Turismo em Urubici – SC: Cascata Véu de Noiva, Morro da Igreja, Trilhas Ecológicas e Inscrições Rupestres

Aproveitamos a sexta-feira para um roteiro de aventura em Urubici, na Serra Catarinense. Visitamos a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, contemplamos a deslumbrante Cascata Véu de Noiva e subimos ao Morro da Igreja, o ponto mais alto habitado do sul do Brasil. Exploramos trilhas ecológicas na Mata Atlântica, conhecemos o Sítio Arqueológico Morro do Avencal e suas fascinantes inscrições rupestres, fotografamos a imponente Cascata do Avencal e encerramos o dia com uma emocionante viagem de moto noturna pela Serra do Rio do Rastro, sob a luz mágica da lua cheia.

Despertamos nas primeiras horas do dia e, ao espiar pela janela, nos deparamos com um céu azul impecável. Sem demora, vestimos nossas roupas de moto viajantes e partimos do centro de Urubici pela rodovia SC-370 a bordo da Formosa.

Após alguns quilômetros, o cenário mudou drasticamente. Nuvens densas e cinzentas começaram a se formar no horizonte, sinalizando a possibilidade de chuva iminente. Antes que a tempestade nos alcançasse, fizemos uma parada estratégica para vestir as capas de chuva e garantir que a viagem seguisse sem contratempos.

Muito antes da colonização europeia, o território que hoje corresponde a Urubici era densamente coberto por pinheiros araucária e habitado pelos povos indígenas guarani, kaingang (kanhgág) e xokleng (laklãnõ). Esses últimos, os xokleng, foram os que mais sofreram com a colonização, vítimas de ataques brutais que contavam inclusive com os chamados bugreiros, homens contratados para exterminar indígenas em troca de recompensas. Essa violência quase levou o povo xokleng ao extermínio, deixando uma marca profunda na história da região.

O próprio nome do município carrega essa herança indígena. Para os guarani, de origem tupi-guarani, Urubici significa “pássaro lustroso”. Já para os kaingang, da família linguística jê, o nome se traduz como “terra mãe das águas frias”, uma referência ao clima característico da Serra Catarinense.

No século XVIII, jesuítas chegaram à região em busca de minas de ouro e com o objetivo de catequizar os nativos. Mais tarde, no fim do século XIX, vieram os primeiros colonizadores europeus, em sua maioria imigrantes italianos e alemães, que trouxeram técnicas agrícolas e contribuíram para a formação cultural local. A primeira vila de Urubici foi fundada em 1915. O município se emancipou de São Joaquim em 1956, mas foi oficialmente instalado em 3 de fevereiro de 1957, data reconhecida como sua fundação.

Localizada no Vale do Rio Canoas, atualmente Urubici possui cerca de 11 mil habitantes e é o maior produtor de hortifrutigranjeiros de Santa Catarina, recebendo o título de “Terra das Hortaliças”. Destaca-se também no cultivo da maçã, especialmente a variedade gala, e na produção de erva-mate, consolidando sua importância econômica e cultural no estado.

Nos últimos anos, o município tem se fortalecido como um dos principais destinos turísticos da Serra Catarinense. Além de atrativos como a icônica Serra do Corvo Branco, na divisa com Grão-Pará, Urubici abriga o imponente Morro da Igreja, a curiosa Pedra Furada e inúmeras cachoeiras e cascatas que encantam viajantes de todas as partes.

Com as capas de chuva ajustadas, retomamos a viagem pela SC-370 rumo ao primeiro destino do dia: a Gruta Nossa Senhora de Lourdes.

Situada no distrito de Santa Terezinha, a Gruta Nossa Senhora de Lourdes é um dos locais de fé e contemplação mais conhecidos de Urubici, envolta por mata nativa e um ambiente de serenidade que convida à reflexão.

Deixamos a Formosa estacionada e seguimos a pé por cerca de 120 metros até avistarmos o que se assemelha a um templo religioso a céu aberto.

O fundo deste espaço singular é formado pela própria gruta natural, cercada por paredões de pedra que criam um cenário fabuloso e ao mesmo tempo acolhedor para a devoção.

