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Viagem de Moto de Erechim a Porto Alegre, RS: Roteiro pela Serra Gaúcha, Centro Histórico e Incrível Pôr do Sol no Guaíba
13 de Fevereiro, 2021
Percorra as estradas sinuosas da Serra Gaúcha em uma viagem de moto de Erechim a Porto Alegre. Na capital gaúcha, explore o Sítio O Laçador, o Mercado Público e o centro histórico, encerrando o dia com um pôr do sol inesquecível às margens do Lago Guaíba.
Partimos nas primeiras horas do sábado, deixando Erechim, no norte do Rio Grande do Sul, rumo à vibrante capital gaúcha em uma viagem de moto repleta de paisagens deslumbrantes pela Serra Gaúcha. A estrada sinuosa, cercada por montanhas e vales, foi o prelúdio perfeito para um dia de descobertas em Porto Alegre, RS. Na capital, exploramos alguns de seus principais atrativos turísticos: visitamos o emblemático Sítio O Laçador, conhecemos o histórico Mercado Público, caminhamos pelas ruas do centro histórico e encerramos o dia contemplando um pôr do sol inesquecível às margens do Lago Guaíba, no icônico Centro Cultural Usina do Gasômetro.

Aproveitamos o feriado prolongado de Carnaval de 2021 para pegar a estrada com a Formosa, nossa moto companheira de aventuras, em direção a Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.

Partimos de Erechim (RS) nas primeiras horas do sábado, enfrentando uma densa neblina que cobria a estrada e nos acompanhou pelos quilômetros iniciais da viagem.

Com pouco movimento na RS-135 e temperatura amena nas primeiras horas da manhã, seguimos com tranquilidade rumo ao sul do estado, aproveitando o bom ritmo e o prazer de estar na estrada.

A neblina foi se dissipando gradualmente, revelando um céu azul intenso que contrastava com a vegetação e os contornos da paisagem ao longo da estrada.

Com a luz suave da manhã realçando o cenário natural, a viagem se tornou ainda mais agradável e visualmente memorável, um daqueles momentos que fazem valer cada quilômetro sobre duas rodas.


Em pouco tempo, alcançamos o principal trevo de acesso à cidade de Passo Fundo (RS).


No trevo, dobramos à esquerda e seguimos por alguns quilômetros pela BR-285, até acessarmos o contorno leste de Passo Fundo, mantendo um bom ritmo e fluidez na viagem.


Após cerca de seis quilômetros pelo contorno leste, deixamos essa rota para acessar a rodovia estadual RS-324.


O trecho da RS-324 entre Passo Fundo e Marau, com cerca de 25 quilômetros, é um dos mais agradáveis para quem viaja de moto pelo norte gaúcho.


A pista de mão dupla, bem conservada, tem acostamento estreito e uma sequência de curvas sinuosas margeadas por belas fazendas e morros verdes, um convite irresistível à pilotagem.


Guiados pelo bailar da Formosa, que contornava suavemente cada curva, e embalados pelo ronco característico do motor V-Twin da Harley-Davidson, atravessamos Marau, Vila Maria, Casca, Paraí, Nova Araçá, Nova Bassano e, por fim, Nova Prata, onde a RS-324 se conecta à BR-470, estrada que nos conduziu adiante.


A cada cidade cruzada, um novo aspecto da identidade gaúcha se revelava, da hospitalidade do interior às paisagens que misturam tradição e progresso. Pela BR-470, passamos por Vila Flores e, quase sem perceber, já contornávamos Veranópolis, conhecida como a “Terra da Longevidade” por abrigar uma das maiores expectativas de vida do país, resultado do estilo de vida tranquilo e da boa alimentação típica da serra.


Poucos quilômetros à frente, fizemos uma parada no tradicional Belvedere do Espigão, localizado às margens da BR-470, bem no início da descida da Serra de Veranópolis, que serpenteia pelo Vale do Rio das Antas.


O Mirante Belvedere do Espigão oferece uma das vistas mais impressionantes da região, revelando a grandiosidade do vale e proporcionando um momento de pausa e contemplação inesquecível na viagem.



