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Casca, Serafina Corrêa e Guaporé – RS
4 de Agosto, 2019O sábado amanheceu gelado em Erechim – RS.
Calçamos as botas, vestimos as jaquetas de couro, colocamos os capacetes e, com os termômetros marcando 0 °C e o céu azul, partimos pela rodovia RS-135 sentido sul.
Rapidamente chegamos no trevo de acesso a Passo Fundo, contornamos a cidade e acessamos a rodovia RS-324.
Raspamos as pedaleiras no sinuoso trecho até Marau.
Na sequência passamos por Vila Maria.
E próximo ao meio-dia chegamos em Casca.
A cidade, que atualmente abriga cerca de 9.000 habitantes, surgiu de um povoado que cresceu às margens de um pequeno arroio em uma região com muitas árvores, dentre elas o araçá e o guabijuzeiro, cujas cascas eram retiradas e comercializadas em curtumes de Passo Fundo, onde extraíam das cascas das árvores uma essência especial para a curtição de couros.
Daí a origem do nome da cidade, que inicialmente se chamava São Luiz de Casca, numa relação com o padroeiro da igreja que existia no antigo povoado.
Após passar pela Rua Coberta e pela prefeitura municipal fomos até a Igreja Matriz São Luiz Gonzaga.
Com estilo gótico, a Paróquia São Luiz Gonzaga se destaca por sua imponência e riqueza de detalhes em sua fachada, sendo um dos principais cartões postais de Casca, cidade conhecida como a “Capital Gaúcha do Leite”.
A igreja matriz da cidade foi inaugurada em 1929 e fica em frente à Praça Independência.
Construída pela comunidade, a paróquia teve como idealizador o padre Aneto Bogni, vindo da Itália, mais precisamente da localidade de Lombardore, em 1890.
Ao redor da praça existem belos casarões de época.
No início da tarde deixamos o centro da cidade e acessamos a rodovia RS-129, pela qual rodamos aproximadamente 7km até chegar em uma estrada de calçamento, que nos levou ao distrito de Evangelista, ainda no município de Casca.
O pequeno vilarejo, conhecido como Vila Histórica de Evangelista, foi colonizado no início do século XX por imigrantes italianos e mantém viva até hoje suas tradições, além de preservar uma riqueza arquitetônica invejável, através de seus casarões centenários.
Ali paramos em frente ao Postinho Esso.
O posto de gasolina foi um audacioso empreendimento do comerciante Angelo Valiatti no ano de 1956.
Na época eram vendidos em média 20 toneis de gasolina por semana.
Com o encerramento das atividades comerciais em 1971 o posto foi fechado, mas a bomba de gasolina permaneceu, muito bem preservada, no mesmo local.
Dali iniciamos uma caminhada pelo centrinho da pequena, e charmosa, vila.
Logo chegamos no casarão da família Franciosi.
O histórico casarão foi construído entre os anos de 1919 e 1920.
Seguimos caminhando até ficar frente a frente com um dos principais símbolos da comunidade.
Trata-se da Igreja Santo Antônio, fundada em 1937.
O interior da pequena igreja é muito bonito e bem decorado.
Próximo da igreja existe um memorial em forma de arco, o qual é uma homenagem ao soldado Ângelo Pelinson, filho de agricultores da região que lutou na Segunda Guerra Mundial junto à Força Expedicionária Brasileira.
Passando pelo memorial tem início um pequeno caminho, todo iluminado, que segue até a Gruta de Nossa Senhora das Graças.
A gruta fica em meio à mata e ao lado de uma pequena cascata, um lugar muito bonito e tranquilo.
Ali tem a réplica de uma torre de igreja, na qual, ao puxar o bonequinho o pequeno sino emite seu tilintar.
Após o passeio pelo pacato vilarejo voltamos à rodovia estadual RS-129.
Cerca de 10 quilômetros depois chegamos em Serafina Corrêa.