No centro da formação rochosa, uma queda-d’água de mais de 10 metros desce em meio às pedras, adicionando um toque de beleza natural e um clima de tranquilidade ao ambiente sagrado.

Desde 1944, a Gruta Nossa Senhora de Lourdes em Urubici abriga uma imagem da santa, tornando-se um importante ponto de peregrinação.

Todos os anos, inúmeros fiéis visitam o local, com destaque para o mês de outubro, quando ocorre a Romaria da Penitência, que reúne devotos de várias regiões em um momento de fé e espiritualidade.

Do ponto mais alto da gruta, é possível apreciar uma vista panorâmica do entorno, contemplando a harmonia entre a natureza exuberante e o espaço de devoção.

Após explorarmos a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, retomamos a estrada com a Formosa em direção ao próximo destino do dia: o famoso Morro da Igreja.

Já havíamos estado no Morro da Igreja em 2017, mas a grandiosidade desse lugar sempre justifica novos retornos. Cada visita é única, especialmente porque as condições climáticas transformam completamente a experiência.

O Morro da Igreja está inserido no Parque Nacional de São Joaquim, unidade de conservação administrada pelo ICMBio. A entrada é gratuita, mas exige autorização prévia, que deve ser solicitada no escritório do órgão, localizado no centro de Urubici, SC. Garantimos nossa autorização no dia anterior, para não perder a oportunidade de subir até o topo nesta viagem.

Com os documentos em mãos, seguimos rumo à guarita do parque, confiantes de que o tempo permaneceria estável e nos permitiria desfrutar de toda a beleza da região.

No início da subida, as condições pareciam favoráveis, com visibilidade boa e um clima agradável. No entanto, poucas curvas adiante, fomos surpreendidos por uma densa neblina que tomou conta da estrada, criando uma atmosfera enigmática e desafiadora.

Para intensificar o cenário, a neblina veio acompanhada de uma chuva fina e rajadas de vento gelado, tornando o percurso ainda mais exigente.

Chegamos ao topo do Morro da Igreja completamente molhados, com visibilidade quase nula e enfrentando uma sensação térmica gélida.

Não por acaso: com 1.822 metros de altitude, o Morro da Igreja é o ponto habitado mais alto do sul do Brasil e frequentemente registra temperaturas negativas, chegando a ser conhecido como um dos lugares mais frios do país.

Um detalhe curioso é a rápida transição de altitude na região. Enquanto o centro de Urubici está a menos de 900 metros, em apenas 30 km chega-se ao cume do Morro da Igreja (1.822 metros acima do nível do mar), o que explica a brusca mudança climática que experimentamos durante a subida.

Em comparação com nossa visita anterior, notamos melhorias significativas na infraestrutura do topo. Hoje, há estacionamento organizado e um mirante estruturado que facilita a contemplação da paisagem, proporcionando mais conforto e acessibilidade aos visitantes.

Do mirante do Morro da Igreja, em dias de céu aberto, é possível avistar um dos cartões-postais mais icônicos da Serra Catarinense: a Pedra Furada. Essa impressionante formação rochosa, moldada pela ação do tempo, é considerada uma das imagens mais marcantes do turismo em Santa Catarina.

Infelizmente, a neblina não deu trégua, e mesmo após alguns minutos de espera, a visibilidade não passou de poucos metros. Ainda assim, a experiência de vivenciar o Morro da Igreja em condições tão adversas tornou-se especial.

Agora, tivemos a oportunidade de conhecer o Morro da Igreja em dois cenários distintos: sob neblina leve em 2017 e, nesta viagem, em meio à chuva intensa e neblina densa. Cada visita revelou um lado diferente do local, reforçando a ideia de que a natureza tem seus próprios caprichos.

Fica a expectativa para uma próxima oportunidade: contemplar o Morro da Igreja em um dia ensolarado e de céu límpido, que certamente revelará toda a imponência da Serra Catarinense e a beleza única da Pedra Furada.

Curiosamente, ao iniciarmos a descida, a neblina, a chuva e o vento cessaram exatamente no mesmo ponto em que haviam começado, como se o topo guardasse para si aquele clima misterioso.

