Aparecida • Brasil • Cunha • Expedição 2020: Belas Rotas • Paraty • Rio de Janeiro • São Paulo
Viagem de Moto pela Estrada Paraty–Cunha: Cachoeira do Tobogã, Poço do Tarzan e Centro Histórico de Cunha, SP
12 de Novembro, 2020
Embarque em uma viagem de moto pela Estrada Parque Paraty–Cunha (antiga Estrada Real). O roteiro passa pelas cachoeiras do Tobogã e Poço do Tarzan, curvas da Serra do Mar, centro histórico e ateliês de cerâmica de Cunha, finalizando sob chuva em Aparecida.
Partimos cedo do charmoso centro histórico de Paraty (RJ) e seguimos pela antiga Estrada Real – Caminho do Ouro, explorando dois atrativos imperdíveis: a Cachoeira do Tobogã e o Poço do Tarzan, pontos clássicos entre viajantes e aventureiros. Na sequência, encaramos as curvas da Estrada Parque Paraty–Cunha, uma das rodovias mais belas e desafiadoras do Brasil, cruzando a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Já em Cunha (SP), conhecemos seu charmoso centro histórico, descobrimos a tradição centenária da cerâmica artística em forno Noborigama e, ao final do dia, sob chuva na estrada, concluímos o percurso de nossa viagem de moto na cidade de Aparecida (SP).

O dia começou com uma temperatura agradável em Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro. Após um café da manhã reforçado, organizamos os equipamentos a bordo da Formosa e partimos nas primeiras horas da manhã, deixando para trás o charme colonial do centro histórico dessa acolhedora cidade fluminense, com suas ruas de pedra e casarões coloniais tombados pelo IPHAN, que preservam a atmosfera dos séculos passados.

Iniciamos nossa viagem de moto pela famosa Rodovia Rio-Santos (BR-101), uma das estradas mais cênicas do Brasil, que serpenteia entre o mar e a Mata Atlântica, oferecendo vistas impressionantes da costa. Seguimos rumo ao norte com destino à Cachoeira do Iriri, ainda no município de Paraty, no estado do Rio de Janeiro.

Percorremos aproximadamente 30 quilômetros pela BR-101 até alcançarmos a entrada da Aldeia Indígena Pataxó, local onde está situada a Cachoeira do Iriri.

A aldeia é uma das comunidades indígenas reconhecidas na região e, quando acessível, oferece aos visitantes a oportunidade de conhecer de perto aspectos da cultura, artesanato e modo de vida do povo Pataxó.

Infelizmente, encontramos a entrada da Aldeia Indígena Pataxó fechada por uma corrente. Descemos da moto e caminhamos pelos arredores por alguns minutos, mas, como não havia ninguém no local, decidimos retornar pela mesma rota utilizada na ida.

De volta ao trevo principal de Paraty, deixamos a BR-101 e seguimos pela RJ-165, tomando a direção oeste. Essa rodovia conecta Paraty à serra, passando por uma paisagem exuberante de morros cobertos pela vegetação densa da Mata Atlântica.

Rodamos menos de 8 quilômetros pela estreita, porém asfaltada, RJ-165 até o estacionamento que dá acesso à Cachoeira do Tobogã e ao Poço do Tarzan, dois dos atrativos naturais mais conhecidos de Paraty, muito procurados por quem busca contato com a natureza e aventura.


Em frente ao estacionamento, está localizada a charmosa Igreja Nossa Senhora da Penha, um dos cartões-postais da região. Com a moto devidamente estacionada, seguimos pela escadaria que avança até a pequena capela, construída sobre uma grande rocha que guarda a entrada da trilha.


A Igreja de Nossa Senhora da Penha, erguida no século XVIII, é um exemplo da arquitetura religiosa colonial simples e encantadora de Paraty, RJ. Além de seu valor histórico e cultural, o local oferece uma vista panorâmica deslumbrante da vegetação ao redor e do rio que corta a região.

