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Viagem de Moto de Erechim (RS) a Quilombo (SC): Cataratas do Salto Saudades – Cataratas de Quilombo
11 de Dezembro, 2021
Viva a experiência de uma viagem de moto de Erechim (RS) até Quilombo (SC), lar das impressionantes Cataratas do Salto Saudades - Cataratas de Quilombo, um conjunto formado por pelo menos sete quedas d’água do Rio Chapecó.
Após alguns meses de pausa nas viagens de moto, decidimos voltar às estradas e tirar a Formosa da garagem. Partimos de Erechim (RS) rumo a um dos cenários naturais mais impressionantes de Santa Catarina, e possivelmente de todo o Sul do Brasil: as deslumbrantes Cataratas do Salto Saudades, também conhecidas como Cataratas de Quilombo. Além do conjunto natural formado por pelo menos sete quedas d’água alinhadas em formato de semicírculo, alimentadas pelo Rio Chapecó, o roteiro ainda revelou o charme do centro de Quilombo (SC), com suas ruas tranquilas, o acolhedor clima das Termas de Quilombo, a praça decorada e os belos casarões de madeira, como a histórica Casa da Cultura.

O sábado amanheceu ensolarado na “Capital da Amizade”, Erechim (RS)! Após um café da manhã reforçado, vestimos os trajes de moto viajantes e subimos na Formosa para um novo passeio sobre duas rodas.

Partimos de Erechim (RS) nas primeiras horas da manhã de sábado, aproveitando o céu azul e a temperatura amena que tornavam o início da viagem ainda mais agradável. A sensação de voltar à estrada, após tantos meses de pausa, era quase tão boa quanto a expectativa pelo destino que nos aguardava.

O trecho inicial pelo sentido noroeste da BR-480 levou-nos a atravessar pequenas localidades como Barão de Cotegipe e São Valentim, até nos aproximarmos de Erval Grande (RS). Cada uma dessas cidades carrega histórias ligadas à agricultura familiar, que ainda hoje sustenta boa parte da economia local.

O movimento na estrada estava tranquilo, permitindo contemplar a paisagem rural típica da região, marcada por campos cultivados e propriedades familiares.

De Erval Grande até a localidade de Goio-Ên, situada exatamente na confluência dos rios Passo Fundo, Lajeado Grande e Uruguai (este último servindo de divisa natural entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina), encontramos a rodovia recentemente revitalizada.

A nova pavimentação fez toda a diferença, especialmente quando recordamos nossa passagem por ali durante o último dia da Moto Expedição 2021: Guartelá – Iguaçu, realizada em abril deste ano.

Naquela ocasião, o trecho estava bem desgastado, repleto de remendos, ondulações e buracos, agora, a fluidez era notável, tornando a condução mais agradável, segura e menos cansativa.


Antes de deixarmos definitivamente o território gaúcho, fizemos uma breve parada à beira da rodovia para comprar um saquinho de tangerinas frescas, colhidas ali mesmo na região.


Esse hábito de produtores rurais oferecerem frutas da estação às margens das estradas é muito comum no Sul do Brasil e costuma render ótimos achados para um lanche rápido e natural.


Logo em seguida, cruzamos a imponente ponte sobre o Rio Uruguai e seguimos rumo ao centro de Chapecó (SC), uma das principais cidades do Oeste Catarinense e referência regional em comércio, serviços e agroindústria.


Ao deixar Chapecó, acessamos a SC-157. A estrada serpenteia por entre colinas e áreas agrícolas até Coronel Freitas (SC), município que cresceu impulsionado pela produção de grãos e pela atividade agropecuária, setores fundamentais da economia do Oeste Catarinense.


Poucos quilômetros depois, cruzamos a ponte sobre o Rio Chapecó. Esse rio, além de sua importância ecológica, tem grande relevância energética para a região devido às pequenas e médias usinas hidrelétricas instaladas em seu curso.



Percorrida essa etapa, chegamos ao município de Quilombo (SC), destino escolhido para o passeio do dia.




