Chuy • Expedição 2022: Uruguay • La Coronilla • Rocha • Uruguai
Parque Nacional de Santa Teresa: Acampamento, Praias Paradisíacas e a História da Fortaleza
14 de Agosto, 2022Encante-se com o balneário La Coronilla e o Parque Nacional de Santa Teresa no Uruguai: lindas praias, cabanas, camping e a histórica Fortaleza de Santa Teresa.
A manhã de quarta-feira despertou magnífica no extremo sul brasileiro. Iniciamos o dia na Barra do Chuí aquecendo-nos com um delicioso café antes de embarcar na Formosa, prontos para regressar ao amado Uruguai.
Nossa jornada pelo país vizinho continua, agora explorando as inúmeras maravilhas do departamento de Rocha. Além das praias paradisíacas que aguardam ser descobertas, atrativos históricos como o Parque Nacional e Fortaleza de Santa Teresa despertam o nosso interesse, prometendo uma experiência enriquecedora e repleta de história.
A propósito, compartilhamos uma curiosidade recentemente descoberta (ao menos por nós): a maioria dos brasileiros reconhece o Chuí como o ponto mais ao sul do Brasil. No entanto, algo menos conhecido é que existem três referências ao Chuí no sul do país:
- O município denominado Chuí, localizado no Rio Grande do Sul;
- O balneário chamado Barra do Chuí, que pertence ao município de Santa Vitória do Palmar, também no Rio Grande do Sul;
- O Arroio Chuí, um pequeno curso d’água que atravessa as terras de ambos os municípios, Chuí e Santa Vitória do Palmar, servindo como divisa natural entre o Brasil e o Uruguai.
Muitas pessoas costumam pensar que o ponto mais meridional do Brasil está no município gaúcho chamado Chuí. Mas, a realidade é que o ponto mais ao sul do Brasil está localizado no balneário Barra do Chuí, que, por sua vez, é parte do município de Santa Vitória do Palmar. Portanto, o município mais ao sul do Brasil é Santa Vitória do Palmar, não Chuí.
Retornando à nossa jornada, percorremos alguns poucos quilômetros do local de pernoite até alcançar o centro de Chuí. Lá, uma via se destaca, servindo como divisor de águas ou elo entre dois países: de um lado, a imponente Avenida Uruguay, na cidade de Chuí – Rio Grande do Sul – Brasil; do outro, a convidativa Avenida Brasil, na encantadora Chuy – Rocha – Uruguai.
Sem deixar escapar a oportunidade, conduzimos a Formosa por ambas as avenidas. Capturamos algumas fotos memoráveis no local e, por fim, adentramos à República Oriental do Uruguai.
Se a ideia de desbravar as maravilhas do Uruguai já passou pela sua mente, mas você tem dúvidas por onde começar, fique tranquilo. Nós preparamos uma página exclusiva dedicada a viagens para este país, transformando-se em um autêntico guia de viagens pelo Uruguai.
Explore informações sobre os documentos necessários para entrar no Uruguai, mapas detalhados, atrativos naturais, destinos históricos e culturais, além de valiosas dicas e informações úteis.
Ao regressar para o Uruguai, aproveitamos para adquirir itens essenciais e abastecer-nos em alguns dos diversos freeshops de Chuy.
Posteriormente, seguimos pela Ruta 9 em direção ao sul, alcançando a encantadora cidade balneária de La Coronilla.
Na cidade, encontramos uma casa para alugar por um valor acessível que dispunha do objeto dos sonhos de qualquer viajante: uma máquina de lavar roupas! Ao nos depararmos com essa preciosidade tão desejada, não hesitamos e reservamos imediatamente duas noites. Como chegamos no meio da tarde, aproveitei para descarregar completamente a Formosa.
Enquanto isso, a Sayo preparou uma irresistível tortinha. Ela combinou uma massa de aveia com banana, cacau 100% alcalino e sementes, recheando-a com doce de banana caseiro, raspas de limão siciliano e especiarias. A finalização perfeita incluiu a cobertura com o inigualável dulce de leche uruguaio, fatias de banana e gotas de chocolate amargo. Sim, estava deliciosa!
No dia seguinte, dedicamos nosso tempo à organização da casa. Não a que alugamos, mas a que carregamos na Formosa. Aproveitamos ao máximo a máquina de lavar roupas, que nos pregou uma peça ao parar de funcionar em determinado momento, nos assustando. No entanto, logo constatamos com a proprietária que o bairro enfrentava uma falta de água temporária.
