Argentina • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán • Jujuy • Purmamarca
Cerro de los Siete Colores e Paseo de los Colorados na Quebrada de Humahuaca, em Purmamarca, Jujuy, Argentina
23 de Setembro, 2019
Descubra a montanha colorida Cerro de los Siete Colores e explore a fascinante Trilha do Paseo de los Colorados em Purmamarca, Jujuy, com uma emocionante viagem de moto pelas rodovias no norte da Argentina.
Dedicamos o dia para um passeio de moto pelo norte da Argentina e exploração de Purmamarca, uma das cidades mais charmosas da província de Jujuy. O pequeno vilarejo andino nos recebeu com seu centro histórico pitoresco, ruas de pedra e construções de adobe, além de dois de seus maiores atrativos naturais: o imponente Cerro de los Siete Colores, cartão-postal da região, e o deslumbrante Paseo de los Colorados, uma trilha que revela de perto a impressionante paleta natural de cores de suas enormes montanhas.

A segunda-feira em San Francisco de Tilcara, na província de Jujuy, no norte da Argentina, amanheceu sob um céu azul intenso. O sol iluminava a paisagem, suavizado por algumas nuvens espalhadas, enquanto a temperatura amena deixava o clima ainda mais agradável para explorar a região.

Era um dia perfeito para estar na estrada de moto. Assim, vestimos nossos trajes de viagem, ajustamos os capacetes e subimos na Formosa, prontos para percorrer as rotas mais cênicas do noroeste argentino.

Logo deixamos o charmoso centro histórico de Tilcara para trás e seguimos rumo ao sul, pela famosa Ruta Nacional 9, uma das estradas mais tradicionais da Argentina.

A cada curva, o cenário se transformava em um espetáculo natural: as montanhas multicoloridas da Cordilheira dos Andes emolduravam a estrada, revelando a grandiosidade da Quebrada de Humahuaca, declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 2003.

O ronco firme do motor Twin Cam Harley-Davidson da Formosa nos acompanhava enquanto avançávamos pela rodovia.

Poucos minutos depois, já estávamos em Maimará, onde o olhar se perde na impressionante montanha chamada Paleta del Pintor. As formações rochosas exibem tonalidades que variam entre o vermelho, o amarelo, o verde e o lilás, criando um cenário quase irreal que impressiona qualquer viajante.


Com o asfalto em ótimo estado, o céu límpido e a temperatura agradável, a experiência de pilotar por ali se tornava ainda mais prazerosa. Cada quilômetro percorrido parecia um convite a admirar a imensidão e a beleza singular da região andina.


Em pouco tempo, rodamos cerca de 20 quilômetros até alcançar o entroncamento com a Ruta Nacional 52, estrada que nos levaria ainda mais fundo pelos encantos de Jujuy.


Já na Ruta 52, seguimos em direção ao oeste, preparados para uma nova etapa da viagem.

A Ruta Nacional 52 é uma das mais importantes da Argentina: começa justamente neste entroncamento com a Ruta 9 e se estende por 263 quilômetros até chegar ao Paso de Jama, fronteira com o Chile.


A Ruta 52 parte de uma altitude de aproximadamente 2.200 metros e, ao longo do percurso, sobe até impressionantes 4.230 metros nos Andes, proporcionando paisagens únicas e desafiando os viajantes com a força da altitude.

Após percorrer pouco mais de 5 quilômetros por essa rodovia, chegamos ao nosso destino do dia: Purmamarca, uma das cidades mais pitorescas da província de Jujuy, na Argentina.

Logo na entrada, o Cerro de los Siete Colores (Morro de Sete Cores), principal cartão-postal da cidade, surge imponente, exibindo suas camadas de tons vibrantes. Formado ao longo de milhões de anos por processos geológicos, o morro é um dos atrativos mais fotografados de toda a Argentina.

