Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • São Paulo
Rodovia Anchieta, Rio-Santos e Tamoios: Uma Aventura no Litoral Paulista
9 de Novembro, 2020Percorra a Rodovia Anchieta, Rio-Santos e Tamoios com a Formosa de pneus novos. Descubra paisagens deslumbrantes, praias encantadoras e as histórias das principais rodovias do litoral paulista.
Após desfrutar da noite no conforto de um hotel em São Paulo, dedicamos tempo à pesquisa do pneu traseiro da Formosa na internet. Felizmente, localizamos uma loja em São Bernardo do Campo que possui o pneu faixa branca em estoque, por um preço bastante acessível (pelo menos no site). Com o plano de trocar o pneu ainda pela manhã, pretendemos aproveitar o dia explorando parte da deslumbrante Rodovia Rio-Santos e, se possível, explorar algumas das curvas sinuosas da Rodovia Anchieta em plena Serra do Mar.
Após um café da manhã substancial, nos despedimos do hotel e partimos pelas agitadas ruas centrais da capital paulista em direção ao ABC Paulista.
Guiados pelo Google Maps, que por vezes nos coloca em algumas furadas, alcançamos rapidamente São Bernardo do Campo, SP.
Pontualmente às 9h, horário de abertura da loja, estacionamos a Formosa em frente à Café Racer Pneus, nosso primeiro destino do dia.
Fomos prontamente atendidos pela equipe local, que fez questão de priorizar o serviço na Formosa, honrando a máxima do mundo das duas rodas: prioridade para quem está em viagem.
Após a troca do pneu traseiro, que apresentava um corte praticamente de ponta a ponta, identificado no sábado, decidimos também substituir o pneu dianteiro.
Apesar de não ter atingido a marca TWI, o pneu dianteiro da Formosa já demonstrava um certo desgaste e estava bastante deformado, uma característica (ou seria falha) que temos observado nos últimos modelos dos pneus da Metzeler.
Com a Formosa satisfeita com o par de sapatos novos, seguimos em direção ao litoral paulista. Agradecemos à equipe da Café Racer Pneus de São Bernardo do Campo – SP pela agilidade, simpatia e serviço prestado.
Como de costume, os primeiros quilômetros percorridos com os pneus novos foram feitos de maneira elegante e cautelosa, visando lixar e remover a camada de cera que reveste os novos pneus através do calor e atrito com o asfalto.
Durante a Expedição 2020: Belas Rotas, já tivemos a experiência de descer e subir a Serra do Mar pela cênica Rodovia dos Imigrantes. Desta vez, optamos por descer pela Rodovia Anchieta.
Assim que nos aproximamos do início da serra, o céu azul que embelezava a Grande São Paulo foi ficando para trás.
Rodeados por carregadas nuvens cinzentas, iniciamos a descida da Serra do Mar.
A Rodovia Anchieta, SP-150, é conhecida como o maior corredor de exportação da América Latina.
Com isso, o fluxo de caminhões e carretas pela estrada é extraordinariamente alto.
Principalmente devido ao fato de que a circulação de veículos pesados na descida da Serra do Mar pelo Sistema Anchieta-Imigrantes é permitida apenas pela Rodovia Anchieta.
Diferente da Rodovia dos Imigrantes, onde o trecho de serra é repleto de túneis e composto em sua maioria por retas, a Rodovia Anchieta é cheia de curvas, o que a torna ideal para ser percorrida de moto.
A Rodovia Anchieta, inaugurada em 1947, foi uma das primeiras rodovias modernas do país, representando um marco na ligação entre a capital São Paulo e o litoral paulista.
Seu nome é uma homenagem ao político brasileiro Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que também era conhecido como “Alferes Anchieta”.
Ao longo das décadas, a Rodovia Anchieta passou por diversas melhorias e ampliações para atender à crescente demanda.
Seu traçado sinuoso pela Serra do Mar proporciona não apenas um desafio para os motoristas, mas também vistas deslumbrantes da paisagem tropical da Mata Atlântica.
Após desfrutar da emocionante experiência de percorrer as sinuosas curvas da Serra do Mar, entre os numerosos caminhões que dominam a Rodovia Anchieta, finalmente alcançamos o nível do mar.
Ao atingirmos o nível do mar, acessamos a BR-101, que no trecho entre Cubatão e Ubatuba é chamada SP-055, e retomamos nossa jornada pela famosa Rodovia Rio-Santos.
Após cruzarmos a ponte sobre as águas do Rio Itapanhaú, já em Bertioga, notamos uma melhora no tempo na direção do mar.
Aproveitamos a melhora do tempo e decidimos explorar o centro de Bertioga – SP para conhecer pelo menos uma de suas praias.
Percorremos toda a extensão da Avenida Dezenove de Maio, pela qual adentramos na cidade, e logo chegamos ao encontro das areias claras com o agitado mar da Praia da Enseada.
A Praia da Enseada, principal praia da cidade paulista de Bertioga, é conhecida por sua extensa faixa de areia, acompanhada por um belo calçadão que oferece uma ciclovia, praças, jardins, parque infantil e área para eventos.
Fizemos uma breve pausa ali para registrar o momento em uma foto e depois seguimos até um restaurante para saciar a fome que nos consumia.
Devidamente alimentados, retornamos à rodovia SP-055.