Além de lavar as roupas, tiramos o dia para limpar a barraca Naturehike Cloud UP, os equipamentos de camping, os trajes de viagem de moto, os capacetes, os utensílios de cozinha, a cuia térmica e até mesmo as malas e mochilas. Um verdadeiro dia de lavoro!
Ao término do dia, estávamos fisicamente exaustos, mas satisfeitos com o resultado. Todos os itens estavam devidamente limpos e organizados, prontos para seguirmos viagem no dia seguinte.
Eram 11h30 da manhã de sexta-feira quando nos despedimos da casa e, finalmente, fomos conhecer a charmosa Playa La Coronilla.
Que maravilha! Ao chegarmos ao final da rua, que nos presenteou com uma vista incrível do Oceano Atlântico, encontramos um amplo e limpo deck de madeira.
Ali, sentamo-nos em um banco na sombra e desfrutamos de refrescantes iogurtes naturais com frutas vermelhas. Passamos um bom tempo apreciando a imensa beleza natural ao nosso redor.
A cidade de La Coronilla, no Uruguai, abriga pouco mais de 500 habitantes e exibe cerca de 8 quilômetros de praias praticamente intocadas, rodeadas pelos singulares Palmares de La Coronilla.
Seu nome tem origem nos amplos bosques de coronillas, uma espécie de planta com lindas flores amarelas, que milenarmente predominavam na região.
A tentação de ficar mais um dia em La Coronilla, Rocha, para explorar suas belezas naturais era enorme, mas decidimos seguir adiante. Saindo da praia, fomos até a Puente Colgante (ponte pênsil), um símbolo do balneário.
Depois passamos próximo do Centro de Tortugas Marinas Karumbé, que, infelizmente, estava fechado, e então partimos pela Ruta 9.
Balneário La Coronilla – Rocha
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Menos de 10 quilômetros adiante, em uma longa reta, percebemos marcas distintas no asfalto e um alargamento da via. Estacionamos a moto no acostamento e uma placa confirmou nossas suspeitas: estávamos rodando por uma pista de pouso emergencial de avião, em plena Ruta 9.
Esta é uma zona constantemente sujeita a riscos de incêndios florestais, razão pela qual foi estabelecida uma pista de emergência na rodovia nacional.
Essa infraestrutura permite que aviões e helicópteros aterrissem e decolem, transportando pessoal, reabastecimento, materiais médicos, alimentos e outros recursos necessários.
A Formosa adorou a experiência de percorrer uma pista de avião :) Poucos quilômetros depois, chegamos a um dos parques mais importantes do Uruguai: o Parque Nacional de Santa Teresa.
Com seus impressionantes 3.200 hectares, o Parque de Santa Teresa se destaca como um dos maiores parques criados pelo homem em todo o mundo, oferecendo uma fusão perfeita entre beleza natural e tranquilidade.
A entrada no Parque de Santa Teresa, administrado pelo exército uruguaio, é gratuita. Este amplo espaço natural ostenta mais de 2 milhões de árvores exóticas e nativas, quatro praias deslumbrantes, sombráculo, invernáculo, áreas para avistamento de aves, refúgio silvestre e pitorescas trilhas.
O Parque Santa Taresa, no Uruguai, oferece opções gastronômicas diversificadas, que incluem restaurantes, lanchonetes e padaria, além de conveniências como mercado, cabanas para hospedagem, hostel e áreas para camping.
Com tantas opções, ao chegarmos à entrada do parque, decidimos adquirir ingressos para desfrutar de duas noites acampando. Curiosamente, a permanência mínima para aproveitar a área de camping é precisamente de duas noites.
Camping do Parque Nacional de Santa Teresa
Se você é um entusiasta do campismo e aprecia experiências incríveis e imersivas na natureza, não pode deixar de acampar no camping do Parque Nacional de Santa Teresa. Este local é extremamente seguro, situado dentro de uma área protegida pelo Exército Uruguaio, e oferece uma ótima estrutura.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Camping do Parque Nacional de Santa Teresa partindo do centro de Montevideo – Montevideo – Uruguai:
Contatos do Camping do Parque Nacional de Santa Teresa
- Endereço: Ruta 9, Km 302 | Rocha – Uruguai
- Telefones: +598 4477 2103 | +598 092 678 631
- E-mail: contacto@ejercito.mil.uy
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Parque Nacional de Santa Teresa.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 8h00 às 20h00 | Temporada de verão
- Terça a domingo: 8h00 às 18h00 | Demais períodos do ano
Valores de Ingresso
- Público em geral: $210 | A noite por pessoa em área sem ponto de água e luz
- Público em geral: $260 | A noite por pessoa em área com ponto de água e luz
*Todos os preços estão em pesos uruguaios.