No interior, o altar dedicado à padroeira Nossa Senhora da Penha transmite uma atmosfera de paz e devoção. É comum encontrar moradores locais e turistas fazendo breves orações ou apenas contemplando o silêncio do lugar.

Após a visita à igreja, seguimos por uma breve trilha ecológica imersa na Mata Atlântica e logo alcançamos a Cachoeira do Tobogã, também conhecida como Cachoeira da Penha ou Cachoeira do Escorrega.


Cachoeira do Tobogã | Cachoeira da Penha
A Cachoeira do Tobogã é uma das atrações mais populares de Paraty – RJ. Seu principal destaque é uma grande pedra lisa por onde corre o fluxo de água, formando um tobogã natural, onde os visitantes podem escorregar até caírem em uma refrescante piscina natural.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Cachoeira do Tobogã partindo do centro de Paraty – Rio de Janeiro – Brasil:
Contatos da Cachoeira do Tobogã
- Endereço: Rodovia RJ-165 (Estrada Paraty-Cunha), Km 8 – Penha | Paraty – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefones: (24) 3371-1222 | (24) 3371-2899
- E-mail: turismoparatyrj@gmail.com
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: da 0h às 24h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora



No local, várias pessoas se divertiam escorregando pela pedra lisa, com cerca de 20 metros de altura, por onde a água desliza rapidamente, formando um verdadeiro tobogã natural que dá nome à atração. A Cachoeira do Tobogã é um dos pontos turísticos mais famosos de Paraty, ideal para quem busca diversão e refresco nos dias quentes.


Ao final do escorregador natural, os visitantes encontram uma bela piscina natural aos pés da queda d’água, perfeita para um banho relaxante após a aventura.


A Cachoeira do Tobogã de Paraty (Cachoeira do Escorrega) é tão conhecida que, em algumas épocas do ano, abriga até campeonatos de “surf na pedra”, nos quais participantes tentam manter o equilíbrio enquanto deslizam pela rocha, uma atração que sempre chama a atenção dos turistas e amantes de esportes radicais.


A ideia de nos aventurar pelo escorregador natural da Cachoeira do Tobogã até surgiu, mas logo lembramos que mal conseguíamos ficar em pé nas pedras do calçamento pé-de-moleque do centro histórico de Paraty, quanto mais em uma rocha lisa e molhada.


Nos contentamos em apreciar a paisagem, ouvir o som das águas e absorver a energia revigorante do lugar. A natureza ao redor é simplesmente encantadora e transmite uma sensação de bem-estar difícil de descrever.


Após alguns minutos, seguimos pela trilha que margeia a Cachoeira do Tobogã. Na parte alta, avistamos o rio que serpenteia pelas pedras, formando diversos poços e pequenas quedas d’água antes de dar origem ao famoso tobogã natural.



Poucos metros adiante, encontramos outro atrativo bastante popular: o Poço do Tarzan, uma piscina natural formada por uma pequena, porém charmosa, cascata. O local é ideal para mergulhos e momentos de descanso em meio à natureza.


Poço do Tarzan
O Poço do Tarzan é uma piscina natural formada entre as pedras, um pouco acima da Cachoeira do Tobogã. É um local excelente para desfrutar de um banho refrescante e restaurador.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Poço do Tarzan partindo do centro do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil:
Contatos do Poço do Tarzan
- Endereço: Rodovia RJ-165 (Estrada Paraty-Cunha), Km 8 – Penha | Paraty – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefones: (24) 3371-1222 | (24) 3371-2899
- E-mail: turismoparatyrj@gmail.com
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: da 0h às 24h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora


Nas proximidades do Poço do Tarzan, uma pequena ponte pênsil atravessa o rio, conduzindo ao outro lado, onde fica o Restaurante Poço do Tarzan, um espaço rústico e acolhedor que serve pratos típicos da culinária local, como peixes e frutos do mar frescos.

