Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • São Paulo
Viagem de Moto pelo Litoral Paulista entre a Serra do Mar e o Oceano: Rodovia Anchieta, Rio-Santos e Tamoios
9 de Novembro, 2020
Embarque em uma viagem de moto de São Paulo rumo ao litoral paulista pela histórica Rodovia Anchieta. Desfrute das paisagens incríveis da cênica Rodovia Rio-Santos (BR-101) e encare a chuva e a neblina na subida da Serra do Mar pela Rodovia dos Tamoios.
Nos despedimos de São Paulo nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira rodando até São Bernardo do Campo, onde trocamos os dois pneus da Formosa, antes de seguir viagem rumo ao litoral paulista pela histórica Rodovia Anchieta. Já no nível do mar, o percurso revelou cenários impressionantes ao longo da Rodovia Rio-Santos (BR-101), com trechos ladeados pela Mata Atlântica e por praias paradisíacas. Ao anoitecer, encaramos uma intensa chuva e neblina densa durante a subida da Serra do Mar pela sinuosa Rodovia dos Tamoios (SP-099), encerrando o dia em Paraibuna, após mais uma viagem de moto inesquecível pelas estradas do Brasil.

Na noite anterior, enquanto aproveitávamos o conforto de um hotel aconchegante em São Paulo, dedicamos algum tempo para pesquisar na internet por lojas especializadas em pneus de moto na capital paulista. Nosso objetivo era encontrar um pneu traseiro faixa branca nas medidas MU85 B16 ou 150/80-16, compatível com a Formosa, uma Harley-Davidson Heritage Softail Classic 2014.

Depois de algumas buscas, encontramos uma loja em São Bernardo do Campo que, além de ter o modelo exato em estoque, oferecia um preço bastante atrativo, ao menos no site. Com isso, encerramos o dia tranquilos, com a sensação de missão cumprida e prontos para uma noite de sono realmente reparadora.

Logo nas primeiras horas da manhã, despertamos dispostos, tomamos um café da manhã reforçado e organizamos todos os equipamentos na Formosa. Com os trajes de moto viagem devidamente ajustados, nos despedimos do hotel e seguimos pelas movimentadas ruas do centro de São Paulo, prontos para mais um dia de estrada.

Era uma típica manhã de segunda-feira na capital paulista, com trânsito intenso e aquele ritmo frenético característico da maior metrópole do Brasil. Nosso destino agora era o ABC Paulista, mais precisamente São Bernardo do Campo, onde esperávamos garantir o tão procurado pneu traseiro faixa branca.

Sob um céu azul de tirar o fôlego e com o auxílio do Google Maps que, apesar de essencial, às vezes nos coloca em pequenas enrascadas, chegamos rapidamente a São Bernardo do Campo, coração industrial do ABC e um dos polos históricos da indústria automobilística brasileira.

Pontualmente às 9h, horário de abertura, estacionamos a Formosa em frente à Café Racer Pneus, nossa primeira parada do dia.

Fomos prontamente atendidos pela atenciosa equipe da loja, que, ao saber que estávamos em plena moto expedição, fez questão de priorizar o serviço na Formosa, um gesto que reafirma uma das máximas mais respeitadas entre motociclistas: quem está viajando tem prioridade.

Após a substituição do pneu traseiro, que apresentava um corte quase de ponta a ponta, identificado no último sábado durante a descida da Serra do Mar pela belíssima Rodovia Mogi-Bertioga, decidimos aproveitar o excelente atendimento e os preços justos da loja para também trocar o pneu dianteiro.

Embora ainda não tivesse atingido o limite de desgaste indicado pelo TWI, o pneu dianteiro já mostrava sinais visíveis de deformação, algo que temos notado com certa frequência nos modelos mais recentes da marca Metzeler.

Cerca de duas horas após estacionarmos, a Formosa já estava pronta: com dois pneus novos, preparada para encarar os próximos quilômetros de nossa viagem pelas mais belas rotas do país. Agradecemos sinceramente a toda a equipe da Café Racer Pneus, em São Bernardo do Campo (SP), pela agilidade, simpatia e excelente serviço prestado.

Com a Formosa alegre e satisfeita com seu novo par de sapatos, seguimos viagem rumo ao litoral paulista, prontos para encarar mais um trecho da nossa Moto Expedição 2020: Belas Rotas.

Como de costume, percorremos os primeiros quilômetros com cautela, respeitando o período de assentamento dos pneus novos, etapa essencial para remover, com o calor e o atrito do asfalto, a fina camada de cera protetora que reveste o composto. Essa prática é indispensável para garantir segurança e aderência nas curvas seguintes.

Nesta edição da moto expedição, já havíamos descido e subido a Serra do Mar pela imponente Rodovia dos Imigrantes. Desta vez, porém, escolhemos a tradicional Rodovia Anchieta como rota rumo ao litoral.


À medida que nos aproximávamos do início da serra, o céu azul que cobria a Grande São Paulo começava a desaparecer, dando lugar a nuvens densas e um clima úmido típico das regiões serranas.

A Rodovia Anchieta (SP-150) é uma das vias mais importantes do estado e um dos principais eixos logísticos do Brasil, conectando a capital paulista ao Porto de Santos, o maior porto da América Latina. Por isso, o fluxo de caminhões e carretas é intenso, tornando-a uma das estradas mais movimentadas do país em transporte de cargas.


Esse tráfego pesado se deve, principalmente, ao fato de que, no Sistema Anchieta-Imigrantes, a descida de veículos de carga pela serra é permitida exclusivamente pela Rodovia Anchieta.

Ao contrário da moderna Rodovia dos Imigrantes, marcada por túneis e longas retas, a Anchieta conserva curvas mais fechadas e trechos históricos, o que a torna especialmente atrativa para quem viaja de moto, onde cada curva é um convite à contemplação da paisagem da Mata Atlântica.

Mas, afinal, por que “Anchieta”? O nome homenageia José de Anchieta, jesuíta espanhol nascido em 19 de março de 1534, na ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias. Após estudar filosofia, ingressou na Companhia de Jesus com o propósito de difundir o cristianismo no Novo Mundo e, aos 19 anos, foi enviado ao Brasil.



Em terras brasileiras, o Padre Anchieta teve papel fundamental na fundação do colégio jesuíta da então Vila de São Paulo de Piratininga (atual município de São Paulo), em 25 de janeiro de 1554. Fluente em tupi, língua dos povos nativos do litoral, escreveu a primeira gramática dessa língua e mediou conflitos entre indígenas e colonizadores durante a Confederação dos Tamoios.


Curiosamente, foi ele o primeiro europeu a percorrer o caminho que ligava São Paulo a Santos, uma trilha usada por séculos pelos povos indígenas, e por isso a rodovia que hoje leva seu nome é uma justa homenagem à sua trajetória.

Exatos 342 anos após sua morte, o então governador Adhemar de Barros ordenou, em 9 de junho de 1939, o início da construção da estrada que ligaria São Paulo ao Porto de Santos.

A Rodovia Anchieta, anteriormente conhecida como Via Anchieta, ficou marcada na história por ser a primeira estrada do Brasil a contar com trechos em túneis, uma tecnologia utilizada na época apenas na Europa e nos Estados Unidos.

Com pistas duplas, pavimentação em concreto e cimento, 58 viadutos, 18 pontes e cinco túneis, a Rodovia Anchieta foi inaugurada em 1947, após uma obra que durou oito anos.

Com o ronco imponente do motor V-Twin Harley-Davidson da Formosa ecoando pela serra e os pneus novos respondendo com suavidade às curvas, descemos rapidamente a Serra do Mar envoltos pela exuberante Mata Atlântica, entre os inúmeros caminhões que cruzam diariamente a rodovia.

Já no nível do mar, deixamos a Rodovia Anchieta e acessamos a BR-101, que, no trecho entre Cubatão e Ubatuba, é compartilhada com a SP-055, retomando assim nossa viagem de moto pela icônica Rodovia Rio-Santos.

Ao cruzar a ponte sobre o Rio Itapanhaú, já em Bertioga, notamos uma mudança no clima: o céu começava a abrir, revelando que bons ventos nos aguardavam no litoral.

Aproveitando o tempo firme, decidimos entrar no centro de Bertioga para conhecer uma de suas praias e explorar um pouco mais do litoral paulista.


Com cerca de 65 mil habitantes, Bertioga foi fundada em 1547 e é considerada um dos primeiros núcleos de povoamento do Brasil. O município abriga o Forte São João, a fortaleza mais antiga do país ainda de pé, construída no mesmo ano da fundação, e é classificado como uma das 15 estâncias turísticas do estado de São Paulo, por atender aos critérios de infraestrutura e atrativos definidos por lei estadual.


Seguimos pela Avenida Dezenove de Maio, principal via de acesso à cidade, até o ponto onde as areias claras se encontram com o mar agitado da Praia da Enseada, um dos cartões-postais de Bertioga, SP.


A Praia da Enseada é a mais extensa e movimentada da cidade, com um belo calçadão à beira-mar que abriga ciclovia, praças, jardins, parquinho e uma área para eventos, tornando-se o principal ponto de lazer e convivência da região.


Fizemos uma breve parada na Praia da Enseada para registrar o momento com uma foto e, em seguida, rodamos até um restaurante local para saciar a fome que já nos acompanhava havia algum tempo.


Devidamente alimentados e revigorados, retomamos nossa viagem pela BR-101, prontos para seguir pelas belas curvas do litoral norte paulista.


Esse trecho da Rodovia Rio-Santos (BR-101) oferece um verdadeiro espetáculo natural. De um lado, a imponente Serra do Mar, coberta pela exuberante Mata Atlântica, funciona como um ímã para as nuvens carregadas que se formam ao longo do dia. Do outro, as praias paradisíacas do litoral paulista se estendem por quilômetros, criando um contraste visual impressionante entre o verde intenso da serra e o azul profundo do oceano.



Apesar da beleza, é essencial redobrar a atenção durante o trajeto. A Rodovia Rio-Santos possui pista simples, tráfego intenso e um número elevado de lombadas, o que exige cautela, especialmente dos motociclistas. Essas características tornam a viagem mais lenta, mas também permitem desfrutar com segurança das paisagens ao redor.




Em um ritmo tranquilo, tanto para apreciar a vista quanto para evitar que a Formosa saltasse por alguma das inúmeras lombadas (sim, há muitas delas!), seguimos até a cidade de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo.



Com cerca de 80 mil habitantes, São Sebastião é uma das cidades mais antigas do Brasil, fundada oficialmente em 1636. Seu centro histórico, tombado pelo Condephaat, preserva casarões coloniais, igrejas e construções do período imperial, que remontam à época em que o porto local era um importante entreposto comercial. Além do patrimônio histórico, o município abriga mais de 30 praias, cada uma com características únicas, que atraem surfistas, mergulhadores e viajantes em busca de tranquilidade.



Nesta viagem, porém, São Sebastião foi apenas uma passagem. Ficou a promessa de um retorno com mais tempo, para explorar suas histórias, praias e curiosidades com a atenção que merecem.



Seguimos rumo norte pela Rodovia Rio-Santos (BR-101 / SP-055), considerada uma das estradas mais bonitas do Brasil. Com aproximadamente 550 quilômetros de extensão, a via margeia o litoral entre Santos (SP) e Rio de Janeiro (RJ), passando por cidades icônicas como Guarujá, Bertioga, Ubatuba, Paraty e Angra dos Reis. O trajeto é ladeado por ilhas, praias desertas, imponentes cachoeiras e trechos preservados da Mata Atlântica, um cenário que faz dessa estrada um dos destinos preferidos para viagens de moto e carro.



Cerca de 10 mil veículos circulam diariamente pela Rio-Santos. Curiosamente, apesar do nome, a rodovia não tem acesso direto à área urbana de Santos. Para chegar até lá, é necessário utilizar a Rodovia Anchieta, via Cubatão, ou optar pela travessia de balsa entre Santos e Guarujá.



A construção da Rodovia Rio-Santos começou em 1963, conduzida em etapas pelo Exército Brasileiro, como parte do programa de integração litorânea. O trecho paulista foi concluído apenas em 1985, após mais de duas décadas de obras complexas que exigiram cortes em encostas e pontes sobre manguezais e rios costeiros.



Logo adiante, cruzamos a famosa Praia de Maresias, ainda no município de São Sebastião, um dos destinos mais badalados do litoral norte paulista. Com areias brancas, mar aberto e ondas grandes, Maresias é reconhecida internacionalmente como um dos melhores picos de surfe do Brasil. É lá que fica o Instituto Gabriel Medina, criado pelo primeiro surfista brasileiro a conquistar um título mundial profissional, com o objetivo de formar novas gerações de atletas e promover o esporte na região.



A Rodovia Rio-Santos foi projetada com múltiplos objetivos: conectar dois polos econômicos estratégicos, São Paulo e Rio de Janeiro, servir como rota de evacuação em caso de emergência nas usinas nucleares de Angra dos Reis e, principalmente, impulsionar o turismo em uma região privilegiada por suas paisagens e biodiversidade.



Antes de receber seu nome atual, a estrada era conhecida como Estrada do Sol: Rio – Santos, uma denominação poética que refletia perfeitamente o cenário paradisíaco que acompanha boa parte do trajeto.



Embora seu percurso de 550 km pareça curto, a Rodovia Rio – Santos é uma estrada para ser apreciada sem pressa. Além das diversas “baías” (áreas de escape ou pequenos recuos usados para descanso e contemplação), a rodovia serpenteia entre montanhas e o mar, atravessando cidades cercadas por mata nativa e cachoeiras escondidas, ideais para pequenas pausas e trilhas ecológicas.



No entanto, devido ao tempo limitado da Moto Expedição 2020: Belas Rotas, não conseguimos explorar todas essas cidades e atrativos com a calma que gostaríamos.




Fizemos apenas algumas paradas estratégicas nos pontos mais impressionantes ao longo do caminho, aproveitando ao máximo cada curva, conscientes de que, durante o verão, a rodovia costuma ficar completamente congestionada.



Nas proximidades da Praia de Barequeçaba, ainda no município de São Sebastião, fizemos uma pausa em um mirante natural. De lá, foi possível contemplar, de um lado, a Praia do Guaecá, cercada por vegetação nativa e com mar azul-esverdeado.



E, do outro, a própria Praia de Barequeçaba, com sua faixa de areia clara e mar calmo, ideal para famílias e banhos tranquilos.


Ao longe, vimos a chuva caindo suavemente sobre o horizonte, desenhando um belo arco-íris no exato sentido em que seguíamos. Era o tipo de cena que resume o espírito de toda viagem de moto: imprevisível, intensa e, acima de tudo, recompensadora.



Preparados psicologicamente para encarar mais um possível banho de chuva, retomamos a estrada com o espírito aventureiro renovado, prontos para o próximo trecho da viagem.



Seguimos pela Praia Grande de São Sebastião, uma extensa faixa de areia dourada que se destaca pela beleza natural e pelo mar agitado, atraindo surfistas em busca de boas ondas. O cenário, emoldurado pela Serra do Mar e pela vegetação nativa, é um dos cartões-postais da cidade e reflete bem o encanto do litoral norte paulista.



Quando nos demos conta, já estávamos no movimentado centro de São Sebastião, próximos ao porto de onde partem as balsas que fazem a travessia até a famosa Ilhabela, SP.



Ilhabela, como o próprio nome sugere, é um verdadeiro paraíso, e figura em nosso caderno de destinos imperdíveis para uma próxima viagem. Desta vez, contudo, ela ficará para depois.



Com cerca de 36 mil habitantes, Ilhabela se destaca por ter mais de 80% de sua área coberta por Mata Atlântica preservada, o que a torna um dos destinos de ecoturismo mais importantes do estado. Suas águas calmas e as condições geográficas ideais favorecem esportes náuticos como mergulho, kitesurf, vela e stand up paddle.



Apesar do nome, Ilhabela não é apenas uma ilha, mas sim um arquipélago, composto por 14 ilhas e ilhotas, sendo a Ilha de São Sebastião a principal e única habitada. Localizada a cerca de 210 km da capital paulista, é um dos poucos municípios-arquipélago marinhos do Brasil, ao lado de Cairu (Bahia) e Fernando de Noronha (Pernambuco).



As praias de Ilhabela têm características únicas em comparação às das cidades vizinhas, resultado direto de sua formação geológica acidentada.