**Só é aceito pagamento em dinheiro e em pesos uruguaios.
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Comodidades e Informações Úteis
A seguir, apresentamos uma lista detalhada das comodidades oferecidas no Camping do Parque Nacional de Santa Teresa, acompanhada de informações essenciais para a sua estadia:
Área coberta para barraca:
Não
Área para fogueira:
Sim
Banheiro:
Sim | Femininos e masculinos
Churrasqueira:
Não
Chuveiro:
Sim | Com água quente
Cidade mais próxima:
Punta del Diablo | 8 km
Cozinha:
Não
Estacionamento ao lado da barraca:
Sim | Em área aberta
Iluminação:
Sim
Internet:
Não
Quadra esportiva:
Não
Lanchonete ou restaurante próximo:
Sim | Dentro do Parque Nacional de Santa Teresa
Mercado ou armazém próximo:
Sim | Dentro do Parque Nacional de Santa Teresa
Mesa com bancos:
Não
Permite animais de estimação:
Não
Piscina:
Não
Playground:
Não
Ponto de água:
Sim
Ponto de luz (tomada):
Sim (220V)
Sinal de celular:
Sim
Tanque para lavar roupa:
Sim | Em área aberta
Valor:
$210 | A noite por pessoa
$260 | A noite por pessoa em área com ponto de água e luz
Ao se aproximar o fim do dia, já dentro do Parque Nacional de Santa Teresa, Uruguai, percorremos mais de 5 quilômetros pelas estreitas vias asfaltadas que cortam a ampla área. Nossa parada foi no Camping La Moza, o único ponto de acampamento habilitado no momento devido à baixa temporada.
Sim, o Parque Nacional de Santa Teresa conta com diversas áreas de camping, sendo capaz de receber até 10.000 campistas simultaneamente!
Existem dois tipos de espaços disponíveis: 189 espaços demarcados com ponto de luz e água para cada barraca montada (optamos por uma área dessas) e 1.810 espaços demarcados mais rústicos, sem pontos de luz e água.
Todos os espaços destinados ao camping oferecem a possibilidade de estacionar o carro ou moto ao lado da barraca, têm espaço para fogueira e proporcionam fácil acesso aos banheiros e chuveiros.
Naquela gelada noite de sexta-feira, para nossa surpresa, éramos os únicos a acampar no vasto Parque Nacional de Santa Teresa. Agilmente, montamos a barraca e organizamos nossas coisas.
Ao contemplar o oeste, presenciamos os últimos raios solares formando um cenário fabuloso entre as árvores. A luz iluminava uma pequena névoa no horizonte e pintava o céu com uma infinidade de cores.
De imediato, preparamos um mate especial de primeira em nossa cuia térmica Stanley e partimos explorar a estrada, correndo até nos depararmos com um portão fechado que interrompia a passagem pela via. Mais adiante, avistávamos uma enorme estátua e a silhueta imponente da Fortaleza de Santa Teresa, Uruguai.
Sem hesitar, pulamos o portão e caminhamos até a bela estátua onde a figura do General Leonardo de Oliveira está montado em seu cavalo, olhando em direção à fortaleza. Era exatamente onde o Astro Rei se despedia do dia.
Ali, aos pés do monumento, desfrutamos do chimarrão em silêncio, apreciando o canto dos pássaros. O silêncio foi interrompido apenas uma vez pela rápida passagem de dois moto viajantes em suas robustas motos BMW R 1200 GS.
Com a histórica Fortaleza de Santa Teresa compondo o cenário, testemunhamos um pôr do sol que jamais será esquecido: simplesmente magnífico!
Com a chegada de um forte vento frio, a noite caía sobre nós. Retornamos à área de camping, onde pegamos os cookies integrais preparados pela Sayo durante a manhã, e decidimos caminhar até a beira do mar, mais precisamente na Punta de la Moza.
