Areguá • Asunción • Expedição 2018: Asunción - Monday • Paraguai • San Bernardino
Dia 03: Asunción – Distrito Capital – Paraguai a San Bernardino – Cordillera – Paraguai
23 de Dezembro, 2018Acordamos logo cedo neste domingo e partimos para uma caminhada pela área central de Assunção.
O primeiro local a ser visitado foi o quilômetro zero das rodovias nacionais que partem da capital paraguaia.
O ponto de partida das rutas fica em frente ao Panteón Nacional de los Héroes.
Um dos tesouros do Patrimônio Material Cultural de Assunção teve sua construção iniciada no ano de 1863 a mando do então presidente da república Francisco Solano López.
O italiano Alejandro Ravizza foi o arquiteto responsável pela obra que tinha como finalidade abrigar o Oratorio de La Virgen de la Asunción.
Devido à Guerra da Tríplice Aliança (mais conhecida no Brasil como Guerra do Paraguai) a construção ficou parada por mais de 70 anos e apenas em 1936, depois da Guerra del Chacho, a edificação foi concluída e inaugurada como Panteón Nacional de los Héroes y Oratorio de la Virgen de la Asunción.
Atualmente o Panteón Nacional abriga um oratório e o mausoléu da pátria, onde estão os restos mortais de alguns heróis do país, como Don Carlos Antonio López (primeiro presidente constitucional), Mariscal Francisco Solano López, Mariscal José Félix Estigarribia (herói e vencedor na Guerra do Chaco contra a Bolívia), entre outros.
Assim que saímos do Panteón os policiais fecharam um pequeno portão em frente ao edifício e houve a troca de guarda.
Após assistir a troca de guarda seguimos caminhada pela vizinha Praça dos Heróis.
E logo percebemos que na verdade são quatro praças, uma ao lado da outra: Plaza Pública de Los Héroes (onde fica o Panteón), Plaza de La Liberdad, Plaza de La Democracia e Plaza Pública Juan E. O’leary.
Aliás, Asunción é uma cidade muito arborizada e com várias praças.
Por ser uma manhã de domingo as ruas estavam praticamente desertas.
Eram poucos transeuntes, em sua maioria policiais, alguns feirantes chegando para montar suas barracas e o pessoal da erva natural (aquela que vicia e é uma delícia), que desde cedo estava na lida, preparando o incremento para o famoso tereré.
La Muy Noble y Leal Ciudad de Nuestra Señora Santa María de la Asunción foi o primeiro nome da capital paraguaia, autoria de Juan de Salazar de Espinosa (estava inspirado hein, deve ter consumido muita erva) durante a fundação da cidade, no dia 15 de agosto de 1537.
Atualmente a metrópole se chama “apenas” Nuestra Señora Santa María de la Asunción e é mais conhecida como Asunción.
Com uma população que supera os 500.000 habitantes, Assunção é conhecida como a “Mãe das Cidades”, isso porque durante a conquista espanhola partiram dela várias expedições com o objetivo de fundar outras cidades do cone sul-americano, entre elas Buenos Aires, Corrientes, Santa Cruz de la Sierra, e outras tantas.
Durante nossa breve passagem pela capital paraguaia ficamos impressionados com a quantidade de policiais que vimos nas ruas, não por acaso a cidade é considerada uma das capitais mais seguras da América Latina.
Passamos por diversas construções de época e seguimos até a Catedral Metropolitana, onde fizemos novas amizades.
Um dos ícones de Assunção, a Catedral Metropolitana foi construída a mando de Don Carlos Antonio López e teve sua inauguração em 1845, sendo a primeira diocese do Rio da Prata.
Sua fachada possui estilo arquitetônico neoclássico do século XIX.
O interior da catedral abriga o retábulo do Altar Supremo que pertencia à igreja do antigo Convento dos Franciscanos, sendo um dos tesouros da capital.