A colonização de Quilombro ganhou força a partir dos anos 1940, quando famílias de descendentes alemães, italianos e poloneses vindas do Rio Grande do Sul se estabeleceram na região, trazendo consigo técnicas agrícolas e um estilo de vida baseado no trabalho comunitário e na agricultura familiar.



O curioso nome “Quilombo” teria surgido muito antes da chegada desses colonos. Segundo a tradição oral, um soldado, ao avistar um grupo de moradores reunidos em torno de um profeta que anunciava o fim do mundo, comparou aquela comunidade ao Quilombo dos Palmares. A referência inusitada se espalhou e acabou se consolidando com o passar das décadas.



Hoje, Quilombo (SC) possui cerca de 10 mil habitantes e mantém sua economia baseada na agricultura, na criação de bovinos, suínos e aves e em pequenas agroindústrias que valorizam a produção local.



A cidade tem um clima interiorano acolhedor, ruas bem cuidadas e boa infraestrutura para receber visitantes.



Assim que chegamos ao centro, estacionamos a moto e decidimos explorar a cidade a pé. O ritmo tranquilo, típico de municípios menores, tornava o passeio ainda mais agradável.


A primeira visita foi à Igreja Santa Inês, localizada no coração da cidade, um dos marcos da comunidade católica local.


Paróquia Santa Inês – Igreja Matriz de Quilombo (SC)
A Paróquia Santa Inês – Igreja Matriz de Quilombo (SC) abriga ao seu lado uma pequena gruta com a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Paróquia Santa Inês – Igreja Matriz de Quilombo (SC) partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos da Paróquia Santa Inês – Igreja Matriz de Quilombo (SC)
- Endereço: Avenida Coronel Ernesto Bertaso, 1003 – Centro | Quilombo – Santa Catarina – Brasil
- Telefones: (49) 3346-3443 | (49) 99809-0090
Para obter informações mais detalhadas, visite a página oficial do Paróquia Santa Inês – Igreja Matriz de Quilombo (SC) no Facebook.
Horários de Funcionamento
- Segunda a sexta: das 9h às 11h30 e das 13h30 às 17h30
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos


Embora a Igreja Matriz de Quilombo estivesse fechada, observamos ao lado dela uma pequena gruta com a imagem de Nossa Senhora Aparecida.


No mesmo espaço, chama atenção um equipamento utilizado na década de 1960 para fabricar os tijolos usados na construção da igreja e de outras edificações da cidade. Essa peça histórica ajuda a ilustrar o esforço coletivo que marcou o desenvolvimento urbano de Quilombo (SC).


Caminhando pelo centro, chegamos à Praça Municipal Helio Antonio Faresin, decorada de forma encantadora para o Natal.


O ambiente estava bem organizado, com enfeites temáticos, iluminação especial e famílias circulando pelo local, aproveitando o clima festivo que costuma tomar conta das cidades do Oeste Catarinense nesta época do ano.



Ao lado da praça encontra-se o Parque Aquático – Complexo Turístico Termas de Quilombo (SC), um dos principais atrativos urbanos do município. O espaço oferece piscinas de águas termais, toboáguas, rampas molhadas, parque infantil, bar molhado, sauna e até a maior piscina coberta retrátil da América Latina.



As águas sulfurosas da fonte local, únicas no estado de Santa Catarina, são potáveis e conhecidas por suas propriedades terapêuticas, atraindo visitantes de diversas regiões.



No centro da praça, um chafariz com águas dançantes complementa o ambiente, reforçando o clima familiar que caracteriza o espaço público.



Não por acaso, o lema de Quilombo (SC), “Terra boa para se viver, água boa para se beber!”, está diretamente ligado à qualidade e à abundância dos recursos hídricos da região.



Em frente à praça encontra-se a Prefeitura Municipal de Quilombo e, a poucos metros dali, a Casa da Cultura.




O casarão de madeira que abriga o acervo cultural foi construído em 1950 na Linha Barra do Quilombo e pertenceu à família de Ancelmo Guilherme Simon e Aloísia Martha Hannauer Simon.