Na Punta de la Moza, deparamos com uma alta estrutura de madeira, uma espécie de deck. Em seu topo, há um grande banco projetado para observar baleias.
Ali, nos acomodamos, degustamos as delícias preparadas pela Sayo e nos encantamos com a deslumbrante quantidade de estrelas que pudemos admirar no céu.
Aos poucos, a imensidão do mar foi se iluminando. Exatamente à nossa frente, emergia do horizonte a majestosa lua.
Não era um luar comum: era nada mais, nada menos que o surgimento da última superlua do ano.
Uma sensação indescritível. Apenas nós, sentados no Mirador de Ballenas do Parque Nacional de Santa Teresa, contemplando tamanha beleza natural.
Beneficiando-nos de toda a energia local, cercados por uma natureza incrível, imersos em um silêncio absoluto. Apenas o quebrar das ondas nas areias da praia e o canto esporádico de aves rompiam a quietude, tudo acompanhado por um vento que abraçava e envolvia.
Maravilhados, passamos algumas horas na Punta de la Moza, absorvendo a magnificência do local, antes de retornar à área de camping para desfrutar de uma noite de sono que se revelaria reconfortante em partes.
A noite começou de maneira serena, envolta em tranquilidade. No entanto, fomos abruptamente despertados pelo som ensurdecedor de músicas em um volume extraordinariamente alto.
Parecia que estávamos no meio de uma rave, embora as batidas não fossem eletrônicas; era um ritmo peculiar, algo que nunca tínhamos ouvido antes, entoado em espanhol. Embora as músicas em si não fossem tão ruins, o desafio real residia na cantoria entusiasmada dos nossos novos vizinhos de acampamento.
O Parque de Santa Teresa, no Uruguai, tem aproximadamente 3.000 hectares de área, e nossos novos vizinhos escolheram montar acampamento justamente a poucos metros de nós. Algo super natural, desde que respeitada as regras, em especial a que diz respeito ao silêncio.
Até então, no Uruguai, havíamos experimentado a serenidade única do Parque Municipal Quebrada de los Cuervos e a tranquilidade isolada do Camping El Capricho, onde éramos os únicos a desfrutar da área de camping, embalados apenas pelos sons da natureza, como pássaros, corujas e outros animais.
No entanto, como viajantes na estrada, estamos cientes de que situações diversas podem surgir, e a melhor abordagem é encarar esses momentos com bom humor. Até consideramos juntar-nos à festa dos novos vizinhos, mas essa opção foi logo descartada! 😄
Ao raiar do sábado, o silêncio finalmente retornou à área de camping do Parque Nacional de Santa Teresa. Nossos vizinhos, após uma noite animada, desligaram os aparelhos sonoros e, ao que tudo indicava, desmaiaram caíram no sono.
Cogitamos a ideia de testemunhar o nascer do sol na Punta de la Moza, mas uma névoa densa indicava que nossa tentativa seria infrutífera. Em vez disso, optamos por organizar calmamente algumas coisas no acampamento, escovar os dentes e, mais tarde, munidos de nosso pequeno fogareiro a álcool e uma prensa francesa, caminhamos até a Punta de la Moza, onde degustamos um café matinal enquanto apreciávamos a vista deslumbrante.
Parque Nacional de Santa Teresa
O Parque Nacional de Santa Teresa é um verdadeiro ícone uruguaio, repleto de atrações que vão além das praias selvagens, incluindo espaços dedicados à observação de aves, invernáculo, sombráculo, e, é claro, a imponente Fortaleza de Santa Teresa.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Parque Nacional de Santa Teresa partindo do centro de Chuy – Rocha – Uruguai:
Contatos do Parque Nacional de Santa Tereza
- Endereço: Ruta 9, Km 302 | Rocha – Uruguai
- Telefones: +598 4477 2103 | +598 092 678 631
- E-mail: contacto@ejercito.mil.uy
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Parque Nacional de Santa Teresa.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 8h00 às 20h00 | Temporada de verão
- Terça a domingo: 8h00 às 18h00 | Demais períodos do ano
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 3 dias
Recursos para sua Visita
Formato: PDF | Tamanho: 1,2 MB
Web Story
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Após o desayuno, retornamos ao espaço de camping, tomamos um banho quentinho, embarcamos na moto e rodamos aproximadamente 5 km até chegar a um local que abriga cantinas militares, mercado, centro de informações turísticas, área administrativa do parque, caixas eletrônicos, enfermaria, centro de bombeiros e padaria.