Fizemos uma breve parada na beira da estrada para registrar o momento: a Formosa em primeiro plano e, ao fundo, o espetáculo natural do Cerro de los Siete Colores.

Em seguida, seguimos para o centro da cidade, onde estacionamos a moto sob uma sombra convidativa antes de iniciar a exploração a pé.


Caminhar pelas ruas de Purmamarca é como viajar no tempo. Suas casas de adobe preservam a arquitetura típica andina e criam um ambiente acolhedor em meio às montanhas coloridas.


Situada a 2.324 metros de altitude, a cidade é também um dos pontos mais procurados por turistas que exploram a Quebrada de Humahuaca. Além da beleza natural, conta com ótima infraestrutura, oferecendo hotéis, pousadas e hostels que servem como base para explorar toda a região.


O nome Purmamarca vem do idioma nativo aymara: “Purma” significa “campo sem cultivo” ou “campo deserto”, e “Marca” quer dizer “cidade” ou “povoado”. Assim, a tradução mais aceita é “Cidade da Terra Virgem”, uma referência à sua origem ancestral.


Pouco depois de iniciarmos a caminhada, chegamos à movimentada Plaza 9 de Julio, coração da cidade. Essa praça central é o ponto de encontro da comunidade e o lugar onde artesãos locais exibem seu trabalho em feiras coloridas.


Entre as barracas e mesas improvisadas, encontramos uma enorme variedade de produtos: mantas, tapetes, ponchos, roupas de lã, chapéus, gorros e diversos artigos de decoração, todos confeccionados com técnicas tradicionais herdadas dos povos andinos.



No centro da praça, dois chafarizes chamam a atenção, embora estivessem desativados no dia de nossa visita.

Ainda assim, o espaço estava cheio de vida: além do artesanato, turistas se encantavam com lhamas e alpacas decoradas com enfeites típicos, sempre dispostas a posar para fotos em troca de alguns pesos argentinos.

Foi ali que vivenciamos uma cena inusitada: presenciamos, pela primeira vez, uma lhama cuspir. Uma criança, ao insistir em incomodá-la, acabou recebendo a resposta natural do animal. Esse comportamento, comum entre camelídeos andinos, é uma forma de defesa ou de afirmar dominância. Uma experiência curiosa e, ao mesmo tempo, autêntica de Purmamarca.

Após algumas boas risadas com o episódio inusitado na praça central, seguimos nosso passeio pelas ruas de pedra até outro ponto histórico de Purmamarca: o Centro Cultural Cabildo.

Centro Cultural Cabildo de Purmamarca
Construído em adobe na segunda metade do século XIX para celebrar a Revolução de Maio, o Centro Cultural Cabildo de Purmamarca é considerado o menor cabildo da Argentina.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Centro Cultural Cabildo de Purmamarca partindo do centro de Salta – Salta – Argentina:
Contatos do Centro Cultural Cabildo de Purmamarca
- Endereço: Rivadavia – Centro | Purmamarca – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 518-9377
- E-mail: turismopurmamarca@gmail.com
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: das 8h às 18h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

Erguido em adobe na segunda metade do século XIX, o Cabildo de Purmamarca foi construído para celebrar a Revolução de Maio e é considerado o menor cabildo da Argentina. Apesar do tamanho reduzido, a construção se destaca por seus arcos característicos e pelas grossas paredes de adobe, que resistem ao tempo.

Hoje, o edifício abriga o centro de informações turísticas da cidade, uma sala cultural e um pequeno museu, onde é possível conhecer um acervo de peças arqueológicas encontradas na região, oferecendo uma verdadeira viagem pela história local.

Daí seguimos para a construção religiosa mais emblemática de Purmamarca: a Iglesia Santa Rosa de Lima. O templo, dedicado à padroeira da cidade, é a obra mais imponente do povoado e guarda uma história envolta em incertezas.

