Aproveitamos o fim de semana para rodar pelas estradas catarinenses e paranaenses, tendo como destino principal do bate e fica o Parque Estadual de Vila Velha, atrativo natural localizado em Ponta Grossa – PR.
Deixamos a Ilha da Magia sábado às 8h00, com céu azul e temperatura amena, contornamos Curitiba e nossa primeira parada foi na Chácara Beija-Flor, já no município de Palmeira – PR.
A Chácara Beija-Flor é uma empresa familiar que há mais de uma década dedica suas atividades à produção de cogumelos paris, também conhecidos como champignons.
Além da área de produção o local abriga uma loja de produtos coloniais, cervejas artesanais e desde setembro de 2016 conta com um restaurante que tem como foco, claro, o champignon.
Ali fomos muito bem recebidos pelos proprietários e enquanto aguardávamos nossa refeição conversamos com alguns motociclistas paulistas que estavam passeando pela Colônia Witmarsum.
Eles já realizaram diversas viagens e também possuem um blog, onde relatam suas aventuras sobre duas rodas: https://nossospasseios2010.wordpress.com/.
Após nos deliciar com os saborosos cogumelos recheados com linguiça defumada e queijo emmental e devorar os champignons refogados na manteiga, tendo como acompanhamento zwieback (pãozinho de leite típico alemão) e molhos artesanais, fomos conhecer o local onde os cogumelos são produzidos.
Conduzidos pela proprietária da chácara acessamos as estufas que possuem temperatura e umidade controladas, fatores de suma importância em cada fase do cultivo.
Ali tivemos uma verdadeira aula sobre os cogumelos paris e descobrimos que eles possuem baixos índices de caloria, gordura e sódio e são ótimas fontes de fibras, vitaminas, minerais e proteínas, além de fortalecerem o sistema imunológico com ação antioxidante.
Devidamente alimentados nos despedimos da Chácara Beija-Flor e voltamos a rodar pelas estradas paranaenses.
Seguimos pela movimentada e pedagiada rodovia BR-376 sentido oeste.
A rodovia BR-376 é conhecida como Rodovia do Café, possui cerca de 960 quilômetros de extensão e liga Dourados, no Mato Grosso do Sul, a Garuva, no litoral catarinense.
Pela rodovia federal de pista duplicada em ótimo estado de conservação avançamos com bastante agilidade.
E no meio da tarde, mais precisamente às 14h30, chegamos ao principal atrativo da viagem: o Parque Estadual de Vila Velha.
Parque Vila Velha
Local: Rodovia BR 376, Km 515 | Jardim Vila Velha | Ponta Grossa – PR
Telefone: (42) 3122-4488
E-mail: atendimento@parquevilavelha.com.br
Site: https://parquevilavelha.com.br/
Funcionamento: Quarta a segunda das 9h00 às 17h00
Ingresso: R$ 96,00
Tempo médio de visitação: 4 horas
Com a Formosa estacionada caminhamos até centro de visitantes do parque, onde fica a área de informações turísticas, bilheteria, restaurante, lanchonete, banheiros e loja de souvenirs.
Ali nos informaram que o parque dispõe de duas atrações: a Trilha dos Arenitos e um passeio pelas Furnas e Lagoa Dourada.
Decidimos visitar os dois atrativos, então rapidamente embarcamos no ônibus do parque que nos levou ao início da Trilha dos Arenitos.
A trilha completa pelo Parque Vila Velha é dividida em duas partes: Trilha dos Arenitos e Trilha do Bosque, possui ao todo 2.671 metros de extensão, é toda calçada, leve e auto guiada.
A primeira parte da trilha, também chamada de meia-trilha, conta com 1.250 metros, possui acessibilidade e segue até a formação rochosa mais famosa do parque: a taça.
O tempo médio para percorrer a meia-trilha é uma hora, tempo que temos disponível, pois o último ônibus que leva os turistas ao passeio pelas Furnas e Lagoa Dourada parte às 15h30.
A segunda parte da trilha passa por dentro de um bosque, o qual preserva a mata nativa da região e completa uma volta, regressando ao ponto de partida cerca de duas horas depois. Como nosso tempo é limitado, deixaremos a segunda etapa da trilha para uma próxima oportunidade.
O Parque Vila Velha foi criado em 1953, sendo o primeiro parque estadual paranaense.
Em 1966 o local foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná.
Seu principal atrativo são as milenares formações rochosas denominadas arenitos.
Tais arenitos começaram a se formar há 300 milhões de anos, após a compactação e endurecimento de frequentes camadas de areia, quando a região do parque estava próxima ao Polo Sul e o mundo era formado por um grande continente chamado Gondwana.
