O passeio de hoje teve como destino a única colônia de imigrantes italianos oficialmente instalada no Brasil pós república: Nova Veneza, em Santa Catarina.
Partimos da Ilha da Magia nas primeiras horas do dia embalados pelo céu azul e temperatura amena.
Avançamos pela rodovia BR-101 sentido sul até nos aproximar de Maracajá, onde deixamos a rodovia federal e acessamos uma via estadual.
Na rodovia estadual o fluxo de veículos aumentou, na mesma proporção das ondulações e remendos na pista.
Logo chegamos em Forquilhinha, onde rapidamente cruzamos o centro da cidade.
Na sequência passamos em frente à Cervejaria Santa Catarina, que produz a conhecida cerveja Saint Bier.
Dali avançamos pela SC-446 sentido oeste.
E aos poucos a imponente cadeia montanhosa da Serra Geral foi surgindo no horizonte.
A Serra Geral origina-se no Paraguai, corta diagonalmente o Paraná, divide o litoral do interior de Santa Catarina e avança pelo Rio Grande do Sul adentrando no Uruguai e Argentina.
Esta formação rochosa abriga diversos cânions catarinenses e gaúchos, e é nela que fica a famosa Serra do Rio do Rastro, entre os municípios de Lauro Muller e Bom Jardim da Serra.
Após rodar aproximadamente 250 quilômetros chegamos no destino do dia, Nova Veneza.
Nova Veneza abriga atualmente cerca de 15.000 habitantes, sendo que mais de 90% de sua população é de descendência italiana.
O belo pórtico de entrada da cidade feito em pedra de basalto ostenta em seu topo um autêntico leão veneziano, e a rotatória na sequência abriga em seu centro um monumento em homenagem aos imigrantes.
O município catarinense foi fundado em 1891 por Miguel Napoli, um empresário italiano radicado nos Estados Unidos, e teve seu desenvolvimento acelerado com a chegada de 400 famílias italianas no mesmo ano.
No ano seguinte chegaram mais 500 famílias da Itália, estas oriundas de Bergamo, Veneza e Belluno.
Uma vez no centro da cidade buscamos um local para estacionar a Formosa, e logo encontramos uma vaga sapeca bem em frente à praça principal, a Praça Humberto Bortoluzzi.
Com a Formosa devidamente estacionada partimos para uma caminhada pela área central de Nova Veneza.
Com belos canteiros floridos, um coreto em seu centro e diversos bancos espalhados ao longo do espaço público, a praça central mantém viva a tradição italiana de servir como ponto de encontro da população local.
Ali também encontra-se uma roda d’água construída para comemorar os 100 anos de colonização italiana.
E o principal atrativo da Praça Humberto Bortoluzzi é um pequeno lago artificial construído para abrigar uma gôndola veneziana original, doada pela cidade italiana coirmã, Veneza.
Esta é a única gôndola veneziana em toda a América do Sul, ela tem 10,75 metros de comprimento, 1,75 m de largura, 2 m de altura e pesa 600 kg.
Vale destacar que apenas quatro gôndolas autênticas estão fora da Itália, uma no Canadá, uma na Rússia, uma nos Estados Unidos, e essa no Brasil.
Conhecida a pracinha no coração de Nova Veneza seguimos caminhando, passamos em frente à prefeitura municipal e logo chegamos na Praça Cônego Amilcar Gabriel, que fica de frente para a igreja matriz da cidade.
A Igreja Matriz de São Marcos destaca-se não somente por sua grandiosidade arquitetônica, mas também pelo seu interior rico em belas obras de arte.
Ao lado do templo religioso fica o Museu do Imigrante.
Museu do Imigrante Cônego Miguel Giacca
Local: Rua Cônego Miguel Giaca | Centro | Nova Veneza – SC
Telefone: (48) 3471-1790
Funcionamento: Terça a sexta das 8h00 às 12h00 e das 13h00 às 17h00 | Sábado e domingo das 9h30 às 12h00 e das 13h30 às 16h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 30 minutos
O museu, inaugurado em 1991, está instalado em uma das edificações mais antigas do município, construída na última década do século XIX, e conta com um belo acervo que narra a história local.
Do museu passamos pelo chaminé da Firma Bortoluzzi, construído em 1925.
E na sequência pelo Palazzo Delle Acque.