Este trecho da Rodovia Rio-Santos é de pista simples, bastante movimentado e, surpreendentemente, apresenta muitas lombadas.
Rodeada por uma deslumbrante paisagem, a Rodovia Rio-Santos oferece, de um lado, a imponente cadeia montanhosa da Serra do Mar, que atua como um ímã natural para nuvens carregadas, e do outro, as deslumbrantes praias do litoral paulista.
Num ritmo tranquilo, para contemplarmos as belezas do cenário que nos envolvia e evitarmos saltar com a Formosa por alguma das inúmeras lombadas (sim, reforço que a estrada é cheia delas!), chegamos em São Sebastião, SP.
Na cidade mais antiga do litoral norte paulista, passamos por diversas construções históricas.
E percorremos uma agradável sequência de curvas em meio a uma colina localizada dentro do Parque Estadual da Serra do Mar.
Seriam estas as curvas da estrada de Santos a que Roberto Carlos faz referência?
Talvez, mas como ele não menciona nenhuma lombada na música, tenho minhas dúvidas.
Enfim, logo chegamos à badalada Praia de Maresias, ainda no município de São Sebastião, estado de São Paulo.
A Praia de Maresias abriga o Instituto Gabriel Medina, do primeiro surfista brasileiro campeão mundial profissional. Reconhecida internacionalmente pelo cenário perfeito para a prática do surfe, a praia oferece areias brancas e ondas grandes.
Dali seguimos serpenteando entre a Serra do Mar e a praia, parando eventualmente em um dos inúmeros pontos de parada, conhecidos nesta região como “baías”, para apreciar a natureza ao nosso redor.
A charmosa Rodovia Rio-Santos é digna de um passeio tranquilo de vários dias, uma vez que corta cidades que abrigam praias deslumbrantes e são cercadas pela exuberante Mata Atlântica, com suas inúmeras cachoeiras.
Mas, devido ao tempo limitado disponível para a Expedição 2020: Belas Rotas, não podemos nos dar ao luxo de parar em cada uma dessas cidades para explorar todos os seus principais atrativos.
Assim, seguimos aproveitando ao máximo as curvas e o cenário da estrada, cientes de que, no verão, ela deve ficar completamente congestionada.
Nas proximidades da Praia de Barequeçaba, paramos em outro mirante, de onde conseguimos avistar, de um lado, a Praia do Guaecá.
E do outro lado, avistamos a Praia de Barequeçaba.
Aos fundos, conseguimos ver a chuva caindo exatamente na direção para a qual estamos indo.
Preparados psicologicamente para mais um banho de chuva, seguimos em frente.
Passamos pela Praia Grande.
E quando percebemos, estávamos no centro de São Sebastião, de onde partem as balsas que fazem a travessia até Ilhabela.
Após atravessar o centrinho da cidade, que é considerada uma estância balneária, voltamos a seguir pela costa e conseguimos avistar parte de Ilhabela.
Ilhabela é formada por um conjunto de 14 ilhas e ilhotes, sendo um dos únicos municípios-arquipélago marinho do Brasil.
Tanto São Sebastião quanto Ilhabela estão na lista de lugares que pretendemos conhecer.
Na sequência, deixamos o município de São Sebastião e seguimos pela cidade de Caraguatatuba, SP.
Onde a chuva finalmente nos alcançou, ou melhor, nós a alcançamos.
O fim do dia já se aproximava e, com o tempo chuvoso, desistimos de visitar alguma praia da cidade paulista de Caraguatatuba.
Optamos por continuar nossa jornada, então nos despedimos da Rio-Santos e acessamos a rodovia SP-099.
A rodovia estadual, mais conhecida como Rodovia dos Tamoios, faz a ligação entre Caraguatatuba, no litoral, e São José dos Campos, no planalto, por um trajeto de 82 quilômetros de extensão.
A estrada foi pavimentada em 1957 e recebeu este nome em homenagem aos nativos da tribo Tamoios, que habitavam o litoral norte paulista e parte do litoral fluminense.
Acompanhados pela chuva, iniciamos a sinuosa subida da Serra do Mar pela Rodovia dos Tamoios.
Conforme ganhávamos altitude, uma densa neblina começava a nos envolver.
E em meio a esse cenário, composto por chuva, neblina, acentuado aclive, curvas fechadas e alto fluxo de veículos, a Formosa bailava, inclinando suavemente em cada curva com garbo e elegância, calçando seus sapatos novos ao som do inconfundível e agradável ronco do motor Harley-Davidson Twin Cam.
Em poucos minutos, atingimos o topo da Serra do Mar, onde a neblina cessou e a Rodovia dos Tamoios perdeu um pouco de seu encanto. Agora duplicada, não mais sinuosa e sem os aclives e declives acentuados.
Assim, seguimos por mais alguns quilômetros, pagamos a alta tarifa de pedágio e quando a chuva diminuiu a ponto de se tornar uma leve garoa, chegamos no Mirante de Paraibuna.
O local, que abriga a base operacional da concessionária de pedágio, oferece uma bela vista da Represa de Paraibuna.
Ali fizemos algumas fotos, aproveitamos para ir ao banheiro e, com a chuva voltando a engrossar, seguimos viagem até o centro de Paraibuna – SP, onde localizamos uma pousada e passaremos a noite.
Abaixo o mapa com o trajeto percorrido no dia entre São Paulo – SP e Paraibuna – SP:
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