Brasil • Porto Alegre • Rio Grande do Sul
Viagem de Moto a Porto Alegre, RS: Centro Histórico, Mercado Público e o Incrível Pôr do Sol no Guaíba
13 de Fevereiro, 2021
Encante-se com alguns dos principais pontos turísticos de Porto Alegre, RS: Sítio O Laçador, Mercado Público de Porto Alegre e o inesquecível pôr do sol no Lago Guaíba, visto do Centro Cultural Usina do Gasômetro.
Partimos nas primeiras horas da manhã deste sábado de Erechim – RS em uma emocionante viagem de moto passando pela deslumbrante Serra Gaúcha rumo a Porto Alegre – RS. Na capital gaúcha, exploramos alguns de seus principais pontos turísticos: visitamos o emblemático Sítio O Laçador, conhecemos o Mercado Público de Porto Alegre, caminhamos pelo centro histórico da cidade e finalizamos o dia com um inesquecível pôr do sol às margens do Lago Guaíba, no charmoso Centro Cultural Usina do Gasômetro.

Aproveitamos o feriado prolongado de Carnaval de 2021 para pegar a estrada com a Formosa em direção a Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.

Partimos de Erechim (RS) nas primeiras horas do sábado, enfrentando uma densa neblina que cobria a estrada e nos acompanhou nos quilômetros iniciais da viagem.

Com pouco movimento na RS-135 e uma temperatura amena no início da manhã, seguimos com tranquilidade rumo ao sul do estado, aproveitando o bom ritmo na estrada.

A neblina foi se dissipando gradualmente, revelando um céu azul intenso que contrastava com a vegetação e os contornos da paisagem ao longo do percurso.

Com a luz suave da manhã realçando o cenário natural, a viagem se tornou ainda mais agradável e visualmente memorável, reforçando o prazer de estar na estrada.


Em pouco tempo, alcançamos o principal trevo de acesso à cidade de Passo Fundo, RS.


No trevo, dobramos à esquerda e seguimos por alguns quilômetros pela BR-285 até acessarmos o contorno leste de Passo Fundo, mantendo um bom ritmo e fluidez na viagem.


Após cerca de 6 km pelo contorno leste, deixamos essa rota para acessar a rodovia estadual RS-324.


O trecho da RS-324 entre Passo Fundo e Marau, com cerca de 25 quilômetros, oferece um percurso prazeroso e envolvente para quem viaja de moto.


Com pista asfaltada de mão dupla em bom estado, acostamento estreito e uma sequência de curvas fechadas margeadas por belas fazendas, esse trecho oferece uma experiência de viagem única, combinando estrada desafiadora e paisagens encantadoras.


Guiados pelo bailar da Formosa, que contornava suavemente cada curva, embalados pelo ronco característico do motor V-Twin da Harley-Davidson, atravessamos Marau, Vila Maria, Casca, Paraí, Nova Araçá, Nova Bassano e, por fim, Nova Prata, onde a RS-324 se conecta à BR-470, pela qual continuamos nossa viagem.


A cada cidade que cruzávamos, um novo aspecto da identidade gaúcha se revelava. Pela BR-470, passamos por Vila Flores e, quase sem perceber, já contornávamos Veranópolis, conhecida como a “Terra da Longevidade”. Nesse trecho, foi possível apreciar a tranquilidade e a prosperidade que caracterizam essa região singular do Rio Grande do Sul.


Poucos quilômetros à frente, fizemos uma parada no tradicional Belvedere do Espigão, localizado às margens da BR-470, bem no início da descida da Serra de Veranópolis, que se estende serpenteando pelo Vale do Rio das Antas.


O Mirante Belvedere do Espigão proporciona uma vista impressionante, permitindo contemplar a grandiosidade da paisagem ao redor e oferecendo um momento de pausa e apreciação que se torna inesquecível na viagem.


Aproveitamos a pausa para fazer um lanche e nos hidratar, enquanto desfrutávamos do esplêndido panorama do Belvedere do Espigão. Do alto do mirante, contemplamos a imensidão do Vale do Rio das Antas, a impressionante Ponte da Estrada de Ferro, a Casa de Máquinas da Usina Hidrelétrica Monte Claro e a fascinante curva em ferradura formada naturalmente pelo Rio das Antas, um dos principais afluentes da bacia do Rio Uruguai.


Embora já tivéssemos visitado o Belvedere do Espigão em outras ocasiões, nunca deixamos de fazer uma pausa sempre que passamos pela região, encantando-nos novamente com a vista deslumbrante do local.