Assim que cruzamos novamente a guarita do Parque Nacional de São Joaquim, seguimos por uma estrada asfaltada à esquerda que nos levou diretamente ao Restaurante e Pousada Cascata Véu de Noiva.

A famosa Cascata Véu de Noiva de Urubici está situada dentro do Véu de Noiva Eco Parque, uma propriedade particular que combina atrativos naturais com excelente infraestrutura. Além da vista espetacular da cascata, o espaço oferece cabanas aconchegantes para hospedagem, um restaurante com comida caseira e trilhas que permitem contato próximo com a mata nativa da Serra Catarinense.

Naturalmente, o grande destaque do local é a própria Cascata Véu de Noiva. Localizada a apenas 150 metros do restaurante, é de fácil acesso, tornando-se uma das quedas-d’água mais visitadas e fotografadas da região.

Com 62 metros de altura, a Cascata Véu de Noiva impressiona por sua elegância. A água cristalina escorre sobre um paredão escuro de basalto até formar um pequeno e encantador poço em sua base.

Durante a queda, a cortina branca de água lembra um delicado véu de noiva, inspiração direta para o nome do atrativo.

Após contemplar a beleza da cascata principal, seguimos por uma trilha suspensa que adentra a mata preservada.

Logo no início, placas informam que a área passa a não pertencer mais ao restaurante, indicando a transição para um ambiente mais selvagem e rústico.

Nesse percurso, tivemos a oportunidade de observar a Cascata Véu de Noiva de outro ângulo, ampliando a perspectiva de sua imponência.

A trilha nos conduziu por uma paisagem marcada pela presença de grandes xaxins, alguns com porte impressionante, que reforçam a sensação de estar em um verdadeiro relicário da natureza.

Avançando pelo caminho, cruzamos a área da tirolesa do Parque de Aventura Morro da Igreja e, logo depois, seguimos por uma estrada de terra curta até o início de uma nova trilha.

Desta vez, a caminhada nos levou ao interior do Cânion do Xaxim Gigante, um dos cenários mais belos da região.

O Cânion do Xaxim Gigante, com seus paredões íngremes cobertos por vegetação densa, abriga gigantescos xaxins e transmite uma sensação de imersão profunda na natureza.

A trilha, íngreme e escorregadia devido à chuva da noite anterior, exigiu atenção redobrada. A vestimenta de motoqueiros (calças de cordura e jaquetas de couro) tornou a caminhada ainda mais desafiadora, embora o alívio de não carregar os capacetes tenha facilitado o trajeto.

À medida que avançávamos, o som da água se intensificava, anunciando a presença da Cascata das Três Irmãs.

Poucos metros adiante, nos deparamos com a queda-d’água imponente, cercada por altos paredões de pedra. Embora não tenhamos encontrado informações precisas sobre sua altura, a grandiosidade do cenário fala por si.

Estar dentro do Cânion do Xaxim Gigante já é uma experiência extraordinária, mas acrescentar a presença de uma cascata poderosa como a das Três Irmãs transforma o momento em algo inesquecível. O contraste entre o vigor da água e a solidez das rochas cria um espetáculo natural de rara beleza.

A atmosfera do Cânion do Xaxim Gigante é de pura serenidade. O vento suave, o canto dos pássaros e o som da cachoeira reverberando pelas paredes rochosas compõem uma sinfonia natural que transmite paz e renovação.

Ali, fizemos uma pausa para hidratar, descansar e simplesmente contemplar. Foi um momento de conexão com a Pachamama (Mãe Terra), um instante de gratidão por poder testemunhar tamanha grandiosidade natural.

Revigorados, retornamos pela mesma trilha até a área da tirolesa e seguimos para outro caminho, que contorna o topo da Cascata das Três Irmãs.

Esse trecho, mais tranquilo, proporcionou vistas deslumbrantes do alto do cânion e nos levou à Cachoeira dos Namorados.

Com 35 metros de altura, a Cachoeira dos Namorados encanta não apenas pela charmosa queda, mas também pelo belo poço formado em sua base, perfeito para banho em dias quentes, embora a água fria da serra nos tenha feito apenas admirá-lo de longe.