Essas rochas possuem um tom rosado devido ao cimento ferruginoso (óxido de ferro), o que determina também a existência de formações com diferentes resistências à erosão.
Ao longo dos anos os arenitos foram sendo esculpidos lentamente pela ação da natureza, sobretudo das águas, do calor e da atividade orgânica, o que lhes rendeu diferentes formas que nos fazem viajar na criatividade.
Nós já conhecíamos o parque, mas a última vez em que o visitamos foi no século passado, e de lá para cá muita coisa mudou.
Naquela época o acesso ao parque era livre, não existia centro de informações turísticas, muito menos trilha demarcada, o que permitia aos visitantes caminhar livremente entre as rochas e, claro, alguns aproveitavam para contemplar e outros destruir, rabiscando as formações rochosas, contribuindo com o desgaste e deterioração do local.
Por sorte muito se manteve em pé e entre os anos de 2000 e 2004 o parque ficou completamente fechado para visitas, recebendo melhorias e toda a estrutura que o contempla hoje.
A caminhada pelo Parque Vila Velha é muito agradável, educativa e digna de ser feita com bastante calma e atenção, para observar os mais sensíveis detalhes.
Na ocasião de nossa visita, devido ao avançado horário da tarde, a luz solar realçava o tom das formações rochosas e a Lua, com todo o seu esplendor, se destacava em meio ao limpo céu azul.
Por ficar em uma área alta, praticamente de todas as partes do parque conseguimos ter uma bela vista do horizonte.
Aliás, o nome do município que abriga o Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa, tem origem geográfica, em referência a uma colina de grande diâmetro coberta por um capão de mato.
Essa colina podia ser vista de uma longa distância por todos aqueles que viajavam pela região, que era muito frequentada pelos tropeiros desde o século XVIII. Registros históricos constam que ao se aproximar desta área os tropeiros avistavam tal colina e afirmavam: “Estamos próximos ao Capão da Ponta Grossa”.
Ao chegar no fim da meia-trilha nos deparamos com a mais famosa formação rochosa do parque e símbolo de Ponta Grossa: a taça.
Dali caminhamos mais alguns passos até uma via, onde embarcamos novamente no ônibus, o qual cruzou todo o Parque Vila Velha, acessou a rodovia BR-376 e rodou cerca de 5km até estacionar ao lado da Lagoa Dourada.
Apesar de distante das duas furnas mais profundas do parque, a Lagoa Dourada é considerada uma furna assoreada e está integrada às demais pelas águas subterrâneas.
Por ser menos profunda e com grande abertura, suas águas cristalinas formam uma grande lagoa cuja superfície reflete o verde de suas margens, o azul do céu e o dourado do Sol, de onde origina-se seu nome.
Conhecida a Lagoa Dourada voltamos a embarcar no ônibus e desta vez seguimos para as duas furnas mais profundas do Paraná.
Atualmente existem cerca de 50 furnas na região dos Campos Gerais, sendo a maior parte rasa ou pouco desenvolvida, destas, 12 estão localizadas em território pertencente ao Parque Vila Velha.
Essa quantidade de furnas na região se dá pelo fato do local fazer parte da área de afloramento da Formação Furnas, com rochas sedimentares de origem marinha costeira cuja idade é de aproximadamente 400 milhões de anos.
Os grandes buracos no solo com vegetação exuberante e água proveniente do lençol subterrâneo em seu interior são conhecidos como furnas, dolinas ou cavernas verticais.
A Furna 1 do parque possui 111 metros de profundidade e conta com um antigo elevador, o qual está desativado por motivos ambientais e de segurança.
Na década de 1980 este elevador levava os turistas até o fundo do poço da furna.
Os imensos paredões da Furna 1, coberto de rica vegetação, serve de abrigo para milhares de andorinhões de coleira falha.
Já a Furna 2 tem 110 metros de profundidade e uma trilha contorna toda a sua circunferência.
Com o Sol se pondo no horizonte e os ponteiros do relógio indicando 17h15 retornamos ao centro de visitantes do Parque de Vila Velha.
Ali avistamos diversos carcarás, uma espécie de ave de rapina da família dos falconídeos, e recuperamos a Formosa, que nos aguardava pacientemente no estacionamento do parque.
Nos despedimos do maravilhoso Parque Vila Velha e, de volta à estrada, avançamos poucos quilômetros em direção ao pôr do Sol.
No fim do dia e início da noite chegamos no centro de Ponta Grossa.
Ali buscamos um hotel e fomos descansar.
Nas primeiras horas da manhã de domingo fizemos o desjejum e na sequência fomos explorar a área central da cidade paranaense.
O primeiro atrativo do dia foi a Catedral de Sant’Ana.
