Hoje decidimos pegar estrada e rodar até Botuverá, para conhecer a maior e mais ornamentada gruta do sul do país.
Botuverá, que significa “Bons Brilhantes” em tupi-guarani, é a capital catarinense do calcário, conta com aproximadamente 5.000 habitantes e fica a 140km de Floripa.
O Parque das Grutas fica na localidade de Ourinhos, distante 15km do centro da cidade, cruzamos então a rua central e seguimos pela rodovia SC-486 sentido Vidal Ramos.
A estrada margeia o rio Itajaí-Mirim durante um bom trecho.
Em todo o trajeto as placas indicam qual direção seguir.
Montanhas, colinas, vales e riachos compõem o cenário nesta região.
Capelinha às margens da rodovia:
Duas construções, uma de alvenaria e outra de madeira, mas ambas com o mesmo estilo:
O asfalto termina em um determinado momento na rodovia SC-486, e o pavimento passa a ser de terra.
São poucos metros (aproximadamente 800) de estrada de chão, até que passamos ao lado de uma gigantesca pedra e viramos à esquerda, deixando a rodovia para trás.
E damos de cara com o pórtico de acesso ao parque.
Parque Municipal das Grutas de Botuverá
Local: Rua João Morelli, 66 | Ourinhos | Botuverá – SC
Telefone: (47) 3359-1100 | (47) 3087-8387
Site: www.botuvera.sc.gov.br/turismo-lazer/parque-das-grutas/
E-mail: turismo@botuvera.sc.gov.br
Funcionamento: Terça a domingo das 8h00 às 17h00 (primavera e verão) | Terça a domingo das 8h00 às 16h00 (outono e inverno)
Ingresso: R$ 14,00
Tempo médio de visitação: 2 horas
O acesso ao parque é gratuito e o local conta com boa estrutura, amplo estacionamento, academia ao ar livre, churrasqueiras, sanitários, restaurante, museu e trilhas em meio à mata atlântica.
Assim que estacionamos a moto fomos comprar os ingressos para conhecer as grutas, tendo em vista que existe uma limitação de 195 visitantes ao dia.
As visitações ocorrem em grupos de 15 pessoas e tem a duração média de 45 minutos. Nós chegamos no parque aproximadamente 11h45 e conseguimos comprar os ingressos para a turma das 14h00.
Aproveitamos o espaço de tempo para caminhar e explorar melhor o local.
Museu da Imigração Italiana:
Poço e casa colonial:
Forno de pedra:
Moinho de cal:
Roda d’água:
Seguimos pela trilha entre o riacho e o desvio feito para levar a água até a roda d’água.
Ar puro, pássaros cantando, muito verde e o som de água corrente, sem dúvidas o parque é uma ótima opção de lazer e contato com a natureza.
O centro de visitantes e o acesso à gruta ficam do outro lado do riacho, para chegar ao local é preciso passar por uma ponte pênsil.
Já do outro lado:
Com alguns minutos de sobra decidimos continuar pela trilha e seguir em busca da cachoeira.
A trilha é bem tranquila, larga e conta com várias lixeiras por todo o seu percurso, mas nada que impeça o ser humano jogar lixo em meio à natureza :/
Hora de passar sobre as águas do riacho novamente.
Após alguns minutos de caminhada chegamos à pequena cachoeira que embeleza ainda mais o parque.
No retorno avistamos cogumelos…
e alguns pássaros.
De volta ao centro de visitantes.
Antes de ingressar nas grutas assistimos um vídeo informativo. Na sequência deixamos todos os pertences em um armário, colocamos os capacetes (para evitar bater a cabeça nas pedras) e subimos uma longa escadaria até o acesso à gruta.
A visita é monitorada e não é permitido fotografar ou filmar no interior da gruta. Abaixo adicionamos algumas fotos coletadas na internet para tentar transmitir um pouco da beleza do local.
Imagem: SANTUR – Santa Catarina Turismo
As grutas foram formadas pela dissolução de rochas carboníferas do período pré-cambriano (pelo menos 65 milhões de anos), possuem 1.200 metros de extensão e vários salões (que alcançam até 20 metros de altura), sendo que a visita contempla 3 deles.
A água da chuva se infiltra pela superfície da montanha (processo que leva de 20 a 30 dias), escorre entre as rachaduras da pedra e forma as escavações.
Junto com a água vem o calcário, e assim se formam no teto as estalactites e no solo as estalagmites, além dos espeleotemas (esculturas pela gruta). Quando estalactites e estalagmites se juntam, as colunas são criadas.
Imagem: Globo
O percurso a ser visitado tem 220 metros de extensão e conta com iluminação artificial, além de vários degraus (782 no total).
O primeiro salão é o Salão do Órgão, com 60 metros de comprimento, onde fica uma parede com colunas de 10 a 15 cm de diâmetro, que compõem a figura semelhante a um órgão de tubos.
Depois acessamos o Salão da Geleira, que leva este nome por possuir uma formação rochosa que lembra uma cascata congelada, e por último o Salão da Catedral, assim batizado por seu teto recordar o de uma catedral. No Salão da Catedral fica a maior estalactite da gruta, com 6 metros de comprimento!
Imagem: SANTUR – Santa Catarina Turismo
Em determinado momento da visita o guia pergunta se todos estão de acordo em apagar as luzes por um período de 1 minuto. Todos concordaram e assim foi feito.
A escuridão é imensa, e a sensação de estar no interior da gruta é algo surreal. Após alguns segundos do silêncio quebrado apenas pelo gotejamento da água, ouvimos morcegos, então a luz foi acessa novamente.
Imagem: SANTUR – Santa Catarina Turismo
A diversidade biológica das Grutas de Botuverá é considerada alta para uma cavidade sem curso d’água no Brasil. No local foram registradas 7 espécies de morcegos e mais 35 espécies de invertebrados.
Um detalhe curioso é que no interior da gruta a temperatura permanece constante em 20°C, independente do clima do lado de fora, e a umidade fica em torno de 80%, pois não há circulação de ar lá dentro.
Segundo o guia, as estalactites e estalagmites crescem aproximadamente 1 cm a cada 100 anos.
Imagem: SANTUR – Santa Catarina Turismo
Após subir e descer muitos degraus, desviar de algumas formações e nos maravilhar com a beleza e encanto do interior das grutas, retornamos ao centro de visitantes. Acredite, os 45 minutos passam voando.
É difícil descrever a sensação de visitar as Grutas de Botuverá, algo completamente novo para nós, que nunca havíamos visitado uma gruta com essas dimensões. Pelas fotos o local já impressiona, mas nada como estar ali, sentir, respirar, vivenciar… portanto, se tiver a oportunidade, visite!
Nos despedimos do parque e antes de retornar a Florianópolis fizemos uma foto em frente as antigas chaminés de fornos de queima de calcário:
E da Prefeitura Municipal de Botuverá:
Trajeto percorrido no dia:
Logo que sai da rodovia e pega a rua para a gruta tem uma estrada a direita, que vai para o Sete, são alguns km de subida com varias cachoeiras, estradinha de cascalhos, muito legal.
Olá Sergio. Obrigado pela dica, não tínhamos conhecimento desta rota com cachoeiras. Em uma próxima passagem pela região vamos visitar o local. Abraços.