Passeio Tour Linha Bella pelo Interior de Gramado, Catedral de Pedra e o Encantador Sonho de Natal em Canela, RS

FredLee e Sayo aproveitaram a sexta-feira para embarcar no passeio turístico Tour Linha Bella, explorando o interior de Gramado, na Serra Gaúcha. Durante o passeio, conheceram o Marco Zero de Gramado, a primeira igreja da cidade, visitaram a Vinícola Masotti, caminharam pelo histórico Moinho Cavichion, se encantaram com o Velho Casarão da Família Visenzo Marcon e saborearam um autêntico almoço típico italiano na Cantina Linha Bella. No fim do dia, cheguei à cidade e, juntos, seguimos até Canela, onde nos deixamos envolver pela magia do 32º Sonho de Natal – A Fábrica de Sonhos.

Na manhã ensolarada de sexta-feira, Sayo e FredLee seguiram até a Praça das Etnias, um dos pontos turísticos mais visitados de Gramado, na Serra Gaúcha. Localizada próxima à Rodoviária e ao Lago Joaquina Rita Bier, a praça homenageia os povos que ajudaram a formar a identidade cultural da região, principalmente italianos, alemães e portugueses.

Foi ali que eles embarcaram no tradicional ônibus jardineira para iniciar o Tour Linha Bella, um dos passeios mais autênticos de Gramado, RS.

O Passeio Linha Bella de Gramado proporciona uma verdadeira imersão na área rural da cidade, oferecendo ao visitante um contato direto com a história, a cultura e a gastronomia dos imigrantes italianos que chegaram à Serra Gaúcha no final do século XIX.

Durante o trajeto, o cenário é composto por paisagens de vinhedos, casarões centenários e estradas bucólicas que parecem transportar o visitante no tempo.

Criado em 2012 por Antonio Garcia da Rosa e Luciana Cavichion, o tour inclui quatro paradas estratégicas e uma refeição típica italiana em um restaurante colonial. Essa proposta não se limita a contemplar a paisagem: o passeio valoriza a memória da imigração italiana em Gramado e convida os visitantes a vivenciar tradições preservadas até hoje.

No horário marcado, a jardineira partiu do centro rumo ao interior, revelando a cada curva da estrada asfaltada um novo cenário, ora de montanhas verdejantes, ora de parreirais e pequenas propriedades rurais. Essa ambientação transforma o deslocamento em parte essencial da experiência.

Ao longo do percurso, o guia Itacir compartilhou histórias e curiosidades sobre os atrativos locais, tornando o passeio ainda mais envolvente. A primeira parada foi no Marco Zero de Gramado, localizado na comunidade de Linha Nova, onde os visitantes puderam conhecer de perto o local que marca o início da colonização italiana na região, datada de 1885.

Na época, famílias italianas vindas de Caxias do Sul, que já enfrentava superlotação, cruzaram o Rio Caí em busca de novas terras para cultivar. Foi nesse ponto que se estabeleceram, dando origem à futura cidade de Gramado.

Alguns anos mais tarde, a construção da ferrovia ligando Taquara a Nova Petrópolis exigiu a transferência da sede do distrito para uma área mais plana, onde a cidade de Gramado começou a se desenvolver.

No Marco Zero de Gramado, os visitantes são recebidos pela família Boff, guardiã de parte importante dessa história. A propriedade abriga o primeiro açougue e abatedouro da região, preservados como memória viva da colonização italiana.

Em um antigo casarão, Zulmiro Boff recebe os turistas e compartilha relatos sobre a trajetória de sua família e sobre a formação de Gramado, transformando a visita em uma verdadeira aula de história local.

O espaço funciona também como museu e revela aos visitantes objetos, documentos e memórias que ajudam a compreender como os imigrantes estruturaram suas vidas no novo continente.

De lá, é possível apreciar ainda uma vista panorâmica da Serra, com colinas cobertas de vegetação que reforçam o charme rural da região.

Outro destaque é o primeiro mercado de Gramado, mantido pela família Boff, onde hoje se pode degustar e adquirir produtos coloniais como vinhos artesanais, salames curados, torresmos e queijos típicos. A gastronomia local, fiel às tradições italianas, é parte essencial da experiência do passeio.

Em frente à propriedade, encontra-se a Capela São José, primeira igreja de Gramado, construída em devoção ao padroeiro da cidade. Pequena e acolhedora, a capela simboliza a fé e a união comunitária dos imigrantes que iniciaram a vida na região.

Depois de explorar o Marco Zero, o museu da família Boff e a Capela São José, Sayo e FredLee retomaram o passeio na jardineira, prontos para conhecer a próxima atração do roteiro rural.

Durante o passeio, o guia compartilhou uma curiosidade interessante: na Serra Gaúcha, quando uma localidade recebe a denominação “Linha”, como em Linha Bella, significa que foi colonizada por imigrantes italianos.