Após explorar a famosa Cachoeira do Tobogã e o encantador Poço do Tarzan, retornamos ao estacionamento, onde a Formosa nos aguardava pacientemente para seguirmos viagem.


De volta à moto, retomamos a viagem pela rodovia estadual RJ-165, seguindo em direção ao oeste. A estrada, cada vez mais estreita e sinuosa, começou a ganhar altitude rapidamente, revelando um verdadeiro paraíso para quem aprecia viajar de moto. As curvas bem fechadas e o cenário de montanha tornavam a pilotagem ainda mais prazerosa, enquanto o ar úmido da serra trazia o frescor típico da Mata Atlântica.


Em meio à vegetação densa e exuberante que cobre as encostas da Serra do Mar, o asfalto da rodovia logo deu lugar ao calçamento de paralelepípedos, um indício de que estávamos entrando na famosa Estrada Parque Comendador Antônio Cônti, mais conhecida como Estrada Parque Paraty – Cunha.


Essa estrada cênica é considerada uma das mais belas do Brasil, cortando trechos do Parque Nacional da Serra da Bocaina, uma das áreas de preservação mais importantes do país, reconhecida por sua biodiversidade e por abrigar nascentes de rios que abastecem o Vale do Paraíba e o litoral fluminense.


Por se tratar de uma estrada parque, a circulação de veículos na Estrada Paraty – Cunha é restrita entre 7h e 17h, como medida de proteção ambiental. Essa limitação garante menor impacto à fauna local, permitindo que o visitante desfrute da natureza em seu estado mais puro e preservado.


À medida que subíamos a serra, uma névoa densa começou a envolver o caminho, reduzindo a visibilidade e criando uma atmosfera quase mágica.


Com a atenção redobrada, seguimos com cautela por entre curvas fechadas e trechos íngremes, enquanto a neblina dançava ao redor da estrada. Até a década de 1970, antes da construção da Rodovia Rio – Santos, esse trajeto era a única ligação terrestre entre Paraty e o restante do país, o que dá uma dimensão da sua importância histórica.


Grande parte da atual RJ-165 segue o traçado da antiga Estrada Real do Caminho do Ouro (Caminho Velho), rota aberta no período colonial para o escoamento do ouro extraído nas Minas Gerais até o Porto de Paraty, que na época era o principal ponto autorizado pela Coroa Portuguesa para o embarque do metal rumo à Europa. Cada curva dessa estrada guarda um pedaço da história do Brasil Colônia, cercada por ruínas e marcos que remontam aos tempos das comitivas de tropeiros e escravos.


A rodovia RJ-165 tem cerca de 46 quilômetros de extensão, sendo 15 quilômetros de serra, dos quais 10 quilômetros pertencem à Estrada Parque Paraty – Cunha. A cada metro percorrido, a vegetação se tornava mais fechada e o ar mais frio, até que, ao atingir o topo da Serra do Mar, a 1.515 metros de altitude, partindo de Paraty ao nível do mar, deixamos a neblina para trás.


Logo o azul do céu começou a despontar entre as nuvens que se moviam rapidamente, revelando uma vista impressionante das montanhas cobertas pela floresta.


No ponto mais alto da estrada, encontramos a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, sinalizada por uma placa que se tornou parada obrigatória para fotos.



Após o breve registro da Formosa em meio à paisagem serrana, seguimos viagem. Do lado paulista, a estrada volta a ser asfaltada e passa a se chamar Rodovia Vice-Prefeito Salvador Pacetti (SP-171), mantendo o mesmo traçado sinuoso e encantador.


Não pudemos deixar de notar a curiosa coincidência, ou talvez uma ironia do destino, de uma rodovia numerada como 171 levar o nome de um político. Ironias à parte, o trecho paulista segue margeado por riachos, cachoeiras e mirantes naturais que convidam a paradas frequentes.