Doado ao município em 1998, o imóvel tornou-se patrimônio público e hoje preserva uma coleção de objetos, fotografias e documentos que ajudam a contar a história da colonização local, além de manter viva a memória dos primeiros moradores.




Infelizmente, durante nossa visita, a Casa da Cultura de Quilombo estava fechada. Ainda assim, a simples observação do antigo imóvel já compensa a parada. Sua arquitetura típica e a madeira envelhecida pelo tempo renderam belas fotos e reforçaram o valor histórico do local.





Próximo dali, outros casarões de madeira também podem ser observados, cada um revelando características arquitetônicas típicas do interior catarinense da metade do século XX, quando muitas comunidades ainda utilizavam materiais locais e técnicas tradicionais de construção.




Com o calor aumentando e nuvens escuras se aproximando, voltamos à moto para seguir ao próximo atrativo de Quilombo (SC), certamente o mais aguardado do dia: as famosas Cataratas do Salto Saudades.




Tomamos a SC-482 rumo a Santiago do Sul (SC) e, após cerca de 2 km, deixamos o asfalto para entrar em uma estrada de terra em excelente estado, surpreendentemente melhor que muitos trechos asfaltados que já percorremos.




O trajeto corta áreas rurais tranquilas, com paisagens bucólicas que lembram a rotina simples das décadas anteriores.




Apesar da aparente calmaria, um carro passando em alta velocidade levantou um denso nevoeiro de poeira, lembrando-nos de que a região enfrentava um período prolongado de estiagem.




Mesmo assim, a estrada seguia bem sinalizada, com placas indicando o caminho correto em praticamente todas as bifurcações, algo extremamente útil para quem visita a região pela primeira vez.




A região por onde trafegávamos é marcada por propriedades rurais administradas, em sua maioria, por famílias que se dedicam à agricultura de pequeno e médio porte. Ali, cultivos como milho, soja e trigo dividem espaço com áreas de pasto e pequenas criações. Esse modelo produtivo, comum no Oeste Catarinense, foi introduzido pelos imigrantes europeus que se estabeleceram na região e permanece como base econômica até hoje, reforçando a importância da agricultura familiar para o desenvolvimento local.





Esse território também guarda vestígios da presença indígena muito antes da chegada dos colonizadores. Povos do tronco linguístico Jê, especialmente os Kaingang, habitaram amplas áreas do Oeste de Santa Catarina por séculos. Eles utilizavam os vales dos rios Chapecó e Uruguai como rotas de deslocamento e como fonte de recursos naturais.




O Rio Chapecó, onde estão as deslumbrantes Cataratas do Salto Saudades, desempenhou papel essencial na vida dessas populações indígenas e, posteriormente, dos colonos. Suas margens forneciam água, alimento e rotas de comunicação. Além disso, sua força natural moldou o relevo local, criando quedas d’água e corredeiras que, hoje, são importantes atrativos turísticos e também pontos estratégicos para geração de energia elétrica.




Com o passar das décadas, a região passou a receber investimentos em infraestrutura, o que facilitou o acesso a localidades rurais e fortaleceu a integração entre municípios vizinhos. Mesmo assim, boa parte das estradas de terra mantém características rústicas e preservam a autenticidade da vida no campo, algo que chama a atenção de quem percorre a região em ritmo de contemplação.




A cada quilômetro percorrido, a paisagem alternava áreas abertas e trechos de mata secundária, indicando o processo de regeneração natural típico de regiões onde a agricultura convive com fragmentos de floresta. Essa diversidade ambiental torna a viagem mais interessante e reforça a importância da preservação dos recursos naturais, especialmente em locais onde o turismo está em ascensão.




Após percorrer cerca de 18 km de estrada de terra, chegamos ao estacionamento das Cataratas do Salto Saudades – Cataratas de Quilombo, onde a Formosa finalmente pôde descansar. O cenário já impressionava antes mesmo de avistarmos as quedas d’água, com o som das águas ecoando à distância.