Ao lado da igreja fica a Universidad Católica Nuestra Señora de la Asunción.
Conversando com os moradores de Assunção descobrimos que a cidade é habitada por muitos brasileiros, que vão em busca de estudo no país vizinho.
A caminhada pelo centro da metrópole é muito agradável, logo passamos pelo Comandancia de la Policía Nacional e chegamos no Centro Cultural de la República Museo del Cabildo.
O edifício construído em 1844 por Don Carlos Antonio Lópes foi sede do governo e congresso nacional até 2004, quando se transformou em Centro Cultural da República.
Embora o site do centro cultural informe que o museu abre às 9h00 no domingo, chegamos ali pontualmente às 9h00 e nos informaram que abriria apenas às 10h00.
Como já tínhamos visto os demais pontos de interesse nos arredores, decidimos postergar a visita ao museu para outra oportunidade, ao invés de aguardar uma hora até sua abertura.
Subimos na Formosa e rodamos até a Costanera de Asunción.
Onde paramos rapidamente para uma foto tendo o Palacio de los López como plano de fundo.
Na verdade havia parado a Formosa no outro lado da via, mas assim que coloquei o pé no chão ouvimos um apito. Um membro do exército paraguaio, muito atento, nos alertou que não poderíamos parar ali, nem por alguns instantes, mas indicou seguir, fazer o retorno e parar do outro lado da via… assim fizemos.
Foto feita, regressamos ao centro da cidade passando ao lado do Porto de Assunção, um dos mais antigos da América do Sul.
O porto foi um dos principais motores de movimentação de mercadorias nas décadas passadas, atualmente está desativado, uma vez que a atividade portuária migrou para as cidades de Villeta e Pilar.
Fizemos o retorno e voltamos a percorrer a costanera sentido norte.
A avenida que margeia a Baía de Assunção foi inaugurada em 2013 e oferece ótima estrutura para caminhadas, prática de exercícios, passeios de bicicleta e pausas para apreciar a paisagem.
Em minutos deixamos o centro da cidade e passamos em frente ao Jardim Botânico, nos despedindo assim da capital paraguaia.
Avançamos pela Autopista Ñu Guasú em meio a um trânsito tranquilo até chegarmos no centro de Luque.
Os paraguaios de Luque queriam por todo custo tirar o troféu de trânsito mais caótico que já enfrentamos durante nossas viagens de Belém do Pará.
Em meio ao caos, um calor surreal e muitos ônibus, motos, carros e pedestres, vencemos cerca de 2km em aproximadamente 30 minutos.
Até que finalmente nos desvencilharmos daquela confusão toda e conseguimos passar dos 10km/h.
Devo confessar que foi uma disputa e tanto entre Luque e Belém, mas a cidade brasileira segue na liderança.
Poucos quilômetros depois chegamos em Areguá, capital do Departamento Central.
Areguá é tida como a “Capital do Morango”, foi fundada em 1538 e é muito procurada por turistas, principalmente nos fins de semana, por abrigar a Playa de Areguá que é banhada pelas águas do Lago Ypacaraí.
Chegamos na cidade perto do meio-dia e seguimos direto ao Castillo Carlota Palmerola.
O castelo estava cerrado. Após um tempo aguardando conseguimos avistar uma pessoa no interior e gritamos desesperadamente acenamos.
O funcionário veio até o portão e nos passou a informação que o local abriria meio-dia… então compramos algumas empanadas e aproveitamos para descansar na sombra em frente ao castelo.
Meio-dia chegou, passou… chegou uma hora… passou uma hora… e nada do castelo abrir ou alguém aparecer… como temos outros locais para conhecer, fizemos uma breve reunião emergencial com todos os membros da viagem e a decisão vencedora foi partir.
Rodamos pelo centro de Areguá e em instantes e estacionamos em frente ao Cerro Kõi.