Poucos minutos após contemplar a beleza do Belvedere do Espigão, nos despedimos do mirante e retomamos nossa viagem de moto pela deslumbrante Serra Gaúcha.


Na descida da Serra de Veranópolis, a BR-470 se mantém sinuosa, de pista simples e sem acostamento, ladeada por vegetação exuberante, um trecho perfeito para quem aprecia viajar de moto. As curvas acentuadas e as paisagens naturais intensificam a sensação de liberdade e proximidade com a natureza, transformando a pilotagem em uma experiência única.



Após cerca de 7 km desde o Belvedere do Espigão e uma descida de aproximadamente 400 metros de altitude, alcançamos a charmosa ponte em arco sobre o Rio das Antas, que marca a divisa natural entre Veranópolis e Bento Gonçalves.



Ao adentrarmos Bento Gonçalves, conhecida como a “Capital Brasileira do Vinho”, iniciamos a subida pelas montanhas do vale e, em poucos quilômetros, já havíamos conquistado cerca de 500 metros de altitude.



No alto da serra, fomos envolvidos pelo aroma característico das vinhas, cuja colheita ocorre principalmente nos três primeiros meses do ano. Esse perfume suave no ar convidava a explorar mais a região, revelando a riqueza agrícola e a tradição vinícola que Bento Gonçalves preserva com orgulho.



Com a chegada do meio-dia e Porto Alegre como destino final, decidimos não adentrar o centro de Bento Gonçalves, seguindo diretamente ao sul pela BR-470 para prosseguir com nossa viagem.




Após alguns quilômetros, alcançamos Garibaldi, município conhecido como o “Berço da Vitivinicultura Brasileira”. Com a fome apertando, resolvemos entrar na cidade em busca de um bom lugar para almoçar.


Logo na entrada de Garibaldi, passamos por um mercado aberto. Considerando o calor intenso e a praticidade de estar antes mesmo do centro da cidade, decidimos parar e adquirir ali os alimentos para um lanche rápido.

Encontramos uma sombra acolhedora para estacionar a Formosa e aproveitamos para saborear um lanche leve e saboroso, composto por bananas maduras e iogurte natural.


Devidamente alimentados, retomamos a viagem contornando Carlos Barbosa. Saímos da BR-470 e seguimos pela RS-446, que nos levou de forma tranquila até São Vendelino, onde acessamos a pista duplicada da RS-122.

Seguindo pela rodovia estadual duplicada, passamos por Bom Princípio e São Sebastião do Caí até chegar a Portão, onde a RS-122 se transforma na RS-240. Nessa etapa, nos deparamos com uma praça de pedágio, na qual as motos são isentas da tarifa.

Após o pedágio, seguimos rapidamente até São Leopoldo, onde acessamos a BR-116, a maior rodovia pavimentada do Brasil e uma das principais vias que conectam diferentes regiões do país.

Cruzamos Esteio e Canoas pela BR-116 sem interrupções e, no início da tarde, finalmente chegamos a Porto Alegre, a capital de todos os gaúchos.

Antes da chegada dos colonizadores europeus, a área que hoje corresponde a Porto Alegre era habitada por povos indígenas, com destaque para os minuanos e os charruas. Esses grupos se espalhavam pelo pampa gaúcho, alcançando também territórios que hoje pertencem ao Uruguai e à Argentina, deixando marcas profundas na história e na cultura do sul do continente.

Esses povos nativos, especialmente os charruas, eram conhecidos por sua resistência indomável, recusando-se a se submeter a qualquer força externa, incluindo as ações dos jesuítas. Por meio das reduções, os jesuítas buscavam reunir os grupos nômades em comunidades organizadas, com o objetivo de integrá-los a um novo estilo de vida. No entanto, os charruas se destacaram pela firme oposição a essas iniciativas, preservando sua independência e mantendo vivas suas tradições e seu modo de vida original.

No entanto, a presença e as ações dos charruas na região, especialmente no território que hoje corresponde ao Uruguai, despertavam grande preocupação entre jesuítas, portugueses, espanhóis e também entre os proprietários das extensas estâncias que começavam a se consolidar.

Parte dessa inquietação vinha dos saques realizados pelos charruas, que frequentemente envolviam produtos como erva-mate e o gado criado nas estâncias. Como povo nômade, caçador e coletor, os charruas viam nesses ataques uma forma de subsistência e também de resistência, desafiando os esforços europeus de sedentarização e controle sobre os territórios indígenas.

