Argentina • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán • Salta • Salta
Dia 05: Centro histórico de Salta – Salta – Argentina
17 de Setembro, 2019Com um desayuno composto por medialunas e pan de papas começamos muito bem nossa terça-feira :)
Bem alimentados partimos para o segundo dia de caminhada pelo centro histórico de Salta.
Nossa primeira parada do dia foi no Museo de Bellas Artes.
Museo de Bellas Artes de Salta – MBAS
Local: Belgrano, 992 | Centro | Salta – Salta – Argentina
Telefone: +54 0387 431-8562
E-mail: bellasartesdesalta@gmail.com
Site: www.mbas.culturasalta.gov.ar
Funcionamento: Terça a domingo das 9h00 às 19h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 30 minutos
Inaugurado em 1930, o Museo de Bellas Artes de Salta conta com uma coleção de obras de renomados artistas locais e outros que escolheram a cidade para viver.
Peças de arte sacra do século XVIII e retratos do século XIX compõem o acervo do local, além de obras de arte pré-colombiana.
Vista de la ciudad de Salta – 1854 – Carlos Penuti:
Do Museu de Belas Artes seguimos até o cabildo de Salta.
Museo Histórico del Norte – Cabildo de Salta
Local: Caseros, 549 | Centro | Salta – Salta – Argentina
Telefone: +54 0387 421-5340
E-mail: cabildosalta@uolsinectis.com.ar
Site: https://museodelnorte.cultura.gob.ar
Funcionamento: Terça a sexta das 9h00 às 13h30 e das 15h00 às 19h30 | Sábado das 13h30 às 19h30 | Domingo das 10h30 às 13h30 e das 14h30 às 18h30
Ingresso: $ 50 (contribuição não obrigatória)
Tempo médio de visitação: 1 hora
O cabildo de Salta foi sede do governo regional entre os anos de 1626 e 1888.
Sua edificação é uma verdadeira joia arquitetônica do período colonial.
Logo na entrada do cabildo está pendurado o brasão de armas da Argentina, no qual se destaca o barrete frígio, aquele gorrinho vermelho também conhecido como barrete da liberdade, o qual se faz presente ainda nas bandeiras do Paraguai e dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul no Brasil.
O cabildo de Salta foi declarado monumento nacional em 1936 e atualmente abriga o Museo Histórico del Norte.
As primeiras salas do museu expõem vestígios das antigas civilizações, retratados através de peças do uso cotidiano, que revelam a forma de viver e pensar dos primeiros habitantes da região.
Ornamentos, colares, urnas funerárias e armas do período de dominação Inca completam um acervo organizado cultural e cronologicamente.
Na sequência passamos por um amplo pátio interno.
E adentramos em outra sala, onde estão peças de mobiliário, elementos das primeiras aldeias agrícolas e obras de arte sacra.
Ali também podemos observar elementos que eram utilizados nas construções do período colonial.
E entender em detalhes como eram feitas as construções.
A cobertura, por exemplo, era feita com bambus amarrados lado a lado revestidos por uma fina camada de massa composta por barro, água e palha.
Na sequência acessamos o segundo piso da edificação.
Onde existe uma longa varanda, da qual é possível apreciar a Plaza 9 de Julio por um outro ângulo.
Ali vimos um sino de 1822.
E conhecemos a sala capitular, decorada com mobiliário luso-brasileiro do século XVIII.
Em uma das paredes da sala está exposto o estandarte do regimento espanhol Caballeria Imperial de la ciudad del Cuzco.
Na sala ao lado são exibidas diversas medalhas de importantes militares argentinos.
Conhecida a área superior, retornamos ao piso térreo.
Passamos pelo pátio das carruagens, onde são exibidos carros alegóricos e diligências do vice-reinado e do início do século XX.
Carro fúnebre do fim do século XIX usado em Cafayate para funerais de crianças:
Galera do fim do século XIX utilizada para transportar passageiros entre Cafayate e Alemanía:
Break do início do século XX:
Renault 1911 que pertenceu a Alberto Paz Posse, governador de Tucumán:
Depois acessamos uma sala onde havia um antigo piano.
E então uma sala onde estão expostos uniformes e armas utilizados por Belgrano e Güemes durante as guerras de independência da Argentina.