Iglesia Santa Rosa de Lima – Iglesia de Purmamarca
A Iglesia Santa Rosa de Lima é a construção mais imponente e, provavelmente, a mais importante de Purmamarca. Sua fachada chama a atenção pela gravação de 1648, que marca o ano de construção do primeiro templo religioso no local.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Iglesia Santa Rosa de Lima partindo do centro de San Salvador de Jujuy – Jujuy – Argentina:
Contatos da Iglesia Santa Rosa de Lima
- Endereço: Lavalle – Centro | Purmamarca – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 422-1343
- E-mail: turismopurmamarca@gmail.com
Horários de Funcionamento
- Segunda a sábado: das 8h30 às 12h30 e das 16h às 20h
- Domingo: das 9h às 12h e das 18h às 21h
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos
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Enquanto um dos sinos e um lintel da Iglesia de Purmamarca exibem as datas de 1648 e 1688, não há consenso sobre quando exatamente a primeira igreja teria sido erguida no local, já que materiais de templos destruídos costumavam ser reaproveitados em novas edificações. As guerras da Independência também trouxeram destruições significativas na Quebrada de Humahuaca, dificultando ainda mais a precisão histórica.

O que se sabe com clareza é que a atual construção foi erguida entre 1778 e 1779, utilizando materiais típicos da região, como adobe nas paredes e madeira de cacto no telhado, um detalhe que preserva a autenticidade das igrejas coloniais andinas.

Declarada Monumento Histórico Nacional em 1941, a Iglesia Santa Rosa de Lima em Purmamarca mantém até hoje seu caráter simples, mas carregado de simbolismo.

No interior, onde a fotografia não é permitida, destaca-se um altar singelo que dá protagonismo à imagem da santa, exposta em um nicho escavado na parede. As paredes ainda guardam importantes pinturas da Escola Cusquenha, enquanto uma série rara de dez obras a óleo retrata episódios da vida de Santa Rosa de Lima, compondo um valioso patrimônio artístico e cultural.


Bem ao lado da igreja, encontramos outro símbolo de Purmamarca: o majestoso Algarrobo Histórico. Esta árvore monumental, da espécie Prosopis ruscifolia, impressiona tanto pela dimensão quanto pela longevidade.

Com cerca de 13 metros de altura, uma copa que se estende por aproximadamente 30 metros e idade estimada em mais de seis séculos (segundo estudos do INTA – Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria da Argentina), o Algarrobo Histórico de Jujuy é um verdadeiro guardião da memória da região.

Além de sua imponência natural, a árvore carrega histórias lendárias. Conta-se que, em 1594, foi justamente sob sua sombra que o cacique Viltipoco, líder indígena da região, foi surpreendido e capturado pelo governador Francisco de Argañaraz y Murguía. No início do século XIX, o mesmo algarrobo teria sido testemunha das campanhas do General Manuel Belgrano à frente do Exército do Norte, tornando-se um marco vivo dos acontecimentos que moldaram a história de Jujuy.

Em meio a esse cenário histórico e natural, é curioso lembrar que Purmamarca sobrevive em um ambiente árido, com média anual de apenas 300 mm de chuva, concentrada principalmente no verão. Durante muito tempo, a população dependia exclusivamente de nascentes nas encostas das montanhas e de uma rede de valas de irrigação para garantir o abastecimento de água.

Hoje, Purmamarca conta com cerca de 2.000 habitantes, que seguem adaptando-se às condições desérticas da região. O turismo se consolidou como principal atividade econômica, movimentando hotéis, pousadas, restaurantes e feiras de artesanato.

Rodeada por paisagens únicas e localizada no coração da Quebrada de Humahuaca, a cidade se tornou destino imperdível no norte da Argentina, atraindo visitantes do mundo inteiro em busca de história, cultura e belezas naturais.

Um dos principais atrativos de Purmamarca é o impressionante Cerro de los Siete Colores, que abraça a cidade com sua paleta vibrante e única. Suas camadas multicoloridas, moldadas ao longo de milhões de anos por processos geológicos, formam um cenário inesquecível e fazem deste morro um dos ícones mais famosos do norte argentino.