Diante da firme resistência dos charruas, os colonizadores recorreram a medidas extremas, como a oferta de recompensas por indígenas mortos e o armamento de grupos guaranis para combatê-los. Essa estratégia evidencia a gravidade do conflito e revela como a colonização europeia fomentou divisões entre os povos originários, impactando profundamente as estruturas sociais e culturais da região.

A trágica eficácia dessa iniciativa levou à completa dizimação dos charruas, marcando um dos episódios mais sombrios da história da América do Sul. Os poucos sobreviventes foram capturados e levados a Paris, onde, de forma cruel e desumana, foram exibidos em um zoológico humano até o fim de suas vidas, um triste reflexo do impacto devastador da colonização sobre os povos originários.

De volta à capital gaúcha, ao chegarmos em Porto Alegre (carinhosamente chamada de Poa), encontramos um local para estacionar a moto bem em frente a um dos símbolos mais emblemáticos do Rio Grande do Sul: o monumento ao Laçador.

Inaugurado em 20 de setembro de 1958, data que marca o início da Revolução Farroupilha, o icônico monumento ao Laçador rapidamente se consolidou como um marco histórico e cultural de Porto Alegre. Reconhecido como patrimônio histórico municipal, é protegido por lei, assegurando sua preservação como símbolo da identidade e da herança cultural do Rio Grande do Sul.

A imponente escultura do Laçador, localizada no Sítio O Laçador, é obra do escultor Antônio Caringi e teve como modelo o folclorista gaúcho Paixão Côrtes. Com 4,45 metros de altura e 3,8 toneladas, a estátua impressiona não apenas pelo tamanho, mas também pela força simbólica que representa. A postura firme e o olhar determinado do Laçador traduzem com fidelidade o espírito gaúcho, marcado pela resiliência, pelo orgulho e pelo respeito às tradições.

A escultura do Laçador, com sua elegante pilcha gaúcha (composta por botas, bombacha e lenço no pescoço), vai além de uma representação artística: é um retrato fiel das tradições e da cultura rio-grandense.

A pilcha simboliza a essência do povo gaúcho (marcado pela bravura, resiliência e forte senso de comunidade), refletindo, em muitos aspectos, a herança deixada pelos charruas. Através dessa homenagem escultural, evidencia-se a influência duradoura desses povos originários no patrimônio cultural do Rio Grande do Sul, revelando uma fusão singular de histórias e tradições que moldam a identidade gaúcha.

Voltando ao ano de 1732, o estancieiro Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos decidiu se estabelecer no Morro Santana, na região onde hoje está localizada Porto Alegre. Em 1744, recebeu oficialmente a posse da sesmaria, iniciando não apenas sua trajetória pessoal, mas também o processo de formação do que viria a se tornar, anos mais tarde, uma das mais importantes cidades do Brasil.

O Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, dividia parte do atual Rio Grande do Sul com a Espanha e parte do Uruguai com Portugal. No entanto, essa divisão gerava sobreposições e disputas territoriais, já que, na prática, ambos os impérios ocupavam terras fora dos limites estabelecidos. Para resolver os conflitos, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri em 1750.


Esse novo acordo adotou o princípio do uti possidetis, segundo o qual o direito ao território seria definido pela ocupação efetiva. Com isso, Portugal cedeu a Colônia do Sacramento à Espanha e, em troca, recebeu a região das Missões Orientais, no atual Rio Grande do Sul, antes controlada pelos espanhóis.


A partir desse tratado, Portugal intensificou os esforços para povoar a região e garantir sua posse. Em 1752, chegaram 60 casais açorianos ao Porto do Dorneles, justamente na sesmaria de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos. Eles foram inicialmente destinados à área missioneira, mas, devido a conflitos com indígenas após a saída dos jesuítas, não puderam seguir viagem. Parte dessas famílias permaneceu no local de desembarque, dando início ao povoamento da futura capital gaúcha.


Em 1772, por iniciativa do governador José Marcelino de Figueiredo, desapropriou-se a sesmaria, que Jerônimo de Ornellas vendera dez anos antes a Inácio Francisco, e distribuíram-se datas de terras entre os colonos açoritas, sendo criada a Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, que, no ano seguinte, passou a se chamar Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre. Em 1810, o nome foi oficialmente simplificado para Porto Alegre.