Complexo Turístico Cataratas do Salto Saudades | Cataratas de Quilombo
O Complexo Turístico Cataratas do Salto Saudades abriga uma das maiores maravilhas naturais do estado de Santa Catarina: o imponente Salto Saudades, também conhecido como Cataratas de Quilombo. Este espetáculo é formado pelas águas do significativo Rio Chapecó.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Complexo Turístico Cataratas do Salto Saudades partindo do centro de Chapecó – Santa Catarina – Brasil:
Contatos do Complexo Turístico Cataratas do Salto Saudades
- Endereço: Linha Salto Saudades | Quilombo – Santa Catarina – Brasil
- Telefones: (49) 3346-3242 | (49) 99955-3945
- E-mail: turismo@quilombo.sc.gov.br
Para obter informações mais detalhadas, visite a página oficial do Complexo Turístico Cataratas do Salto Saudades no Instagram.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: das 8h às 18h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 4 horas
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O Complexo Turístico Cataratas do Salto Saudades – Cataratas de Quilombo (SC) destaca-se pelas impressionantes quedas que compõem um conjunto formado por, no mínimo, sete cachoeiras majestosas. Dispostas em semicírculo, elas criam um espetáculo natural único, alimentado pelas águas do Rio Chapecó. A força e o movimento constante das águas fazem desse lugar um dos pontos mais surpreendentes do Oeste Catarinense.



O complexo está recebendo melhorias significativas, como passarelas recém-inauguradas, mirantes e um amplo estacionamento. Em breve, novas estruturas como calçadão, restaurante, tirolesa, centro comercial, área pavimentada, sanitários e até um elevador vão ampliar ainda mais a qualidade da experiência dos visitantes.




Trata-se de um processo de valorização turística que tende a colocar as Cataratas de Quilombo em maior evidência no mapa do turismo catarinense.



Com a Formosa devidamente estacionada, caminhamos tranquilamente até um ponto sombreado aos pés de uma árvore, bem de frente para o imponente conjunto das quedas. Ali fizemos um almoço simples e saboroso: as tangerinas compradas pela manhã, chipas caseiras e um refrescante tereré, combinação que se encaixou perfeitamente no clima quente do início da tarde.



Enquanto recarregávamos as energias e observávamos aquela verdadeira maravilha natural, bastaram alguns minutos para sentir a tranquilidade que só ambientes de natureza preservada conseguem transmitir.



O som contínuo das quedas d’água das Cataratas de Quilombo fazia o tempo parecer passar mais devagar, permitindo aproveitar cada momento.



As Cataratas do Salto Saudades são realmente impressionantes. Suas quedas, alimentadas pelo Rio Chapecó, lembram em menor escala tanto as Quedas do Rio Chapecó, em Abelardo Luz (SC), quanto (guardadas as devidas proporções) as Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR). Cada uma possui seu próprio encanto, mas a similaridade na formação geológica cria associações naturais durante a contemplação.



A grandiosidade do cenário também remete ao Salto do Yucumã, a maior queda d’água longitudinal do mundo, localizada no Rio Uruguai, na divisa entre Brasil e Argentina (onde é chamado de Saltos del Moconá). Embora diferentes em escala e extensão, ambos os atrativos compartilham a força bruta das águas e a beleza formada por paredões de basalto característicos da região.



A formação das Cataratas do Salto Saudades está diretamente ligada à história geológica do sul do Brasil. A região faz parte da chamada Província Basáltica do Paraná, resultado de derramamentos de lava ocorridos há milhões de anos. Esses eventos moldaram o relevo e deram origem a formações rochosas que, com o passar do tempo, foram esculpidas pela ação dos rios. É esse processo natural que explica os degraus, paredões e desníveis que tornam as cataratas tão impressionantes.



Além do valor cênico, o local também possui relevância ecológica. O Rio Chapecó abriga espécies de peixes nativos da Bacia do Uruguai, algumas delas sensíveis às alterações ambientais. A vegetação ao redor das cataratas funciona como proteção natural, evitando erosões e mantendo a qualidade da água. Todo esse ambiente forma um ecossistema importante, que reforça a necessidade de preservar o entorno mesmo diante do avanço das estruturas turísticas.