Aproveitamos a parada para um lanche leve e hidratação, enquanto apreciávamos o esplêndido panorama do mirante. Do alto, é possível admirar a Ponte da Estrada de Ferro, a Casa de Máquinas da Usina Hidrelétrica Monte Claro e a fascinante curva em ferradura do Rio das Antas, um espetáculo natural que emoldura o cenário.


Embora já tivéssemos visitado o Belvedere do Espigão em outras ocasiões, nunca deixamos de fazer uma pausa ali. Cada visita renova o encantamento com a vista deslumbrante e o silêncio acolhedor do lugar.


Poucos minutos após contemplar a beleza do mirante, nos despedimos do ponto de observação e retomamos nossa viagem de moto pela Serra Gaúcha.


Na descida da Serra de Veranópolis, a BR-470 se mantém sinuosa, de pista simples e sem acostamento, ladeada por vegetação exuberante. É um percurso perfeito para quem aprecia viajar de moto: curvas acentuadas, ar puro e paisagens que intensificam a sensação de liberdade e conexão com a natureza.



Após cerca de sete quilômetros desde o Belvedere do Espigão e uma descida de aproximadamente 400 metros de altitude, chegamos à charmosa ponte em arco sobre o Rio das Antas, marco natural que divide os municípios de Veranópolis e Bento Gonçalves.



Ao adentrar Bento Gonçalves, conhecida como a “Capital Brasileira do Vinho”, iniciamos a subida pelas montanhas do vale. Em poucos quilômetros, já havíamos conquistado cerca de 500 metros de altitude.



No alto da serra, o aroma das vinhas tomava conta do ar. A colheita da uva ocorre principalmente entre janeiro e março, e o perfume suave que pairava sobre a estrada revelava a força da tradição vinícola que Bento Gonçalves preserva com orgulho desde a chegada dos imigrantes italianos, no século XIX.



Com o meio-dia se aproximando e Porto Alegre como destino final, decidimos não entrar no centro de Bento Gonçalves, seguindo diretamente ao sul pela BR-470.



Após alguns quilômetros, alcançamos Garibaldi, o “Berço da Vitivinicultura Brasileira”, onde a fome começou a apertar. Optamos por entrar na cidade em busca de um bom lugar para almoçar.


Logo na entrada de Garibaldi, passamos por um mercado aberto. Diante do calor intenso e da praticidade, decidimos parar ali mesmo e preparar um lanche rápido.

Estacionamos a Formosa em uma sombra acolhedora e saboreamos um lanche leve e refrescante (bananas maduras e iogurte natural) combinação perfeita para repor as energias sob o sol do meio-dia.


Devidamente alimentados, retomamos a viagem contornando Carlos Barbosa. Saímos da BR-470 e seguimos pela RS-446, rodovia tranquila que nos levou até São Vendelino, onde acessamos a pista duplicada da RS-122.

Avançamos pela rodovia estadual duplicada, passando por Bom Princípio e São Sebastião do Caí, até chegar a Portão, onde a RS-122 se transforma na RS-240. Nesse trecho, há uma praça de pedágio, com a boa notícia de que motocicletas são isentas da tarifa.


Após o pedágio, chegamos rapidamente em São Leopoldo, onde acessamos a BR-116, a mais extensa rodovia pavimentada do Brasil e uma das principais vias de ligação entre o Sul, o Sudeste e o Nordeste do país.

Cruzamos Esteio e Canoas pela BR-116 sem interrupções e, no início da tarde, finalmente chegamos a Porto Alegre, a capital de todos os gaúchos.

Antes da chegada dos colonizadores europeus, a área onde hoje está Porto Alegre era habitada por povos indígenas, especialmente minuanos e charruas, que se espalhavam pelos pampas gaúchos, alcançando também o atual Uruguai e parte da Argentina. Esses povos deixaram marcas profundas na história e na cultura do sul do continente.

Os charruas, em particular, eram conhecidos por sua resistência indomável. Recusavam-se a se submeter às forças externas, incluindo os jesuítas, que tentavam reunir os grupos nômades em reduções religiosas. Apesar das tentativas de catequização, os charruas mantiveram sua independência, suas tradições e seu modo de vida livre.