Em 1773, Porto Alegre foi elevada à condição de capital da capitania, com a instalação do governo liderado por José Marcelino de Figueiredo, nome adotado por Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda, um fugitivo da justiça europeia que assumiu nova identidade ao chegar ao Brasil.


A partir de 1824, ondas migratórias transformaram a cidade. Alemães, italianos, espanhóis, africanos, poloneses, judeus, libaneses e outros grupos chegaram à região, trazendo suas culturas, idiomas e tradições. Essa diversidade foi essencial para o crescimento econômico e a formação da identidade plural de Porto Alegre, RS.


Chegamos ao centro histórico de Porto Alegre com os termômetros marcando impressionantes 34 °C. Após percorrer cerca de 370 km sob o calor intenso, e vestindo os pesados equipamentos de viagem de moto (capacetes, jaquetas de couro, calças de cordura e botas impermeáveis) estávamos exaustos. Sem hesitar, fomos em busca de um hotel para nos acomodar e trocar de roupa.


Com o hotel definido, estacionamos a Formosa na sombra da garagem, trocamos para roupas mais leves e, já adaptados ao clima quente, iniciamos uma caminhada pelas vibrantes ruas do centro de Porto Alegre.



Iniciamos nossa exploração pelo centro histórico de Porto Alegre pelo Paço Municipal, uma imponente construção erguida entre 1898 e 1901, originalmente projetada para abrigar a sede da intendência da cidade.


A imponente estrutura, conhecida como Paço dos Açorianos, chama atenção por seu estilo eclético, com influências neoclássicas e marcada por elementos arquitetônicos alinhados às diretrizes do pensamento positivista.


Em frente ao histórico Paço Municipal está localizado o marco zero de Porto Alegre, assinalado pela Fonte Talavera de La Reina. Esse emblemático presente da colônia espanhola, doado em 1935 em comemoração ao centenário da Revolução Farroupilha, representa um valioso elo histórico e cultural com o passado da cidade.



Ao lado da antiga sede da prefeitura, ergue-se o Mercado Público de Porto Alegre, um verdadeiro ícone da cidade e ponto de referência histórico, cultural e gastronômico.

Mercado Público de Porto Alegre
O Mercado Público de Porto Alegre, um marco de tradição e cultura gaúcha, se ergue como um vibrante centro de abastecimento na alma da capital. Sua inauguração, datada de 3 de outubro de 1869, lhe confere o título de mercado público mais antigo em atividade no Brasil.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Mercado Público de Porto Alegre partindo do centro de Canoas – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos do Mercado Público de Porto Alegre
- Endereço: Avenida Borges de Medeiros, 61 – Centro | Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil
- Telefone: (51) 3286-1811
- E-mail: associacao@mercadopublico.com.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Mercado Público de Porto Alegre.
Horários de Funcionamento
- Segunda a sexta: das 7h30 às 19h
- Sábado: das 7h30 às 18h
- Domingo: das 9h às 14h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora

Situado no coração da cidade, o atual edifício do Mercado Público de Porto Alegre foi projetado pelo arquiteto alemão Friedrich Heydtmann em 1861 e concluído em 1869. Erguido sobre o primeiro aterro da cidade, o mercado é um importante marco arquitetônico e cultural, preservando viva a memória da evolução urbana da capital gaúcha.


O Mercado Público de Porto Alegre, verdadeiro símbolo da cidade, apresenta um elegante estilo neoclássico e abriga mais de 100 estabelecimentos. Neles, os visitantes encontram uma ampla variedade de produtos, que vão de especiarias nacionais e importadas a itens regionais, artigos religiosos e artesanatos diversos. O espaço também se destaca pela diversidade gastronômica, com restaurantes, cafés e lanchonetes que oferecem uma autêntica experiência culinária, refletindo a rica cultura do Rio Grande do Sul.


Uma particularidade fascinante do Mercado Público de Porto Alegre é a presença do Orixá Bará Agelu Olodiá, cujo assentamento foi realizado no centro da edificação durante sua construção. Essa tradição revela a forte influência das religiões de matriz africana na formação cultural da cidade.


No panteão africano, o Orixá Bará tem papel fundamental como aquele que abre os caminhos, protege as casas e zela pela cidade. Representando o trabalho e a abundância, sua presença no centro do Mercado Público de Porto Alegre confere ao local um significado especial. A passagem ritual pelo mercado é vista como uma forma de receber o Axé (a energia positiva de Bará) fortalecendo a conexão entre o espaço e a comunidade. Essa tradição consolida o mercado não apenas como um centro comercial, mas também como um ponto de encontro cultural e espiritual da cidade.