Já o termo “Picada”, como em Picada Café, está ligado às áreas de colonização alemã. Essa distinção revela muito sobre a formação histórica da região e ajuda a compreender como diferentes culturas moldaram o território gaúcho.

A segunda parada do Tour Linha Bella foi na Vinícola Masotti, um ponto alto para os apreciadores de vinhos e da cultura vitivinícola.

Lá, Sayo e FredLee foram recebidos calorosamente por Euclides Masotti e sua família, que conduzem a propriedade com dedicação há gerações.

Durante a visita, os viajantes puderam conhecer o processo de produção local, desde a fermentação até o armazenamento dos vinhos, além de descobrir curiosidades sobre a elaboração dos tradicionais sucos de uva. A família transmitiu não apenas conhecimento técnico, mas também um legado de tradição que atravessa séculos.

A história da vinícola remonta a 1887, quando Davide Masotti deixou a Itália rumo ao Brasil trazendo consigo o saber vitivinícola de sua terra natal. Desde então, a família preserva com zelo as técnicas de cultivo e produção, consolidando-se como referência na Serra Gaúcha.

Hoje, os Masotti representam a continuidade desse patrimônio cultural e agrícola que ajudou a tornar a região um dos principais polos produtores de vinho do Brasil.

O tour pela Vinícola Masotti inclui uma visita às instalações, onde é possível acompanhar de perto cada etapa da produção. O passeio termina na loja da propriedade, onde os visitantes podem degustar os vinhos e sucos artesanais, além de adquirir produtos premiados que carregam a autenticidade do terroir local.

Mais animados após a degustação, Sayo e FredLee retornaram à jardineira, ansiosos pela próxima atração do roteiro.

A próxima parada foi no Moinho Cavichion, um verdadeiro mergulho na história e na cultura da imigração na Serra Gaúcha.

No local, o grupo foi recebido pela professora e historiadora Maristela Cavichion, que transformou fatos históricos em uma apresentação envolvente.

Entre cantos, relatos e dramatizações, ela deu vida às histórias dos primeiros imigrantes italianos e alemães que chegaram à região, detalhando desde as dificuldades iniciais até o estabelecimento das comunidades pioneiras.

Com seu carisma, Maristela destacou as particularidades culturais de cada povo, explicando como as tradições germânicas e italianas se complementaram ao longo dos anos, formando a identidade única do Rio Grande do Sul. Essa fusão cultural pode ser percebida na arquitetura, na culinária e até nas festas típicas que seguem vivas até hoje.

O grupo também acompanhou o processo artesanal de produção da farinha de milho, preservado com fidelidade no Moinho Cavichion.

Fundado em 1920, o espaço mantém sua arquitetura original em pedra e madeira, típica das construções italianas da época.

A roda d’água de madeira, com mais de seis décadas de funcionamento contínuo, continua movendo os mecanismos do moinho com a mesma precisão do passado. Além de sua funcionalidade, tornou-se um símbolo da resistência e da preservação dos métodos tradicionais de trabalho no campo, conectando visitantes à essência da colonização gaúcha.

A próxima etapa do tour levou o grupo ao Casarão Visenzo Marcon, conhecido carinhosamente pelos moradores como Velho Casarão, um dos mais emblemáticos patrimônios da colonização italiana na Serra Gaúcha.

A história preservada ali é marcada pela trajetória de Vizenzo Marcon, imigrante italiano que chegou ao Brasil em condições de extrema dificuldade. Sem recursos, enfrentou invernos rigorosos e chegou a viver com a esposa no oco de uma árvore antes de conquistar seu espaço. Esse início desafiador reflete a realidade de muitos imigrantes que, com esforço e resiliência, ajudaram a transformar a região.

Em 1919, após anos de trabalho incansável, Vizenzo construiu o casarão, símbolo de superação e prosperidade. Hoje, sua quinta geração mantém viva a memória e os valores transmitidos ao longo do tempo, garantindo que visitantes tenham contato direto com a herança cultural deixada por seus antepassados.

Cada ambiente do casarão é um mergulho no passado: móveis originais, utensílios de época e a arquitetura típica de pedra e madeira remetem ao modo de vida dos pioneiros. O espaço transmite não apenas a história de uma família, mas também a força coletiva dos colonizadores italianos que moldaram a Serra Gaúcha.

Os jardins da propriedade, cuidados com esmero, acrescentam beleza ao casarão histórico. Entre flores coloridas e aromas campestres, o visitante sente-se acolhido por um cenário que une natureza e memória.

Ao fim da visita, a experiência se torna ainda mais especial com a degustação de produtos coloniais preparados pela família Marcon.

inhos, pães, compotas e queijos traduzem em sabores a essência da cultura italiana e reforçam a conexão entre gastronomia e tradição.