Depois de tanto contato com a natureza, voltamos ao restaurante para uma refeição merecida. Escolhemos a truta, prato típico da região, preparada com tempero caseiro e muito sabor.

Enquanto saboreávamos o almoço, fomos presenteados com a presença de uma gralha-azul, ave símbolo da Serra Catarinense e responsável pela dispersão das sementes de araucária. Livre em seu habitat natural, ela acrescentou um toque especial ao momento, unindo gastronomia, fauna e contemplação em uma experiência completa.

Depois de um almoço saboroso e revigorante, seguimos pela SC-370 de volta ao centro de Urubici, desfrutando da agradável estrada que corta a serra.

Cruzamos o charmoso centro da cidade, que preserva a atmosfera acolhedora típica das pequenas localidades do interior, com ruas tranquilas, construções simples e rodeadas pela natureza exuberante da região.

Logo pegamos a SC-110 em direção a São Joaquim, até que paramos a Formosa às margens da rodovia. Dali, o horizonte se abriu diante de nós, revelando uma vista panorâmica de tirar o fôlego, que sintetiza bem a grandiosidade das paisagens serranas de Santa Catarina.

Poucos quilômetros após deixarmos o centro de Urubici, uma curva fechada da estrada nos presenteou com a visão da espetacular Cascata do Avencal. Com queda livre superior a 100 metros, ela se destaca entre as principais atrações turísticas de Urubici, atraindo viajantes de todo o Brasil pela força e beleza da água despencando sobre as rochas.

Paramos no Guardião do Avencal Bar e Café, ponto estratégico para apreciar e fotografar a cascata. O espaço, além de oferecer café e petiscos, abriga um importante sítio arqueológico, declarado Patrimônio Nacional, que enriquece a visita unindo natureza e história.

Trata-se do Sítio Arqueológico Morro do Avencal 1, um local sagrado para povos nativos que habitaram a região por milhares de anos.

Estima-se que, desde cerca de 4.000 anos atrás até o início do século XX, o espaço tenha servido como centro de rituais espirituais e culturais.

As inscrições rupestres do Sítio Arqueológico Morro do Avencal 1 ocupam aproximadamente 120 m² e estão distribuídas em quatro painéis ao longo de um paredão de arenito com 40 metros de extensão.

Entre as representações, encontram-se figuras humanas, animais e formas geométricas, verdadeiros registros simbólicos que oferecem uma rara oportunidade de compreender o imaginário e a espiritualidade dos povos originários.

O processo de criação dessas gravuras era cuidadoso. Primeiro, os antigos habitantes preparavam a superfície da rocha com molduras que delimitavam os desenhos. Em seguida, utilizavam técnicas como picoteamento, abrasão e polimento para dar forma às imagens, garantindo detalhes finos e duradouros. Essa complexidade sugere que a prática tinha profundo caráter ritualístico.

Pesquisas recentes revelaram que alguns desenhos foram feitos com pigmentos especiais à base de carvão vegetal e cera de abelha, resultando em traços escuros que se destacam contra a coloração clara do arenito. Esse detalhe ressalta não apenas a habilidade técnica, mas também a intenção de dar maior destaque às representações.

Uma característica singular do Sítio Arqueológico Morro do Avencal 1 é a presença de máscaras antropomórficas gravadas na pedra. Essas faces estilizadas são raras no planalto sul-brasileiro e fornecem pistas valiosas sobre as crenças e rituais das comunidades Jê que ocuparam a região.

Os grafismos guardam forte semelhança com padrões encontrados em cerâmicas de outros sítios arqueológicos, o que reforça a hipótese de que havia uma rede cultural interligada entre diferentes povos nativos do sul do Brasil.

Além das gravuras, o local também abriga cavernas que provavelmente serviram como abrigo ou como espaços complementares para cerimônias.

Não resistindo à curiosidade, FredLee foi o primeiro a explorar uma das cavernas.

Em seguida, Sayo e eu fizemos um sorteio para definir quem se aventuraria na exploração e quem ficaria na entrada. O azar (ou sorte) caiu sobre mim, e coube a Sayo a missão de adentrar o espaço estreito, fotografar e registrar o interior, enquanto eu permanecia do lado de fora.