Sua presença inquietava colonizadores e proprietários das primeiras estâncias, especialmente devido aos ataques a rebanhos e estoques de erva-mate, um produto já importante na economia local. Como caçadores e coletores, viam nesses atos uma forma de sobrevivência e resistência à ocupação europeia.

A resistência dos charruas levou os colonizadores a medidas extremas, como a oferta de recompensas por indígenas mortos e o armamento de grupos guaranis para combatê-los. Essa tática gerou conflitos entre povos originários e acelerou o processo de destruição cultural da região.

A trágica consequência foi o extermínio dos charruas, um dos episódios mais sombrios da colonização sul-americana. Os poucos sobreviventes foram capturados e levados a Paris, onde foram cruelmente exibidos em um “zoológico humano”, um retrato chocante da desumanização imposta pelos colonizadores.

De volta à capital gaúcha, ao chegarmos em Porto Alegre (carinhosamente chamada de “Poa”), encontramos um local para estacionar a moto bem em frente a um dos símbolos mais emblemáticos do Rio Grande do Sul: o Monumento ao Laçador.

Inaugurado em 20 de setembro de 1958, data que celebra o início da Revolução Farroupilha, o monumento tornou-se um marco histórico e cultural da cidade. Reconhecido como patrimônio histórico municipal, o Laçador é protegido por lei e representa a identidade e o orgulho do povo gaúcho.

A imponente escultura do Laçador, localizada no Sítio O Laçador, é obra do escultor Antônio Caringi e teve como modelo o folclorista gaúcho Paixão Côrtes. Com 4,45 metros de altura e 3,8 toneladas, a estátua impressiona não apenas pelo tamanho, mas também pela força simbólica que representa. A postura firme e o olhar determinado traduzem com fidelidade o espírito gaúcho, marcado pela coragem, orgulho e respeito às tradições.

A escultura, com sua elegante pilcha gaúcha (botas, bombacha e lenço no pescoço), vai além de uma representação artística: é um retrato fiel da cultura rio-grandense.

A pilcha simboliza a essência do povo gaúcho, marcada pela bravura, resiliência e senso de comunidade, e reflete, em muitos aspectos, a herança deixada pelos povos originários, em especial os charruas. A homenagem escultural evidencia essa fusão de histórias e tradições que moldam a identidade gaúcha até hoje.

Voltando ao ano de 1732, o estancieiro Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos decidiu se estabelecer no Morro Santana, região onde hoje se encontra parte de Porto Alegre (RS). Em 1744, recebeu oficialmente a posse da sesmaria, dando início ao processo de formação do que se tornaria uma das mais importantes cidades do Brasil.


O Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, dividia parte do atual Rio Grande do Sul e do Uruguai entre Portugal e Espanha, mas a falta de precisão nos mapas gerava disputas territoriais. Para solucionar o impasse, foi assinado o Tratado de Madri em 1750, que adotou o princípio do uti possidetis, o direito de posse baseado na ocupação efetiva.


Assim, Portugal cedeu a Colônia do Sacramento (atual Uruguai) à Espanha e, em troca, recebeu a região das Missões Orientais, hoje território gaúcho.


Com o novo tratado, Portugal intensificou os esforços para povoar a região. Em 1752, chegaram 60 casais açorianos ao Porto do Dorneles, na sesmaria de Jerônimo de Ornelas. Parte dessas famílias permaneceu no local, dando origem ao povoado que viria a ser Porto Alegre.


Em 1772, o governador José Marcelino de Figueiredo desapropriou a sesmaria (que Jerônimo de Ornellas vendera dez anos antes a Inácio Francisco) e distribuiu datas de terras entre os colonos açorianos, criando a Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, que no ano seguinte passou a se chamar Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre. Em 1810, o nome foi simplificado para Porto Alegre.


Em 1773, a cidade foi elevada à condição de capital da capitania, com a instalação do governo liderado por José Marcelino de Figueiredo, nome adotado por Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda, um fugitivo europeu que assumiu nova identidade no Brasil.