Réplica dos sabres que pertenceram ao general José de San Martín:
Bandeira espanhola tomada por San Martín na Batalla de Pasco:
Martín Miguel de Güemes e seus gaúchos – 1912 – Estruch:
Bandeira utilizada pelo batalhão das Guardas Nacionais de Salta:
O museu também possui um excelente acervo numismático.
E narra a evolução do dinheiro e curiosidades do gênero, como origem da palavra salário, a qual surgiu do termo em latim salarium na antiga Roma, onde o sal era um elemento muito valioso e o pagamento dos trabalhadores era feito com quantidades de sal.
Após conhecer o museu histórico caminhamos pela Plazoleta Cuatro Siglos.
Onde pudemos assistir dois artistas tocando músicas andinas.
Na sequência fomos até a Iglesia San Juan Bautista de La Merced.
Com capacidade para 300 pessoas, a atual igreja foi construída em 1913.
Da igreja caminhamos até o Centro Cultural América.
O centro cultural fica em uma imponente edificação construída em 1913.
Declarado Monumento Histórico Nacional, o local recebe diversas atividades artísticas e culturais.
O Centro Cultural América fica em frente à Praça 9 de Julho.
A Plaza 9 de Julio é a mais importante da cidade, local onde, no dia 16 de abril de 1582, Hernando de Lerma deu origem a Salta.
Inicialmente a praça era chamada de Plaza Mayor, pois foi a partir dela que começou a construção da cidade.
Seu centro abriga um monumento em homenagem ao general Juan Antonio Álvarez de Arenales, o qual lutou ativamente contra a Espanha na Guerra da Independência.
O monumento equestre é cercado por um grupo de 14 esculturas de mulheres que simbolizam as musas das 14 províncias que formavam parte da Argentina na época.
A praça é o epicentro da atividade política, cultural e social de Salta, e ao seu redor encontram-se construções históricas.
Nesta área também existem diversos restaurantes, lanchonetes e cafés, onde aproveitamos para comer mais empanadas e provar outro prato típico local, o tamal.
O tamal é feito com milho moído e recheado com carne, legumes e demais temperos, sendo cozido envolto em palhas de milho.
É uma delícia!
Ainda ao redor da Praça 9 de Julho fica o Cine Teatro Victoria.
E o Museo de Arte Contemporáneo – MAC.
Deixamos a praça e passamos a caminhar pelas ruas centrais da cidade até chegar em outro museu, desta vez o Museo Casa de Arias Rengel.
Museo Casa de Arias Rengel
Local: Florida, 20 | Centro | Salta – Salta – Argentina
Telefone: +54 0387 421-4714
E-mail: museocasariasrengel@yahoo.com.ar
Funcionamento: Terça a domingo das 9h00 às 19h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 30 minutos
A edificação que abriga o Museo Casa Arias Rengel é um monumento histórico, construída no início do século XVIII pela família Arias Rengel.
Alguns membros desta família participaram ativamente das sucessivas incursões espanholas ao Chaco argentino, destacando-se Francisco Gabino Arias Rengel, que no ano de 1774 foi nomeado segundo chefe da expedição ao Chaco pelo governador Gerónimo Matorras.
Após a morte de Matorras, Francisco Gabino Arias Rengel assumiu temporariamente o governo de Tucumán.
No primeiro piso do museu são realizadas mostras temporárias dedicadas a artista de Salta e no piso superior passam exposições itinerantes, na ocasião era exibida uma mostra de arte africana.
Na sequência foi a vez de conhecer o Museo Güemes.
Museo Güemes
Local: España, 730 | Centro | Salta – Salta – Argentina
Telefone: +54 0387 495-4295
E-mail: info@museoguemes.gob.ar
Site: http://museoguemes.gob.ar
Funcionamento: Terça a domingo das 11h00 às 19h00
Ingresso: $ 150
Tempo médio de visitação: 45 minutos
A casa onde fica o Museo Güemes funcionou como Tesouraria Real da Intendência de Salta até o final do século XVIII e também foi o local onde viveu Martín Miguel de Güemes juntamente com sua família.
