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Punta del Diablo: Uma Pitoresca Cidade Balneária no Uruguai
15 de Agosto, 2022Desvende o encanto de Punta del Diablo, um balneário místico e cativante em Rocha, Uruguai. Relaxe nas praias paradisíacas de La Esmeralda, Aguas Dulces e explore a natureza exuberante de Barra de Valizas.
Após uma jornada memorável pela histórica Fortaleza de Santa Teresa, regressamos ao Camping La Moza, localizado no coração do Parque Nacional de Santa Teresa. Lá, a Sayo preparou um saboroso cuscuz com ervas e atum, um momento de culinária simples, mas repleto de sabor. Com a barraca desmontada e todos os equipamentos devidamente acomodados na Formosa, nos despedimos desse importante parque uruguaio.
A viagem continuou por menos de 5 quilômetros ao longo da Ruta 5, nos levando em direção ao nosso próximo destino no departamento de Rocha: a pitoresca cidade balneária de Punta del Diablo, prometendo novas aventuras e descobertas.
Chegamos em Punta del Diablo ao entardecer e fomos recebidos por um céu azul deslumbrante, uma cortesia perfeita para nossa exploração pelo litoral de Rocha. A bordo da Formosa, percorremos as encantadoras Playa de los Pescadores e Playa del Rivero.
Esse breve passeio foi o suficiente para nos fazer cair de amores pela charmosa cidade balneária, destacando-se como um destino imperdível para quem busca experiências autênticas na costa uruguaia.
Diante da previsão de fortes temporais para a madrugada, um dos principais motivos que nos levou a deixar o Camping do Parque Nacional de Santa Teresa, rapidamente descartamos a ideia de acampar em Punta del Diablo.
Punta del Diablo – Rocha
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Assim, iniciamos a busca por um local apropriado para passar a noite. Contudo, essa tarefa se mostrou desafiadora, uma vez que estamos na baixa temporada e as opções limitadas de hospedagem – incluindo hotéis, pousadas e casas para temporada – apresentavam preços um tanto quanto elevados para o nosso orçamento.
Enquanto percorríamos as sinuosas e estreitas ruas de areia dos bairros mais distantes do centro de Punta del Diablo, no Uruguai, em nossa incansável busca por uma hospedagem que coubesse no nosso orçamento, um evento inesperado chamou nossa atenção. O grito de um pedestre cortou o silêncio, ecoando algo que soou como “estás buscando alojamiento?”.
Imediatamente, paramos a moto, curiosos e esperançosos. O jovem se aproximou e, através de uma mistura improvisada de espanhol, português, portunhol e outras palavras criativas que surgiam no calor do momento, conseguimos nos comunicar. Ele se apresentou como Nicolás – um nome que, por si só, já sugeria ser de alguém amigável e confiável – e rapidamente fez uma ligação. Em seguida, subiu na garupa de uma moto trail, indicando com um gesto para seguirmos ele e seu companheiro.
Avançando pelas serpenteantes ruas de areia, Nicolás e seu amigo logo desapareceram de vista, deixando-nos em uma caçada cautelosa para não fazer nenhuma presepada, nem deixar a Formosa, nossa companheira de mais de 350 quilos de pura formosura, atolar na areia fina.
A noite já começava a se anunciar quando finalmente chegamos à casa do amigo de Nicolás. A residência, usualmente alugada por temporada, mostrava sinais de não ser habitada há algum tempo.
No entanto, possuía exatamente o que mais necessitávamos: um refúgio com teto, banheiro e o luxo de um chuveiro com água quente. Para nossa grata surpresa, o valor proposto para a estadia era significativamente mais acessível do que todas as outras opções que havíamos considerado até então.
Aceitamos a oferta sem hesitar e realizamos o pagamento em dinheiro ao simpático Nicolás, que demonstrou ser extremamente prestativo e acolhedor. Ele chegou até a nos oferecer mais assistência, perguntando se precisávamos de algo a mais, talvez algumas ervas naturais, frescas e de boa procedência, caso tivéssemos interesse.
Diante de nossa resposta negativa (pois já trazíamos conosco uma ótima erva-mate de origem brasileira), acompanhada de um sorriso, Nicolás e seu amigo, este último de poucas palavras e cuja fala nos era completamente incompreensível, nos deixaram com votos sinceros de uma boa estadia.
Para combater o frio, iniciamos nossa noite com um chá natural aconchegante, seguido por um revigorante banho de água quente. Depois, encaramos uma caminhada de cerca de 3 quilômetros até a famosa Playa de los Pescadores, em busca de algo para comer.
