Dia 16: Festa do Çairé 2018 | Alter do Chão – Santarém – PA
Ontem a noite embarcamos em um avião no Aeroporto Internacional de Belém e, após um voo de aproximadamente 1 hora e 20 minutos, aterrissamos em Santarém – Pará.
A cidade, fundada em 1661, é uma das mais antigas da Amazônia e local onde vivem nossas sobrinhas e afiliadas Maria Fernanda e Maria Luísa :)
Do aeroporto seguimos direto a Alter do Chão, um distrito de Santarém que fica a cerca de 35km do centro da cidade.
Rodamos aproximadamente 45 minutos por uma rodovia asfaltada até chegar no local que abriga a praia mais bonita do Brasil, segundo uma publicação de 2009 do jornal inglês The Guardian.
As ilhas com areias finas e branquinhas, banhadas pelas águas cristalinas em tom azul-esverdeadas do rio Tapajós, são responsáveis por imensa beleza, fazendo com que Alter do Chão receba o apelido de Caribe Brasileiro.
Elas são formadas durante a vazante do rio Tapajós, que ocorre entre os meses de agosto e janeiro.
Em épocas de chuvas, os bancos de areia ficam submersos e é possível fazer incursões de barco pela Floresta Amazônica.
Igreja de Alter do Chão:
Detalhe de um muiraquitã enfeitando a calçada de Alter do Chão:
Barraquinhas vendendo lindas peças de artesanato local.
A Ilha do Amor, que fica bem em frente a orla central de Alter do Chão, é um dos destaques locais e pode ser acessada por canoa.
Após pagar a taxa de R$ 5,00 iniciamos a travessia até a Ilha do Amor.
Em minutos chegamos ao destino.
Ao desembarcar da pequena embarcação, caminhamos para conhecer um pouco do local.
A Ilha do Amor conta com ótima estrutura, vários restaurantes e lanchonetes, cadeiras e mesas sob a sombra ao lado das águas do rio Tapajós.
Nos acomodamos em uma dessas mesas e ficamos curtindo a tranquilidade e beleza local até o meio da tarde.
Na sequência retornamos ao centrinho da vila.
E ali assistimos a uma apresentação de carimbó, ritmo local.
No meio da tarde fomos até o Lago Verde, também chamado como Lago dos Muiraquitãs.
O lago recebe este nome pois ali era comum encontrar muiraquitãs, que são pequenos artefatos talhados pelos índios em pedras verdes representando animais (normalmente sapos, peixes e tartarugas), os quais serviam como amuletos.
Cajueiro:
Pé de açaí:
No fim do dia seguimos ao trapiche, para apreciar outra obra prima da natureza.
Ali nos encontramos com um simpático casal de viajantes, que também são acompanhados por um companheiro em suas viagens, no caso, um belo porquinho:
Assistir ao pôr do sol no trapiche de Alter do Chão é algo indescritível.
Após o espetáculo fomos jantar, e como a culinária paraense é rica e bem diversificada, partimos experimentar outros dois pratos tradicionais: vatapá e tacacá.
Além do cenário paradisíaco, Alter do Chão também sedia uma grande manifestação folclórico-religiosa, trata-se do Çairé, ou, Sairé.
Existem duas teorias sobre o princípio do festejo, que começou no século XVII.
Uma delas diz que a festa foi criada pelos índios como forma de homenagear os portugueses que colonizaram o médio e o baixo Amazonas. Como os colonizadores que aportavam nestas terras exibiam seus escudos, os índios criaram então o seu “çairé”, feito de cipó recoberto de algodão e outros adornos.
A outra hipótese indica que o evento surgiu com os padres jesuítas, que envolveram música, dança e representações da natureza, aliados aos costumes e tradições dos indígenas, para auxiliar na catequese.
Assim como existem duas hipóteses sobre o nascimento do Çairé, uma grande polêmica envolve a sua grafia, sendo que alguns defendem que o correto é Sairé, enquanto outros dizem ser Çairé.
Independente da real história de seu surgimento, e da forma como deve ser escrito, atualmente o Çairé é uma festa de louvor ao Divino Espírito Santo que incorpora elementos da natureza e folclore indígena.
Os preparativos para o Sairé começam com a procura pelos troncos que servirão de mastros, na abertura da festa. Os troncos escolhidos são enfeitados com folhas, flores e frutos, e levantados em competição acirrada entre homens e mulheres.
A festa tem ainda procissões, ladainhas, torneios esportivos, apresentações de carimbó e lundu, ritmos típicos da região, e a competição dos botos Tucuxi e Cor de Rosa, valorizando uma das mais belas e tradicionais lendas da Amazônia, a lenda do boto.
Como estamos no período da festa, não pudemos deixar de acompanhar a festividade durante o dia, saborear os pratos típicos regionais e, à noite, diretamente do Lago dos Botos, assistir o lindo espetáculo do boto Tucuxi, com um show de danças e encenações da lenda do boto que se transforma em homem para seduzir as mulheres.
A experiência de vivenciar o espetáculo foi incrível, tudo muito bem organizado e lindo! As duas horas de apresentação passaram num piscar de olhos. Pulamos, cantamos e nos emocionamos o tempo todo, acompanhados por uma energia incrível e imergidos pela cultura deste povo tão animado e receptivo.
Link com a transmissão completa da Festa do Çairé 2018: https://youtu.be/dAs5HlIZbU0.
Oie…
Quase não dá pra acreditar em toda essa beleza e magia… ficamos horas curtindo cada foto cada detalhe de tanto encanto e maravilhas.
Como você citou em sua narrativa… indescritível… pura emoção… para alimentar os olhos… coração e alma. E o show ao vivo deve ser de arrepiar de emoção…
Não vejo a hora da gente se encontrar e refazer toda a viagem através de suas vozes.
Que Deus os abençoe e acompanhe por todo trajeto de retorno.
Sigam bem motociclistas do meu coração…
Boralá… Voltar pra casa…
Abraços…
Foi maravilhoso mesmo. Bjs.