A montanha domina a paisagem e pode ser contemplada de quase todos os pontos do centro histórico de Purmamarca. O contraste entre suas cores vivas, as construções de adobe e o azul intenso do céu típico da Quebrada de Humahuaca cria um cartão-postal difícil de esquecer.

Para apreciar toda a magnitude do Cerro de los Siete Colores, o ponto de observação mais privilegiado é o Mirador Cerro El Porito, localizado no morro em frente. Do alto, é possível observar em detalhes as camadas coloridas da montanha, além de ter uma visão ampla da cidade e da região ao redor.

Mirador Cerro El Porito – Cerro de los Siete Colores
O mirante natural Mirador Cerro El Porito oferece uma vista privilegiada do Cerro de los Siete Colores em Purmamarca, permitindo admirar em detalhes as camadas vibrantes que fazem dessa montanha colorida um espetáculo único da natureza.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Mirador Cerro El Porito – Cerro de los Siete Colores partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos do Mirador Cerro El Porito – Cerro de los Siete Colores
- Endereço: Florida, 303 – Centro | Purmamarca – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 490-8443
- E-mail: turismopurmamarca@gmail.com
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: das 8h30 às 19h
Valores de Ingresso
- Público em geral: $750
- Público em geral (argentinos): $450
- Crianças até 12 anos: $200
*Todos os preços estão em pesos argentinos.
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos
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Iniciamos a caminhada em direção ao mirante com Purmamarca à nossa frente e o Cerro de los Siete Colores às nossas costas, criando um cenário de contrastes fascinantes.


A trilha é curta e tranquila, cercada por paisagens áridas e ao mesmo tempo encantadoras, mas é importante lembrar que estamos a mais de 2.000 metros de altitude, o que exige ritmo moderado e respeito aos limites do corpo.



Ao chegar ao topo do Mirador Cerro El Porito, a recompensa é uma vista panorâmica de 360 graus.


Dali, é possível admirar Purmamarca em sua totalidade, a imponência do Cerro de los Siete Colores e a vastidão das paisagens da Quebrada de Humahuaca, um verdadeiro espetáculo natural.


Também conhecido como Cerro de 7 Colores de Jujuy, este é o principal cartão-postal de Purmamarca e uma das montanhas mais fotografadas da Argentina. Suas tonalidades intensas atraem turistas do mundo inteiro, consolidando sua fama como símbolo da região.


O melhor horário para contemplar suas cores é pela manhã, até aproximadamente 13 horas, quando os raios solares incidem diretamente sobre o morro, intensificando cada camada e revelando uma explosão de contrastes.


O Cerro de los Siete Colores tem origem geológica estimada em cerca de 75 milhões de anos, formado por sedimentos marinhos, fluviais e lacustres depositados ao longo de diferentes períodos da história da Terra. Essa sucessão de camadas resultou em cores distintas que hoje encantam visitantes de todo o mundo.


Embora apresente uma infinidade de tonalidades, sete cores se destacam e deram nome ao Cerro de los Siete Colores:
- Rosa: formada por argila vermelha, lamito (lama) e areia, com 3 a 4 milhões de anos.
- Branco: composto por calcário claro, com idade de cerca de 400 milhões de anos.
- Marrom, marrom-avermelhado e roxo: derivados de margas ricas em carbonato de cálcio, com 80 a 90 milhões de anos.
- Vermelho intenso: formado por argilas de ferro e argilas do Terciário Superior, com 3 a 4 milhões de anos.
- Verde: originado de filitos e xistos com óxido de cobre, datados de aproximadamente 600 milhões de anos.
- Marrom terroso: resultado de fanglomerados com manganês do Quaternário, com 1 a 2 milhões de anos.
- Amarelo mostarda: formado por arenitos calcários com enxofre, de 80 a 90 milhões de anos.