A partir de 1824, ondas migratórias transformaram a cidade. Alemães, italianos, espanhóis, africanos, poloneses, judeus, libaneses e outros grupos chegaram à região, trazendo culturas e tradições diversas. Essa pluralidade foi essencial para o desenvolvimento econômico e para a formação da identidade cosmopolita de Porto Alegre (RS).


Chegamos ao centro histórico de Porto Alegre com os termômetros marcando impressionantes 34 °C. Após percorrer cerca de 370 km sob o calor intenso, vestindo os pesados equipamentos de viagem de moto (capacetes, jaquetas de couro, calças de cordura e botas impermeáveis), estávamos exaustos. Sem hesitar, fomos em busca de um hotel para nos acomodar e trocar de roupa.


Com o hotel definido, estacionamos a Formosa na sombra da garagem, trocamos para roupas mais leves e, já adaptados ao clima quente, iniciamos uma caminhada pelas vibrantes ruas do centro histórico de Porto Alegre.


Começamos nossa exploração pelo centro histórico da capital gaúcha pelo Paço Municipal, uma imponente construção erguida entre 1898 e 1901, originalmente projetada para abrigar a sede da intendência da cidade.


A majestosa estrutura, conhecida como Paço dos Açorianos, chama atenção pelo estilo eclético, com influências neoclássicas e traços alinhados ao pensamento positivista que marcou o final do século XIX no Rio Grande do Sul.


Em frente ao histórico Paço Municipal está localizado o marco zero de Porto Alegre, assinalado pela Fonte Talavera de La Reina. Esse emblemático presente da colônia espanhola, doado em 1935 em comemoração ao centenário da Revolução Farroupilha, simboliza o elo entre o passado e o presente da cidade, representando a amizade entre povos e culturas.



Ao lado da antiga sede da prefeitura, ergue-se o Mercado Público de Porto Alegre, um verdadeiro ícone da cidade e ponto de referência histórico, cultural e gastronômico.

Mercado Público de Porto Alegre
O Mercado Público de Porto Alegre, um marco de tradição e cultura gaúcha, se ergue como um vibrante centro de abastecimento na alma da capital. Sua inauguração, datada de 3 de outubro de 1869, lhe confere o título de mercado público mais antigo em atividade no Brasil.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Mercado Público de Porto Alegre partindo do centro de Canoas – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos do Mercado Público de Porto Alegre
- Endereço: Avenida Borges de Medeiros, 61 – Centro | Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil
- Telefone: (51) 3286-1811
- E-mail: associacao@mercadopublico.com.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Mercado Público de Porto Alegre.
Horários de Funcionamento
- Segunda a sexta: das 7h30 às 19h
- Sábado: das 7h30 às 18h
- Domingo: das 9h às 14h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora

Situado no coração da capital, o edifício atual do Mercado Público de Porto Alegre foi projetado pelo arquiteto alemão Friedrich Heydtmann em 1861 e concluído em 1869. Erguido sobre o primeiro aterro da cidade, o mercado é um marco da expansão urbana e um dos espaços mais emblemáticos do cotidiano porto-alegrense.


O Mercado Público de Porto Alegre, com seu elegante estilo neoclássico, abriga mais de 100 estabelecimentos que oferecem uma ampla variedade de produtos, desde especiarias nacionais e importadas até itens regionais, artigos religiosos, ervas medicinais e artesanatos típicos. Sua área gastronômica é um verdadeiro convite a experimentar os sabores do Rio Grande do Sul, com restaurantes e cafés que celebram a culinária local e a diversidade cultural do estado.


Uma peculiaridade fascinante do Mercado Público é a presença do assentamento do Orixá Bará Agelu Olodiá, localizado no centro da edificação desde sua construção. Essa tradição expressa a forte influência das religiões de matriz africana na formação da cultura porto-alegrense.