Lá, compramos água, fiambres, doces, medialunas e alguns pães, incluindo um que chamou bastante a atenção: chicharrón, um lindo pão em forma de meia lua que reluzia e aguçava nossas lombrigas.
Com as sacolas em mãos, caminhamos até uma charmosa loja de lembrancinhas, estrategicamente posicionada sobre uma pequena cascata artificial que forma uma rede de arroios com belas pontes de madeira em formato de arco.
Ali encontramos um banco na sombra, de frente para a cascata, perfeito para experimentarmos o tal chicharrón. A massa do pão, fresquinha, feita com banha de porco, estava deliciosa, porém, o que não sabíamos é que ele era recheado com chicarrón, o que era de se imaginar! Chicarrón é torresmo, descobrimos na hora.
O pão estava super recheado, e devo confessar que o recheio não me agradou muito. No entanto, com fome e sem muitas opções, devoramos o quitute, que deve ser amado por quem gosta da iguaria e pelos cardiologistas.
Após o almoço, torcendo para não ter nenhum contratempo, decidimos explorar o invernáculo. Ao entrar, sentimos a brusca mudança de temperatura, e embalados pelo som de uma relaxante música erudita, nos encantamos com a enorme quantidade e variedade de plantas expostas no local.
O fabuloso invernáculo do Parque de Santa Teresa foi construído em 1939 e abriga predominantemente a flora tropical dos cinco continentes.
Construído em granito e cápsulas de vidro, o invernáculo conta com um sistema de calefação e umidade controlada. Apresenta também um pequeno aquário com espécies de água doce e salgada, dois grandes lagos com carpas koi multicoloridas e um cactário que recria o ambiente desértico.
Enquanto explorávamos o invernáculo, não pudemos deixar de fazer uma comparação com o Jardim Botânico de Curitiba, no Paraná.
Ambos os ambientes são fascinantes e uma visita é altamente recomendada, especialmente para os amantes de botânica.
Diante do invernáculo, destaca-se um belo jardim de rosas, ao lado de um pequeno museu que oferece informações detalhadas sobre o local, uma maquete do parque e a história do significativo historiador uruguaio Horacio Arredondo, que liderou os esforços para a reconstrução da Fortaleza de Santa Teresa a partir de 1928.
Prosseguindo alguns passos, alcançamos o sombráculo, uma estrutura erguida em 1939. Este amplo espaço verde, rico em vegetação, foi projetado para promover o crescimento e desenvolvimento de espécies tropicais exóticas provenientes de diversas partes do mundo.
Os lagos do jardim abrigam uma coleção vibrante de papiros, nenúfares e outras plantas aquáticas, criando um ambiente acolhedor e convidativo, perfeito para desfrutar de momentos de contemplação.
Explorando ainda mais, chegamos à Laguna de Peña, onde uma pequena cabana de madeira proporciona uma observação camuflada e confortável das aves. Bancos estrategicamente posicionados oferecem uma vista privilegiada da lagoa, permitindo apreciar a vida selvagem de forma tranquila.
Logo ao lado da cabana, um caminho se desenrola por uma passarela suspensa de madeira, avançando pelo banhado e terminando no meio da laguna. Nesse ponto, encontramos um espaço sombreado com bancos, que também funciona como mirante, oferecendo uma vista panorâmica da paisagem ao redor.
A Laguna de Peña, a maior reserva de capivaras do Parque Nacional de Santa Teresa, abriga uma diversidade impressionante de fauna, incluindo veados, lontras, preás, entre outros.
Além disso, é um santuário para várias espécies de aves, como tachãs, garças brancas e galinhas d’água.
Próximo à laguna encontra-se o Jardín Uruguayo, um espaço dedicado em homenagem aos nativos da região.
No Jardim Uruguaio, uma estátua representa um Soldado do Sol, membro do povo indígena Arachane. De acordo com o colunista Ruy Díaz de Guzmán, os Arachanes eram uma tribo numerosa, de origem guaranítica, composta por pessoas robustas e dispostas.
Infelizmente, nos fins do século XVII, foram dispersados e posteriormente exterminados principalmente por mamelucos provenientes de São Paulo.
No meio da tarde retornamos ao Camping La Moza, preparamos um tradicional mate e iniciamos uma relaxante caminhada até a Playa de las Achiras.
Esta praia rústica, adornada por uma ampla faixa de areias finas, parecia ser exclusivamente nossa – e de algumas pacíficas vacas que aproveitavam o dia ensolarado para desfrutar de uma prainha tranquila. Uma experiência única em meio à natureza preservada e à serenidade das ondas beijando a costa.
O nome da praia é uma homenagem à planta achira, presente na exuberante vegetação que envolve suas margens.
Vale destacar que o Parque Nacional de Santa Teresa é o maior Parque Nacional do Uruguai e abrange uma extensão de 12 quilômetros de praias deslumbrantes, que se estendem desde o imponente Cerro Verde até o charmoso balneário de Punta del Diablo. Entre as notáveis opções, encontram-se:
- Playa Grande: Localizada na divisa com Punta del Diablo, é uma faixa costeira que se destaca pela sua imponência.
- Playa del Barco: Uma opção menos movimentada, ideal para quem busca um refúgio mais tranquilo à beira-mar.
- Playa Achiras: A praia atual onde nos encontramos, conhecida por sua acessibilidade e excelentes oportunidades de pesca.
- Playa la Moza: Famosa entre os surfistas, é considerada uma das praias com as melhores ondas em todo o Uruguai.
Cada uma dessas praias no Parque Nacional de Santa Teresa oferece uma experiência única, proporcionando aos visitantes uma ampla variedade de cenários e atividades para desfrutar durante a estadia.
Guiados pelo prazer do mate, exploramos as suaves areias da Playa Achiras, alcançando rapidamente o topo da Punta de la Moza. Ali, encontramos um local sombreado perfeito para apreciar nosso mate enquanto saboreamos os irresistíveis ojitos uruguaios.
Para os não iniciados, ojitos são delicados biscoitinhos amanteigados, geralmente recheados com doce de leite ou compotas de frutas. Na Argentina, são conhecidos como pepas.
Nada como a combinação única de paisagens deslumbrantes, o calor do mate e o prazer indulgente dos ojitos para tornar esse momento verdadeiramente inesquecível.
Antes que o sol desse lugar ao crepúsculo, regressamos à área de camping. Preparamos nossos equipamentos e nos dirigimos em direção à imponente Fortaleza de Santa Teresa.
Recordando a visão do dia anterior, sabíamos que nas proximidades existiam instalações que, durante a alta temporada, se transformam em lanchonetes ou restaurantes. Encontramos mesas e bancos vazios, e decidimos utilizar um desses espaços para desfrutar de um jantar mais confortável.
Embora não tenhamos registrado fotos do momento, o resultado foi um irresistível refogado de pimentão, cebola, tomate e batatas, acompanhado por uma refrescante salada de alface com tomate.
Durante a noite, revisitamos a deslumbrante Punta de la Moza, onde pudemos escutar o mar, olhar a lua e sentir a leveza da vida. Já passava das 23h00 quando decidimos ir descansar.
Felizmente, nossos vizinhos colaboraram durante a madrugada, proporcionando uma noite de sono silenciosa, tranquila e revigorante.
No domingo, que marcou tanto o Dia dos Pais no Brasil quanto o Dia das Crianças no Uruguai, o Parque Nacional de Santa Teresa acordou envolto em um manto de umidade e densa neblina.
No entanto, à medida que as horas avançavam, o azul do céu timidamente se revelava, transformando o dia em uma radiante jornada, com um céu azul deslumbrante, ideal para explorar a histórica Fortaleza de Santa Teresa.
Fortaleza de Santa Teresa | Parque Nacional de Santa Teresa
Construída pelos portugueses em 1762, sujeita a sucessivas mudanças de domínio entre espanhóis e portugueses até 1828, quando finalmente foi incorporada à República Oriental del Uruguay, a Fortaleza de Santa Teresa emerge como um dos destinos históricos mais notáveis do Uruguai.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Fortaleza de Santa Teresa partindo do centro de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos da Fortaleza de Santa Tereza
- Endereço: Ruta 9, Km 305 | Rocha – Uruguai
- Telefone: +598 4474 6541
- E-mail: divmuseo22hh@ejercito.mil.uy
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial da Fortaleza de Santa Teresa.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 8h00 às 19h00 | De dezembro a 1º de março
- Todos os dias: 10h00 às 17h00 | Demais períodos do ano
Valores de Ingresso
- Público em geral: $50
- Maiores de 65 anos: Gratuito
- Crianças até 12 anos: Gratuito
*Todos os preços estão em pesos uruguaios.