Poucos quilômetros após cruzarmos a divisa, avistamos a Cachoeira do Mato Limpo, localizada já em território do município de Cunha (SP), às margens da SP-171, bem em frente a um dos marcos da Estrada Real.


Cachoeira do Mato Limpo
Localizada no município paulista de Cunha, a bela Cachoeira do Mato Limpo chama a atenção de quem percorre a Estrada Paraty-Cunha.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Cachoeira do Mato Limpo partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos da Cachoeira do Mato Limpo
- Endereço: Rodovia SP-171 (Estrada Paraty-Cunha), Km 67 | Cunha – São Paulo – Brasil
- Telefone: (12) 3111-2630
- E-mail: turismoecultura@cunha.sp.gov.br
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: da 0h às 24h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 15 minutos


A queda d’água é imponente e forma um pequeno poço ideal para banho e descanso, especialmente em dias de calor. O som da água em contraste com o canto dos pássaros compõe uma das paisagens mais tranquilas do trajeto.



Seguimos pela sinuosa Estrada Paraty – Cunha, agora em território paulista. Nos primeiros quilômetros, a inclinação se suaviza, mas a via continua estreita e sem acostamento, cercada por um visual deslumbrante de montanhas e vales. É o tipo de estrada que faz qualquer motociclista se sentir plenamente conectado à natureza.



Enquanto avançávamos, a história de Cunha se fazia presente. Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, o município foi palco de intensos combates. Um batalhão da Marinha, vindo do Rio de Janeiro, com cerca de 400 praças, subiu a serra com o objetivo de alcançar São Paulo pelo Vale do Paraíba.



Os confrontos duraram cerca de três meses e deixaram marcas profundas na cidade, fazendas destruídas, lavouras incendiadas e perdas humanas que transformaram a região em uma verdadeira frente de guerra.


Durante esse período turbulento, Cunha conheceu seu herói e mártir: Paulo Gonçalves dos Santos, o Paulo Virgínio, um lavrador local que se recusou a entregar informações sobre o posicionamento das tropas paulistas e acabou sendo executado.



Em sua memória, foi erguido um monumento às margens da rodovia SP-171. A estrada, inclusive, leva seu nome em parte do trajeto, do km 0 ao km 47 é chamada Rodovia Paulo Virgínio, e do km 47 ao km 70, Rodovia Vice-Prefeito Salvador Pacetti.



Enquanto o céu começava a ser tomado por nuvens carregadas e pontos de chuva se formavam ao longe, a Formosa seguia firme, embalada pelo característico ronco do motor Twin Cam 96 da Harley-Davidson. A sequência de curvas fechadas, típicas da região serrana, tornava a pilotagem ainda mais envolvente.


Atentos ao tempo, torcíamos para que a próxima curva nos levasse para longe da chuva. E assim, entre curvas, história e paisagens impressionantes, chegamos ao charmoso centro histórico de Cunha (SP), pouco antes que as primeiras gotas começassem a cair.


Já no centro de Cunha, oficialmente reconhecida como Estância Climática devido ao seu clima ameno e de montanha, estacionamos a Formosa nas imediações da Praça Cônego Siqueira e seguimos a pé para explorar o charmoso e bem preservado centro histórico da cidade. As ruas de pedra, as construções coloniais e o ritmo tranquilo do interior paulista davam o tom acolhedor da visita.

O primeiro ponto turístico que visitamos foi a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, um dos principais símbolos históricos e religiosos de Cunha, SP.

Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Igreja Matriz de Cunha
Construída em 1731, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Igreja Matriz de Cunha é um belo exemplo do barroco paulista, sendo tombada como Patrimônio Histórico e Cultural.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Igreja Matriz de Cunha partindo do centro de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Igreja Matriz de Cunha
- Endereço: Praça Cônego Siqueira – Centro | Cunha – São Paulo – Brasil
- Telefone: (12) 3111-1487
- E-mail: paroquiadecunha@gmail.com
Para obter informações mais detalhadas, visite a página oficial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Igreja Matriz de Cunha no Instagram.
Horários de Funcionamento
- Segunda a sábado: das 8h às 11h30 e das 13h às 17h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 15 minutos

Erguida em 1731, a igreja, também conhecida como Igreja Matriz de Cunha, passou por diversas reformas ao longo dos séculos, mas manteve sua essência barroca e sua relevância como marco cultural da cidade.

Um episódio marcante na história da Igreja Matriz de Cunha ocorreu durante a Revolução Constitucionalista de 1932, quando o templo foi atingido por tiros e explosões durante os intensos confrontos que ocorreram na região. Ainda assim, resistiu ao tempo e hoje se destaca como um belo exemplo do barroco paulista, sendo tombada como Patrimônio Histórico e Cultural.


O interior da Igreja de Nossa Senhora da Conceição é de uma simplicidade elegante. Possui uma única nave, ampla e bem iluminada, com destaque para o altar-mor e os altares laterais em estilo barroco-rococó, adornados por retábulos detalhados e imagens sacras de grande valor artístico.


Durante nossa visita, o interior estava passando por um cuidadoso processo de restauração, voltado à preservação de seus elementos originais.


Do lado de fora, caminhamos pela Praça da Matriz, um espaço central repleto de vida, onde se destaca um antigo chafariz, marco histórico e ponto de encontro de moradores e visitantes. O ambiente tranquilo, cercado por casarões coloniais e comércios locais, convida a uma pausa para contemplar o movimento da cidade.



Bem próximo à Igreja Matriz está o Mercado Municipal de Cunha, outro importante atrativo histórico e cultural. Inaugurado em 1913, é uma das construções mais antigas do município e conserva sua estrutura original.


Mercado Municipal de Cunha
O Mercado Municipal de Cunha é uma edificação histórica de 1913, tombada como bem cultural de interesse arquitetônico e histórico. O local oferece diversos produtos cultivados e produzidos na região, como cachaças, doces, temperos, artesanatos, botas, entre outros.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Mercado Municipal de Cunha partindo do centro de São Paulo – São Paulo – Brasil:
Contatos do Mercado Municipal de Cunha
- Endereço: Rua Dom Lino, 118 – Centro | Cunha – São Paulo – Brasil
- Telefone: (12) 3111-2630
- E-mail: turismoecultura@cunha.sp.gov.br
Horários de Funcionamento
- Segunda a sábado: das 7h30 às 17h30
- Domingo: das 7h30 às 12h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos


No interior do Mercado Municipal de Cunha, encontramos bancas que vendem produtos típicos da região, como frutas frescas, queijos, doces, pimentas, cachaças artesanais e até artigos de couro, como botas e chapéus, uma verdadeira celebração dos sabores e tradições locais.


Com algumas balas de coco artesanais no bolso, doce que já havia nos conquistado desde o litoral fluminense, e saboreando uma cocada, deixamos o Mercado Municipal da Estância Climática de Cunha após uma breve, mas agradável visita.

Seguindo pelas ruas centrais, passamos pela Prefeitura Municipal de Cunha, um edifício que combina valor histórico e arquitetura típica do interior paulista.

Logo adiante, nos deparamos com o imponente Casarão Osmar Felipe, uma das construções mais emblemáticas da cidade, que preserva a memória e a cultura local.

O casarão colonial, pintado em azul e branco, exibe varandas espaçosas, janelas amplas e um detalhe curioso: diversos abacaxis ornamentando sua fachada. A mesma decoração já havíamos observado em algumas edificações históricas de Paraty (RJ), e, curiosos, buscamos entender o significado do símbolo.


Descobrimos que, durante o período colonial, o abacaxi era um símbolo de riqueza e prosperidade. Por sua cor dourada, associada ao ouro, e pela coroa no topo, remetia à nobreza e à fartura. Assim, as casas que ostentavam o fruto em suas fachadas geralmente pertenciam a famílias influentes e abastadas.