Do interior da caverna, a pequena abertura ao fundo criava um efeito marcante: um feixe de luz iluminava o espaço como um túnel de esperança, destacando a beleza natural das formações rochosas.

Logo depois, exploramos outra cavidade, desta vez com entrada mais ampla.

A experiência nos permitiu observar a paisagem composta pela Cascata do Avencal aos fundos sob um novo ângulo, acrescentando outra camada de encanto ao passeio pelo Morro do Avencal.

Na sequência, partimos do Guardião do Avencal e, logo adiante, fizemos uma breve parada no Mirante de Urubici – SC.

Dali, nos despedimos da cidade com uma última vista panorâmica, levando conosco não apenas as imagens de paisagens impressionantes, mas também as memórias dos momentos vividos ao longo da viagem por Urubici, SC.

Seguimos então pela SC-110 em direção ao sul. O céu encoberto e as nuvens carregadas em constante movimento acrescentavam um ar dramático ao cenário serrano, transformando a estrada em parte da experiência.

Enquanto avançávamos, a beleza das montanhas, vales e campos que margeiam a rodovia reforçava o quanto a Serra Catarinense é um destino único para quem aprecia turismo de natureza e viagens de moto.

Com o cair da tarde, o vento gelado trouxe novamente sinais de mudança no tempo. Fizemos uma pausa rápida para vestir as capas de chuva, nos preparando para as condições adversas que se aproximavam.

Poucos quilômetros depois, deixamos a SC-110 e acessamos a SC-390.

Não demorou muito para que a chuva intensa nos alcançasse, impondo um ritmo mais cauteloso na estrada.

Acompanhados pela chuva persistente, seguimos viagem até alcançar Bom Jardim da Serra, SC.

Após abastecer a Formosa no centro de Bom Jardim da Serra, seguimos rumo à famosa Serra do Rio do Rastro, conhecida por suas curvas desafiadoras e vistas de tirar o fôlego.

Atualmente, a Serra do Rio do Rastro está passando por reformas, com interdições em certos horários, sendo o tráfego de veículos permitido apenas: de segunda a sexta-feira, das 18h às 8h; aos sábados, a partir das 13h; e durante todo o dia aos domingos e feriados. As obras estão programadas para continuar até meados de 2021.

Logo após cruzarmos o pórtico de Bom Jardim da Serra, a chuva se intensificou, acompanhada por uma densa neblina. Inicialmente, mantivemos a câmera protegida, mas a paisagem simplesmente exigia uma pausa.

Encontramos uma área de escape logo no início da descida da Serra do Rio do Rastro e, mesmo sob a chuva, paramos a Formosa, registramos fotos e nos permitimos momentos de pura alegria: corremos, pulamos e dançamos, celebrando a natureza e a aventura. Como duas crianças, nos divertimos sob o aguaceiro, descobrindo que o vento gelado complementava a experiência.

Retomando a viagem, deparamos com uma longa fila de veículos. A espera, causada pelo encontro de dois caminhões em uma curva estreita, nos permitiu parar em outra área de escape e contemplar mais um pouco da Serra do Rio do Rastro.

Após alguns minutos tensos e muita perícia dos caminhoneiros, os veículos conseguiram avançar, com os caminhões “beijando” os baús e seguindo em direções opostas.

Logo adiante, ao vencer uma das fechadas curvas da Serra do Rio do Rastro, a majestosa lua surgiu entre as nuvens, criando um espetáculo de luz e sombra.

A presença da lua cheia iluminando a Serra do Rio do Rastro transformou a viagem em uma experiência quase mágica: descer a serra à noite, sob chuva, neblina, frio e tráfego intenso, e ainda contemplar o luar, tornou aquele momento inesquecível.

Com a noite avançando e o cenário encantador iluminado pelo luar, encerramos o dia com uma parada em um hotel às margens da rodovia.

Devidamente abrigados, bem no coração da Serra do Rio do Rastro, nos despedimos da sexta-feira em meio a uma paisagem de rara beleza.

Agora vamos descansar, pois amanhã é dia de madrugar para descer e subir a sinuosa Serra do Rio do Rastro!

Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre Urubici – SC e Lauro Muller – SC,