**Só é aceito pagamento em dinheiro e em pesos uruguaios.
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 4 horas
Web Story
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Após adquirir os ingressos, iniciamos a exploração do Forte de Santa Teresa, erguido em 1762 pelos portugueses. Antevendo um possível conflito com a Espanha, os lusos decidiram fortificar esse ponto, então conhecido como Castillos Chicos, acesso ao caminho de La Angostura.
O Coronel Tomás Luis Osorio deu início às obras que foram interrompidas em 1763 pelo avanço do Governador de Buenos Aires, Dom Pedro de Cevallos, que ocupou San Miguel e Santa Teresa.
Os espanhóis retomaram as obras no Forte de Santa Teresa, desenhando um pentágono irregular com cinco baluartes, totalizando um perímetro de 642 metros. Os robustos muros do forte foram construídos com uma dupla parede de granito, unidas por estribos.
O espaço entre essas paredes foi preenchido com terra e escombros, criando o caminho de ronda, projetado para resistir às vibrações dos disparos da artilharia inimiga.
A Fortaleza de Santa Teresa trocou de mãos entre portugueses e espanhóis ao longo dos anos, em uma série de episódios, até que, em 1828, encontrou seu lar definitivo ao se tornar parte integral da República Oriental do Uruguai.
Uma curiosidade fascinante é que o extenso Parque Nacional de Santa Teresa foi estabelecido com o propósito específico de preservar a fortaleza.
Declarada Monumento Histórico Nacional em 1927, consolidando sua importância histórica e cultural, a Fortaleza de Santa Teresa, teve sua restauração iniciada no ano seguinte.
Os espaços internos da Fortaleza de Santa Teresa, no Uruguai, foram habilmente convertidos em um museu, recriando em sua maioria os ambientes da fortaleza durante seu apogeu no século XVIII.
Além disso, abrigam um acervo enriquecedor que ilustra a evolução militar durante o domínio espanhol.
É relevante destacar que logo na entrada da Fortaleza de Santa Teresa, um cartaz apresenta dois QR Codes, um em português e outro em espanhol.
Ao serem lidos, esses códigos abrem um aplicativo que narra a história do local, guiando os visitantes por seus ambientes de maneira envolvente e informativa.
Exploramos a fortaleza por algumas horas, um lugar incrivelmente preservado e ideal para um piquenique, além de proporcionar uma experiência cultural enriquecedora.
À medida que os ponteiros do relógio avançavam para além das 13h00, retornamos ao camping, preparamos o almoço e organizamos nossos pertences, carregando a Formosa.
No meio da tarde, despedimo-nos do Parque Nacional de Santa Teresa, rumo a Punta del Diablo. Detalhes dessa próxima etapa ficarão para a próxima postagem.
Acima a imagem do mapa com o trajeto percorrido entre o balneário Barra do Chuí, em Santa Vitória do Palmar – Rio Grande do Sul – Brasil e o Parque Nacional de Santa Teresa, no departamento uruguaio de Rocha, passando pela bela cidade de La Coronilla.
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Bom dia. Conheci esta região em 2014-15. Também entramos pelo Chuí, passamos na Fortaleza de Santa Teresa.e nossa viagem seguiu por Montevideo, Punta dele Leste e por aí afora. Na tua descrição revivi boa parte da nossa viagem. O Uruguai é um país encantador….. A tua Preciosa é uma Shadow? Eu também tenho uma 750cc. É uma tranquilidade na estrada; só fazer as manutenções regulares e temos bons passeios. Meu nome é Roberto Stahnke e moro em São Leopoldo -RS. Abraço
Buenas Roberto! Maravilha, que linda viagem vocês fizeram, ótimo saber que a postagem ajudou a relembrar momentos maravilhosos.
O Uruguai é, de fato, surpreendente. Pouco tempo no país vizinho é o suficiente para fazer valer o lema: Um país pequeno, mas com um coração imenso!
A Formosa é uma Harley-Davidson Heritage Softail Classic. Aqui apresentamos algumas informações sobre ela ;) a Honda Shadow 750 é uma excelente moto, além de apresentar um design estiloso.
Na segunda noite de nossa viagem rumo ao Uruguai pernoitamos em sua cidade, São Leopoldo – RS, na casa de amigos.
Obrigado por viajar conosco. Abraços.
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.