Aparecida • Brasil • Cunha • Expedição 2020: Belas Rotas • Paraty • Rio de Janeiro • São Paulo
Viagem de Moto pela Estrada Paraty-Cunha: Cachoeira do Tobogã, Poço do Tarzan e o Centro Histórico de Cunha
12 de Novembro, 2020
Embarque em uma viagem de moto pela Estrada Parque Paraty-Cunha (antiga Estrada Real): conheça a Cachoeira do Tobogã, o Poço do Tarzan, o centro histórico de Cunha e a arte da cerâmica no forno Noborigama.
O dia foi repleto de experiências incríveis pela estrada, natureza exuberante e muita história! Saímos cedo do centro histórico de Paraty – RJ e iniciamos nosso roteiro conhecendo dois atrativos imperdíveis da antiga Estrada Real Caminho do Ouro: a famosa Cachoeira do Tobogã e o Poço do Tarzan. Em seguida, encaramos a deslumbrante e sinuosa Estrada Parque Paraty-Cunha, cruzamos a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, exploramos os encantos coloniais do centro histórico de Cunha, aprendemos sobre a tradicional produção de cerâmica artesanal em forno Noborigama e, já ao final do dia, enfrentamos a chuva em uma viagem de moto até chegarmos à cidade de Aparecida, SP.

O dia começou com uma temperatura agradável em Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro. Após um café da manhã reforçado, organizamos os equipamentos a bordo da Formosa e partimos nas primeiras horas da manhã, deixando para trás o charme colonial do centro histórico dessa acolhedora cidade fluminense.

Iniciamos a viagem de moto pela Rodovia Rio-Santos (BR-101), seguindo rumo ao norte com destino à Cachoeira do Iriri, localizada ainda no município de Paraty, no estado do Rio de Janeiro.

Percorremos aproximadamente 30 quilômetros pela BR-101 até alcançarmos a entrada da Aldeia Indígena Pataxó, local onde está situada a Cachoeira do Iriri.

Infelizmente, encontramos a entrada da Aldeia Indígena Pataxó fechada por uma corrente.

Descemos da moto e caminhamos pelos arredores por alguns minutos, mas, como não havia ninguém no local, decidimos retornar pela mesma rota utilizada na ida.

De volta ao trevo principal de Paraty, deixamos a BR-101 e seguimos pela RJ-165, tomando a direção oeste.

Rodamos menos de 8 quilômetros pela estreita, porém asfaltada, RJ-165 até o estacionamento que dá acesso à Cachoeira do Tobogã e ao Poço do Tarzan.


Em frente ao estacionamento que serve aos dois famosos atrativos turísticos de Paraty, a Cachoeira do Tobogã e o Poço do Tarzan, está localizada a Igreja Nossa Senhora da Penha.

Com a Formosa devidamente estacionada, caminhamos pela escadaria que avança até a pequena capela, construída sobre uma grande pedra, que guarda a entrada da trilha.

A Igreja de Nossa Senhora da Penha, construída no século XVIII, destaca-se pela sua arquitetura simples e colonial. Além de seu valor histórico, oferece uma vista panorâmica deslumbrante da vegetação ao redor.

No interior, o altar dedicado à padroeira Nossa Senhora da Penha transmite uma atmosfera de paz e profunda devoção.

Após a visita à igreja, seguimos por uma breve trilha ecológica imersa na Mata Atlântica e logo alcançamos a Cachoeira do Tobogã, também conhecida como Cachoeira da Penha ou Cachoeira do Escorrega.


Cachoeira do Tobogã | Cachoeira da Penha
A Cachoeira do Tobogã é uma das atrações mais populares de Paraty – RJ. Seu principal destaque é uma grande pedra lisa por onde corre o fluxo de água, formando um tobogã natural, onde os visitantes podem escorregar até caírem em uma refrescante piscina natural.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Cachoeira do Tobogã partindo do centro de Paraty – Rio de Janeiro – Brasil:
Contatos da Cachoeira do Tobogã
- Endereço: Rodovia RJ-165 (Estrada Paraty-Cunha), Km 8 – Penha | Paraty – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefones: (24) 3371-1222 | (24) 3371-2899
- E-mail: turismoparatyrj@gmail.com
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: da 0h às 24h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora


No local, diversas pessoas se divertiam escorregando pela lisa rocha, com cerca de 20 metros de altura, por onde a água desce rapidamente, formando um verdadeiro tobogã natural que batiza a Cachoeira do Tobogã, atração famosa em Paraty, RJ.