Esse espetáculo cromático é a prova viva da história geológica da região, transformando o Cerro de los Siete Colores em um dos destinos mais fascinantes e memoráveis de toda a Argentina.


Após vários minutos contemplando a imponência da Montanha de 7 Cores em Purmamarca, decidimos seguir para outro atrativo imperdível: o Paseo de los Colorados, um circuito natural que começa aos pés do Mirador Cerro El Porito e revela de perto a magia das paisagens multicoloridas da região.


Sendero Paseo de los Colorados | Trilha do Paseo de los Colorados
A Trilha do Paseo de los Colorados é um circuito curto, mas repleto de belezas naturais, que praticamente abraça o Cerro de los Siete Colores. O trajeto percorre parte do leito do Rio Tumbaya, permitindo aos visitantes uma imersão nas cores e paisagens únicas da região de Purmamarca.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Sendero Paseo de los Colorados partindo do centro de São Paulo – São Paulo – Brasil:
Contatos da Trilha do Paseo de los Colorados
- Endereço: Paseo de los Colorados – Centro | Purmamarca – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 490-8443
- E-mail: turismopurmamarca@gmail.com
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: da 0h às 24h
Valores de Ingresso
- Público em geral: $750
- Público em geral (argentinos): $450
- Crianças de 5 até 11 anos: $225
- Crianças até 5 anos: Gratuito
*Todos os preços estão em pesos argentinos.
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Informações da Trilha
Extensão, tempo e nível de dificuldade da trilha:
- Percurso: A trilha possui uma extensão de 3.000 metros.
- Duração: A média de tempo para completar a trilha é de 2 horas.
- Nível de Dificuldade: O nível de dificuldade é considerado leve.
Recursos para sua Visita
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Com aproximadamente 3 quilômetros de extensão, a trilha circular do Paseo de los Colorados envolve parte do Cerro de los Siete Colores e permite uma imersão única na geologia e na beleza da Quebrada de Purmamarca.



O caminho segue por uma estrada de terra árida e pedregosa, acompanhando trechos do leito seco do Rio Tumbaya, enquanto formações rochosas impressionantes surgem a cada curva.




É importante se preparar: ao longo do percurso não há nenhum tipo de comércio ou ponto de apoio. Por isso, levar água e algum lanche é essencial para aproveitar o passeio com mais conforto e segurança, especialmente em dias ensolarados.




O cenário compensa cada passo. Além da oportunidade de observar de perto as camadas multicoloridas que revelam milhões de anos de processos geológicos, a trilha oferece contato direto com a fauna e flora locais.




Cactos gigantes e resistentes arbustos pontuam a paisagem, que ganha ainda mais intensidade com a luz clara da região.





O contraste entre o vermelho predominante das montanhas (que dá nome ao circuito – Paseo de los Colorados) e as demais tonalidades vibrantes criam um espetáculo natural impressionante.




Caminhar pelo Paseo de los Colorados de Purmamarca, em Jujuy, é como atravessar um museu geológico a céu aberto, onde cada paredão rochoso conta um pouco da história da Terra.




Sem pressa, fizemos paradas frequentes para apreciar a grandiosidade da paisagem e registrar fotografias. A cada ângulo, novas formas surgiam, despertando a imaginação.




Não à toa, o circuito é considerado um dos cartões-postais de Purmamarca, rivalizando em fama com o próprio Cerro de los Siete Colores.




O percurso é democrático: encontramos desde crianças até idosos aproveitando o passeio, o que demonstra sua acessibilidade e popularidade entre visitantes do mundo todo.




Entre sorrisos e cumprimentos em diferentes idiomas, era possível perceber a mesma sensação de encantamento compartilhada por todos que estavam ali.



Outro destaque do caminho são os cardones (Echinopsis atacamensis), cactos monumentais que podem alcançar até 10 metros de altura e estão entre as espécies mais emblemáticas do norte argentino.



