Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • Santa Catarina • Urubici
Viagem de Moto de Erechim – RS ao Alto da Serra do Corvo Branco em Urubici – SC
29 de Outubro, 2020
Descubra a Serra do Corvo Branco em Santa Catarina, uma inesquecível viagem de moto que mistura aventura e beleza natural. Explore a lendária estrada, suas paisagens espetaculares e desafios únicos.
Com a Formosa devidamente limpa e perfumada (fragrância WD-40), carregamos as bagagens e vestimos nossas indumentárias de viagem. Assim, partimos ao amanhecer desta quinta-feira para mais uma emocionante expedição sobre duas rodas. Nesta aventura, intitulada “Moto Expedição 2020: Belas Rotas”, pretendemos explorar algumas das estradas mais encantadoras do Brasil. Para o primeiro dia, definimos um destino icônico e reverenciado no universo do motociclismo brasileiro: a Serra do Corvo Branco, em Santa Catarina.

Após resetar o hodômetro parcial da moto, nos despedimos de Erechim, no Rio Grande do Sul, com destino a Urubici, em Santa Catarina, nossa meta para o dia.

Embora o trajeto mais direto e convencional entre Erechim e Urubici seja pelas rodovias BR-153 e BR-280, optamos por seguir uma rota alternativa. Afinal, estamos de férias, e o desejo de aproveitar ao máximo a liberdade da estrada falou mais alto. Com a chance de explorar um caminho mais longo e repleto de curvas, escolhemos abraçar a aventura, priorizando o prazer de pilotar a Formosa em vez da pressa de chegar.

Ao deixar o centro de Erechim, no Rio Grande do Sul, pegamos a RS-135 em direção ao sul.

Rodamos apenas alguns quilômetros até nos depararmos com o primeiro “pare e siga” da viagem, algo que, curiosamente, já está se tornando uma tradição em nossas motoexpedições. Cada início de jornada parece ser marcado por esse breve interlúdio, como um ritual que nos prepara para as aventuras que estão por vir.

Com a temperatura amena e o céu encoberto por densas nuvens, os breves minutos de espera no “pare e siga” não chegaram a causar desconforto, como o calor excessivo vindo do motor da Formosa que poderia, literalmente, fritar os ovos as pernas. A condição climática contribuiu para uma parada mais confortável, permitindo-nos aguardar a liberação da pista sem maiores incômodos.

Retomamos a viagem e, em pouco tempo, alcançamos o trevo de acesso a Coxilha, ponto onde a RS-135 se conecta à ERS-463. A partir dali, seguimos por essa nova rodovia, mantendo nosso rumo em direção leste.

O trecho de pouco mais de 30 km entre Coxilha e Tapejara, percorrido pela ERS-463, é marcado por inúmeras curvas fechadas, pista estreita e ausência de acostamento, características que, longe de representar um obstáculo, tornam a experiência especialmente prazerosa para quem está viajando de moto.

Após vencermos as curvas da ERS-463, atravessamos o centro de Tapejara, no Rio Grande do Sul, e prosseguimos pela rodovia estadual, deixando para trás o perímetro urbano rumo aos próximos quilômetros de estrada.


Próximo a Ibiaçá – RS fizemos a primeira de muitas paradas ao longo do caminho, uma pausa estratégica para hidratação e, claro, para que eu pudesse “regar as plantinhas” às margens da rodovia.

Mais aliviado após a parada, voltamos à estrada e, em poucos minutos, cruzamos o pórtico de entrada da cidade de Ibiaçá.



Seguimos passando em frente ao imponente Santuário Nossa Senhora Consoladora, um dos principais marcos de Ibiaçá.


Em seguida, retomamos o percurso, agora rodeados por vastas plantações que dominavam a paisagem com tons vibrantes de verde e dourado.


Logo depois, acessamos a RS-126, que nos levou até Sananduva, município gaúcho conhecido como a “Terra do Melhor Salame Italiano”. O título, carregado de orgulho local, reflete a forte influência da cultura italiana na região e evidencia a qualidade dos produtos artesanais, especialmente na gastronomia.

Em Sananduva, acessamos a RS-343 e continuamos o percurso contornando os municípios de Cacique Doble e São José do Ouro, mantendo o ritmo da viagem por entre paisagens típicas do interior gaúcho.


Ao chegarmos a Barracão, nos despedimos das rodovias estaduais e passamos a seguir pela BR-470.


Rodamos aproximadamente 10 km pela BR-470 até alcançarmos uma ponte estratégica, localizada exatamente no ponto onde o Rio Pelotas se encontra com o Rio Uruguai, uma confluência marcante que também sinaliza a divisa entre os estados.