Outro fato marcante sobre o Mercado Público de Porto Alegre é que sua inauguração, em 3 de outubro de 1869, lhe confere o título de mercado público mais antigo em atividade no Brasil.


Situada em frente ao Mercado Público Central, a Praça XV de Novembro é um dos espaços urbanos mais emblemáticos de Porto Alegre, cercada por edificações históricas que reforçam sua importância cultural e arquitetônica na cidade.


No centro da Praça XV de Novembro, o charmoso Chalé da Praça XV se destaca como um ícone da cidade, encantando visitantes com sua elegância atemporal e valor histórico.

Originalmente, em 1885, a praça recebeu um quiosque destinado à venda de sorvetes e bebidas. Em 1911, esse quiosque deu lugar ao atual Chalé da Praça XV, um notável edifício desmontável de aço e vidro, trazido da Feira Internacional de Buenos Aires, exibindo um design inglês singular e sofisticado.

Prosseguimos nossa caminhada a partir da Praça XV de Novembro, entrando na Rua Sete de Setembro, uma das principais vias do centro histórico de Poa.


Seguimos pela Rua Sete de Setembro até chegarmos ao grandioso Farol Santander, um dos marcos arquitetônicos e culturais mais destacados do centro de Porto Alegre.

O Farol Santander ocupa o histórico edifício construído na década de 1930, originalmente destinado a abrigar a sede do Banco Nacional do Comércio, e hoje funciona como um vibrante centro de cultura, lazer e empreendedorismo.


O edifício, de estilo eclético com influências neoclássicas, foi projetado pelo arquiteto Stephan Sobczak e enriquecido pelas esculturas de Fernando Corona, unindo de forma harmoniosa arquitetura e arte.

Frente ao Farol Santander, encontra-se o monumento dedicado ao renomado general uruguaio José Artigas, inaugurado em 1987 como homenagem a importantes figuras históricas da América do Sul.

A partir daí, continuamos nosso passeio a pé pela ampla e arborizada Praça da Alfândega, um espaço público repleto de história e encantos naturais.

Na Praça da Alfândega, diversos monumentos marcam a história da cidade, sendo o Monumento ao Barão do Rio Branco um dos mais emblemáticos, prestando homenagem a essa importante personalidade da história brasileira.


O Monumento ao Barão do Rio Branco encontra-se estrategicamente em frente ao Memorial do Rio Grande do Sul, espaço voltado à preservação e à exposição da rica história e cultura do estado.



O edifício, que atualmente abriga o Memorial do Rio Grande do Sul, originalmente serviu como sede dos Correios e Telégrafos, teve sua construção iniciada em 1910 e concluída em 1913.



A edificação se sobressai pela riqueza de detalhes, pelas esculturas refinadas e pela beleza arquitetônica, configurando-se como uma verdadeira obra de arte no coração de Porto Alegre, RS.


Nos fundos do Memorial do Rio Grande do Sul, encontra-se a Secretaria da Fazenda, instalada em um edifício cuja construção teve início em 1920.


Ao lado da Secretaria da Fazenda está a antiga Alfândega de Porto Alegre, um importante marco histórico que se sobressai na paisagem urbana da cidade.




Nas proximidades, destaca-se também o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS), um importante ícone cultural da cidade.


O MARGS, fundado em 1954, está localizado no edifício que originalmente abrigava a Delegacia Fiscal da Fazenda Nacional. Reconhecido como uma instituição cultural de referência no estado, o museu atualmente passa por reformas para aprimorar sua estrutura e ampliar sua oferta cultural.


A Praça da Alfândega também abriga o imponente Monumento Equestre ao General Osório.


Porto Alegre está entre as dez cidades mais arborizadas do Brasil, contando com 681 praças e nove parques urbanos, evidenciando seu compromisso com a qualidade de vida e a sustentabilidade ambiental.

Nesse mesmo contexto histórico e cultural, merece destaque a Pegada Africana, uma das atrações do Museu de Percurso do Negro, que enriquece significativamente o patrimônio cultural porto-alegrense.

A Praça da Alfândega também abriga o busto de Caldas Júnior, homenageando o renomado jornalista e fundador do jornal Correio do Povo, destacando a importância da imprensa no desenvolvimento cultural e social de Porto Alegre.

