Expedição 2022: Uruguay • Maldonado • Piriápolis • Uruguai
Fenômeno Natural da Espuma do Mar e o Imponente Argentino Hotel em Piriápolis, no Uruguai
2 de Setembro, 2022Surpreenda-se com Piriápolis, no Uruguai! Caminhe pela Rambla de los Argentinos, testemunhe o fenômeno natural da Espuma do Mar e conheça o icônico Argentino Hotel de Piriápolis, um marco histórico.
Hoje, decidimos explorar a fascinante e charmosa cidade de Piriápolis, situada no departamento de Maldonado, Uruguai. Nossa jornada começou na Plaza Artigas, seguimos pela deslumbrante Rambla de los Argentinos e nos deparamos com o intrigante fenômeno natural da Espuma do Mar. Para encerrar, nos encantamos com a rica história e a grandiosidade do icônico Argentino Hotel de Piriápolis.
A manhã de sexta-feira começou nublada e com um vento gelado soprando sobre Piriápolis, no departamento de Maldonado, Uruguai. Apesar do clima, estávamos determinados a explorar parte da área central dessa famosa cidade balneária uruguaia, revigorados por uma noite de sono tranquila e um café quentinho, perfeito para começar o dia.
Piriápolis é uma cidade rica em curiosidades, história e simbolismo. Inspirada nos balneários europeus, ela foi planejada e fundada por Francisco Piria no ano de 1890, durante o auge da Belle Époque, sendo a primeira cidade balneária do Uruguai.
Francisco Piria, um visionário e alquimista, inicialmente nomeou a área próxima à foz do Rio da Prata de Balneário del Porvenir, que significa Balneário do Futuro. Com o passar dos anos, essa visão ambiciosa tornou-se realidade, consolidando Piriápolis como um destino turístico de destaque.
Situada a menos de 100 quilômetros de Montevidéu e cerca de 38 km de Punta del Este, Piriápolis é uma verdadeira joia a ser descoberta na República Oriental do Uruguai.
Cercada por montanhas e praias, a cidade encanta tanto por sua deslumbrante natureza quanto pelas diversas simbologias alquímicas e maçônicas que permeiam sua história. A fascinante trajetória de seu fundador, Francisco Piria, torna o destino ainda mais intrigante.
Começamos nossa caminhada exploratória em Piriápolis pela Plaza Artigas, que, como esperado, exibe no centro uma imponente estátua de José Gervasio Artigas, acompanhada por uma grande bandeira celeste tremulando ao vento. A praça, limpa e acolhedora, está localizada em frente à municipalidade e à Casa de la Cultura Piriápolis, sendo um ponto de referência no coração da cidade.
Deixando a Plaza Artigas, seguimos pelas ruas ladeadas por pitorescas construções até chegarmos à Rambla de Piriápolis, também chamada de Rambla de los Argentinos.
Lá, fomos surpreendidos por um vento extremamente forte vindo do sul, que agitava as águas do Mar del Plata e criava belas ondas, tornando o cenário ainda mais impressionante.
Abraçados e, em alguns momentos, quase carregados pelo intenso vento gelado, nos deparamos com uma cena curiosa: uma infinidade de espuma, parecendo flocos de neve ou algodão, se formava nas águas do Rio da Prata (vale lembrar que o Rio da Prata não é exatamente um rio, mas sim um estuário do Oceano Atlântico, criado pela junção dos rios Paraná e Uruguai).
Pois bem, impulsionada pelo vento em direção ao continente, a espuma se acumulava nas areias da praia e até nas calçadas e ruas próximas, criando um espetáculo único na orla de Piriápolis.
Mais tarde, descobrimos que esse fenômeno natural, chamado “Espuma do Mar”, é uma emulsão formada pela agitação das ondas, do ar e de compostos orgânicos dissolvidos na água, que atuam como surfactantes (semelhantes a detergentes).
Esse fenômeno pode estar relacionado a uma extraordinária floração de microalgas, que, ao serem quebradas pelas ondas, liberam proteínas, lipídios e outras substâncias orgânicas, contribuindo para a formação da espuma.
O visual era fascinante e intrigante, mas o vento estava tão forte e gelado que acabamos nos rendendo. Atravessamos a Rambla de los Argentinos e, com passos largos, logo chegamos a um dos ícones da cidade: o imponente Argentino Hotel de Piriápolis.
Em 24 de dezembro de 1930, Don Francisco Piria inaugurou o icônico Argentino Hotel de Piriápolis, projetado pelo arquiteto francês Pedro Guichot. Inspirado nos luxuosos hotéis da Costa Azul europeia, o edifício foi erguido em um terreno de 1.500 metros quadrados à beira do Rio da Prata, contando com a colaboração de mais de 1.000 trabalhadores ao longo de 10 anos.
Com 347 habitações, o Argentino Hotel de Piriápolis só era superado pelo Copacabana Palace no Rio de Janeiro, que possuía 350 quartos. No entanto, a ampla infraestrutura do Argentino Hotel, com todos os seus anexos, superava o Copacabana Palace, garantindo-lhe o título de maior, mais confortável e luxuoso hotel da América do Sul por muitos anos.
O hotel impressionava por sua dimensão e instalações, que incluíam o Pabellón de las Rosas, um espaço multifuncional que servia como sala de espetáculos, teatro e restaurante, um amplo cassino, lavanderia, fábrica de gelo, padaria, garagem coberta e até uma usina que gerava energia para todo o balneário.
Os materiais utilizados na construção, como granito, pedra, areia e madeira, foram extraídos no Uruguai. Por outro lado, a louça veio da Alemanha, os copos da antiga Checoslováquia, as roupas de banho da Itália e o mobiliário dos quartos e áreas comuns foram importados da Áustria. Curiosamente, até hoje, o hotel ainda mantém em seus depósitos reposições originais de louças, talheres e trajes de banho adquiridos por Francisco Piria, que planejou o funcionamento contínuo do hotel por 100 anos.
Atualmente, o Argentino Hotel Casino & Resort preserva seu estilo original, proporcionando aos hóspedes a sensação de uma viagem no tempo para a década de 1930, sem abrir mão das comodidades do século XXI. Classificado como um hotel 4 estrelas, oferece SPA, centro termal marinho, complexo esportivo e cassino.
Além de ser um dos principais pontos turísticos de Piriápolis, o hotel é reconhecido como um monumento histórico do Uruguai.
Ao lado do majestoso Argentino Hotel, destaca-se o histórico Gran Hotel Piriápolis, inaugurado em 1905. Na época, o grande atrativo do hotel eram os serviços de banho marinho com água quente, um luxo que encantava os visitantes. Além disso, o hotel oferecia talheres de prata e porcelana alemã, reforçando seu prestígio.
Com a inauguração do Argentino Hotel, o Gran Hotel Piriápolis passou a servir como acomodações complementares ao vizinho, enquanto seu refeitório foi adaptado para abrigar o cassino.
Atualmente, o Gran Hotel Piriápolis funciona como uma colônia de férias para funcionários da Educação Primária no Uruguai e, por esse motivo, não está aberto à visitação do público em geral.
Com o frio se intensificando e nuvens cinzentas se aproximando no horizonte, decidimos encerrar nosso passeio por Piriápolis. Voltamos ao hostel, onde aproveitamos para organizar nossos equipamentos, lavar roupas e, ao final do dia, passamos alguns momentos tranquilos na cozinha.
Com um pote de doce de leite uruguaio em mãos, preparamos uma deliciosa torta de massa neutra, recheada com um creme caseiro de especiarias, sem adição de açúcar. O toque final foi dado com uma generosa camada de dulce de leche e morangos frescos, que harmonizaram perfeitamente com um tradicional mate amargo, fechando o dia com um sabor típico e inesquecível.
À noite, nos aventuramos a criar uma versão brasileira dos tradicionais ojitos uruguaios (ou pepas argentinas). Nossa receita usava uma massa sem adição de açúcar, enriquecida com coco ralado, raspas e suco de laranja, além de especiarias. O toque especial veio com o recheio de doce de leite uruguaio e coco seco fresco, proporcionando uma deliciosa fusão de sabores que combinava o melhor das duas culturas.
Com os quitutes para o dia seguinte devidamente prontos, nos recolhemos para descansar e recarregar as energias, ansiosos para continuar desbravando as belezas e encantos de Piriápolis no dia seguinte.
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