Ao final do tobogã, os visitantes encontram uma bela piscina natural aos pés da queda d’água, perfeita para um banho refrescante após a diversão.


A Cachoeira do Tobogã (Cachoeira do Escorrega) é tão conhecida que, em determinadas épocas do ano, chega a sediar campeonatos de surfe na pedra, atraindo turistas e amantes de aventura.


A ideia de nos aventurar pelo escorregador natural da Cachoeira do Tobogã até surgiu, mas logo percebemos que mal conseguíamos ficar em pé no calçamento de pedra pé-de-moleque do centro histórico de Paraty – RJ, quanto mais em uma rocha lisa e molhada.

Nos contentamos em apreciar a paisagem e absorver a energia revigorante da Cachoeira do Tobogã de Paraty, também conhecida como Cachoeira da Penha.


Após alguns minutos, seguimos pela trilha que margeia a Cachoeira do Tobogã.


Na parte alta da trilha, avistamos o rio que serpenteia pelas pedras, formando diversos poços e pequenas quedas d’água antes de dar origem ao tobogã natural da conhecida Cachoeira do Tobogã.


Poucos passos à frente, está outro atrativo turístico muito conhecido na região: o Poço do Tarzan, uma piscina natural formada por uma pequena, porém charmosa, cascata.


Poço do Tarzan
O Poço do Tarzan é uma piscina natural formada entre as pedras, um pouco acima da Cachoeira do Tobogã. É um local excelente para desfrutar de um banho refrescante e restaurador.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Poço do Tarzan partindo do centro do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil:
Contatos do Poço do Tarzan
- Endereço: Rodovia RJ-165 (Estrada Paraty-Cunha), Km 8 – Penha | Paraty – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefones: (24) 3371-1222 | (24) 3371-2899
- E-mail: turismoparatyrj@gmail.com
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: da 0h às 24h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora


Nas proximidades do Poço do Tarzan, uma pequena ponte pênsil atravessa o rio, conduzindo ao outro lado, onde fica o Restaurante Poço do Tarzan, um estabelecimento rústico e acolhedor.

Após explorar a famosa Cachoeira do Tobogã e o paradisíaco Poço do Tarzan, retornamos ao estacionamento, onde a Formosa nos aguardava pacientemente.

De volta à moto, retomamos a viagem pela rodovia estadual RJ-165, seguindo em direção ao oeste.

A estrada estadual fluminense tornava-se gradualmente mais estreita, sinuosa e íngreme, ganhando altitude rapidamente, uma verdadeira maravilha para os amantes de viagens de moto!

No meio da densa e exuberante Mata Atlântica que envolve a Serra do Mar, o pavimento da rodovia repentinamente deixou o asfalto para se transformar em paralelepípedo.


Essa mudança de pavimento sinalizava nossa entrada na cênica Estrada Parque Comendador Antônio Cônti, mais conhecida como Estrada Parque Paraty-Cunha, considerada uma das estradas mais belas do Brasil, que corta uma parte do Parque Nacional da Serra da Bocaina.


Por se tratar de uma estrada parque, a circulação pela Estrada Parque Paraty-Cunha é permitida apenas entre 7h e 17h, em respeito às restrições de horário voltadas à preservação ambiental.


À medida que ganhávamos altitude pela sinuosa Estrada Parque Paraty-Cunha, uma densa neblina começava a envolver nosso caminho.


Com a atenção redobrada devido à baixa visibilidade, seguimos pela estrada que, até a construção da Rodovia Rio-Santos na década de 1970, era a única ligação terrestre de Paraty – RJ a outros municípios.


Em boa parte do percurso, a rodovia RJ-165 acompanha o traçado original da antiga e histórica Estrada Real do Caminho do Ouro (Caminho Velho), que ligava as lavras de ouro de Minas Gerais ao Porto de Paraty, na época, o único autorizado pela coroa portuguesa para a exportação do precioso metal.


A rodovia estadual RJ-165 possui aproximadamente 46 km de extensão, dos quais 15 km correspondem ao trecho de serra, sendo 10 km pertencentes à paradisíaca Estrada Parque Paraty-Cunha.


Logo após atingirmos o topo da Serra do Mar, a mais de 1.515 metros de altitude, partindo de Paraty, que está ao nível do mar, deixamos a neblina para trás e começamos a ver o azul do céu surgir timidamente entre as densas nuvens em constante movimento.


Exatamente no final da Estrada Parque Paraty-Cunha, no passo da montanha, está localizada a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.


Após uma breve pausa para fotografar a Formosa ao lado da placa que marca a divisa entre os estados, seguimos viagem pela Estrada Paraty-Cunha, que, já em território paulista, volta a ser asfaltada e passa a se chamar Rodovia Vice-Prefeito Salvador Pacetti, também conhecida como SP-171.


Achamos curioso, ou talvez uma ironia do destino, o fato de uma rodovia numerada como 171 ser nomeada justamente em homenagem a um político.


Enfim, poucos quilômetros após entrarmos no estado de São Paulo, passamos ao lado da Cachoeira do Mato Limpo.


Cachoeira do Mato Limpo
Localizada no município paulista de Cunha, a bela Cachoeira do Mato Limpo chama a atenção de quem percorre a Estrada Paraty-Cunha.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Cachoeira do Mato Limpo partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos da Cachoeira do Mato Limpo
- Endereço: Rodovia SP-171 (Estrada Paraty-Cunha), Km 67 | Cunha – São Paulo – Brasil
- Telefone: (12) 3111-2630
- E-mail: turismoecultura@cunha.sp.gov.br
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: da 0h às 24h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 15 minutos


A Cachoeira do Mato Limpo está localizada em terras do município de Cunha, às margens da rodovia SP-171, defronte a um dos inúmeros totens (marcos históricos) da Estrada Real – Caminho do Ouro.


A bela e imponente queda d’água da Cachoeira do Mato Limpo forma, aos seus pés, um pequeno poço ideal para banho e lazer.


Em seguida, continuamos nossa viagem de moto pela sinuosa Estrada Paraty-Cunha.


Nos primeiros quilômetros do trecho paulista, a estrada perde a íngreme inclinação presente no lado fluminense, mas continua estreita, sem acostamento e rodeada por uma paisagem deslumbrante.


Em 1932, o território de Cunha foi palco de intensos combates durante a Revolução Constitucionalista. Um batalhão da Marinha, vindo do Rio de Janeiro e composto por cerca de 400 praças, subiu a Serra do Mar com o objetivo de alcançar a capital paulista pelo Vale do Paraíba.


Os confrontos no município duraram cerca de três meses. Nesse período, a cidade, especialmente a zona rural, sofreu grandes danos: fazendas destruídas, casas e lavouras incendiadas, criações saqueadas, bombardeios e mortes de civis inocentes causadas pelas tropas. O centro de Cunha transformou-se em uma verdadeira praça de guerra.


Durante os confrontos da Revolução Constitucionalista, a cidade de Cunha conheceu seu herói e mártir: o lavrador Paulo Gonçalves dos Santos, mais conhecido como Paulo Virgínio. Segundo relatos, ele foi executado por se recusar a revelar a posição das tropas paulistas às forças inimigas.

Em sua homenagem, foi erguido um monumento às margens da rodovia SP-171, que corta o município. Curiosamente, essa mesma estrada possui dois nomes oficiais: do km 0 ao km 47, é denominada Rodovia Paulo Virgínio (uma justa homenagem ao herói local) e, do km 47 ao km 70, recebe o nome de Rodovia Vice-Prefeito Salvador Pacetti.


Aos poucos, o céu foi sendo tomado por densas nuvens cinzentas e, no horizonte, já era possível avistar diversos pontos de chuva isolada.