Contrariando nossas expectativas, encontramos as ruas surpreendentemente vazias e a maioria dos restaurantes e lanchonetes fechados. Felizmente, nossa sorte mudou ao descobrirmos a Pizzería La Cascaruda, um oásis gastronômico com suas portas abertas.
Lá, tivemos o prazer de saborear uma autêntica pizza uruguaia, servida em formato retangular, e nos aventuramos a experimentar pela primeira vez a irresistível fainá uruguaia.
Até então desconhecida por nós, a fainá é uma espécie de massa feita com farinha de grão de bico (garbanzo), geralmente coberta com queijo e pimenta, um acompanhamento tradicional das pizzas no Uruguai, herança culinária dos imigrantes italianos.
Após o delicioso jantar, fizemos o caminho de volta ao nosso local de pernoite, enfrentando o forte vento gelado que caracteriza as noites da região, enquanto adoçávamos o percurso com um enorme e muito bem recheado alfajor caseiro.
Na manhã de segunda-feira, acordamos cedo, prontos para aproveitar o dia. Organizamos nossos pertences, preparamos as mochilas com itens essenciais – água, erva-mate e cuia – e nos lançamos para explorar ainda mais as belezas de Punta del Diablo, Uruguai.
O paradisíaco balneário uruguaio de Punta del Diablo, com seu entorno de verde vibrante da vegetação nativa e cercado pelas águas cristalinas do Oceano Atlântico, possui um ar místico e cativante.
Originário de uma vila de pescadores, o local preservou suas tradições e se estabeleceu como um dos destinos turísticos mais procurados do departamento de Rocha, no Uruguai.
Logo nos primeiros minutos de nossa caminhada, nos deparamos com a espetacular Playa de la Viuda, também conhecida como a Praia Brava de Punta del Diablo.
A Playa de la Viuda é tida como um dos melhores pontos para surf da costa uruguaia, devido à sua orientação voltada para o sul e às ondas que criam picos desafiadores e convidativos para os surfistas.
Cruzando a Playa de la Viuda, ladeados por imponentes dunas, alcançamos uma deslumbrante ponta rochosa. Entre saltos cuidadosos sobre as pedras, encontramos o caminho para as areias da renomada Playa de los Pescadores.
Esta praia emblemática, coração pulsante do balneário, é adornada por coloridos barcos de pesca artesanal, símbolos vivos de Punta del Diablo, Uruguai.
Defronte à Praia dos Pescadores, encontra-se a vibrante feira de artesanato, cercada por uma variedade de lojas e uma rica seleção de restaurantes e lanchonetes.
Na feirinha de Punta del Diablo os visitantes têm a oportunidade de saborear os buñuelos de algas, uma especialidade culinária da região litorânea de Rocha, preparada com algas frescas coletadas diretamente do mar.
A origem do nome Punta del Diablo remonta a uma história marcada por numerosos naufrágios na região no século passado, tornando-a infame e lendária.
Por volta dos anos 1940, mais precisamente em 1942, o local tornou-se um ponto de encontro para pescadores de tubarão. Eles se dedicavam à extração de óleo desses animais, uma mercadoria valiosa na época, que era exportada e utilizada na produção de alimentos durante a Segunda Guerra Mundial.
Após concluirmos nossa caminhada pelas areias da Playa de los Pescadores, chegamos a outra impressionante formação rochosa, um divisor natural que separa esta praia da tranquila Playa del Rivero.
Encontramos um lugar perfeito para nos sentarmos e dedicamos momentos preciosos para apreciar nosso chimarrão, mergulhando na energia pacífica do local. Estávamos completamente envolvidos pela suave brisa marinha, harmonizados com o som relaxante das ondas quebrando contra as pedras e o melodioso canto dos pássaros ao redor.
A atmosfera de Punta del Diablo, no Uruguai, evocou em nós lembranças da Guarda do Embaú e da Praia do Rosa, localizadas no litoral de Santa Catarina, no Brasil.
Curiosamente, percebemos que a maresia presente em Punta del Diablo tem uma semelhança notável com a que se faz sentir na Praia do Moçambique e na Praia Mole, em Florianópolis.
Há um aroma distinto nesse local, reminiscente de um autêntico salão de festas a vapor, marcado pelo frescor salgado do oceano, que se entrelaça de forma mágica com a essência natural circundante.
À medida que o relógio se aproximava do meio-dia, nos despedimos das encantadoras praias de Punta del Diablo e iniciamos nossa caminhada de retorno à residência que nos acolheu durante a noite.
Após carregar a Formosa, observamos a formação de imponentes nuvens negras no horizonte. Com isso, partimos da cidade, seguindo pela Ruta Nacional 9 em direção ao sul, antecipando novas aventuras mesmo sob a promessa de um tempo tempestuoso.