Monumento Natural Cerro Kõi y Chororî
Local: Ruta Areguá – Capiatá | Areguá – Departamento Central – Paraguai
Funcionamento: Todos os dias das 8h00 às 16h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 1 hora
O acesso ao Cerro Kõi é gratuito e logo na entrada somos recepcionados por um guia que nos passa explicações sobre o local e orientações da trilha a seguir.
A pequena trilha, com cerca de 1 quilômetro de extensão, nos leva ao alto do morro de aproximadamente 200 metros.
Ao se aproximar da parte alta conseguimos avistar os arenitos com formato geométrico.
A área de preservação ambiental que engloba o Cerro Kõi e o Cerro Chororî foi criada em 1993 para proteger uma verdadeira maravilha da natureza.
O monumento natural do Paraguai é um dos três locais do mundo (os outros dois estão na África do Sul e no Canadá) que possuem arenito com uma curiosa formação octogonal natural, a qual se assemelha a uma colmeia de abelhas que parece ter sido esculpida de forma lenta e cuidadosa.
Ao atingir o topo do Cerro Kõi somos surpreendidos por uma vista privilegiada do Lago Ypacaraí.
O Lago Ypacaraí, que significa “Lago do Senhor” em guarani, é um dos maiores lagos do Paraguai.
Por falar em guarani, o Paraguai é um dos únicos países latinos onde a língua da população originária é considerada como língua oficial nacional, sendo que mais de 90% da população fala os dois idiomas: guarani e espanhol.
Após nos maravilhar com as formações do Cerro Kõi e pela vista de seu topo, encaramos a descida da trilha e voltamos a rodar, até o Centro Cultural do Lago.
Centro Cultural del Lago
Local: Rua Yegros, 855 | Centro | Areguá – Departamento Central – Paraguai
Telefone: +595 291 432 293
E-mail: centro.cultural.del.lago@gmail.com
Funcionamento: Quinta das 10h00 às 17h00 | Sexta das 10h00 às 18h00 | Sábado e domingo das 10h00 às 19h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 30 minutos
O Centro Cultural del Lago é um lugar que acolhe as artes em suas diferentes disciplinas, apoia ceramistas e promove a cultura, oferecendo exposições, oficinas e mostras de filmes.
Ali vimos uma belíssima maquete da Fiesta de la Virgen de la Candelaria, padroeira de Areguá.
E, por ser período natalino, havia uma exposição de presépios.
Em frente ao centro cultural encontramos mais arte, no Paseo de los Artesanos.
E logo entendemos o motivo do artesanato de Areguá ser conhecido em todo o Paraguai.
Após a visita ao passeio dos artesãos voltamos a pegar estrada e rodamos até San Bernardino.
Onde estacionamos a Formosa debaixo de uma sombra sapeca em frente ao tradicional Hotel del Lago.
Fundado em 1888, o Hotel del Lago conta com mobiliário do século XIX e tem seus cômodos decorados com belas obras de arte.
Durante seus mais de 100 anos de existência o hotel recebeu hóspedes ilustres, como Villa Lobos, Agustín Barrios, Joan Crawford, Marlene Dietrich, Antoine de Saint-Exupéry, entre outros.
Antoine de Saint-Exupéry, aliás, esteve em duas ocasiões no hotel, sendo que em uma de suas estadias observou que na praça à frente havia todas as manhãs uma espécie de feira de artesanato de produtos indígenas, promovida por índias guaranis e, enquanto elas ofereciam seus produtos, um grupo de crianças da mesma idade, em sua maioria indígenas, mas, entre eles um menino lourinho com brilhantes olhos azuis, filho de alemães que viviam em San Bernardino, brincavam juntas, irmanadas, com grande alegria.
Reza a lenda que a ingenuidade e pureza das brincadeiras infantis promovida pelo pequeno grupo de crianças teria sido uma das fontes de inspirações para o surgimento do clássico “O Pequeno Príncipe”.