No panteão africano, Bará é o orixá que abre os caminhos, protege as casas e zela pela cidade. Associado ao trabalho e à abundância, sua presença no coração do Mercado Público de Porto Alegre confere ao local uma dimensão espiritual e simbólica. Passar pelo mercado, segundo a tradição, é receber o Axé (a energia vital de Bará), reforçando a conexão entre o espaço, a cidade e sua gente.

Outro fato marcante é que o Mercado Público de Porto Alegre, inaugurado em 3 de outubro de 1869, é reconhecido como o mercado público mais antigo em funcionamento contínuo no Brasil.


Situada em frente ao Mercado Público Central, a Praça XV de Novembro é um dos espaços mais emblemáticos de Porto Alegre, cercada por edificações históricas que expressam a evolução arquitetônica e cultural da cidade.


No centro da Praça XV, o charmoso Chalé da Praça XV se destaca como um símbolo porto-alegrense, encantando visitantes com sua elegância atemporal e valor histórico.


Em 1885, a praça recebeu um pequeno quiosque destinado à venda de sorvetes e bebidas. Em 1911, esse quiosque foi substituído pelo atual Chalé da Praça XV, um edifício desmontável de aço e vidro trazido da Feira Internacional de Buenos Aires, exibindo um design inglês singular que combina leveza e sofisticação.

A partir da Praça XV de Novembro, seguimos pela Rua Sete de Setembro, uma das principais vias do centro histórico de Porto Alegre, repleta de história e vitalidade urbana.


Avançando pela Sete de Setembro, chegamos ao grandioso Farol Santander, um dos marcos arquitetônicos e culturais mais notáveis da cidade.

O Farol Santander ocupa o histórico edifício construído na década de 1930 para sediar o Banco Nacional do Comércio. Hoje, transformado em um moderno centro de cultura, lazer e empreendedorismo, o espaço resgata o passado ao mesmo tempo em que celebra a inovação.


Projetado pelo arquiteto Stephan Sobczak e adornado pelas esculturas do artista Fernando Corona, o edifício combina arquitetura e arte em perfeita harmonia, refletindo a elegância e o dinamismo da Porto Alegre do século XX.

Frente ao Farol Santander, ergue-se o monumento em homenagem ao general uruguaio José Artigas, inaugurado em 1987, celebrando uma das figuras mais influentes da história da América do Sul.

A partir dali, continuamos nosso passeio pela ampla e arborizada Praça da Alfândega, um dos espaços públicos mais icônicos e visitados da capital gaúcha.

Na Praça da Alfândega, diversos monumentos marcam a história de Porto Alegre, sendo o Monumento ao Barão do Rio Branco um dos mais emblemáticos, em homenagem ao diplomata responsável por consolidar as fronteiras brasileiras no início do século XX.


Em frente ao monumento, encontra-se o Memorial do Rio Grande do Sul, um espaço dedicado à preservação e divulgação da rica história e cultura do estado.



O edifício que abriga o Memorial do Rio Grande do Sul, teve sua construção iniciada em 1910 e concluída em 1913, originalmente servindo como sede dos Correios e Telégrafos.



Sua arquitetura refinada, repleta de detalhes escultóricos e ornamentais, o consagra como uma das joias arquitetônicas do centro histórico de Porto Alegre (RS).


Nos fundos do Memorial está a Secretaria da Fazenda, instalada em um edifício cuja construção começou em 1920, reforçando o conjunto histórico que caracteriza a região.


Ao lado, ergue-se a antiga Alfândega de Porto Alegre, outro importante marco da cidade, cuja presença evoca o passado comercial e portuário da capital.



Nas proximidades, destaca-se também o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS), fundado em 1954 e instalado no antigo prédio da Delegacia Fiscal da Fazenda Nacional.



O museu é um dos principais polos culturais do estado e abriga um acervo valioso da arte brasileira, atualmente passando por reformas para aprimorar sua estrutura e ampliar suas atividades culturais.


A Praça da Alfândega também abriga o imponente Monumento Equestre ao General Osório, homenagem ao herói farroupilha e líder da Guerra do Paraguai.


Porto Alegre figura entre as dez cidades mais arborizadas do Brasil, com 681 praças e nove parques urbanos, uma característica que reforça o compromisso da capital com a sustentabilidade e a qualidade de vida de seus habitantes.