O museu, repleto de elementos com estímulos visuais e sonoros, é composto por dez salas, onde é narrada a trajetória do general Martín Miguel de Güemes.
Güemes é parte da história da nação argentina, sendo que logo após participar da defesa de Buenos Aires durante as invasões inglesas, se juntou à causa revolucionária de independência, iniciada em 1810.
Invocando a causa americana de liberdade, igualdade e fraternidade, agregou ao exército as milícias gaúchas e ganhou o voluntarismo de pequenos produtores, escravos, artesãos, mestiços e índios.
Foi o primeiro governador de Salta eleito sem intervenção das autoridades de Buenos Aires e lutou por uma pátria mais extensa que a atual Argentina.
Martín Miguel de Güemes é declarado um herói nacional, sendo o único general argentino morto em ação de guerra, no dia 17 de junho de 1821, durante a epopeia de emancipação do continente americano.
Deixamos o Museu Güemes e caminhamos novamente até a Plaza 9 de Julio, onde aproveitamos o momento em que as nuvens deram uma trégua e o azul do céu apareceu para fazer uma foto em frente ao cabildo.
Na sequência fomos almoçar.
Devidamente alimentados fomos até o Museo de Arqueología de Alta Montaña, que fica em um edifício histórico do século XIX, localizado em frente à Praça 9 de Julho.
Museo de Arqueología de Alta Montaña – MAAM
Local: Mitre, 77 | Centro | Salta – Salta – Argentina
Telefone: +54 0387 437-0592
E-mail: comunicacion@maam.org.ar
Site: www.maam.gob.ar
Funcionamento: Terça a domingo das 11h00 às 19h00
Ingresso: $ 400
Tempo médio de visitação: 1 hora
O Museo de Arqueología de Alta Montaña tem como principal objetivo proteger, estudar e divulgar uma das mais importantes descobertas arqueológicas das últimas décadas, os Niños del Llullaillaco.
Três crianças, juntamente com mais de uma centena de objetos, foram encontradas, preservadas pelo frio, em março de 1999 no cume do vulcão Llullaillaco, a 6.700 metros de altitude do nível do mar.
*Como é proibido fotografar as salas onde as crianças e as demais peças estão expostas, fizemos fotos apenas das áreas que antecedem o acervo local.
Pesquisas revelaram que as crianças viveram há 500 anos, durante o auge do período Inca, pouco antes da chegada dos espanhóis.
Desde meados do século XV até 1532, quando os conquistadores espanhóis chegaram ao Peru, grande parte do noroeste e centro oeste do atual território argentino pertencia ao estado Inca, governado por Pachacuti, ou Pachacutec, o nono Inca, conhecido como O Reformador do Mundo.
Neste período os Incas dominavam boa parte dos Andes, ocupando um vasto território que atualmente pertence à Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Este espaço geográfico era dividido em quatro regiões (suyus) que unidos formavam Tawantinsuyu, tendo seu centro principal em Cusco, que não era uma cidade como atualmente, mas sim uma área sagrada, um local de poder.
Pois bem, um dos rituais mais importantes do calendário Inca foi o Capacocha, ou Capac Hucha, que pode-se traduzir como “obrigação real” e se realizava no mês dedicado à colheita.
Povoados de todo o território Inca elegiam uma ou mais crianças, por sua beleza e perfeição física, para realizar alianças nestes rituais.
As crianças eram reunidas na praça principal de Cusco diante das imagens de Viracocha (deus da criação), do sol, do trovão e da lua.
Ali os sacerdotes realizavam o sacrifício de alguns animais e ofereciam matrimônios simbólicos entre as crianças. Na sequência, as crianças, os sacerdotes e seus acompanhantes deveriam regressar ao seu povoado de origem, mas não pelo caminho real, e sim em linha reta, tendo que vencer todos os obstáculos encontrados pela frente.
A peregrinação durava semanas e até mesmo meses, dependendo da distância e dificuldades enfrentadas, sendo que sua chegada era aclamada pela população.
Após a celebração, a comitiva seguia até o local onde seria realizada a oferenda, entoando canções em homenagem ao Inca.