O Rio Uruguai, por sua vez, tem origem no Parque Estadual de Espigão Alto, localizado nas proximidades, e se transforma em um imponente curso d’água que percorre mais de 1.750 quilômetros até desaguar no Rio da Prata, na fronteira entre Argentina e Uruguai.


Diante desse cenário, cruzamos a primeira divisa estadual da expedição, deixando o Rio Grande do Sul para trás e entrando em território catarinense.

Já em solo catarinense, enfrentamos pela primeira vez durante a Moto Expedição 2020: Belas Rotas a amarga sensação de trafegar por uma rodovia em péssimas condições. Tanto nós quanto a Formosa sentimos o impacto imediato do asfalto irregular e descuidado.

Por sorte, o trecho em mau estado foi curto, com aproximadamente 15 km de extensão. Logo depois, a pista voltou a apresentar boas condições, permitindo que seguíssemos com mais conforto, tranquilidade e segurança no trajeto.


Rodeados por extensas plantações, belas fazendas e grandes rebanhos de gado, seguimos contornando a região de Campos Novos, apreciando a paisagem rural característica do interior catarinense.

Após alguns quilômetros, deixamos a BR-470 para trás e passamos a seguir pela BR-282, dando continuidade ao trajeto por uma das principais rodovias de Santa Catarina.

Contornamos Vargem, uma pequena e pacata cidade que se destaca pela tranquilidade e pelas belas paisagens naturais que a cercam.



Na sequência, adentramos a Serra Catarinense, região famosa por suas paisagens de tirar o fôlego e pelo clima mais ameno, que torna o percurso ainda mais agradável.


Seguindo pela Serra Catarinense, cruzamos São José do Cerrito.


Uma curiosidade fascinante sobre São José do Cerrito é a recente descoberta de diversas estruturas subterrâneas na região. Segundo arqueólogos, essas construções formam o maior conjunto de casas ou abrigos subterrâneos já identificado no Brasil, revelando a riqueza histórica e arqueológica do local.


Esse achado notável acrescenta um toque de mistério e relevância histórica ao município, despertando o interesse de pesquisadores e também de turistas curiosos sobre o passado pré-colonial do Brasil.


Até o momento, mais de 200 estruturas subterrâneas já foram identificadas em São José do Cerrito, Santa Catarina, algumas com impressionantes 7 metros de profundidade por 20 metros de diâmetro. Datadas de aproximadamente mil anos atrás, essas construções guardam vestígios de antigas populações que habitaram o planalto catarinense em tempos pré-colombianos.


Essa descoberta representa uma janela única para a compreensão da história antiga da região, evidenciando a complexidade social e a riqueza cultural dos povos que ocuparam o planalto catarinense há cerca de um milênio.


Em seguida, atravessamos Lages, a maior cidade da Serra Catarinense e o município mais extenso do estado.


Conhecida como a “Capital do Planalto”, Lages se destaca como um dos principais polos culturais e econômicos de Santa Catarina, unindo história, tradição e desenvolvimento moderno em perfeita harmonia.

Ao chegarmos a Lages, percebemos um aumento no fluxo de veículos, enquanto o vento mais forte intensificava a sensação de frio. Sob esse clima característico das regiões montanhosas e elevadas da Serra Catarinense, seguimos adiante até contornar Bocaina do Sul, enfrentando as baixas temperaturas com o entusiasmo de quem aprecia cada detalhe do caminho.


Até que chegamos a Bom Retiro, município conhecido pelas paisagens naturais deslumbrantes e por atrair amantes da natureza e de aventuras ao ar livre, sendo um dos destinos mais apreciados da Serra Catarinense.


Em Bom Retiro, deixamos a BR-282 para trás e iniciamos o trajeto pela SC-110, seguindo por uma rota mais cênica e envolvente rumo ao nosso destino final do dia.



A partir dali, percorremos apenas alguns quilômetros por uma excelente via asfaltada, estreita, sem acostamento e repleta de curvas desafiadoras, até finalmente chegarmos a Urubici – SC.


Esta visita a Urubici marcou a segunda passagem da Formosa por este encantador município catarinense.


A primeira visita da Formosa a Urubici aconteceu em 2017. Para relembrar os detalhes dessa aventura, clique aqui e confira o relato completo.


Curiosamente, em ambas as passagens por Urubici, o clima estava fechado e frio, antecedendo períodos de chuva. Essa coincidência climática reforça o caráter imprevisível do tempo na região serrana, onde as condições mudam rapidamente, o que adiciona um toque de aventura à experiência de viagem.


Uma vez no centro de Urubici, dirigimo-nos ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para obter a autorização necessária para visitar o Morro da Igreja (Pedra Furada), localizado dentro do Parque Nacional de São Joaquim. Este procedimento é essencial para garantir a conservação da área e a segurança dos visitantes, permitindo o acesso a uma das paisagens mais icônicas e elevadas da região.


Após obtermos a autorização, dedicamo-nos à busca de um local para pernoitar em Urubici, SC.

Com a pousada localizada e a Formosa devidamente descarregada, e com a chuva já desenhando-se no horizonte, partimos para a SC-370 em direção à famosa Serra do Corvo Branco.

O percurso que liga o centro de Urubici ao alto da Serra do Corvo Branco é de aproximadamente 30km, incluindo cerca de 6km de estrada de terra com pedras soltas. Este trecho culmina com a impressionante paisagem dos enormes paredões rochosos que ladeiam o asfalto da rodovia SC-370, proporcionando uma experiência única e memorável aos viajantes.

Naturalmente, ao chegarmos no trecho de terra, fomos recebidos pela chuva, o que explica a ausência de fotos deste momento desafiador da viagem. A chuva intensificou a aventura, adicionando um elemento extra à nossa experiência ao percorrer o alto da Serra do Corvo Branco sob condições adversas.

Com a chuva persistente, envoltos em densa neblina e combatendo um vento gelado que nos deslocava de um lado para o outro da estrada, prosseguimos com extrema cautela. Apesar das condições desafiadoras e das ocasionais reboladas da Formosa, conseguimos alcançar um dos destinos mais cobiçados pelos motociclistas: a Serra do Corvo Branco.

Chegar à Serra do Corvo Branco é uma experiência verdadeiramente indescritível. A alegria de alcançar um dos pontos mais emblemáticos das rotas de moto no Brasil mistura-se à sensação de realização e à admiração pela natureza ao redor.

A histórica estrada que atravessa a Serra do Corvo Branco representa a primeira via de conexão entre o litoral e a serra catarinense. Esta lendária rota não é apenas uma estrada, ela é um marco fundamental na história de Santa Catarina, destacando-se pela sua importância no desenvolvimento do acesso entre diferentes regiões do estado.

Esta passagem se tornou um símbolo de progresso e aventura, atraindo motociclistas e viajantes de todo o país para vivenciar suas vistas deslumbrantes e desafios únicos.

A Serra do Corvo Branco recebeu este nome intrigante devido à presença do Urubu-Rei, uma ave de rara beleza com plumagem predominantemente branca e detalhes coloridos.

Desconhecido pelos habitantes locais, o Urubu-Rei foi equivocadamente chamado de corvo branco, o que eventualmente deu origem ao nome da serra. Essa curiosa origem do nome contribui para o misticismo e a singularidade da região, tornando-a ainda mais fascinante para visitantes e entusiastas da natureza.

A imponente garganta da Serra do Corvo Branco se destaca como o maior corte em rocha do Brasil, com impressionantes 90 metros de profundidade. Integrante da extensa cadeia rochosa da Serra Geral, a serra está situada no município de Grão-Pará, cujo centro fica a aproximadamente 55 km de Urubici.

Esta área espetacular está situada a uma altitude de 1.470 metros acima do nível do mar, oferecendo vistas deslumbrantes e um ambiente único para os aventureiros e amantes da natureza que se aventuram por esta região de beleza inigualável.

Considerando que Urubici está localizada a 915 metros acima do nível do mar, e o centro de Grão-Pará a apenas 110 metros, a inclinação da Serra do Corvo Branco torna-se notavelmente evidente.

Esse impressionante desnível evidencia a íngreme ascensão enfrentada por quem percorre a Serra do Corvo Branco, que conta com nada menos que 284 curvas, muitas delas em formato de cotovelo. Considerada uma das estradas mais desafiadoras e bonitas do Brasil, oferece uma experiência intensa e ao mesmo tempo deslumbrante, em meio a uma paisagem montanhosa de tirar o fôlego.

Devido às condições climáticas adversas, o avanço da noite e a limitação na habilidade de condução de quem vos escreve, decidimos não prosseguir pela rodovia que, embora inicialmente asfaltada, logo retorna ao formato de estrada de terra e pedras.

Optamos por contemplar a beleza do local, mesmo com a visibilidade reduzida pela chuva e pela neblina. Optamos por adiar a travessia da desafiadora estrada entre Urubici e Grão-Pará para uma próxima oportunidade, priorizando segurança e melhores condições para aproveitar plenamente o trajeto.

Essa decisão nos permitiu garantir a segurança, ao mesmo tempo em que mantivemos a expectativa para uma nova oportunidade de aventura em condições mais favoráveis.