Cunha é, de fato, um refúgio de beleza e tradição no interior paulista. Fundada em 1724, mantém seu charme colonial vivo em cada rua de pedra e em cada construção antiga. Com cerca de 22 mil habitantes, a cidade está situada em uma região montanhosa de rara beleza, cercada pela Serra do Mar, Serra da Bocaina e Serra do Quebra-Cangalha, formando uma geografia singular em formato de ferradura.

Uma curiosidade interessante é que Cunha é conhecida como a “Capital Brasileira do Fusca”. Estima-se que o município tenha mais de 1.300 unidades do icônico Volkswagen Fusca registradas, o que significa que mais de 5% da população local possui um exemplar do clássico automóvel, um verdadeiro patrimônio sobre rodas.

Enquanto caminhávamos pelas estreitas ruas do centro histórico, era comum cruzar com fusquinhas coloridos que pareciam parte integrante da paisagem urbana. Pouco depois, chegamos a mais um marco histórico e religioso da cidade: a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.


Construída em 1793, a igreja foi erguida para abrigar os cultos dedicados aos escravizados e brancos pobres, que naquela época eram proibidos de frequentar a Igreja Matriz. Também conhecida como Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos ou simplesmente Igreja do Rosário, o templo é um importante símbolo da história social e religiosa de Cunha, SP.



Atualmente, a igreja integra o conjunto tombado como Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de São Paulo, reconhecida por seu valor arquitetônico e pela relevância na preservação da memória afro-brasileira.


Durante nossa visita, encontramos o templo fechado, pois a Igreja do Rosário e São Benedito só abre ao público em dias festivos. Mesmo assim, contemplar sua fachada singela e harmoniosa, com características típicas do período colonial, já tornou o passeio recompensador.

Ao lado da igreja, está a ampla Praça do Rosário, um espaço encantador que chama a atenção pelas imponentes palmeiras imperiais que margeiam seu entorno, formando um cenário fotogênico e sereno, ideal para uma pausa durante o passeio.

A praça ainda conta com um pequeno mirante, de onde é possível contemplar uma bela vista das montanhas e da paisagem rural que cerca Cunha.

No local também está uma estátua em homenagem ao poeta e compositor Benedito José Monteiro, figura ilustre da cidade, que ajudou a eternizar, por meio da arte, a essência simples e acolhedora da vida no interior paulista.

Após a agradável caminhada pelo pacato centro histórico de Cunha, retornamos ao encontro da Formosa, nossa fiel companheira de estrada. O céu começava a se fechar novamente, mas o clima ameno e o ar puro da serra tornavam o momento ainda mais especial.


De volta à moto, seguimos pelas tranquilas ruas da cidade e passamos pela Casa do Artesão, um espaço dedicado à valorização da cultura local. Ali, artistas e artesãos da região expõem e comercializam suas obras, que vão desde peças em madeira e tecido até belas esculturas e artigos de cerâmica. O local reflete bem o espírito criativo e acolhedor de Cunha, onde a arte e a tradição caminham lado a lado.

Em seguida, rodamos até o famoso Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro. Afinal, Cunha não é conhecida apenas como a “Capital Nacional do Fusca”, mas também ostenta com orgulho o título de “Capital Nacional da Cerâmica Artística”. Seria impensável deixar a cidade sem conhecer um de seus renomados ateliês, verdadeiros templos da arte cerâmica.

Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro
O Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro é um dos mais tradicionais espaços deste tipo em Cunha, SP. A exposição das peças está aos pés do formidável forno Noborigama, um dos únicos ainda em atividade no município paulista.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro partindo do centro de Cunha – São Paulo – Brasil:
Contatos do Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro
- Endereço: Rua Doutor Paulo Jarbas da Silva, 150 – Mantiqueira | Cunha – São Paulo – Brasil
- Telefones: (12) 99719-1472 | (12) 3111-1530
- E-mail: contato@ateliesj.com.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: das 10h às 17h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

O espaço foi fundado em 1985 pelo casal nipo-brasileiro Kimiko Suenaga e Gilberto Jardineiro, que se especializou em peças de alta temperatura, produzidas com técnicas tradicionais japonesas. O destaque do local é o forno Noborigama, movido a lenha, que confere às obras uma autenticidade e qualidade únicas.

O forno Noborigama chegou a Cunha em 1975, trazido por artistas japoneses e portugueses que introduziram a técnica na região. Desde então, ela se tornou o símbolo da cerâmica local, elevando o nome da cidade a um novo patamar no cenário artístico nacional e internacional.

A técnica Noborigama consiste na queima de cerâmica em um forno construído em rampa, com câmaras interligadas que atingem temperaturas superiores a 1.300 °C. Esse processo confere às peças uma resistência, textura e variação de cores únicas, resultado da fusão dos esmaltes em diferentes condições de oxidação.

O termo Noborigama vem do japonês: nobori significa “rampa” e gama significa “forno”, uma referência direta à sua forma característica em degraus. Durante a queima, que pode durar até 27 horas consecutivas, utiliza-se lenha resinosa de eucalipto reflorestado. O processo é minucioso: começa-se com lenha grossa, passa-se para a média e termina-se com lenha fina, até que o forno atinja o ponto exato de fusão dos esmaltes.

O controle preciso das brasas e da alimentação do forno é essencial, pois influencia diretamente o resultado final das peças. A oxidação e a redução da atmosfera de queima produzem tonalidades imprevisíveis, criando verdadeiras obras de arte naturais, sem repetições.



A abertura da fornada é um momento aguardado com expectativa por todos. Após o resfriamento lento, que dura cerca de três dias, as peças são retiradas e revelam suas cores e texturas únicas, um instante de emoção e surpresa compartilhado entre artistas e visitantes.

Entre os mais de vinte fornos Noborigama existentes no Brasil, seis estão em funcionamento ativo em Cunha, reforçando o status do município como um dos maiores polos de cerâmica artística da América do Sul.

Atualmente, a produção cerâmica de Cunha combina influências orientais, portuguesas e indígenas, resultando em peças que transitam entre a arte e a utilidade, como vasos, pratos, esculturas e objetos decorativos de acabamento primoroso.


Após a inspiradora visita ao Atelier Suenaga & Jardineiro, a chuva finalmente nos alcançou. Vestimos as discretas capas de chuva, subimos na Formosa e retomamos o caminho pela SP-171, deixando para trás a charmosa Cunha e seu ar de cidade artística e acolhedora.


Rodamos cerca de 50 quilômetros pela sinuosa rodovia estadual até alcançar Guaratinguetá (SP), onde fizemos a conexão com a rodovia federal BR-116.



Percorremos alguns quilômetros pela movimentada Rodovia Presidente Dutra, mais conhecida como Via Dutra, principal ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, até que, sob chuva fina no fim do dia, chegamos à cidade de Aparecida, popularmente chamada de Aparecida do Norte, nome herdado dos tempos da Estrada de Ferro do Norte, antiga linha ferroviária que conectava as duas capitais.



Já no centro da famosa cidade, partimos em busca de um hotel para descansar e recuperar as energias após um dia intenso de estrada. Molhados e cansados, acabamos sendo surpreendidos pelo Google Maps, que nos conduziu por um verdadeiro zigue-zague pelas ruas de Aparecida, quase como um tour improvisado pelo centro.



Depois da confusão tecnológica, finalmente chegamos ao hotel onde passaríamos a noite.


Do quarto, tivemos uma bela vista do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, o principal ponto turístico e religioso que pretendemos visitar amanhã.

Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre Paraty – RJ e Aparecida – SP.
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