sul – RS, considerada a capital mundial da pedra ametista.
Tronco petrificado:
Amazonita:
Quartzo rosa:
Quartzo azul e quartzo verde:
Lepidolita:
Quartzo com cianita:
A famosa esmeralda:
Placa de rocha contendo moluscos cefalópodes marinhos que apresentam um rostro calcário robusto em forma de bala:
Jaspe vermelha:
Obsidiana:
Escultura contendo amonita e orthoceras:
Ametista:
Rodocrosita, a pedra nacional da Argentina:
Mookaite jasper:
Crisotila:
Albita com mica:
Após o percurso pelo museu é possível fazer uma visita virtual em uma mina de Ametista do Sul, através de um simulador 6D.
Mais fotos do museu:
Antes de nos despedirmos do local fizemos questão de fazer uma foto com Mara Muniz, responsável pelo museu e que de uma maneira muito carismática e simpática nos conduziu pela visita guiada e nos deu uma verdadeira aula sobre pedras preciosas.
Enfim, se você estiver pela região de Soledade, não deixe de conhecer o Museu das Pedras Preciosas e Mineralogia Egisto Dal Santo.
Do museu retornamos a Erechim pelo mesmo trajeto da ida.
Vídeo de nosso passeio:
Trajeto percorrido no dia: