Expedição 2022: Uruguay • Maldonado • Punta Ballena • Punta del Este • Uruguai
Punta del Este e Punta Ballena, Uruguai: De La Mano de Punta del Este ao Pôr do Sol na Casapueblo
31 de Agosto, 2022Viva as maravilhas de Punta del Este e Punta Ballena, no Uruguai. Descubra a icônica escultura La Mano, desfrute de um pôr do sol inesquecível na Casapueblo e conheça a rica história e belezas naturais dessa região.
No fim da terça-feira, deixamos para trás a requintada José Ignacio e seguimos até a badalada Punta del Este, onde tivemos a oportunidade de conhecer a famosa escultura “La Mano de Punta del Este” e apreciar um pôr do sol inesquecível. No dia seguinte, fomos ao encontro do nascer do sol, fotografamos o Farol de Punta del Este, visitamos amigos e encerramos o dia em Punta Ballena, ao lado da icônica Casapueblo.
Ao cair da tarde, nos despedimos da charmosa cidade de José Ignacio, situada na bela costa litorânea uruguaia. A bordo da Formosa, seguimos rumo ao sul pela cênica Ruta 10, que em diversos trechos nos brinda com vistas deslumbrantes do imenso Oceano Atlântico, onde suas águas se encontram suavemente com uma ampla faixa de areia, em grande parte ainda virgem e bem preservada.
Viajando tranquilamente e apreciando a paisagem ao nosso redor, passamos pelo emergente Balneário Buenos Aires, enfrentando nosso primeiro trânsito intenso na República Oriental do Uruguai, em La Barra. Quando nos demos conta, já estávamos cruzando a icônica Puente de la Barra Leonel Viera, também conhecida como a Ponte Ondulada de Punta del Este.
Com o fluxo intenso de veículos e o horário avançado, optamos por não parar para fotografar a Ponte Ondulada e seguimos adiante.
Pouco depois, um Uruguai completamente diferente do que havíamos visto até então apareceu no horizonte: uma infinidade de modernos edifícios começou a surgir à direita da rodovia nacional, enquanto do lado oposto, uma maravilhosa e extensa praia, com vegetação de restinga preservada, anunciava nossa chegada à famosa e badalada Punta del Este, no departamento de Maldonado.
Seguimos pela Ruta 10, que avança por praticamente toda a extensão da Playa Brava, até passar ao lado da icônica escultura “Los Dedos de Punta del Este”. Em seguida, contornamos a península pela Rambla General José Artigas (Avenida Beira-Mar) antes de localizar um hotel. Lá, acomodamos a Formosa, trocamos de roupa e partimos para uma caminhada rápida, aproveitando os últimos raios de sol do dia.
O primeiro atrativo que decidimos conhecer foi, justamente, “Los Dedos de Punta del Este”, obra de arte popularmente conhecida como “La Mano de Punta del Este”. A fascinante criação artística, intitulada “El Monumento al Ahogado u Hombre Emergiendo a la Vida” pelo autor, é uma escultura composta por cinco dedos parcialmente submersos na areia, localizada na Parada 1 da Playa Brava, em Punta del Este.
A Mão de Punta del Este foi criada pelo artista chileno Mario Irarrázabal durante o verão de 1981, enquanto participava do Primeiro Encontro Internacional de Escultura Moderna ao Ar Livre em Punta del Este. Irarrázabal, o mais jovem entre os nove escultores presentes, optou por esculpir na praia, ao invés de em uma praça pública, inspirando-se na ideia de um “afogamento” como alerta aos banhistas.
Embora tivesse o verão inteiro para concluir a obra, Irarrázabal a finalizou em apenas seis dias, enfrentando pequenos atrasos devido aos fortes ventos sudoeste, característicos da região. Os Dedos de Punta del Este, feitos de plástico, foram reforçados com barras de ferro, treliças metálicas e um revestimento resistente à degradação.
Durante aquele verão, escultores de várias parte do mundo trabalharam em suas criações na praia, mas hoje, apenas a escultura de Irarrázabal permanece intacta. “La Mano de Punta del Este” ganhou reconhecimento mundial, tornando-se um símbolo icônico de Punta del Este e do Uruguai, popularizado por milhares de fotografias turísticas e reproduções em cartões postais.
Posteriormente, Irarrázabal criou réplicas semelhantes da escultura em locais como Madrid (1987), no Deserto do Atacama, no Chile (1992), e em Veneza (1995). A escultura original permanece em sua localização inicial, com poucas alterações ao longo dos anos. Hoje, o monumento também é chamado pelos moradores de “Mano de Suárez”, em referência a um evento ocorrido durante a Copa do Mundo FIFA de 2010, na África do Sul.
Pouco mais de 300 metros separam a Playa Brava, onde está localizada a escultura “La Mano de Punta del Este”, da Playa Mansa. Como os nomes sugerem, a Praia Brava, voltada para o leste e banhada pelas águas do Oceano Atlântico, é caracterizada por suas fortes e intensas ondas. Já a Praia Mansa, voltada para o oeste, é conhecida por suas águas tranquilas e serenas, provenientes do Río de la Plata, também chamado de Mar del Plata.
Após admirar e fotografar o importante monumento uruguaio, caminhamos até a Playa Mansa, onde um pôr do sol digno de cinema nos aguardava. Lá, preparamos um chimarrão em nossa cuia térmica e degustamos saborosas empanadas artesanais, enquanto apreciávamos o espetáculo natural proporcionado pelo Astro Rei.
No dia seguinte, despertamos bem cedo e caminhamos até a pequena Playa El Emir, situada ao lado de uma pequena ponta rochosa que avança pelo mar. Nesse local, destaca-se a Ermita de Nuestra Señora de La Candelaria, popularmente conhecida como Ermita Virgen de la Candelaria, um monumento religioso que abriga a imagem da santa padroeira de Punta del Este.
Envoltos pela escuridão e pelo vento gelado, aguardamos alguns minutos até que o dia começasse a clarear. Sozinhos, sob um silêncio absoluto, apreciamos o colorido nascer do sol, cujas brilhantes tonalidades refletiam nas águas do mar. Uma verdadeira maravilha da natureza!
Em 2 de fevereiro de 1516, o navegador espanhol Juan Díaz de Solís desembarcou no atual território de Punta del Este. Como essa data coincidia com o dia da Purificação de Maria (Nossa Senhora da Candelária) para a Igreja Católica, ele batizou o local como Puerto de la Candelaria.
A região, então habitada por nativos, começou a ser colonizada por europeus, e em 1829, a península passou a se chamar Villa Ituzaingó. O nome foi dado em homenagem à Batalha de Ituzaingó (também conhecida como Batalha do Passo do Rosário), a maior batalha campal dada em território brasileiro. Essa batalha, ocorrida em 20 de fevereiro de 1827, foi resultado da revolta das Províncias Unidas do Rio da Prata contra o Império do Brasil, em disputa pelo controle da Província de Cisplatina.
A Villa Ituzaingó cresceu rapidamente, impulsionada principalmente pela pesca e caça de animais marinhos, como baleias e leões-marinhos, dos quais se extraía azeite e couro. Devido aos frequentes naufrágios na região, em 1860 foi construído o Faro de Punta del Este, uma torre de 25 metros de altura, erguida com uma mistura de terra vulcânica trazida de Roma, que lhe confere uma resistência superior à do cimento convencional.
Caminhamos pelas pacatas ruas de Punta del Este, que recebeu este nome oficialmente em 5 de julho de 1907, até alcançarmos a Plaza del Faro. Como é de se imaginar, a Praça do Farol fica em frente ao Farol de Punta del Este e à charmosa Iglesia Nuestra Señora de la Candelaria, também conhecida como Parroquia de Santa María de la Candelaria.
Dali, foram apenas alguns passos até a Plazoleta Gran Bretaña, localizada na Punta de La Salina, que recebeu esse nome porque, em meados do século XIX, uma mina de sal foi ali explorada.
Esse ponto, o mais ao sul do Uruguai, é exatamente onde o Oceano Atlântico se encontra com o Rio da Prata. Aliás, o Rio da Prata não é um rio, mas sim um estuário do Oceano Atlântico, formado pela união dos rios Paraná e Uruguai.
Em seguida, fomos visitar um amigo que conhecemos em José Ignacio. Ontem, assim que paramos a Formosa em frente ao Faro José Ignacio, o simpático José se aproximou e começamos a conversar. Não demorou para ele nos convidar a conhecer seu lar em Punta del Este, visita que prometemos e cumprimos.
Além de um farto café e uma ótima charla, José nos levou para conhecer um verdadeiro templo para os amantes das duas rodas, da customização de motos e do surfe em Punta del Este: a Big Rider – Surf & Motorcycles. Lá, fomos calorosamente recebidos pelo simpático Tito, proprietário do local e renomado surfista uruguaio. Obrigado, José e Tito!
Com o fim do dia se aproximando e sem termos a menor ideia de onde passaríamos a noite, decidimos vestir nossos trajes de viagem, subir na Formosa e sentir o vento no rosto. Deixamos Punta del Este para trás, seguindo pela Ruta 10, que margeia a Playa Mansa, e cerca de 15 quilômetros depois, chegamos a outra punta, desta vez Punta Ballena.
A pequena península de Punta Ballena é mundialmente conhecida por suas belas praias, charmosas casas de veraneio, excelente infraestrutura, grandes hotéis, resorts de luxo e, é claro, a icônica Casapueblo, uma das principais atrações turísticas da República Oriental do Uruguai.
A Casapueblo foi idealizada em 1958 pelo artista uruguaio Carlos Páez Vilaró como sua residência de verão, e levou mais de 40 anos para ser concluída. Com impressionantes 56 quartos, a casa é um verdadeiro labirinto para quem a percorre. Atualmente, o Museo Taller de Casapueblo abriga um museu, uma galeria de arte, uma cafeteria, um restaurante e um hotel resort.
Além da Casapueblo, Punta Ballena oferece uma natureza deslumbrante, com a belíssima Playa Las Grutas de um lado e a encantadora Playa Portezuelo do outro. A região é conhecida por apresentar um dos mais belos pores do sol do Uruguai, se não do mundo.
No fim do dia, o sol se despedia timidamente de Punta Ballena, desaparecendo atrás de densas nuvens que pareciam tocar o horizonte.
Sob a luz das estrelas, rodamos até a grande cidade de San Fernando de Maldonado, onde encontramos um hostel acessível para nos acomodarmos. Amanhã, planejamos explorar esta cidade, a capital do departamento de Maldonado.
Acima o mapa com o trajeto percorrido entre José Ignacio e San Fernando de Maldonado, passando por Punta del Este e Punta Ballena, no Uruguai.
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