Na mesma Praça da Alfândega, encontram-se as esculturas de Carlos Drummond de Andrade e Mário Quintana, posicionadas lado a lado, celebrando a influência e a imortalidade desses dois ícones da literatura brasileira.

Praticamente em frente às esculturas, encontra-se o Clube do Comércio, inaugurado em 1896. Reconhecido como um dos clubes mais emblemáticos de Porto Alegre, destacou-se por abrigar a primeira boate do Brasil equipada com luzes coloridas, marcando um pioneirismo cultural na vida noturna da cidade.


Ao lado, ergue-se o prédio ricamente ornamentado da antiga Previdência do Sul, cuja arquitetura requintada evidencia sua importância histórica e cultural para a região.



Erguido em 1913, o imponente edifício é obra do arquiteto Theodor Wiederspahn, cuja visão e talento deixaram em Porto Alegre um marco de refinamento e excelência estética.


Seguimos adiante e chegamos ao Edifício Hudson, sede do Correio do Povo, um dos jornais mais tradicionais e influentes da região.

Em frente ao Edifício Hudson, encontra-se o Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, que homenageia o patrono da imprensa brasileira e preserva um acervo rico, documentando a evolução dos meios de comunicação no país.

Dando continuidade ao passeio, chegamos à Catedral da Santíssima Trindade da Igreja Episcopal do Brasil, um importante marco histórico inaugurado em 1903.

Em seguida, adentramos a icônica Rua dos Andradas, uma das vias mais tradicionais e movimentadas de Porto Alegre.

Ao percorrer a Rua dos Andradas, chegamos ao emblemático Hotel Majestic, atualmente convertido na Casa de Cultura Mario Quintana, um importante centro cultural da cidade.

O Hotel Majestic, primeiro grande edifício de Porto Alegre a empregar concreto armado, foi construído entre 1916 e 1933. Em seu auge, nas décadas de 1930 e 1940, tornou-se um ponto de encontro de personalidades influentes, recebendo figuras notáveis como o então presidente Getúlio Vargas e artistas consagrados, como Virgínia Lane e Francisco Alves.

Nas décadas seguintes, o Hotel Majestic enfrentou um período de declínio, à medida que novos empreendimentos hoteleiros, com estruturas mais amplas e modernas, passaram a dominar o cenário de hospedagem na capital gaúcha.

Gradualmente, os antigos hóspedes ilustres do Hotel Majestic deram lugar a um público mais heterogêneo — lutadores de luta livre, solteiros, viúvos, boêmios e poetas solitários, como Mario Quintana. Natural de Alegrete, o poeta escolheu Porto Alegre como sua morada definitiva, revelando sua profunda identificação com a efervescente vida cultural da capital gaúcha.

Mario Quintana viveu no apartamento 217 do Hotel Majestic entre 1968 e 1982, período em que sua produção literária e presença contribuíram significativamente para o florescimento do cenário cultural de Porto Alegre.

Inaugurada em 1990, a Casa de Cultura Mario Quintana consolidou-se como um dos principais centros culturais da cidade, oferecendo uma ampla programação artística e multicultural. Instalado no antigo Hotel Majestic, o espaço preserva a memória do poeta e promove atividades que vão da literatura ao cinema, da música às artes visuais, tornando-se um verdadeiro polo de efervescência cultural na capital gaúcha.

Logo adiante, bastaram poucos passos para nos depararmos com um verdadeiro reduto militar, um espaço que se mantém como testemunha viva da rica trajetória bélica e patriótica do Rio Grande do Sul.


Esse núcleo militar é formado pelo Museu Militar do Comando Militar do Sul, que conserva um acervo impressionante, cuidadosamente organizado para contar a história militar da região.


Pela 8ª Circunscrição de Serviço Militar, que desempenha um papel fundamental na administração do serviço militar regional. Responsável pelo alistamento, regularização e demais assuntos ligados ao serviço obrigatório, a instituição reforça a presença histórica e organizacional das Forças Armadas em Porto Alegre, RS.


Esse reduto é completado pelo Quartel-General Auxiliar do Comando Militar do Sul, uma estrutura imponente que reforça a presença estratégica do Exército Brasileiro na capital.


E pelo Quartel do Comando-Geral da Brigada Militar, sede da principal força de segurança pública do Rio Grande do Sul.

Entre as imponentes estruturas militares, ergue-se, como um marco de fé e história, a Igreja Nossa Senhora das Dores, a mais antiga de Porto Alegre. Sua arquitetura imponente, com traços barrocos e neoclássicos, destaca-se na paisagem urbana, revelando não apenas a devoção religiosa, mas também a evolução estética e cultural da cidade ao longo dos séculos.