Após percorrer aproximadamente 20 quilômetros, desviamos nossa rota para uma estrada de terra e areia, guiando-nos à fabulosa La Esmeralda.
Este balneário, praticamente virgem, está aninhado entre dunas majestosas e bosques encantadores, apresentando-se como um refúgio natural de beleza única.
A cidade uruguaia de La Esmeralda, atualmente, abriga aproximadamente 200 residências, oferecendo opções de hospedagem e alimentação, além de áreas destinadas ao camping.
La Esmeralda revela-se uma escolha primorosa para aqueles em busca de serenidade e momentos de reflexão, imersos na natureza em sua forma mais autêntica.
Destaca-se também a singularidade na nomenclatura de suas principais vias, com nomes evocativos como “La Buena Vida”, “La Siesta”, e “La Maga”, que por si só convidam ao relaxamento e à introspecção.
À medida que a chuva anunciava sua chegada, capturamos algumas últimas fotos na Playa La Esmeralda antes de retomarmos nossa jornada pela Ruta 9.
Ao chegarmos a Castillos, nos despedimos dessa emblemática rodovia uruguaia para mergulharmos na Ruta 16. Foi nesse instante que a chuva decidiu nos envolver em seu abraço líquido.
Cercados por um espetacular cenário de palmeiras butiá odorata, característico dos Palmares de Rocha (o mesmo ecossistema encantador que exploramos próximo a San Luis al Medio), fizemos uma pausa estratégica para nos equiparmos com nossas capas de chuva.
Chegando em Aguas Dulces sob uma chuva incansável, aproveitamos para fazer uma parada e explorar brevemente este encantador balneário, cujo nome deriva de uma fonte de água doce que, segundo histórias, existia na praia onde o balneário foi estabelecido.
Especula-se que esta fonte possa ter sido encoberta pelas dunas ao longo do tempo, pois não é mais visível hoje.
Um cordão de segurança amarelo bloqueava o acesso à Playa Aguas Dulces, aparentemente fechada devido aos efeitos de uma forte ressaca que havia danificado várias estruturas costeiras, incluindo um extenso deck que se projetava mar adentro, do qual restavam apenas fragmentos de madeira espalhados pela areia.
Após nossa saída de Aguas Dulces, a chuva finalmente decidiu dar uma pausa, permitindo-nos chegar ao Balneário Barra de Valizas sob condições climáticas mais amenas.
Barra de Valizas, um vilarejo encantador e de espírito alternativo, deve seu nome ao Arroio Valizas, que serve como uma divisa natural entre ele e o Parque Nacional Cabo Polonio.
Aproveitando a atmosfera única de Barra de Valizas, que mistura a tranquilidade de uma pequena comunidade litorânea com um ambiente boêmio e acolhedor, fizemos uma pausa para nos reidratar e saborear um lanche composto por medialunas, alfajores e ojitos.
Este momento foi uma oportunidade perfeita para absorver a energia local e desfrutar de uma experiência autêntica e próxima à natureza, características que atraem visitantes de diversas partes em busca de tranquilidade e uma conexão mais profunda com o ambiente natural.
Barra de Valizas, no Uruguai, com sua vibração relaxada e acolhedora, oferece o cenário ideal para tais momentos de pausa e apreciação.
Devidamente alimentados voltamos a subir na moto e nos despedimos de Barra de Valizas pela Ruta 10.
Entre uma pancada de chuva e outra superamos pouco mais de 50 quilômetros pela estrada asfaltada até chegar, ao cair da tarde, à acolhedora La Paloma, onde nossa amiga Gisela (uma amizade preciosa feita em Treinta y Tres, graças à intermediação de Rosário), nos ofereceu gentilmente uma de suas charmosas cabanas, garantindo uma estadia inesquecível nesta cidade que se revela um autêntico paraíso no Uruguai.
Trajeto percorrido entre o Parque Nacional de Santa Teresa e La Paloma:
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
ola viajantes
boa viagem a voces
tudo de bom
tambem faço pequenas viagem aqui em tocantins; de moto,
não tenho certeza; mas acho que conheci voces em palmas to
a alguns anos atras
estava eu e familia em uma cachoeira em um balneario em taquarruçu
distrito de palmas to.
Olá Elder, tudo bem?
Obrigado por comentar e viajar conosco!
Sim, nos conhecemos em 2018 na Cachoeira da Roncadeira em Taquaruçu. Momento eternizado através de fotos e relatos nesta postagem.
Maravilha, bons ventos para o amigo. Nos vemos nas estradas!
Abraços…
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
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