O cardón, muito comum na região norte da Argentina, se desenvolve em altitudes que variam entre 1.700 e 3.900 metros acima do nível do mar.



Suas hastes, de cor branco-amarelada e espinhentas, podem alcançar um diâmetro de até 70 centímetros.



As flores grandes dos cardones, de tom esbranquiçado com nuances róseas, e seus frutos verdes comestíveis, cobertos por pelos, adicionam ainda mais singularidade ao cenário.



Como se a experiência já não fosse espetacular, fomos presenteados com o voo de dois condores sobre as montanhas.



Essas aves andinas, ocupam um papel sagrado na cosmovisão inca, representando a ligação entre o mundo terreno e o divino, sendo considerado um símbolo de poder, sabedoria e fertilidade.




O condor é a ave símbolo nacional de vários países da América do Sul, incluindo Colômbia, Equador, Bolívia e Chile, e aparece nos brasões oficiais dessas nações, representando força, liberdade e majestade.



Hoje ameaçados de extinção, avistá-los em seu habitat natural foi um privilégio raro e emocionante, interpretado pelos moradores locais como sinal de boa sorte.



Outro aspecto fascinante do Paseo de los Colorados é a forma como a paisagem se transforma ao longo do dia.



Com o movimento do sol, as cores das montanhas mudam de intensidade, criando um espetáculo visual em constante renovação, como se as rochas respirassem sob a luz andina.



Ao final do circuito, chegamos a um ponto elevado que oferece uma vista panorâmica do centro de Purmamarca – Jujuy.



A descida pela trilha sinuosa nos levou novamente aos pés do imponente Cerro de los Siete Colores, encerrando o passeio com mais uma visão marcante dessa formação geológica que simboliza toda a beleza da região.



Após a caminhada revigorante pelo Paseo de los Colorados, voltamos ao centro de Purmamarca. No caminho até onde a Formosa nos aguardava, cruzamos com uma pequena moto Zanella, que chamou a atenção de Sayo. Ela não deixou de comentar sobre o charme clássico do modelo, típico das ruas argentinas e bastante popular entre os moradores locais.


Antes de nos despedirmos da cidade, fizemos uma última parada estratégica na rodovia, de onde se tem uma vista panorâmica privilegiada do Cerro de los Siete Colores.


Foi a oportunidade perfeita para registrar mais algumas fotos com a Formosa em primeiro plano e o emblemático morro como pano de fundo, fechando nossa visita com mais uma perspectiva inesquecível dessa obra-prima da natureza.


Com o coração cheio de memórias e a energia renovada, retomamos a viagem pela Ruta Nacional 52.



Poucos quilômetros depois, acessamos novamente a Ruta Nacional 9 e seguimos o mesmo trajeto da ida, apreciando mais uma vez a grandiosidade das montanhas que emolduram a estrada.



No percurso, fizemos uma breve pausa em Maimará, onde não resistimos em registrar a Formosa com a deslumbrante La Paleta del Pintor ao fundo. A montanha, com suas tonalidades sobrepostas que lembram pinceladas de uma tela natural, mais uma vez nos deixou impressionados pela beleza surreal da Quebrada de Humahuaca.


Já no fim do dia, chegamos de volta a San Francisco de Tilcara, concluindo com chave de ouro uma jornada sensacional.

Entre paisagens de tirar o fôlego, experiências autênticas e momentos marcantes, ficou a certeza de que esse dia em Purmamarca e arredores permanecerá para sempre entre as memórias mais especiais da nossa viagem pelo norte da Argentina.

Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre San Francisco de Tilcara – Jujuy – Argentina e Purmamarca – Jujuy – Argentina.


Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Se as fotos já são de tirar o fôlego, imagine aí vivo…
Sim, por mais que as fotos fiquem bonitas não são capaz de transmitir a emoção de vivenciar estas maravilhas de perto.
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.