Nesse mesmo contexto cultural, merece destaque a Pegada Africana, uma das atrações do Museu de Percurso do Negro, que valoriza e dá visibilidade à herança africana na formação histórica de Porto Alegre.

Ainda na Praça da Alfândega, encontramos o busto de Caldas Júnior, fundador do jornal Correio do Povo e figura de grande relevância na imprensa gaúcha, cujo legado está intimamente ligado ao desenvolvimento social e cultural da cidade.

Próximas ao busto, estão as esculturas de Carlos Drummond de Andrade e Mário Quintana, posicionadas lado a lado, em um tributo à literatura brasileira e à amizade que transcende o tempo entre dois de seus maiores poetas.



Praticamente em frente às esculturas, encontra-se o Clube do Comércio, inaugurado em 1896 e reconhecido como um dos clubes mais tradicionais da cidade. O local entrou para a história por ter abrigado a primeira boate do Brasil equipada com luzes coloridas, um marco pioneiro na vida noturna porto-alegrense.


Ao lado, ergue-se o imponente edifício da antiga Previdência do Sul, cuja arquitetura ornamentada reflete o esplendor do início do século XX e a visão estética do arquiteto Theodor Wiederspahn, responsável por inúmeras obras icônicas de Porto Alegre.



Seguindo adiante, chegamos ao Edifício Hudson, sede do jornal Correio do Povo, um dos mais tradicionais e influentes veículos de comunicação do Rio Grande do Sul.

Em frente ao Edifício Hudson, está o Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, que homenageia o patrono da imprensa brasileira e preserva um valioso acervo sobre a evolução dos meios de comunicação no país.

Dando continuidade ao passeio, chegamos à Catedral da Santíssima Trindade da Igreja Episcopal do Brasil, um importante marco histórico inaugurado em 1903, cuja arquitetura simples e elegante reflete a tradição anglicana no estado.

Logo adiante, adentramos a icônica Rua dos Andradas (conhecida também como Rua da Praia), uma das vias mais antigas e movimentadas de Porto Alegre, pulsando história e modernidade em cada esquina.

Ao percorrer a Rua dos Andradas, chegamos ao emblemático Hotel Majestic, atualmente transformado na Casa de Cultura Mario Quintana, um dos principais centros culturais da cidade.

O Hotel Majestic, primeiro grande edifício de Porto Alegre a empregar concreto armado, foi construído entre 1916 e 1933. Durante as décadas de 1930 e 1940, viveu seu auge como ponto de encontro da elite e de personalidades ilustres, recebendo hóspedes como o então presidente Getúlio Vargas e artistas renomados, entre eles Virgínia Lane e Francisco Alves.


Com o passar dos anos, o hotel perdeu prestígio diante de novos empreendimentos e entrou em declínio, tornando-se refúgio de um público mais diverso: boêmios, artistas e poetas, entre eles o consagrado Mário Quintana. Natural de Alegrete (RS), o poeta viveu no apartamento 217 entre 1968 e 1982, período em que sua presença deu nova vida cultural ao local e à cidade.


Inaugurada em 1990, a Casa de Cultura Mario Quintana consolidou-se como um dos principais polos artísticos de Porto Alegre. O espaço preserva a memória do poeta e oferece uma programação diversificada, com exposições, cinema, teatro e música, simbolizando a vitalidade cultural da capital gaúcha.


Logo adiante, bastaram poucos passos para chegarmos a um verdadeiro reduto militar, um conjunto histórico que testemunha a trajetória bélica e patriótica do Rio Grande do Sul.


Esse núcleo é formado pelo Museu Militar do Comando Militar do Sul, que guarda um acervo riquíssimo sobre as campanhas e tradições do Exército Brasileiro na região.


A 8ª Circunscrição de Serviço Militar também faz parte desse conjunto, desempenhando papel essencial na administração do serviço militar e na manutenção das tradições cívicas.


