No anoitecer de sexta-feira embarcamos em um avião com destino ao berço do samba e de lindas canções, a capital fluminense, a cidade brasileira mais conhecida no exterior, enfim, a “Cidade Maravilhosa”: Rio de Janeiro – RJ!
Hoje pela manhã deixamos o hotel para conhecer um dos principais ícones cariocas, o Cristo Redentor.
Trem do Corcovado – Santuário do Cristo Redentor
Local: Rua Cosme Velho, 513 | Cosme Velho | Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 2558-1329
E-mail: contato@corcovado.com.br
Site: https://www.tremdocorcovado.rio/
Funcionamento: Segunda a sexta das 8h00 às 16h00 | Sábado e domingo das 8h00 às 17h00
Ingresso: R$ 88,00 (Alta temporada) / R$ 71,00 (Baixa temporada)
Tempo médio de visitação: 3 horas
Compramos os ingressos do Trem do Corcovado de forma antecipada através do site e às 8h30 chegamos na bilheteria para acessar o Parque Nacional da Tijuca.
O dia amanheceu encoberto por uma névoa e quando trocamos os vouchers pelos ingressos fomos alertados que o local estava sem visibilidade do Cristo Redentor e, claro, da cidade.
Os atendentes informaram que poderíamos devolver os ingressos mediante reembolso do valor pago, ou alterar as entradas para outro dia.
Como vamos ficar apenas um dia e meio na cidade, não pensamos duas vezes e optamos em seguir adiante.
É possível chegar ao Cristo Redentor de 4 maneiras: pelo Trem do Corcovado, com as vans do Corcovado Car Service, com veículo particular, ou através de uma caminhada.
Optamos pelo Trem do Corcovado pela facilidade de comprar os ingressos antecipadamente com horário agendado e por cruzar a Mata Atlântica do Parque Nacional da Tijuca em um trem elétrico.
O trem partiu pontualmente e os dois vagões estavam lotados, sendo que a maior parte dos passageiros era estrangeiros.
Uma dica para quem for embarcar no Trem do Corcovado é sentar nos assentos do lado direito do vagão, onde existem duas fileiras de assentos (no lado oposto são três fileiras). Esta posição permite vislumbrar a cidade em meio a Mata Atlântica em determinados momentos da subida, sem precisar fazer malabarismo.
Após aproximadamente 20 minutos de travessia chegamos ao cume do Corcovado, e aos poucos a névoa foi se dissipando.
Timidamente o Cristo Redentor foi surgindo em meio ao nevoeiro.
Santuário do Cristo Redentor
Local: Parque Nacional da Tijuca | Alto da Boa Vista | Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 2558-1329
E-mail: faleconosco@cristoredentoroficial.com.br
Funcionamento: Todos os dias das 8h00 às 18h00
Em meio aos mais distintos dialetos apreciamos a imponência do primeiro santuário a céu aberto do mundo.
A estátua do Cristo Redentor tem 38 metros de altura (equivalente a um prédio de 13 andares), sendo 30 metros do monumento e 8 do pedestal.
Cada braço tem uma área de 88 metros quadrados, sua cabeça pesa 30 toneladas e, se fosse para usar sandálias, elas teriam que ser do tamanho 530.
Durante a construção do Cristo Redentor, entre os anos de 1926 e 1931, o engenheiro mestre de obras Heitor Levy morou no pedestal do monumento, onde ficava também seu escritório avançado.
Além do engenheiro Heitor Levy, participaram da construção da obra o pintor Carlos Oswald e o escultor Maximiliam Paul Landowsky.
A estátua do Cristo Redentor foi quase toda construída no Brasil, à exceção da cabeça e das mãos que foram moldadas na França e trazidas para cá já prontas.
O Cristo Redentor é a maior imagem sacra do Brasil.
Em segundo lugar, com 33 metros de altura, empatam o Cristo Luz de Balneário Camboriú – SC e o Cristo de União da Vitória – PR, cidade natal da Sayo.
O monumento fica no alto do Morro do Corcovado, dentro do Parque Nacional da Tijuca, a 710 metros do nível do mar.
Consequentemente o local oferece uma privilegiada vista panorâmica da cidade do Rio de Janeiro.