O arquipélago abriga os 10 maiores picos insulares do Brasil, entre eles o Pico de São Sebastião, com 1.375 metros de altitude, o Pico do Papagaio, com 1.307 metros, e o Pico do Ramalho, com 1.200 metros, verdadeiros mirantes naturais sobre o oceano.



Atualmente, Ilhabela é também ponto de parada de cruzeiros marítimos internacionais que percorrem a costa brasileira. No entanto, sua história guarda episódios marcantes, como os naufrágios que ocorreram ao longo dos séculos devido às fortes correntes e às pedras submersas que cercam o arquipélago. Entre eles, o mais trágico foi o do Príncipe das Astúrias, ocorrido em 1916. Conhecido como o “Titanic brasileiro”, o navio espanhol naufragou próximo à Ponta da Pirabura, vitimando 443 pessoas e deixando 143 sobreviventes. Hoje, seus destroços atraem mergulhadores do mundo inteiro.



Entre as nuvens carregadas que dominavam o céu, deixamos São Sebastião para entrar no vizinho município de Caraguatatuba, uma das principais cidades do litoral norte paulista.



Foi em Caraguatatuba que a chuva finalmente nos alcançou, ou talvez tenhamos sido nós a alcançá-la. Com o fim do dia se aproximando e o tempo cada vez mais fechado, decidimos abrir mão de visitar as praias locais, conhecidas por sua extensão e beleza, como Martim de Sá, Cocanha e Massaguaçu.



Optamos por seguir viagem e, nos despedindo temporariamente da Rodovia Rio-Santos (BR-101), acessamos a Rodovia dos Tamoios (SP-099), uma das mais importantes ligações entre o litoral e o Vale do Paraíba.



A Rodovia dos Tamoios (SP-99) conecta Caraguatatuba a São José dos Campos, em um percurso de 82 quilômetros, atravessando a Serra do Mar. Pavimentada em 1957, a estrada recebeu o nome em homenagem aos índios tamoios, que habitavam o litoral norte paulista e o sul fluminense antes da chegada dos colonizadores portugueses.



Sob uma forte chuva, iniciamos a subida da sinuosa Serra do Mar pela Rodovia dos Tamoios. À medida que ganhávamos altitude, uma densa neblina começou a nos envolver, reduzindo a visibilidade e tornando o trajeto ainda mais desafiador.


Em meio à combinação de chuva, curvas fechadas e aclives acentuados, a Formosa seguia firme, deitando com garbo e elegância a cada curva.


Pouco tempo depois, alcançamos o topo da Serra do Mar. A neblina começou a se dissipar, as curvas se tornaram mais suaves e, com o trecho duplicado e modernizado, a Rodovia dos Tamoios perdeu um pouco do seu caráter aventureiro. Ainda assim, a sensação de superação ao vencer o trecho serrano sob chuva intensa compensava qualquer dificuldade.

Seguimos por mais alguns quilômetros, pagamos uma tarifa de pedágio considerável e, quando a chuva reduziu a uma leve garoa, chegamos ao Mirante de Paraibuna, um dos pontos mais bonitos da rodovia.


Localizado em uma área administrada pela concessionária responsável pela Rodovia dos Tamoios, o Mirante de Paraibuna oferece uma vista panorâmica da Represa de Paraibuna, um dos maiores reservatórios do Sistema Paraíba do Sul. A represa, formada pelo represamento do Rio Paraibuna, é sustentada por uma barragem de 104 metros de altura e abriga a Usina Hidrelétrica de Paraibuna, inaugurada em 1970, considerada uma das mais altas do Brasil.


Aproveitamos a paisagem para registrar algumas fotos e utilizar a estrutura do local, que conta com banheiros e área de descanso. Mas, com o retorno da chuva intensa, retomamos a estrada e seguimos até o centro de Paraibuna (SP), onde encontramos uma pousada aconchegante para descansar.


Encerramos o dia com a sensação de dever cumprido, prontos para mais uma etapa de nossa viagem de moto pelas estradas brasileiras na manhã seguinte. Amanhã tem mais um capítulo da nossa Moto Expedição 2020: Belas Rotas, repleto de novas paisagens, desafios e descobertas.

Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre São Paulo – SP e Paraibuna – SP.


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