Argentina • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán • Jujuy • San Francisco de Tilcara
Dia 10: Pucará de Tilcara e Garganta del Diablo | San Francisco de Tilcara – Jujuy – Argentina
22 de Setembro, 2019Com uma caprichada xícara de café com leite iniciamos o décimo dia da Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán.
Após o desayuno (que ainda contou com ricas empanadas de jamón y queso) partimos explorar as ruas centrais de San Francisco de Tilcara.
O primeiro atrativo a ser visitado no dia era o Pucará de Tilcara, então caminhamos até as proximidades da estação rodoviária, tendo em mente ser o caminho que nos levaria ao destino.
Ledo engano, após conversar com moradores locais fizemos meia volta e rumamos pelo caminho correto.
Ao caminhar ladeira acima o asfalto deu espaço ao calçamento, que por sua vez foi de encontro ao rípio.
Com largas pernadas pela rua cercada por pitorescas construções logo chegamos a uma ponte de ferro.
A antiga ponte férrea sustentava uma placa com a indicação de que restavam apenas 300 metros para o Pucará.
Ao atravessar a ponte nos deparamos com coloridos e esbeltos morros que rodeiam a cidade de Tilcara.
Curtimos o visual por alguns instantes.
E então seguimos para os últimos passos até o sítio arqueológico, agora encarando uma breve descida.
A aglomeração de vários quiosques que vendiam uma infinidade de produtos indicava que estávamos muito perto da entrada do atrativo turístico.
E assim chegamos ao Pucará de Tilcara.
Pucará de Tilcara | Jardín Botánico de Altura
Local: San Francisco de Tilcara – Jujuy – Argentina
Telefone: +54 0388 4955-0768
E-mail: tilcara.comunicacion@filo.uba.ar
Funcionamento: Todos os dias das 9h00 às 17h15
Ingresso: $ 300
*Ingresso válido para visitar 3 atrações: Museo Arqueológico, Pucará de Tilcara e Jardín Botánico de Altura
Tempo médio de visitação: 3 horas
Rapidamente compramos os ingressos e adentramos ao local, onde o FredLee já de cara foi fazendo novas amizades.
Após a devida apresentação às curiosas lhamas, seguimos adiante.
O Pucará de Tilcara é um sítio arqueológico construído há mais de mil anos.
Ele está localizado a uma altitude de 2.500 metros acima do nível do mar, exatamente no centro da Quebrada de Humahuaca.
Pucará é uma palavra da língua quechua e seu significado é fortaleza.
Humahuaca, aliás, é uma variação do nome da civilização que construiu o Pucará de Tilcara, o povo Omaguaca, que escolheu o alto deste morro de 80 metros para erguer suas construções de terra e pedras visando um melhor controle populacional e, claro, proteção.
Não bastasse toda a energia contida no lugar e a beleza natural ao seu redor, fomos ainda agraciados pela presença da Lua para iluminar nosso passeio.
Voltando ao Pucará, a primeira invasão registrada no local foi do povo Inca.
Mas sob o comando do líder Curaca Vitipoco, o povo Omaguaca resistiu bravamente e expulsou os invasores.
A civilização Omaguaca, que habitou estas terras entre os anos 900 e 1.480, plantava quinoa, batata e milho, caçava animais selvagens e criava lhamas.
Tinham também a tradição de tecer e criar verdadeiras obras de arte em cerâmica, tradições estas que são preservadas por seus descendentes até os dias atuais.
As arenosas e pedregosas trilhas do Pucará de Tilcara nos fazem voltar no tempo e imaginar como eram os dias dos povos que habitavam este lugar durante seu período de auge.
O sítio arqueológico foi descoberto em 1908 e estima-se que o local abrigava mais de mil construções, das quais aproximadamente 60 foram restauradas.
Atualmente o local é dividido em três áreas: Bairro da Entrada, Bairro da Igreja e Bairro do Monumento.
O Bairro da Entrada é composto por diversas residências, as quais determinavam a importância e nível social de seus moradores através de suas dimensões e posições geográficas.
O Bairro da Igreja fica na área central e ali existia uma construção, provavelmente feita após a dominação Inca, destinada à realização de cultos sagrados ao Sol e à Lua.