Uma vez no local, as crianças eram vestidas com as melhores roupas e ingeriam chicha (bebida alcoólica produzida a partir da fermentação do milho e outros cereais). A cerimônia de oferenda tinha características particulares em cada localidade, no caso de Llullaillaco, após adormecidas, as crianças foram depositadas em uma câmara mortuária, juntamente com um rico enxoval, e cobertas com cascalho.
Segundo a crença Inca, as crianças oferecidas não morriam, apenas encontravam seus antepassados que estavam no alto das altas montanhas observando as aldeias.
As oferendas humanas se realizavam apenas nos santuários mais importantes de Tawantinsuyu, que ficavam no alto de grandes montanhas.
Juntamente com as crianças eram depositados diversos objetos em miniatura, produzidos em ouro, prata e concha marinha, que representavam figuras de animais, seres humanos e pequenos jogos de louças.
O acervo do museu impressiona, não apenas por sua coleção magnífica, mas por nos aproximar do mundo andino e nos fazer refletir sobre o universo Inca e seus costumes.
Após nos encantar com o Museu de Arqueologia de Alta Montanha fomos conhecer a Catedral Basílica de Salta, Santuario del Señor y de la Virgen del Milagro.
Em 1856 o governador eclesiástico e bispo Don José Eusebio Colombre organizou o início de arrecadação de fundos para a construção de uma nova catedral para Salta, já que a primeira havia sido destruída por um terremoto no mesmo ano.
As obras tiveram início em 1858, seguindo os planos do engenheiro e arquiteto Felipe Bertrés, e foram concluídas em 1882.
Mosaico de la Virgen del Milagro:
Mosaico del Señor del Milagro:
A construção de estilo arquitetônico neobarroco recebe uma multidão de fiéis a cada ano, no dia 15 de setembro (curiosamente no dia em que chegamos a Salta), que honram o Señor e a Virgen del Milagro, creditando a eles o fato de ter findado uma série de terremotos que devastaram a cidade em 1692.
O interior da igreja impressiona pela ornamentação e sutileza em cada detalhe.
O local ainda abriga o Panteón de las Glorias del Norte, onde estão os restos mortais dos generais Martín Miguel de Güemes, Álvarez de Arenales e Rudecindo Alvarado.
Área externa lateral da igreja:
Contornamos a igreja e fomos até o Museo Catedralicio Monseñor Carlos Mariano Pérez, que fica nos fundos do templo religioso, mas infelizmente estava fechado.
Retornamos para a frente da catedral passando ao lado do arzobispado.
Em frente ao arcebispado existe um monumento em homenagem ao Papa João Paulo II.
Com o fim do dia se aproximando seguimos até o Museo Casa de Uriburu.
Museo Nacional Presidente José Evaristo Uriburu
Local: Caseros, 417 | Centro | Salta – Salta – Argentina
Telefone: +54 0387 421-5340
Funcionamento: Terça a sexta das 9h00 às 13h30 e das 15h00 às 19h30 | Sábado das 13h30 às 19h30 | Domingo das 10h30 às 13h30 e das 14h30 às 18h30
Ingresso: $ 20 (contribuição não obrigatória)
Tempo médio de visitação: 30 minutos
A casa de adobe construída em meados do século XVIII ao redor de um grande pátio interno, estilo muito comum na época, passou a abrigar o museu em 1950.
O museu expõem uma série de coleções que demonstram a vida cotidiana do período colonial de Salta, além de contar com uma importante biblioteca especializada em história, arte e museologia regional.
José Evaristo Uriburu, neto do general Arenales, teve uma destacada trajetória como advogado e político não somente na cidade de Salta, mas também em Buenos Aires.
Com a imagem abaixo nos despedimos deste dia que foi intenso e de muito conhecimento, uma verdadeira imersão cultural.
Oba! Já são 4 comentários nesta postagem!
Parabéns pelo Bolg e obrigado pelas informações.
Valeu Alexandre! Obrigado pelo comentário, ficamos muito felizes ao saber que o blog está cumprindo com sua missão auxiliando os leitores a viajar conosco. Forte abraço.
Olá! Uauuuu que maravilhas… quanta riqueza de detalhes… incrível todas as informações. Obrigada por compartilhar. Sigam em segurança aproveitando todas essas belezas!
Cidade linda mesmo! Valeu, obrigado.
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.