Basílica Menor Nossa Senhora das Dores
Inaugurada em 1813, a Basílica Menor Nossa Senhora das Dores é a igreja mais antiga de Porto Alegre, RS.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Basílica Menor Nossa Senhora das Dores partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos da Basílica Menor Nossa Senhora das Dores
- Endereço: Rua Andradas, 587 – Centro Histórico | Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil
- Telefone: (51) 3228-7376
- E-mail: igrejansdasdores@gmail.com
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial da Basílica Menor Nossa Senhora das Dores.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: das 9h às 20h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos



A Basílica Menor Nossa Senhora das Dores carrega profundas raízes na história de Porto Alegre. Sua pedra fundamental foi lançada em 1807, e a inauguração da Capela-Mor, em 1813, marcou o início de sua presença significativa na vida religiosa e social da comunidade.


Em reconhecimento ao seu valor histórico e arquitetônico, a Igreja Nossa Senhora das Dores foi tombada em 1938, sendo declarada patrimônio histórico e artístico nacional, garantindo a preservação de sua relevância para as futuras gerações.


O interior da Basílica Menor Nossa Senhora das Dores preserva grande parte de suas características coloniais originais, apresentando uma nave única ladeada por altares laterais ricamente ornamentados com entalhes e detalhes dourados, evidenciando a riqueza artística de seu período de construção.


Após a visita à basílica, continuamos nossa caminhada explorando o charmoso centro histórico de Porto Alegre, RS.


Durante o percurso, passamos pelo Santuário São Rafael e pelo Memorial Bárbara Maix, ambos marcos importantes da história religiosa e cultural de Porto Alegre.


Conforme o dia se aproximava do fim, chegamos à Praça Brigadeiro Sampaio.

Nos primórdios da colonização, a área atualmente ocupada pela Praça Brigadeiro Sampaio era conhecida como Largo da Forca, local onde se realizavam as execuções de condenados à morte, refletindo a rigidez da justiça na época.

No coração da praça, destaca-se o monumento dedicado ao Brigadeiro Sampaio, patrono da infantaria brasileira, cuja trajetória histórica e relevância militar se refletem na imponência da paisagem urbana de Porto Alegre, RS.

Pouco adiante, cruzamos em frente ao emblemático Teatro do Museu e ao Museu do Trabalho, importantes espaços culturais que preservam a história e a memória da cidade.


Com o sol se pondo no horizonte, chegamos ao imponente Centro Cultural Usina do Gasômetro, um espaço icônico dedicado à arte, cultura e lazer.

O nome “Usina do Gasômetro” deriva de sua proximidade com a antiga Usina de Gás de Hidrogênio Carbonado, construída em 1874. Essa usina era responsável por fornecer gás para a iluminação pública e para os fogões da cidade, desempenhando um papel essencial na infraestrutura urbana de Porto Alegre, RS.

Em 1928 foi inaugurada a Usina Termelétrica do Gasômetro, a qual marcou época ao gerar energia a partir do carvão vegetal.

Desde o início, o projeto gerou controvérsias: seu custo quase dobrou o previsto e a operação enfrentou problemas constantes, com diversas queixas da população. Apesar disso, o fornecimento de eletricidade em larga escala impulsionou o desenvolvimento da cidade, tornando a Usina do Gasômetro um símbolo de progresso e modernidade.

Em 1958, o controle da empresa passou para o governo. No final da década de 1960, o carvão, usado como combustível, foi substituído pelo óleo diesel, mas a crise petrolífera de 1973 dificultou sua operação, levando ao encerramento das atividades em 1974. O edifício foi abandonado, entrou em decadência e sua demolição chegou a ser cogitada.

A partir daí, iniciou-se um debate sobre seu destino, e um movimento organizado pela sociedade conseguiu garantir sua preservação. Em 1982, a Usina foi tombada pelo município e, em 1983, pelo IPHAE, reconhecendo oficialmente seu valor histórico. Alguns anos depois, o edifício foi restaurado e transformado em centro cultural, inaugurado em 1991.

Rapidamente, o Centro Cultural Usina do Gasômetro tornou-se um dos principais equipamentos culturais de Porto Alegre, oferecendo um vasto programa de atividades, incluindo música, teatro, cinema, artes visuais, dança, além de oficinas, cursos, palestras, eventos e feiras em uma área de 18 mil metros quadrados.