Após nos deliciarmos com a pilotagem da Formosa, que bailava suavemente embalada pelo característico ronco do motor Twin Can 96 da Harley-Davidson, cruzamos uma sequência de curvas fechadas, perfeitas para uma pilotagem com garbo e elegância.


Sempre atentos ao céu, torcíamos para que a próxima curva nos levasse para o lado oposto da chuva. Assim, chegamos ao charmoso centro histórico de Cunha – SP antes que as primeiras gotas caíssem.

Já no centro de Cunha, oficialmente reconhecida como Estância Climática, estacionamos a Formosa nas imediações da Praça Cônego Siqueira e seguimos a pé para explorar o seu bem preservado centro histórico.

O primeiro atrativo turístico que visitamos em Cunha foi a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, um dos principais símbolos históricos e religiosos da cidade.

Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Igreja Matriz de Cunha
Construída em 1731, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Igreja Matriz de Cunha é um belo exemplo do barroco paulista, sendo tombada como Patrimônio Histórico e Cultural.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Igreja Matriz de Cunha partindo do centro de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Igreja Matriz de Cunha
- Endereço: Praça Cônego Siqueira – Centro | Cunha – São Paulo – Brasil
- Telefone: (12) 3111-1487
- E-mail: paroquiadecunha@gmail.com
Para obter informações mais detalhadas, visite a página oficial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Igreja Matriz de Cunha no Instagram.
Horários de Funcionamento
- Segunda a sábado: das 8h às 11h30 e das 13h às 17h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 15 minutos

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, também conhecida como Igreja Matriz de Cunha, foi construída em 1731 e, desde então, passou por diversas reformas que preservaram sua importância histórica e arquitetônica.

Um episódio marcante na história da Igreja de Nossa Senhora da Conceição ocorreu em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, quando o templo foi completamente alvejado pelos confrontos armados que tomaram a cidade.

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, belo exemplo do barroco paulista, é tombada como Patrimônio Histórico e Cultural, preservando sua relevância artística, religiosa e arquitetônica ao longo dos séculos.


O interior da Igreja Matriz de Cunha possui uma única nave, ampla e bem iluminada, onde se destacam o altar-mor e os altares laterais com imagens sacras, todos em estilo barroco rococó, evidenciado pelos elaborados retábulos.


Durante nossa visita, o interior do templo religioso estava em processo de reformas, visando à preservação e valorização de seus elementos históricos e arquitetônicos.

Do lado de fora da Igreja Matriz de Cunha, caminhamos pela Praça da Matriz, onde se destaca um belo chafariz, importante marco histórico e ponto de encontro local.


Bem próximo à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, encontra-se outro importante atrativo turístico local: o Mercado Municipal de Cunha, um espaço de grande valor histórico e arquitetônico na cidade paulista.


Mercado Municipal de Cunha
O Mercado Municipal de Cunha é uma edificação histórica de 1913, tombada como bem cultural de interesse arquitetônico e histórico. O local oferece diversos produtos cultivados e produzidos na região, como cachaças, doces, temperos, artesanatos, botas, entre outros.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Mercado Municipal de Cunha partindo do centro de São Paulo – São Paulo – Brasil:
Contatos do Mercado Municipal de Cunha
- Endereço: Rua Dom Lino, 118 – Centro | Cunha – São Paulo – Brasil
- Telefone: (12) 3111-2630
- E-mail: turismoecultura@cunha.sp.gov.br
Horários de Funcionamento
- Segunda a sábado: das 7h30 às 17h30
- Domingo: das 7h30 às 12h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos


Inaugurado em 1913, o tradicional Mercado Municipal de Cunha é uma das construções mais antigas da cidade. O mercado abriga diversas bancas que oferecem produtos típicos da região, como frutas frescas, doces, pimentas, além de botas, chapéus e aguardentes artesanais.


Com algumas balas de coco artesanais no bolso, doce típico que já nos atraía desde o litoral fluminense, e mordiscando uma cocada, deixamos o Mercado Municipal da Estância Climárica de Cunha após uma breve visita.

Poucos passos adiante, passamos pela Prefeitura Municipal de Cunha, um edifício que combina valor histórico e arquitetura local.

Em seguida, avistamos o suntuoso Casarão Osmar Felipe, outra importante construção histórica que preserva a memória e a cultura de Cunha, SP.

O imponente Casarão Osmar Felipe, um antigo casarão colonial com as cores azul e branco, lindas varandas e belos janelões, ostenta diversos abacaxis adornando sua fachada.

Vimos o mesmo adorno em algumas edificações de Paraty – RJ, e, curiosos, questionamos o significado da exposição de tal fruta na fachada destas antigas construções.

Eis a explicação: No período colonial, os abacaxis eram um símbolo de riqueza e prosperidade, indicando que naquela casa morava alguém da nobreza, pois a fruta é amarela como o ouro e tem uma coroa como um rei.

Cunha é um verdadeiro refúgio de beleza e tradição no interior paulista. Fundada em 1724, a cidade mantém seu charme colonial, perceptível nas ruas estreitas e nas construções históricas. Atualmente com cerca de 22 mil habitantes, está situada em uma impressionante formação geográfica em forma de ferradura, cercada pelas imponentes Serra do Mar, Serra da Bocaina e Serra do Quebra-Cangalha.

Uma curiosidade interessante sobre Cunha é que a cidade é conhecida como a “Capital Brasileira do Fusca”. Isso se deve ao impressionante número de mais de 1.300 unidades do icônico veículo licenciadas no município, o que representa mais de 5% da população com um Volkswagen Fusca na garagem.

Caminhando pelas estreitas ruas do centro histórico de Cunha, onde os charmosos fusquinhas parecem fazer parte da paisagem, chegamos a mais um importante marco histórico e religioso da cidade: a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.


A Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, erguida em 1793, foi construída com o propósito de abrigar os cultos destinados aos escravizados e aos brancos pobres, que, à época, eram proibidos de frequentar a Igreja Matriz de Cunha.


Atualmente, o templo religioso, também conhecido como Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos ou, simplesmente, Igreja do Rosário, integra o conjunto de imóveis tombado pelo Estado de São Paulo como Patrimônio Histórico e Cultural, reconhecido por seu valor arquitetônico e relevância histórica para a cidade de Cunha.


Como a Igreja do Rosário e São Benedito só abre ao público em dias festivos, o que não era o caso nesta visita, encontramos suas portas fechadas. Ainda assim, apenas contemplar sua bela fachada, com detalhes arquitetônicos singelos e típicos do período colonial, já faz a visita valer a pena.

Ao lado da Igreja do Rosário e São Benedito, está a ampla Praça do Rosário, um espaço encantador que chama a atenção pelas imponentes palmeiras alinhadas, criando um cenário harmonioso e fotogênico, perfeito para uma pausa durante o passeio pelo centro histórico de Cunha, SP.

A Praça do Rosário conta ainda com um pequeno mirante, de onde é possível contemplar uma vista privilegiada das montanhas e da paisagem rural que cerca Cunha.

O espaço público também abriga uma estátua em homenagem ao poeta e compositor Benedito José Monteiro, ilustre cidadão de Cunha.

Após a agradável caminhada pelo pacato centro histórico de Cunha, retornamos ao encontro da Formosa, nossa fiel companheira de estrada.


Já de volta à moto, seguimos pelas tranquilas ruas de Cunha e passamos pela Casa do Artesão, um espaço dedicado à valorização da cultura local, onde artistas e artesãos da região expõem e comercializam suas obras.

Rodamos então até o Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro. Afinal, Cunha não é conhecida apenas como a “Capital Nacional do Fusca”, mas também ostenta com orgulho o título de “Capital Nacional da Cerâmica Artística”. Por isso, uma visita à cidade não estaria completa sem conhecer ao menos um de seus renomados ateliers de cerâmica.

Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro
O Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro é um dos mais tradicionais espaços deste tipo em Cunha, SP. A exposição das peças está aos pés do formidável forno Noborigama, um dos únicos ainda em atividade no município paulista.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro partindo do centro de Cunha – São Paulo – Brasil:
Contatos do Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro
- Endereço: Rua Doutor Paulo Jarbas da Silva, 150 – Mantiqueira | Cunha – São Paulo – Brasil
- Telefones: (12) 99719-1472 | (12) 3111-1530
- E-mail: contato@ateliesj.com.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: das 10h às 17h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

O casal nipo-brasileiro Kimiko Suenaga e Gilberto Jardineiro fundou seu próprio ateliê de cerâmica artística em 1985, especializando-se em peças de alta temperatura. O grande destaque do local é o tradicional forno Noborigama, movido a lenha, que confere autenticidade e qualidade únicas às obras produzidas.

O forno Noborigama, trazido do Japão, foi introduzido em Cunha – SP em 1975, marcando a chegada de artistas japoneses e portugueses à região. Essa técnica tradicional trouxe um novo patamar à cerâmica local, contribuindo para o reconhecimento da cidade como um importante polo artístico no Brasil.

A técnica Noborigama consiste na produção de cerâmica em fornos a lenha com câmaras interligadas, que alcançam temperaturas superiores a 1.300 graus Celsius, proporcionando peças com resistência, textura e beleza únicas.

O nome Noborigama significa “forno que sobe”, derivado de nobori, que significa rampa, e gama, que significa forno, referência ao seu formato característico em degraus, semelhante a uma escada.

Na técnica Noborigama, a queima com lenha resinosa de eucalipto reflorestado pode durar até 27 horas consecutivas. O processo inicia-se com lenha grossa para o aquecimento inicial, seguida por lenha média para elevar a temperatura na fornalha, e, por fim, lenha fina para alcançar o ponto de fusão dos esmaltes nas câmaras do forno.

O controle preciso do nível da brasa e o ritmo de alimentação do forno influenciam a oxidação ou redução da atmosfera de queima. Isso resulta em elementos imprevisíveis na cristalização, produzindo tonalidades únicas e surpreendentes nos esmaltes, que variam a cada queima.

A abertura da fornada é um momento marcante, quando as cerâmicas são retiradas das câmaras após a queima e o lento resfriamento de três dias. Essa etapa é sempre repleta de surpresas, alegria e encantamento, vivenciados e compartilhados por todos.

Entre os mais de vinte fornos Noborigama existentes no Brasil, seis estão em funcionamento ativo no município de Cunha, SP.

Atualmente, Cunha é um importante polo de cerâmica no Brasil e na América do Sul. Sua produção reúne influências orientais, portuguesas e indígenas, destacando-se por peças de alta e baixa temperatura.

As peças de cerâmica produzidas em Cunha, que transitam entre decoração e objetos de uso cotidiano, destacam-se pela beleza e acabamento primoroso.

Após a incrível visita ao Atelier Suenaga & Jardineiro, a chuva finalmente apareceu. Vestimos as discretas capas de chuva, subimos na Formosa e seguimos pela SP-171, deixando Cunha para trás.


Após rodar cerca de 50 quilômetros pela sinuosa rodovia estadual, chegamos a Guaratinguetá – SP, onde fizemos a conexão com a rodovia federal BR-116.


Percorremos poucos quilômetros pela movimentada Rodovia Presidente Dutra, ou Via Dutra, como é conhecido trecho da BR-116 que conecta São Paulo ao Rio de Janeiro.


Sob chuva no final do dia, chegamos em Aparecida, cidade popularmente conhecida como Aparecida do Norte, nome que remete à construção da Estrada de Ferro do Norte (Estrada de Ferro São Paulo e Rio de Janeiro).


Já no centro da famosa cidade, partimos em busca de um hotel para descansar e recuperar as energias.


Molhados e cansados, acabamos sendo surpreendidos pelo Google Maps, que nos pregou uma peça e nos fez percorrer praticamente todo o centro de Aparecida em um percurso em zigue-zague.


Após o inesperado tour pelo centro, finalmente chegamos ao hotel onde vamos passar a noite. De lá, tivemos uma bela vista do principal ponto turístico que vamos visitar no dia seguinte: o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.


Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre Paraty – RJ e Aparecida – SP.


Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
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