O reduto se completa com o Quartel-General Auxiliar do Comando Militar do Sul, uma estrutura imponente que reforça a importância estratégica da capital, e pelo Quartel do Comando-Geral da Brigada Militar, sede da principal força de segurança pública do Rio Grande do Sul.



Entre as imponentes estruturas militares, ergue-se, como um marco de fé e história, a Igreja Nossa Senhora das Dores, a mais antiga igreja de Porto Alegre. Sua arquitetura monumental, com traços barrocos e neoclássicos, destaca-se na paisagem urbana, refletindo não apenas a devoção religiosa, mas também a evolução estética e cultural da cidade ao longo dos séculos.


Basílica Menor Nossa Senhora das Dores
Inaugurada em 1813, a Basílica Menor Nossa Senhora das Dores é a igreja mais antiga de Porto Alegre, RS.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Basílica Menor Nossa Senhora das Dores partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos da Basílica Menor Nossa Senhora das Dores
- Endereço: Rua Andradas, 587 – Centro Histórico | Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil
- Telefone: (51) 3228-7376
- E-mail: igrejansdasdores@gmail.com
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial da Basílica Menor Nossa Senhora das Dores.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: das 9h às 20h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos


A Basílica Menor Nossa Senhora das Dores possui profundas raízes na história porto-alegrense. Sua pedra fundamental foi lançada em 1807, e a inauguração da Capela-Mor, em 1813, marcou o início de sua presença significativa na vida religiosa e social da comunidade local.


Em reconhecimento ao seu valor histórico e arquitetônico, a Igreja Nossa Senhora das Dores foi tombada em 1938, sendo declarada patrimônio histórico e artístico nacional, um título que assegura a preservação de seu legado para as futuras gerações.


O interior da Basílica Menor Nossa Senhora das Dores preserva grande parte de suas características coloniais originais, com uma nave única ladeada por altares laterais ricamente ornamentados, entalhes e detalhes dourados que evidenciam a riqueza artística e a devoção de sua época.


Após a visita à basílica, seguimos explorando o charmoso centro histórico de Porto Alegre (RS).


Durante o percurso, passamos pelo Santuário São Rafael e pelo Memorial Bárbara Maix, ambos importantes marcos da história religiosa e cultural da capital gaúcha.


À medida que o dia se aproximava do fim, chegamos à Praça Brigadeiro Sampaio. Nos primórdios da colonização, essa área era conhecida como Largo da Forca, local onde eram realizadas execuções públicas, refletindo a severidade da justiça do período colonial.

Hoje, o espaço abriga o monumento ao Brigadeiro Sampaio, patrono da infantaria brasileira, cuja bravura e relevância militar são reverenciadas em meio à paisagem urbana de Porto Alegre.


Pouco adiante, passamos em frente ao emblemático Teatro do Museu e ao Museu do Trabalho, espaços culturais que preservam com sensibilidade a memória e as transformações da cidade ao longo do tempo.



Com o sol se pondo no horizonte, chegamos ao imponente Centro Cultural Usina do Gasômetro, um verdadeiro ícone de Porto Alegre, dedicado à arte, à cultura e ao lazer.

O nome “Usina do Gasômetro” remete à antiga Usina de Gás de Hidrogênio Carbonado, construída em 1874, que fornecia gás para a iluminação pública e doméstica da cidade, desempenhando um papel essencial no desenvolvimento urbano.

Em 1928, foi inaugurada a Usina Termelétrica do Gasômetro, responsável por gerar energia a partir do carvão vegetal. Apesar das dificuldades operacionais e do custo elevado da obra, a usina marcou uma era de progresso e modernidade para a capital gaúcha.


Na década de 1950, o controle da usina passou para o governo, e o carvão foi substituído por óleo diesel, combustível que, com a crise do petróleo de 1973, levou à interrupção definitiva das atividades em 1974. O edifício, então abandonado, entrou em decadência e chegou a ter sua demolição cogitada.

Entretanto, um movimento popular em defesa do patrimônio histórico conseguiu reverter o destino da construção. Em 1982, a Usina foi tombada pelo município e, em 1983, pelo IPHAE. Após cuidadosa restauração, foi reinaugurada em 1991 como Centro Cultural Usina do Gasômetro, tornando-se um dos espaços culturais mais vibrantes de Porto Alegre (RS).