Com a adrenalina já mais controlada e após tirar várias fotos, percebemos que a chuva persistia e o vento estava bastante frio. Foi então que lembramos de colocar as capas de chuva para nos protegermos melhor do clima adverso.

Molhados e com frio, mas com um baita sorriso dentro do capacete, voltamos ao centro de Urubici, concluindo o primeiro dia vibrante da Moto Expedição 2020: Belas Rotas. Foi um início repleto de descobertas e aventuras marcantes.

Acima o mapa com o trajeto percorrido de Erechim – RS a Urubici – SC.


Oba! Já são 8 comentários nesta postagem!
Boa tarde!
Gostei muito do seu post, estou indo agora em setembro para urubici e tentar fazer a serra do corvo branco, o amigo pode informar se neste caminho ate a fenda que vc fez era tudo asfalto?
Olá, Gilberto! Muito obrigado pelo seu comentário e por acompanhar o blog FredLee Na Estrada! Ficamos felizes em saber que o conteúdo esteja sendo útil para o seu planejamento.
Em relação ao trajeto do centro da cidade de Urubici – SC até a Fenda da Serra do Corvo Branco, atualmente, dos aproximadamente 30 quilômetros, cerca de 3 km ainda são de estrada de terra. Quando estivemos lá, esse trecho era de 6 km, mas, com o tempo, a pavimentação tem avançado. O trecho não asfaltado costuma estar em boas condições e é possível percorrê-lo com qualquer tipo de moto.
No topo da Serra do Corvo Branco, a rodovia SC-370 é asfaltada e continua assim por alguns metros durante a descida. No entanto, a maior parte do percurso até Grão Pará – SC permanece como estrada de terra, com características desafiadoras, como ser estreita, sinuosa e íngreme.
Desejamos uma excelente viagem e que você aproveite ao máximo as belezas dessa região incrível de Santa Catarina!
Abraços!
Boa tarde amigo tudo bem? Acabei de comprar uma Heritage 2014 do mesmo modelo que a sua, fiz uma viagem de 450km nesta semana e gostaria de dividir uma experiencia.
Eu percebi que acima de 100km/h ela gera uma turbulencia muito grande no topo do capacete, balançando demais a cabeça. Isso acontece contigo tambem? Tenho 1.77m
Obrigado desde ja
ATt
Olá André, por aqui tudo ótimo, e contigo?
Maravilha, parabéns pela aquisição, sem dúvidas uma excelente motocicleta, que lhe proporcione muitas alegrias.
Tenho 1.82 de altura e nunca senti nenhuma turbulência no capacete pilotando a Formosa.
Vale destacar que sempre rodamos com o para-brisa, ou seja, não posso comentar sobre a experência de viajar sem ele.
Caso tu tenha viajado com o para-brisa, imagino que a turbulência em excesso possa ter sido ocasionada por uma das duas situações:
– Ou o para-brisa de sua motocicleta tenha sido cortado e esteja baixo para sua altura, fazendo com que o vento seja direcionado diretamente ao seu capacete (o para-brisa da Formosa foi cortado assim que compramos a moto, pois quando original era muito alto e dificultava minha pilotagem em especial na chuva, quando ele ficava molhado, sujo e me obrigava a olhar por cima ou pelos lados, causando um grande desconforto. Cortamos alguns centímetros deixando ele praticamente na altura de meu nariz, um pouco abaixo da linha de meus olhos, e o resultado tornou a pilotagem mais confortável e segura);
– Ou seja algo relacionado ao seu capacete, como por exemplo: o seu capacete ser aberto, o seu capacete ser mais instável em velocidades maiores, ou ainda o seu capacete ser de um tamanho maior ao indicado para a sua cabeça, ficando um pouco folgado e gerando assim uma certa vibração em altas velocidades;
Enfim, espero ter auxiliado de alguma maneira.
Valeu. Abraços…
Muito bacana Urubici, várias opções de passeios para contemplar a natureza, já fomos duas vezes (carro e moto), exploramos todos os pontos, inclusive o Morro do Campestre e óbvio, Morro da Igreja; essa Serra do Corvo Branco é demais. Por essas andanças até às serras, morros, cascatas, etc., lembro da “colheita” de ameixas e tomates, que delícia…..Parabéns pela rota, aproveitem cada km. Grande abraço !!!
Cidade linda mesmo, rodeada por maravilhas naturais! Essa é nossa segunda passagem por lá, mas ainda não conseguimos ver tudo o que a região tem a oferecer. O lado bom disso é que temos motivos para voltar :) Valeu, abraços…
Show de bola o primeiro dia. Ps: só fiquei com dó das plantinhas que vc regou… :p
Valeu! Hahaha é a natureza em sua forma mais bruta (ou não).
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.