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Parque Municipal das Grutas de Botuverá | Botuverá – SC
2 de Setembro, 2017
Hoje decidimos pegar estrada e rodar até o município catarinense de Botuverá, para conhecer a maior e mais ornamentada gruta do sul do país.
Partimos da Ilha da Magia durante a cinzenta manhã de sábado pela rodovia BR-101 sentido norte.
O fluxo de veículos estava dentro do normal e rapidamente chegamos em Balneário Camboriú.
Contornamos a badalada cidade litorânea e ao se aproximar de Itajaí nos despedimos da BR-101 e passamos a rodar pela SC-486.
Pela rodovia estadual de pista simples avançamos até o centro de Brusque, cruzamos a cidade e seguimos pela estrada até chegar em Botuverá.
Como o Parque das Grutas fica na localidade de Ourinhos, distante 15km do centro da cidade, deixamos rapidamente a área central de Botuverá e continuamos pela SC-486 sentido Vidal Ramos.
A estrada margeia o Rio Itajaí-Mirim durante um bom trecho.
E conta com diversas placas indicativas ao longo de seu trajeto, as quais orientam como chegar no atrativo mais buscado do município.
Montanhas, colinas, vales e riachos compõem o belo cenário nesta região.
Botuverá, que significa “Bons brilhantes” em tupi-guarani, é a “Capital Catarinense do Calcário”, conta atualmente com aproximadamente 5.000 habitantes e fica a 140km de Florianópolis.
Em determinado momento passamos ao lado de duas grandes antigas chaminés de fornos de queima de calcário e na sequência o asfalto desapareceu, dando espaço a um pavimento de terra com pedras soltas.
Dali foram poucos metros, cerca de 800, até avistarmos o portal de entrada do parque municipal.
Parque Municipal das Grutas de Botuverá
Local: Rua João Morelli, 66 | Ourinhos | Botuverá – SC
Telefone: (47) 3359-1100
E-mail: turismo@botuvera.sc.gov.br
Site: http://www.botuvera.sc.gov.br/parque-das-grutas/
Funcionamento: Terça a domingo das 8h00 às 17h00 (primavera e verão) | Terça a domingo das 8h00 às 16h00 (outono e inverno)
Ingresso: R$ 25,00
Tempo médio de visitação: 2 horas
O acesso ao parque é gratuito, paga-se apenas para visitar o interior das grutas, e o local conta com boa estrutura, amplo estacionamento, academia ao ar livre, churrasqueiras, sanitários, restaurante, lanchonete, museu e trilhas em meio à Mata Atlântica.
Tão logo estacionamos a Formosa fomos comprar os ingressos para conhecer as grutas, tendo em vista que existe uma limitação de 195 visitantes ao dia.
As visitas são guiadas e acontecem em grupos de 15 pessoas, com a duração média de 45 minutos.
Chegamos no parque aproximadamente às 11h45 e conseguimos comprar os ingressos para a turma das 14h00.
Aproveitamos o espaço de tempo para caminhar e explorar melhor o local.
Conhecemos o Museu da Imigração Italiana, o qual abriga em seu acervo diversos equipamentos utilizados pelos primeiros imigrantes que chegaram na região, bem como um poço artesiano, casa colonial, forno de pedra, moinho de cal e roda d’água.
E na sequência avançamos por uma pequena trilha que segue em meio à mata, costeado um pequeno riacho.
Ar puro, pássaros cantando, som de água corrente e muito verde ao redor, sem dúvidas o parque é uma ótima opção de lazer e contato com a natureza.
O principal atrativo do Parque Municipal das Grutas de Botuverá são as grutas formadas pela dissolução de rochas carboníferas do período pré-cambriano (pelo menos 65 milhões de anos), que possuem cerca de 1.200 metros de extensão e vários salões, os quais alcançam até 20 metros de altura, sendo que a visita guiada contempla três destes salões.
A água da chuva se infiltra pela superfície da montanha em um processo que leva de 20 a 30 dias, escorre entre as rachaduras da pedra e forma as escavações.