A área ao redor do Centro Cultural Usina do Gasômetro também celebra a memória de uma das maiores vozes da música brasileira, por meio de uma estátua em homenagem à cantora porto-alegrense Elis Regina Carvalho Costa.

O Centro Cultural Usina do Gasômetro integra a revitalizada Orla do Guaíba, um espaço urbano à beira do lago projetado para lazer e convivência em Porto Alegre. A região, antigamente conhecida como Praia do Arsenal, oferece infraestrutura completa, incluindo ciclovias, quadras esportivas, amplas áreas verdes, banheiros públicos e um atracadouro de onde partem embarcações turísticas para passeios pelo Guaíba.


A Orla do Guaíba também abriga clubes náuticos e uma arquibancada, complementando a infraestrutura voltada ao lazer e à contemplação da paisagem natural. O local proporciona à população e aos visitantes uma experiência única de integração com a natureza, a cultura local e a prática de atividades ao ar livre.


A Orla do Guaíba em Porto Alegre configura-se como um dos cenários mais privilegiados para apreciar o espetáculo diário do pôr do sol. Eternizado na música “Anoiteceu em Porto Alegre”, de Humberto Gessinger, o entardecer nesse ponto da cidade adquire uma dimensão poética, com o sol se despedindo de forma majestosa sobre a paisagem do Guaíba, conferindo ao local um charme singular e contemplativo.


Na canção, o autor menciona: “Atrás do muro existe um rio… Que, na verdade, nunca existiu… Mas arde fins de tarde… De luz vermelha… De dor vermelha… Vermelho anil”. O “rio” citado nunca existiu de fato, pois o Guaíba não é um rio, mas sim um lago formado pela confluência das águas do Rio Jacuí, Rio Caí, Rio dos Sinos e Rio Gravataí, que desembocam no Delta do Jacuí, constituindo o Lago Guaíba.


A palavra “Guaíba”, cuja grafia antiga era “Guahyba”, possui uma rica herança tupi. O termo é traduzido como “baía de todas as águas” ou “encontro das águas”, evocando a confluência dos diversos rios que formam este importante corpo hídrico.


As águas do Lago Guaíba seguem seu curso até a Lagoa dos Patos, que, na realidade, também nunca existiu como lagoa propriamente dita, pois se trata, na verdade, de uma laguna costeira.


Curiosamente, na cartografia antiga, dos séculos XVII, XVIII e início do XIX, a Laguna dos Patos e o Lago Guaíba eram coletivamente referidos como Rio Grande. Esse termo histórico não apenas descrevia as extensas massas de água da região, mas também deu origem ao nome do estado do Rio Grande do Sul, evidenciando a importância desses corpos hídricos não só para a geografia, mas também para a identidade cultural e histórica da região.


Independentemente das discussões sobre a nomenclatura do lago e da laguna, a experiência de assistir ao pôr do sol refletindo-se nas águas do Guaíba transcende qualquer descrição. Trata-se de um espetáculo surreal, que revela a beleza natural de maneira única, proporcionando um momento de paz e contemplação que permanece na memória de quem tem a oportunidade de vivenciá-lo.


Como se o espetáculo do pôr do sol não fosse suficiente, nossa caminhada noturna de volta ao hotel foi iluminada pela magnífica Lua. Sua luz serena guiou nossos passos, conferindo um toque de magia e transformando o caminho de retorno em uma experiência ainda mais memorável.

Assim, encerramos nosso passeio do primeiro dia na capital de todos os gaúchos. Amanhã nos aguardam novas caminhadas e descobertas por Porto Alegre, RS!

Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre Erechim – RS e Porto Alegre – RS.


Oba! Já são 4 comentários nesta postagem!
Valeu, tinha visto as fotos do segundo dia,.. os prédios históricos com as belas fotos ficaram muito boas…PARABÉNS
Buenas! O centro histórico de Porto Alegre foi uma grata surpresa, muito bonito e bem preservado. Abraços…
Que belo roteiro, as fotos retrataram muito bem história do RS, através do caminho percorrido, bem como da nossa capital Porto Alegre. Parabéns e sucesso! Queremos mais!
Valeu Léia! O trajeto entre Erechim e Porto Alegre via Serra Gaúcha é realmente lindo, sem contar nas maravilhas da capital, desde seu preservado centro histórico até o belíssimo pôr do Sol às margens do Guaíba. Abraços…
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.