Acessamos a cidade e fomos direto ao hotel, onde estacionamos a Formosa na garagem e colocamos uma roupa mais leve para explorar sua área central.
Serafina Corrêa foi fundada em 1960 e abriga atualmente cerca de 18.000 habitantes.
Iniciamos a caminhada pela Piazzeta San Marco.
A praça central da cidade fica em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário.
O principal templo religioso de Serafina Corrêa foi construído em 1953.
Ao lado da igreja fica a Sala das Graças.
Serafina Corrêa é conhecida como a “Cidade Simpatia” e considerada a “Capital Nacional do Talian”.
Talian é uma variante da língua vêneta, patrimônio imaterial do Rio Grande do Sul e idioma reconhecido por lei em Serafina Corrêa, tanto é que a maioria das placas de sinalização da cidade estão neste idioma, além da população local falar talian, e português, claro.
Da praça principal seguimos explorando a área central da cidade e passamos por um belo casarão de época.
Que fica bem próximo das Secretaria de Turismo, Juventude, Esporte e Lazer e Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Econômico.
Ao lado da edificação que abriga as secretarias municipais existem algumas réplicas de fachadas de antigas construções.
Depois foi a vez de conhecer a Gruta Nossa Senhora de Lourdes.
A inauguração da gruta ocorreu em meados dos anos 1930.
Seguimos caminhando pelas ruas centrais da cidade até que avistamos a réplica do Coliseu, que abriga a Câmara de Vereadores.
A edificação fica na Via Gênova, avenida que passa em frente à prefeitura municipal e é rodeada por um conjunto de réplicas de construções italianas históricas.
Nesta avenida também fica a modesta rodoviária de Serafina Corrêa.
Próximo da rodoviária fica a réplica de La Rotonda, um edifício retangular que envolve uma sala redonda, a qual recebe luz do alto.
A construção original está localizada em Vicenza – Veneto.
A avenida recebeu o nome de Via Gênova pelo fato da maioria dos imigrantes italianos que chegaram a Serafina Corrêa terem partido do Porto de Gênova, que se localiza na Liguria – Itália.
Passamos pela prefeitura municipal de Serafina Corrêa.
E na sequência pelo Marco Inaugural da Via Gênova, o qual é ornamentado com a estátua de um leão alado, símbolo da região do Vêneto, antiga República de Veneza.
No meio da Via Gênova passa o Arroio Feijão Cru, que atravessa a cidade, e nele fica La Nave Deglli Imigranti (A nave dos imigrantes), construída em 1986.
A obra, que estava em reforma durante nossa passagem pela cidade, é a expressão ímpar da coragem, beleza e história construída pelas pessoas que aportaram no Brasil, fazendo deste lugar sua nova pátria.
Depois foi a vez de conhecer a réplica do Castello Inferiore di Marostica.
E então a réplica da famosa Casa di Romeo.
E claro, não poderia faltar a réplica da Casa di Giulietta.
Após percorrer toda a Via Gênova fomos ao Mausoléu de Serafina Corrêa.
A mulher que dá nome à cidade foi casada com o engenheiro e político Vespasiano Rodrigues Corrêa.
A escultura de Cristo na Cruz que embeleza o mausoléu foi feita com sucatas de metal pelo artista Paulo Batista Siqueira.
Ao lado da mausoléu fica a Associação Amigos do Artesanato, que estava fechada.
No caminho de volta ao hotel passamos por um belo VW Fusca amarelo.
Assim que o Sol se pôs o frio voltou, e para se aquecer e brindar o sábado, encerramos o dia com uma pizza acompanhada por um vinho.
No domingo, antes de nos despedir de Serafina Corrêa, subimos até o alto morro onde fica o Cristo Redentor.
Durante o percurso passamos pelos capitéis que compõem a Via Sacra.
O Cristo Redentor de Serafina Corrêa foi inaugurado em 1958.
O monumento possui 12,5 metros de altura e 7,5 metros de largura.
Dali conseguimos ter uma linda vista da cidade.