As Cataratas do Salto Saudades ficam exatamente na divisa entre os municípios catarinenses de Quilombo, Santiago do Sul e Entre Rios, ocupando uma área de grande riqueza ambiental e ecológica. A localização estratégica faz com que moradores de diferentes regiões utilizem o atrativo tanto para lazer quanto para atividades ao ar livre.




Permanecemos ali por horas, aproveitando cada detalhe da paisagem enquanto o som das águas se misturava ao canto das aves e ao vento que percorria as árvores ao redor. A harmonia do ambiente tornava difícil decidir a hora de partir.



Após contemplarmos a vista frontal, seguimos pelas passarelas recém-construídas, que avançam sobre o Rio Chapecó e levam os visitantes a poucos metros das quedas.



A força das águas era tamanha que as grades de proteção vibravam, evidenciando a intensidade do fluxo naquele dia. Essa variação no volume do rio é influenciada pela Usina Hidrelétrica de Quebra Queixo, localizada em Ipuaçu (SC), que controla parcialmente o nível da água.



Pouco antes das Cataratas do Salto Saudade ocorre o encontro do pequeno Rio Feliciano com o sinuoso Rio Chapecó. As águas do Chapecó são represadas alguns quilômetros acima, e esse represamento influencia tanto o fluxo das quedas quanto o aspecto visual das corredeiras na parte superior das cataratas.



A junção entre o Rio Feliciano e o Rio Chapecó cria uma zona de forte movimentação de águas, favorecendo habitats importantes para peixes e aves aquáticas. Em determinados períodos do ano, é possível observar espécies migratórias que utilizam o trecho para alimentação ou reprodução, reforçando o valor ecológico da área, que combina beleza natural e diversidade biológica.



Em dias de maior volume, as Cataratas de Quilombo (SC) tornam-se ainda mais impressionantes, formando cortinas de água que se espalham por praticamente toda a largura do cânion.



Esse comportamento variável faz com que cada visita ao local proporcione uma experiência única, já que a paisagem muda de acordo com o período do ano, as chuvas e o nível da barragem a montante.



O Rio Chapecó também possui importância econômica para os municípios vizinhos, seja pelo abastecimento de água, pela irrigação das lavouras ou pelo potencial energético.



As pequenas usinas ao longo de seu curso foram implantadas com o intuito de aproveitar quedas naturais e trechos de corredeiras.




Da passarela, observamos o tempo fechando rapidamente. Como o retorno seria pelo mesmo trecho de terra, concluímos que era hora de partir.



As nuvens já davam sinais de que a chuva poderia chegar a qualquer momento, e, embora bem-vinda pela população local, poderia tornar o caminho de volta mais desafiador para quem estava de moto custom.



Registramos as últimas imagens das Cataratas do Salto Saudades – Cataratas de Quilombo (SC) e voltamos ao estacionamento, onde a Formosa nos aguardava, coberta de poeira e pronta para mais alguns quilômetros de estrada. A moto, mesmo mascarada pela cor do barro seco, parecia exibir certa imponência, como se tivesse participado ativamente do espetáculo natural.



Com mais um lugar especial descoberto, nos despedimos das cataratas e retomamos nossa viagem de moto pelo interior de Quilombo, levantando poeira pelo caminho. A estrada de terra, agora ainda mais seca, deixava um rastro claro atrás da moto, que se desfazia rapidamente com o vento.



Pouco depois de iniciarmos a volta, paramos em um pequeno mercadinho rural para comprar água. As vaquinhas da propriedade nos observavam curiosas enquanto descansávamos alguns minutos e registrávamos algumas fotos do local.



A cena simples e cotidiana lembrava a tranquilidade do interior, em contraste com a imponência das cataratas visitadas minutos antes.