Além de guardar inúmeras outras histórias, o Hotel del Lago abriga uma piscina e um parque botânico com 247 espécies nativas da região, onde funciona um circuito de arvorismo.
Após o breve passeio pelo interior do hotel partimos conhecer um pouquinho de San Bernardino.
Como não havíamos almoçado (apenas lanchamos algumas empanadas), quando vimos o carrinho de chivito uruguayo não pensamos duas vezes.
Brasileiros no Paraguai comendo chivito uruguaio. Só faltou uma Quilmes argentina para completar o combo.
San Bernardino conta com aproximadamente 10.000 habitantes, é carinhosamente chamada de San Ber, fica a cerca de 50km de Assunção e é muito badalada no verão, principalmente por suas praias ao redor do Lago Ypacaraí e pela ótima estrutura turística.
Caminhamos pelas ruas centrais da agradável cidade e logo passamos em frente à Parroquia Nuestra Señora de la Asunción.
No exato momento em que terminava a cerimônia de um casamento e a comunidade chegava para a próxima missa.
Da igreja voltamos a caminhar e logo deparamos com uma colorida escadaria.
Vencido os inúmeros degraus chegamos ao Mirador Bella Vista, que não leva o nome por acaso.
Localizado em um dos pontos mais altos da cidade, no mirante encontra-se uma imagem em homenagem à Virgen Nuestra Señora de la Aparecida.
E proporciona uma vista incrível do Lago Ypacaraí e seus arredores.
Após apreciar a paisagem por alguns minutos retornamos pela mesma escadaria e caminhamos até a Playa la Rotonda.
A agradável praia de areia fofa conta com bancos na sombra, restaurantes, lanchonetes, banheiros, lojas de artesanato e diversas opções de esportes náuticos.
Ali nos sentamos e vislumbramos uma das mais lindas despedidas do Sol que já presenciamos até hoje.
Refletindo suas brilhantes cores nas águas do imenso lago o Astro Rei se foi, nos enchendo de alegria e emoção por vivenciar aquele momento tão mágico.
E para encerrar o dia com chave de ouro experimentamos a famosa chipa guasu.
Um dos principais pratos típicos paraguaio é algo parecido com uma torta salgada de milho com queijo assada no forno, uma delícia!
Trajeto percorrido no dia:
Oba! Já são 4 comentários nesta postagem!
Bom dia
Primeiramente adorei o documentário pela visita em Asuncion .
Eu irei em 22 e 23 de abril de 2023, vou me hospedar em Asuncion, mas vou tirar uma t tarde em San Bernadino. Vocês poderiam me ajudar com o contato do Hotel Cel Lago ou a it e o u e mail deles. Estou com dificuldade para encontrar. acordei as dicas e todas as fotos registradas, an s Ipea para m i nh a ida.
Olá Gislaine!
Maravilha, sem dúvidas será uma linda viagem, aproveite bastante e não deixe de se deliciar com as saborosas comidas típicas paraguaias (chipa, chipa guasu, sopa paraguaia, vori vori, entre outros).
Dados de contato do Hotel Del Lago de San Bernardino:
Site: http://www.hoteldellago.com.py
Telefones: +595 0981 694 212 / +595 0512 232 201
E-mail: gerencia@hoteldellago.org
Caso não consiga através destes telefones e e-mail, recomendo pedir um auxílio para o Centro de Informações Turísticas da cidade através do e-mail info@sanbernardino.gov.py ou telefone +595 512 232 460.
Obrigado. Abraços…
Buenas…
Tudo muito lindo… o artesanato é demais … um trabalho incrível que merece
muito valor.
Fiquei encantada com os presépios… se pudesse queria ter um de cada….rsrsrs
Beijos meus queridos.
Olá! Sim, o artesanato paraguaio é lindo. Vários presépios, todos ricos em detalhes. As vaquinhas também eram muito charmosas :) Bjs.
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.