Ao lado direito do Cristo conseguimos avistar o Leblon, Ipanema, Copacabana e a Lagoa Rodrigo de Freitas.
E no lado esquerdo… bem dá pra ver muita coisa, mas não hoje, já que a névoa insistia em ficar por esta região.
Voltando ao Cristo carioca, por estar no alto do Corcovado, ele foi projetado para resistir a ventos de até 250km/h.
Seu discreto coração é uma imagem estilizada do Sagrado Coração de Jesus, mede 1,30m e é a única parte do monumento que, revestida de pedra sabão, é projetada para o interior da construção.
Em 2007 o Cristo Redentor foi eleito uma das Sete Maravilhas do Mundo.
Suas dimensões (principalmente considerando a época de sua construção), bem como a geografia da capital fluminense, surpreendem.
Aos poucos conseguimos um lugarzinho na ponta do mirante em frente ao Cristo e de lá avistamos, cercado por uma densa névoa, o icônico Pão de Açúcar.
A ideia de construir um monumento no alto do morro do Corcovado começou lá em 1859, com o padre francês Pedro Maria Boss.
Mas o projeto começou a ganhar forma apenas em 1922, durante a comemoração do centenário da Independência do Brasil.
Finalmente, no dia 12 de outubro de 1931, a obra foi inaugurada.
É permitido ficar o tempo que desejar no alto do Corcovado, mas temos muita coisa para desbravar ainda hoje.
Então, após apreciar a paisagem por alguns minutos, seguimos de volta ao trem.
E em instantes regressamos ao nível do mar, embarcamos em um Uber e fomos conhecer algumas das inúmeras praias do Rio de Janeiro, mas antes fizemos uma paradinha para fazer uma foto com este cara, de “codinome beija-flor”.
A estátua, com dimensões originais, em homenagem ao cantor e compositor Cazuza fica em uma praça que leva seu nome, no Leblon, em frente ao local onde o artista brasileiro morou durante 12 anos.
Registro feito avançamos até Mirante do Leblon.
No Mirante do Leblon um grupo tocava o legítimo chorinho carioca, e embalados pelo animado ritmo apreciamos o visual proporcionado pelo local.
Na sequência iniciamos uma caminhada pela Orla Carioca.
Mesmo com névoa, várias pessoas estavam na praia, que conta com ampla faixa de areia.
Não caminhamos nem 10 metros pela Praia do Leblon e logo surgiu um vendedor oferecendo o famoso e tradicional biscoito Globo.
Claro que não poderíamos deixar de experimentar o biscoito que, embora seja fabricado no estado vizinho, São Paulo, faz parte da cultura carioca.
A Praia do Leblon fica na zona sul e é uma continuação da Praia de Ipanema. A divisa das duas praias é o pequeno Canal do Jardim de Alah.
Na sequência foi a vez de nos hidratarmos com uma gelada e saborosa água de coco.
A Avenida Delfim Moreira, que margeia as praias do Leblon e Ipanema, estava bloqueada para veículos (talvez por ser feriado), então revezamos a caminhada entre a avenida e a calçada.
Durante o percurso passamos por alguns banheiros, nos quais paga-se uma taxa de R$ 2,50 para utilização.
Passamos pela estátua que homenageia Tom Jobim, compositor que cantou a cidade e, principalmente, Ipanema para o mundo.
E logo chegamos na Pedra do Arpoador.
O Arpoador era utilizado para arpoar baleias na época em que elas frequentavam as costas do Rio de Janeiro e também a Baía de Guanabara, daí a origem de seu nome.
A Pedra do Arpoador fica em uma ponta, a qual serve como uma divisa natural entre a Praia do Arpoador (continuação da Praia de Ipanema) e a pequena Praia do Diabo.
O local oferece uma bela vista e é tido como um dos melhores lugares para apreciar o pôr do Sol da cidade carioca.
O local é palco de várias histórias lendárias dos anos 1960 e 1970 e está presente em diversas músicas, como na canção “Faz parte do meu show” (autoria de Agenor Neto e Renato Ladeira), que ficou muito conhecida na voz de Cazuza.
A Praia do Arpoador foi também a escolhida pela alemã Miriam Etz para usar pela primeira vez o biquíni em terras brasileiras, no ano de 1948.