As diferentes tonalidades das pedras que compõem as construções impressionam e encantam.
Assim como as coloridas montanhas ao seu redor.
Os enormes cardones, cactos da espécie Echinopsis Atacamensis Pasacana, dão um charme especial à paisagem.
Segundo nos informaram esta espécie de cacto cresce em média 1cm por ano.
O que nos leva a concluir que estivemos muito próximo de diversos senhores cactos, cujas idades ultrapassam facilmente os 200, 300 anos.
O terceiro e último setor do sítio arqueológico é denominado Bairro do Monumento.
Este bairro é assim chamado por abrigar um monumento em forma de pirâmide construído em 1935 para homenagear os arqueólogos que ali trabalharam.
Ele fica na parte mais alta e, assim como o Bairro da Entrada, é repleto de residências.
Sobre a pirâmide, ela é muito bonita, porém, destoa completamente com o restante do local, uma vez que não existiam pirâmides aqui.
Sem contar que as pedras utilizadas para erguer tal monumento foram retiradas de outros locais originais do povoado.
Enfim, por estar em um ponto elevado, os arredores da pirâmide nos proporciona uma bela vista panorâmica da região.
O Pucará de Tilcara abrange ainda um cemitério e um lindo Jardim Botânico de Altitude.
O Jardín Botánico de Altura fica bem na entrada do sítio arqueológico e abriga uma ampla coleção de plantas que crescem na altitude, em meio à Puna.
Cactos gigantes, plantas medicinais e aromáticas se destacam no jardim criado em 1968.
Após o agradável e cultural passeio embarcamos em um táxi e percorremos cerca de 8km por uma sinuosa estrada de rípio.
Durante o trajeto paramos para apreciar a vista, sob um novo ângulo, da cidade de San Francisco de Tilcara.
Olha a ponte férrea que cruzamos:
Na sequência voltamos a percorrer a estreita estrada.
E minutos depois chegamos na comunidade nativa Ayllu Mama Qolla.
Nas terras desta comunidade fica uma linda cascata natural, chamada Garganta del Diablo.
Circuito Turistico Garganta del Diablo – Comunidad Aborigen Ayllu Mama Qolla
Local: Comunidad Aborigen Ayllu Mama Qolla | San Francisco de Tilcara – Jujuy – Argentina
Ingresso: $ 50
Extensão: 1.600 metros
Tempo médio de visitação: 2 horas
Após adquirir os ingressos partimos para a trilha, de aproximadamente 210 metros de extensão, que se inicia em uma íngreme descida e serpenteia pela montanha.
Lá embaixo conseguimos observar o Río Huasamayo, que nesta época do ano não passa de um pequeno córrego.
Entre uma pausa e outra para recuperar o oxigênio (lembrando que estamos em altitude), seguimos pelo caminho.
Até chegarmos ao lado das águas do rio, que neste ponto escorre por enormes formações rochosas que criam um belo cânion que dá nome ao local: Garganta del Diablo, antigamente chamada El Chorro.
Da Garganta do Diabo iniciamos outra trilha, de aproximadamente 600 metros, que nos levará até a cascata natural.
Seguimos pelo leito do rio em meio à Quebrada de Alfarcito.
Cruzamos o rio de um lado para o outro diversas vezes.
Os imponentes paredões e seus diversos cardones embelezam a trilha.
E neste ritmo seguimos caminhando até chegar em uma estreita curva.
A qual é vencida com facilidade e então avistamos a bela cascata natural.
A água escorre pelas pedras, como se estivesse bailando um suave ritmo musical, e despenca de uma altura de aproximadamente 18 metros.
A beleza do local é ímpar, assim como sua tranquilidade.
Conhecida a Garganta del Diablo e sua cascata natural voltamos ao centro de Tilcara, onde nos deliciamos com saborosos ojos de chorizos con papas andinas.
Após o delicioso e farto prato típico local, obviamente fomos tirar uma siesta, pois ninguém é de ferro.
Hasta mañana!
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Nunca tinha ouvido falar destes lugares, mas graças as fotos de Vocês, estamos conhecendo..valeu
Valeu! O norte argentino tem muito a oferecer, lugares lindos! Abraços…
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