O roteiro encerra-se na Cantina Linha Bella, última parada do tour e verdadeira celebração da culinária italiana.

Recebidos com música ao vivo, danças típicas e a calorosa hospitalidade característica, os turistas já começam a sentir o clima festivo antes mesmo de desembarcar do ônibus.

O almoço é servido em um espaço rústico, que remete às antigas cantinas da Itália. O ambiente é animado por canções tradicionais que resgatam a alegria das festas comunitárias italianas, criando uma atmosfera vibrante e familiar.

A refeição é um banquete colonial preparado no tradicional fogão a lenha. Massas artesanais, polenta cremosa, carnes saborosas, saladas frescas e queijos maturados compõem um cardápio que remete aos almoços de domingo nas casas das antigas nonnas italianas.

Com o cair da tarde, o grupo retornou à Praça das Etnias, no centro de Gramado, concluindo um dia repleto de descobertas, história e sabores. Mais do que um simples passeio turístico, o Tour Linha Bella oferece uma imersão genuína na cultura da Serra Gaúcha, unindo natureza, memória e gastronomia em uma experiência inesquecível.

O grande diferencial do passeio Tour Linha Bella de Gramado é o acolhimento caloroso de todos os envolvidos, do motorista ao guia, passando pelas famílias que abrem suas portas e corações para receber os visitantes. Essa hospitalidade transforma cada parada em uma lembrança única.

Na foto abaixo, o motorista Anderson e o guia Itacir posam ao lado de FredLee, registrando um momento especial de um tour que ficará guardado na memória como uma das experiências mais marcantes de Gramado, RS.

Na sexta-feira ao anoitecer, eu, Nico, cheguei a Gramado a bordo da Formosa para reencontrar Sayo e FredLee.

Tão logo cheguei, seguimos para Canela a fim de prestigiar o 32º Sonho de Natal – A Fábrica de Sonhos, evento que transforma a cidade em um cenário encantado com espetáculos de luzes e atrações culturais.

A edição 2019/2020 do festival Sonho de Natal aconteceu de 26 de outubro a 12 de janeiro, consolidando Canela como um dos principais destinos natalinos do Brasil.

Foram mais de 280 apresentações gratuitas, reunindo cerca de mil profissionais entre artistas, músicos, técnicos e produtores. Cada rua foi cuidadosamente decorada com luzes e cenários temáticos, criando uma atmosfera mágica que encanta moradores e turistas.

Nosso passeio noturno por Canela começou pela charmosa Praça João Corrêa, o coração da cidade, onde a programação cultural se concentra durante o evento. Em seguida, nos dirigimos ao Auto de Natal, uma das atrações mais emocionantes da temporada.

O Auto de Natal, uma das principais atrações do Sonho de Natal de Canela, une teatro, música e dança em uma narrativa que retrata os valores universais de compaixão, união e esperança.

Inspirado no nascimento de Jesus, o Auto de Natal combina cenografia grandiosa com atuações cativantes, transmitindo uma mensagem de amor e renovação que emociona pessoas de todas as idades.

No final da apresentação, tivemos a oportunidade de conhecer o elenco, incluindo nossa amiga Laura, que interpretou Maria com sensibilidade e talento. Foi um momento especial poder registrar a lembrança ao lado dos artistas que deram vida a essa produção inesquecível.

Na sequência, caminhamos até a Catedral de Pedra de Canela – Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes, ícone arquitetônico da cidade e cartão-postal gaúcho. Ali, assistimos a uma das cenas mais aguardadas: a chegada triunfal do Papai Noel.

O bom velhinho desceu vertiginosamente pelos 65 metros da torre da Catedral de Canela, em uma performance que arrancou aplausos e gritos de emoção da multidão presente.

O espetáculo se completou com um show de luzes que iluminou a fachada em estilo gótico inglês, realçando ainda mais a imponência da igreja. O resultado foi um cenário cinematográfico que simboliza a essência do Natal em Canela, RS.

Entre risadas e registros fotográficos, não resistimos a posar ao lado de um detalhe inusitado: o termômetro da praça marcava 30 °C às 22h20, uma temperatura nada típica da Serra Gaúcha em dezembro, que costuma ser lembrada pelo frio mesmo no verão.

Encerramos a noite em clima de celebração com uma pizza artesanal harmonizada com vinho branco seco da região, combinação que refletiu a tradição gastronômica italiana tão presente na serra.

Para adoçar a experiência, provamos os biscoitos artesanais da Caramelle, cuja crocância e sabores autênticos deram o toque final perfeito ao jantar.

Com a noite coroada por boa comida e momentos inesquecíveis, nos recolhemos para descansar, certos de que o sábado em Canela trará ainda mais aventuras.