Do Arpoador seguimos até o Forte de Copacabana.
Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana
Local: Praça Coronel Eugênio Franco, 1 – Posto 6 | Copacabana | Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 2522-4460
E-mail: relpub@mhexfc.eb.mil.br
Site: http://www.mhexfc.eb.mil.br/pt-br/
Funcionamento: Terça a domingo das 10h00 às 18h00
Ingresso: R$ 6,00 | Entrada gratuita às terças-feiras
Tempo médio de visitação: 1 hora
Enfrentamos uma pequena fila para comprar os ingressos e logo entramos no local.
Por ficar na ponta da Praia de Copacabana, o local proporciona uma bela vista da orla.
Dali também é possível avistar o Pão de Açúcar.
O Forte de Copacabana abriga um dos maiores museus militares do país, o Museu Histórico Militar.
Com um acervo variado o museu expõe obras de arte, indumentárias, armamentos e objetos militares de uso pessoal.
Dentre os vários cenários ali expostos está um que representa a Guerra do Contestado e infelizmente no breve relato sobre o maior conflito social e bélico do Brasil os moradores locais (mais prejudicados com a guerra) são retratados como “fanáticos religiosos contra a pátria”.
Pois bem, como somos naturais da região onde ocorreu tal conflito, nos vemos na obrigação de relatar um curtíssimo histórico sobre o ocorrido que, por motivos que desconhecemos, é muito pouco difundido no país.
Nos fins do século XIX a região sul do Paraná, divisa com o planalto norte de Santa Catarina, abrigava uma densa floresta de imbuia e pinheirais. Tamanha riqueza natural chamou a atenção de empresários americanos que investiam na construção de estradas de ferro pelo interior do Brasil, sendo que grande parte dessa riqueza natural presente em terras que recebiam a malha férrea entrava como parte de pagamento aos construtores.
Com este contexto, envolvendo a exploração de recursos naturais, grilagem de terras, e um forte movimento de europeização do território que, em 22 de outubro de 1912, eclodiu o episódio conhecido historicamente como Guerra do Contestado, o qual perdurou até meados de 1916.
Seria mais sensato os responsáveis pelo museu rever a história do conflito para redigir novamente o breve relato a respeito do mesmo, que a nosso ver, parece um tanto quanto tendencioso.
Enfim… além do Museu Histórico Nacional, o Forte de Copacabana conta com uma loja de souveniers, uma cafeteria e uma confeitaria.
O Forte de Copacabana foi construído para proteger a Baía da Guanabara, fazendo parte de um sistema defensivo da cidade do Rio de Janeiro, composto por diversas fortificações de artilharia.
Ao entrar na fortificação passamos a caminhar pelos corredores da cúpula dos canhões, local bastante abafado e sem muita ventilação.
A construção foi feita para abrigar os soldados durante um possível combate, por isso possui todas as instalações necessárias para que os militares pudessem permanecer por lá um bom tempo sem depender de ajuda externa.
Refeitório, dormitórios, lavatórios, usina e até uma pequena prisão, denominada xadrez, compõem o local.
Após percorrer o interior do forte fomos para a área externa.
Ali, encravados na rocha, ficam os canhões alemães Krupp, instalados em cúpulas encouraçadas e giratórias.
A fortificação conta com dois canhões de 305mm, que poderiam atingir alvos a 23km de distância, dois canhões de 190mm e duas torres de canhões de 75mm.
As paredes externas voltadas para o mar possuem incríveis 12 metros de espessura.
Conhecido o Forte de Copacabana seguimos para a praia.
Caminhando pelo Calçadão de Copacabana, um dos bairros brasileiros mais conhecidos mundo a fora, passamos pela estátua em homenagem ao cantor e compositor Dorival Caymmi e também pelo monumento em homenagem a Carlos Drummond de Andrade, poeta, contista e cronista brasileiro.
Após caminhar pelo calçadão pegamos um Uber e rodamos até a Urca.
No Bairro da Urca fica a pequena e agradável Praia Vermelha.
Com apenas 200 metros de extensão, a prainha leva este nome devido a sua areia, que possui uma coloração mais avermelhada.
No canto direito da praia fica o Clube Militar e um restaurante aberto ao público.