Nessa parada, conversamos brevemente com um morador local, que nos contou sobre as dificuldades enfrentadas pela comunidade devido à longa estiagem. Sem chuva, o pasto diminuía e o abastecimento das famílias se tornava instável, já que muitos dependem de poços ou fontes naturais. Essa conversa reforçou a importância dos recursos hídricos da região e a esperança de que as chuvas retornassem em breve.



Também ouvimos relatos sobre a rotina da agricultura local, baseada principalmente na produção de milho, soja e leite. A seca afeta diretamente essas culturas, gerando uma cadeia de impactos que alcança desde a alimentação dos animais até a renda das famílias. Esses temas fazem parte do dia a dia de quem vive na região e ajudam a entender a relação profunda entre as comunidades rurais e o clima.



As nuvens escuras continuavam ameaçando chuva, mas nenhuma gota caiu, algo que a região, visivelmente seca, realmente precisava. A poeira, no entanto, aumentou durante o trajeto de retorno, exigindo atenção redobrada em alguns trechos da estrada de terra.





Mesmo com a secura e a poeira, o percurso proporcionou vistas privilegiadas do relevo do Oeste Catarinense. As colinas suaves e as áreas cultivadas formavam um mosaico colorido que, visto de certos pontos mais altos, parecia se estender infinitamente. A cada curva, novas paisagens surgiam, reforçando o encanto do trajeto.




Ao chegar novamente ao centro de Quilombo (SC), fizemos uma parada estratégica para um café antes de seguir viagem até Erechim (RS).





Só então percebemos a quantidade de poeira acumulada: a Formosa estava completamente marrom! Ok, ela é marrom, mas estava mais marrom do que o habitual e também, talvez, um pouco mais pesada (que ela não leia isso).





E quanto a nós? Parecíamos dois viajantes recém-saídos de uma travessia longa por um deserto seco, precisando urgentemente de um café quente para renovar as energias.





No centro de Quilombo (SC), nossos desejos se realizaram, e após degustar um café saboroso, seguimos em direção a Erechim (RS) por estradas asfaltadas.




Encerramos o dia exaustos fisicamente, mas com a alma renovada e exibindo um belo bronzeado que, claro, desapareceu no banho, revelando ser apenas a poeira da estrada. Mas o sorriso escondido sob o capacete permaneceu, aquele tipo de satisfação que só quem viaja de moto entende verdadeiramente.



Assim fechamos nossa última viagem de moto de 2021, desejando que 2022 nos traga ainda mais luz, saúde, boas estradas e aventuras inspiradoras.



Nada melhor do que poder explorar novos destinos, conhecer novas histórias e vivenciar a liberdade que só o motociclismo proporciona.

Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre Erechim – RS e Quilombo – SC.


Oba! Já são 6 comentários nesta postagem!
Parabéns pelas informações e pelo esforço de postar com bastante detalhes essa viagem. Parabéns pelas fotos. Está aí um lugar, tão perto de casa e, ao mesmo tempo, tão desconhecido. Pretendo passear lá. Obrigado!
Olá Cristiano!
Ficamos extremamente gratificados ao ler seu feedback! É exatamente esse tipo de apreciação que nos inspira a compartilhar ainda mais conteúdos detalhados e fotografias inspiradoras em nosso blog de viagens. Estamos ansiosos para que você possa explorar pessoalmente Quilombo – SC e vivenciar a beleza das Cataratas do Salto Saudades, um verdadeiro tesouro escondido. Não deixe de nos contar sobre sua experiência quando visitar!
Um forte abraço e até a próxima aventura!
Lindas imagens! Passeio toop ^_^
Valeu Charles! Um belo lugar para vocês explorarem com a Honda Pop. Abraços…
Passei muitas vezes perto desta região e não sabia desta cachoeira… linda mesma e valeu as fotos como sempre…parabéns pelo bronzeado….kkk
Ela não era muito divulgada mesmo, ao que pudemos entender tanto a estrutura de acesso quanto as placas de indicação do local são bastante recentes. Fato é que o lugar é lindo, com enorme potencial turístico. Caso volte a passar pela região, vale a visita. Valeu, o bronzeado durou apenas a viagem de retorno hahahaha Abraços…
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.