Nova Veneza sedia durante três dias na segunda quinzena de junho a Festa da Gastronomia Italiana, que tem como ponto alto o Carnevale di Venezia (Carnaval de Veneza).
É o mais famoso evento do gênero fora da Itália, onde os foliões surpreendem e se divertem fantasiados como nos bailes de máscara de Veneza.
Próximo da praça central fica a loja Artesanato Arte Veneza, que aluga os trajes para o carnaval e também vende máscaras e demais lembrancinhas, ali pudemos ver de perto algumas fantasias e máscaras utilizadas na festa.
Continuamos nossa caminhada e passamos pela Ponte Dei Morosi, que na língua vêneta significa Ponte dos Namorados.
A ponte inaugurada em 2016 é uma alusão à primeira ponte de madeira coberta com zinco construída em 1936 que servia como ponto de encontro aos namorados da época.
A ponte fica sobre o Rio Mãe Luzia, que leva este nome por conta de uma senhora, Luzia, que lavava roupas nas águas do rio.
Infelizmente atualmente o rio está morto, resultado de anos de poluição, que deixaram suas águas muito ácidas, inviabilizando sua captação para abastecimento público, irrigação, recreação ou pesca.
Após cruzar a ponte seguimos até a Vinícola Casa Savoia.
Casa Savoia Vinícola
Local: Rua Alfredo Pessi, 449 | Centro | Nova Veneza – SC
Telefone: (48) 3436-5571
E-mail: vinicolacasasavoia@gmail.com
Site: https://www.casasavoia.com.br/
Funcionamento: Segunda a sábado das 8h00 às 12h30 e das 15h00 às 17h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 45 minutos
A vinícola foi inaugurada em 2014 tendo como objetivo manter viva a tradição da família Amboni Gava de produção e consumo de vinhos de qualidade, além de fomentar a cultura e gastronomia de Nova Veneza.
Ali fomos recebidos por Durci Feltrin Citadin, um dos proprietários da vinícola, que nos guiou por uma visita ao local e nos explicou detalhadamente o processo de produção dos vinhos.
Após os vinhos retornamos à Praça Humberto Bortoluzzi, onde um curioso triciclo de madeira estava estacionado.
Não localizamos o dono, mas aproveitamos para fazer várias fotos do veículo que prendia a atenção de todos que passavam por ali.
Por fim fomos resgatar a Formosa, que nos aguardava rodeada por outras motos.
Desta forma nos despedimos do centro de Nova Veneza e rodamos aproximadamente 2 quilômetros por uma estrada de terra com muitas pedras soltas até chegar nas Casas de Pedra.
Casas de Pedra
Local: Rua dos Imigrantes | Nova Veneza – SC
Telefone: (48) 3436-5173 | (48) 3436-1168
Funcionamento: Sábado e domingo das 13h00 às 17h00
Ingresso: R$ 5,00
Tempo médio de visitação: 45 minutos
O conjunto arquitetônico erguido em 1891 pelo imigrante italiano Luigi Bratti reúne três construções feitas com pedras basalto e barro, técnica trazida da Itália pelos primeiros colonizadores.
Foram necessários cerca de 14 anos para finalizar as obras, que passaram por uma reforma em 2002, sendo tombadas como Patrimônio Histórico Nacional e Patrimônio Arquitetônico do Estado de Santa Catarina.
As casas são divididas em três unidades, a cozinha utilizada para realizar as refeições diárias.
O dormitório onde a família com vários filhos dormia.
E a estrebaria utilizada para guardar animais e mantimentos.
A visita ao local é auto guiada e guias ficam à disposição para eventuais dúvidas.
Além das casas, conservadas exatamente como na época de sua construção, o local abriga móveis e equipamentos do início do século XX.
Enquanto fazíamos algumas fotos pelo local um motociclista se aproximou e ao ver o FredLee exclamou: FredLee Na Estrada!
O motociclista em questão também se chama Fred e é leitor do blog :) Após uma agradável conversa com o Fred, um experiente motociclista e ótimo fotógrafo, pedimos para ele fazer uma foto nossa no local.
Foto feita, com o dia chegando ao fim nos despedimos das Casas de Pedra de Nova Veneza e retornamos à Floripa, onde chegamos no início da noite.
Trajeto percorrido no dia:
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