Hoje, o Centro Cultural Usina do Gasômetro oferece uma ampla programação que abrange música, teatro, cinema, artes visuais, dança, oficinas, cursos e feiras, distribuídos em 18 mil metros quadrados de pura efervescência cultural.

Nas proximidades, uma escultura presta homenagem à cantora porto-alegrense Elis Regina Carvalho Costa, eternizando uma das vozes mais marcantes da música brasileira na paisagem da cidade.

O Centro Cultural Usina do Gasômetro integra a revitalizada Orla do Guaíba, um dos lugares mais agradáveis para o lazer e a contemplação em Porto Alegre. O espaço conta com ciclovias, quadras esportivas, amplas áreas verdes, banheiros públicos e um atracadouro de onde partem embarcações para passeios turísticos pelo Guaíba.


A Orla do Guaíba também abriga clubes náuticos e uma arquibancada voltada para o lago, ideal para admirar um dos espetáculos naturais mais belos do Brasil: o pôr do sol em Porto Alegre.


Esse cenário mágico, eternizado na canção “Anoiteceu em Porto Alegre”, de Humberto Gessinger, transforma o entardecer à beira do Guaíba em um momento poético e inesquecível. O sol, tingindo o céu com tons de vermelho e dourado, reflete-se nas águas calmas, criando uma paisagem que emociona e inspira.


Na canção, Gessinger escreve: “Atrás do muro existe um rio… Que, na verdade, nunca existiu… Mas arde fins de tarde… De luz vermelha… De dor vermelha… Vermelho anil.” Como citado na canção, o “rio” de fato nunca existiu, pois é, na verdade, o Lago Guaíba, formado pela confluência dos rios Jacuí, Caí, Sinos e Gravataí, que se unem no Delta do Jacuí, um detalhe geográfico que sempre gerou curiosidade entre visitantes e moradores.


A palavra “Guaíba”, cuja grafia antiga era “Guahyba”, tem origem tupi. O termo é traduzido como “baía de todas as águas” ou “encontro das águas”, refletindo a união desses rios que moldaram a geografia e a identidade do Rio Grande do Sul.



As águas do Lago Guaíba seguem até a Lagoa dos Patos, que, curiosamente, também não é uma lagoa propriamente dita, mas sim uma laguna costeira. Nos antigos mapas dos séculos XVII ao XIX, tanto o Guaíba quanto a Lagoa dos Patos eram chamados de Rio Grande, denominação que deu origem ao nome do estado.



Mais do que uma questão de nomenclatura, o que realmente importa é a experiência: contemplar o pôr do sol refletido nas águas do Guaíba é um privilégio que transcende qualquer explicação. É um espetáculo natural e emocional, um instante de paz que permanece na memória de quem o vivencia.



E como se o pôr do sol não bastasse, nossa caminhada de volta ao hotel foi iluminada pela luz prateada da Lua, que parecia acompanhar cada passo. Sob seu brilho suave, encerramos o primeiro dia de viagem com o coração cheio de gratidão, tendo Porto Alegre, a capital de todos os gaúchos, como palco de um dia inesquecível.

Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre Erechim – RS e Porto Alegre – RS.
Oba! Já são 4 comentários nesta postagem!
Valeu, tinha visto as fotos do segundo dia,.. os prédios históricos com as belas fotos ficaram muito boas…PARABÉNS
Buenas! O centro histórico de Porto Alegre foi uma grata surpresa, muito bonito e bem preservado. Abraços…
Que belo roteiro, as fotos retrataram muito bem história do RS, através do caminho percorrido, bem como da nossa capital Porto Alegre. Parabéns e sucesso! Queremos mais!
Valeu Léia! O trajeto entre Erechim e Porto Alegre via Serra Gaúcha é realmente lindo, sem contar nas maravilhas da capital, desde seu preservado centro histórico até o belíssimo pôr do Sol às margens do Guaíba. Abraços…
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