E do outro lado o vale, cercado por morros e um denso nevoeiro.
Conhecido o Cristo partimos de Serafina Corrêa e rodamos cerca de 20km pela RS-129 até chegar em Guaporé.
Com cerca de 25.000 habitantes, Guaporé foi fundada em 1903 e se destaca pela ampla indústria de joias, lingeries e confecções, inclusive este fim de semana acontecia a Mostra Guaporé, um evento direcionado ao turismo de compras.
Tão logo chegamos na cidade fomos até a igreja matriz.
A Igreja Matriz Santo Antônio foi inaugurada em 1947 e chama a atenção por sua arquitetura com estilo gótico.
Seu interior abriga belos vitrais e pinturas sacras, obras do artista guaporense Emílio B. Zanon.
De frente para a igreja fica a arborizada e bem preservada Praça Vespasiano Corrêa.
A praça leva este nome em homenagem ao primeiro intendente do município.
E abriga em seu interior um monumento em homenagem a Vespasiano Rodrigues Corrêa.
E como uma praça gaúcha que se preze, o local conta com uma fonte de água gelada e outra de água quente, para o tradicional chimarrão.
A praça é rodeada por antigas edificações.
Dentre elas o Clube União.
O Café América.
E a prefeitura municipal.
Da praça central seguimos até o Parque Ecológico Municipal Honorato Toniolo.
O parque preserva uma área nativa no centro da cidade e proporciona um espaço de cunho ecológico, didático, educacional e de lazer.
Após a breve caminhada pelo parque municipal deixamos o centro de Guaporé e, antes de partir, paramos para uma nova foto em frente ao pórtico da cidade.
Do pórtico, e de praticamente toda a cidade, podemos avistar o Monumento do Cristo, com 13 metros de altura, instalado no alto de uma montanha com 741 metros, a mais alta do município.
Como já havíamos visitado um monumento parecido em Serafina Corrêa, deixamos Guaporé e retornamos a Erechim pelo mesmo trajeto de ida.
Trajeto percorrido no fim de semana:
Oba! Já são 6 comentários nesta postagem!
não conheço mas as imagem são extasiante espetacular fenomenal nem parece Brasil quizas europa cemtral e região um verdadeiro colírio para os olhos, talvez um tapa na cara do nosso orgulho burguês. valeu a pena parar para apreciar esta arquitetura e criação dos capitalistas europeu.
Orlando, quando tiver a oportunidade vale a pena conhecer a região, é muito bela mesmo.
Valeu, abraços…
Eita….então o objetivo foi realmente atingido; legal !!!
Valeu ;) aproveitando, no link abaixo tem algumas fotos de nossa breve passagem por Victor Graeff – RS:
http://fredleenaestrada.com.br/2017/12/27/victor-graeff-rs/
Muito legal esses lugares visitados ! Realmente as praças do RS são bem cuidadas (em Victor Graeff que o diga-já estive por lá), mas o quê roubou a cena no Distrito de Evangelista foi o Postinho Esso – bacana; agora na foto 2 Erechim escrito com “x” ficou estranho. rsrsrs….
Lugares lindos mesmo Fernando. Sobre Victor Graeff, não à toa é conhecida como A Cidade da Mais Bela Praça. O Postinho da Esso dá um charme especial a esta pequena e bela vila de Casca.
Erechim foi escrito com “x” (Erexim) na geada de forma proposital (e com base no Decreto-Lei Federal nº 5.186, de 13/1/1943), uma vez que a origem do nome da cidade é indígena e significa Campo Pequeno, a saber: Ere (campo) e Xim (pequeno).
Antigamente era muito comum a escrita do nome do município com “x” e alguns lugares o mantém até hoje, como a Diocese de Erexim:
http://www.diocesedeerexim.org.br
Enfim, o fato de estar escrito Erexim ao invés de Erechim o fez dar maior atenção à foto, não é verdade? Então atingimos nosso objetivo ;)
Valeu. Abraços…
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