Junto com a água vem o calcário, e assim se formam no teto das grutas as estalactites e no solo as estalagmites, além dos espeleotemas (esculturas pela gruta). Quando estalactites e estalagmites se juntam, as colunas são criadas.
O centro de visitantes e o acesso à gruta ficam do outro lado do pequeno riacho que costeia a trilha e para chegar ao local é preciso passar por uma ponte pênsil.
Vencida a ponte nos deparamos com o centro de visitantes, mas como tínhamos alguns minutos de sobra decidimos continuar caminhando pela trilha, que termina ao lado de uma pequena cachoeira.
A trilha é bem tranquila, agradável, sinalizada e conta com várias lixeiras por todo o seu percurso.
Cruzamos o pequeno riacho mais uma vez e após alguns minutos de caminhada chegamos na pequena cachoeira que embeleza ainda mais o parque.
Conhecida a queda d’água retornamos ao centro de visitantes, onde assistimos um vídeo informativo.
Na sequência deixamos todos os pertences em um armário, colocamos os capacetes (para evitar bater a cabeça nas pedras) e subimos uma longa escadaria até o acesso à gruta.
A visita é monitorada e não é permitido fotografar ou filmar no interior da gruta, por isso adicionamos ao longo da postagens algumas fotos coletadas na internet para tentar transmitir um pouco da beleza do local.
O percurso a ser visitado tem 220 metros de extensão e conta com iluminação artificial, além de vários degraus (782 no total).
O primeiro salão é o Salão do Órgão, com 60 metros de comprimento, onde existe uma parede com colunas de 10 a 15 cm de diâmetro, que compõem a figura semelhante a um órgão de tubos.
Depois acessamos o Salão da Geleira, que leva este nome por possuir uma formação rochosa que lembra uma cascata congelada, e por último o Salão da Catedral, assim batizado por seu teto recordar o de uma catedral. No Salão da Catedral fica a maior estalactite da gruta, com 6 metros de comprimento!
Em determinado momento da visita o guia pergunta se todos estão de acordo em apagar as luzes por um período de 1 minuto. Todos concordaram e assim foi feito.
A escuridão é imensa, e a sensação de estar no interior da gruta é algo surreal. Após alguns segundos do silêncio quebrado apenas pelo gotejamento da água, ouvimos morcegos, então a luz foi acessa novamente.
Imagem: SANTUR – Santa Catarina Turismo
A diversidade biológica das Grutas de Botuverá é considerada alta para uma cavidade sem curso d’água no Brasil. No local foram registradas 7 espécies de morcegos e 35 de invertebrados.
Imagem: SANTUR – Santa Catarina Turismo
Um detalhe curioso é que no interior da gruta a temperatura permanece constante em 20°C, independente do clima do lado de fora, e a umidade fica em torno de 80%, pois não há circulação de ar lá dentro.
Imagem: SANTUR – Santa Catarina Turismo
Segundo o guia, as estalactites e estalagmites crescem aproximadamente 1 cm a cada 100 anos.
Imagem: SANTUR – Santa Catarina Turismo
Após subir e descer muitos degraus, desviar de algumas formações e nos maravilhar com a beleza e encanto do interior das grutas, retornamos ao centro de visitantes. Acredite, os 45 minutos passam voando.
Imagem: SANTUR – Santa Catarina Turismo
É difícil descrever a sensação de visitar as Grutas de Botuverá, algo completamente novo para nós, que nunca havíamos visitado uma gruta com essas dimensões. Pelas fotos o local já impressiona, mas nada como estar ali, sentir, respirar, vivenciar… portanto, se tiver a oportunidade, visite!
Nos despedimos do parque e antes de retornar a Florianópolis fizemos uma foto em frente à prefeitura municipal de Botuverá, para então seguir até São João Batista, Canelinha, Tijucas, e por fim Floripa.
Trajeto percorrido no dia:


Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Logo que sai da rodovia e pega a rua para a gruta tem uma estrada a direita, que vai para o Sete, são alguns km de subida com varias cachoeiras, estradinha de cascalhos, muito legal.
Olá Sergio. Obrigado pela dica, não tínhamos conhecimento desta rota com cachoeiras. Em uma próxima passagem pela região vamos visitar o local. Abraços.
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