A atual igreja matriz da cidade foi construída em 1978 e chama a atenção por sua arquitetura diferenciada.
Os inúmeros vitrais proporcionam uma iluminação natural em seu interior, além de uma sensação bastante agradável.
A igreja fica na Praça Marechal Floriano Peixoto, local que abriga um obelisco em homenagem aos fundadores da cidade, o Monumento do Sesquicentenário, uma homenagem ao aniversário de 150 anos de elevação de Ponta Grossa à categoria de Freguesia, e o Monumento à Bíblia, inaugurado em 1969, sendo o primeiro no mundo a homenagear o livro sagrado.
Da praça voltamos a rodar e passamos pelo prédio do Antigo Fórum, inaugurado em 1928.
Depois pelo Palace Hotel, edificação de 1941.
Até chegarmos no Parque Ambiental Governador Manoel Ribas.
O amplo Parque Ambiental conta com área para caminhada, pista de skate, quadras esportivas e equipamentos de ginástica.
No local também fica a Estação Paraná, inaugurada em 1894, que atualmente abriga a Casa da Memória Paraná.
O espaço, que infelizmente estava fechado, é destinado a exposições e a preservação do acervo histórico-documental de Ponta Grossa e região.
Ao lado do Parque Ambiental fica o Terminal Central de Transporte Coletivo Urbano.
E em suas proximidades fica a Estação Férrea São Paulo – Rio Grande, conhecida como Estação Saudade, construída entre 1899 e 1900 com características arquitetônicas neo-clássicas e art-nouveau.
Depois fomos até a Praça Barão do Rio Branco.
A arborizada praça conta com diversos bancos para descanso, vários monumentos, chafariz e coreto.
Em seus arredores fica a Igreja Nossa Senhora do Rosário.
O Colégio Regente Feijó, edificação de 1924.
E o Memorial Ponto Azul.
O Ponto Azul foi por muitos anos o local de embarque e desembarque dos coletivos urbanos de Ponta Grossa e teve sua origem na década de 1950.
Por fim passamos pela Mansão Vila Hilda.
O casarão, construído em 1926, foi residência da família de Alberto Thielen, passou a ser sede da Biblioteca Pública de Ponta Grossa e atualmente funciona como Fundação de Cultura.
Da Mansão Vila Hilda rodamos até um posto de combustíveis, onde abastecemos a Formosa e deixamos o centro de Ponta Grossa, voltando a rodar pelas belas estradas paranaenses.
O cenário nesta região é muito bonito, o que não é tão belo é o valor das tarifas de pedágios por estas bandas… entre Curitiba e Ponta Grossa passamos por duas praças de pedágio, na primeira pagamos R$ 4,00 e na segunda R$ 5,70. Ah, paga-se nos dois sentidos.
Mas enfim… logo chegamos na Serra de São Luiz do Purunã.
Com baixo fluxo de veículos rapidamente chegamos na Serra da Santa, entre São José dos Pinhais e o litoral catarinense.
E após rodar aproximadamente 900km durante os dois dias fomos recebidos por uma forte chuva na região metropolitana de Florianópolis, chegando em casa molhados no fim da tarde de domingo.
Trajeto percorrido no fim de semana:
Oba! Já são 6 comentários nesta postagem!
Então tenho algumas fotos de uns 20 anos atrás tempo em que se podia subir nos arenitos
para visualizar melhor a região e usá-los como fundo para fotos. Se compararmos as fotos
daquele tempo com as que você postou hoje…. nossa quanta diferença… pensando aqui
vale uma visita qualquer hora… após o inverno… é claro…rsrsrs…Beijos….
Legal! Na próxima vez que nos encontrarmos precisamos rever estas fotos e compará-las com as atuais :) com relação a visita, sem dúvidas vale a pena. Atualmente o parque está bem estruturado e os atrativos naturais são fabulosos, dignos de um passeio com calma, mas eu recomendo visitar o local em uma estação com temperatura amena (como quando fizemos), pois as trilhas são abertas (exceção da área do Bosque), e o sol pode tornar a caminhada cansativa em um dia de forte calor. Bjs.
Boa tarde!
Legal o passeio belas fotos , parabéns.
Valeu conhecer vocês na chácara beija flor ,casal simpático nos cruzamos pela estrada
em uma nova oportunidade
Ate .
Olá Wanzer! Foi um prazer conhecer vocês também, um grupo muito animado :) e parabéns pelo site e pelas viagens realizadas. Nos encontramos nas estradas. Abraços.
Legal, bonitas fotos e o dia ajudou muito…valeu.
Valeu! O tempo colaborou mesmo, céu azul e temperatura agradável :)
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
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