A praia fica em frente à Praça General Tibúrcio, onde estava a barraquinha de acarajé da baiana Cátia, não titubeamos e logo devoramos um delicioso, e quente, quitute baiano!
Alimentados cruzamos a Praça General Tibúrcio e fomos até o teleférico Pão de Açúcar, que fica aos pés do Morro da Babilônia.
Bondinho Pão de Açúcar
Local: Avenida Pasteur, 520 | Urca | Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 2546-8433
E-mail: sac@bondinho.com.br
Site: https://www.bondinho.com.br/
Funcionamento: Todos os dias das 10h00 às 19h00
Ingresso: R$ 120,00
Tempo médio de visitação: 2 horas
O complexo turístico Bondinho Pão de Açúcar é formado pelos Morros da Babilônia, da Urca e do Pão de Açúcar.
O bondinho é dividido em duas etapas, a primeira liga a estação localizada na base do Morro da Babilônia até o topo do Morro da Urca.
Este trajeto também pode ser feito por uma trilha de 1,5km em meio à mata.
Assim que chegamos no topo do Morro da Urca nos deparamos com um visual incrível do Morro do Corcovado e parte da capital carioca.
Ali uma pequena praça é decorada com a estátua de Augusto Ferreira Ramos, engenheiro brasileiro e idealizador do caminho aéreo do Pão de Açúcar.
E dois antigos bondinhos, um de 1912, o primeiro bondinho do Pão de Açúcar e o terceiro teleférico de passageiros instalado no mundo, com capacidade para transportar 22 pessoas, o qual foi desativado em 1971, e outro com capacidade para 75 passageiros que circulou de 1972 até 2008, quando cedeu lugar aos atuais.
O Morro da Urca tem 220 metros de altura e nele existe um heliporto, de onde partem helicópteros para passeios turísticos pela cidade.
Em determinado momento notamos alguns vultos passando entre nossas pernas, ao olhar para baixo avistamos pequenos micos.
É preciso caminhar com muita atenção para não colidir com os pequeninos e ágeis animais.
A vista do Morro da Urca é linda, ao olharmos para um lado vemos o Cristo Redentor no alto do Corcovado.
E no outro lado o Aeroporto Santos Dumont e a extensa Ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Ponte Rio-Niterói, com seus impressionantes 12,4 quilômetros de extensão.
Também podemos ver a Fortaleza de São João.
Além da praça com os bondes antigos, o topo do Morro da Urca abriga um anfiteatro e uma área gastronômica.
Após contemplar a vista do local embarcamos no segundo bondinho, que segue até o alto do Morro do Pão de Açúcar.
O topo do Morro do Pão de Açúcar fica a 396 metros do nível do mar.
Mais de 400 escaladores trabalharam na construção do teleférico, cada um subindo com algumas peças para o topo dos morros da Urca e do Pão de Açúcar, sendo que um guincho auxiliou na subida dos cabos de aço.
O que mais nos impressionou foi o fato de não existir nenhuma barra de sustentação para os cabos de aço durante todo o percurso, diferente de outros bondinhos que já visitamos.
E sobre a vista proporcionada pelo Pão de Açúcar? Pois bem, a vista do Morro da Urca já é linda, mas a do Pão de Açúcar é algo surpreendente.
A Baía de Guanabara, as praias e os altos morros cobertos de verde contrastam e tornam a cidade do Rio de Janeiro digna de ser conhecida como a “Cidade Maravilhosa”.
Nossa intenção era apreciar o pôr do Sol do alto do Pão de Açúcar, que pelas fotos que vimos na internet é de tirar o fôlego, mas a névoa que nos acompanhou por praticamente todo o dia voltou e acabou com nossas esperanças.
De qualquer forma o visual do entardecer no alto do Pão de Açúcar é lindo, mesmo com tempo encoberto.
Para fechar o dia com chave de ouro nos deliciamos com uma pizza de carne seca, acompanhada por um vinho tinto chileno.
Amanhã tem mais Rio de Janeiro!
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Realmente maravilhoso… uma visão diferente do Rio de Janeiro que se vê nos telejornais.
Aguça a vontade de conhecer. E o encerramento da pizza com vinho… simplesmente perfeito. Parabéns!
Sem dúvidas o Rio de Janeiro é uma cidade Maravilhosa, principalmente por sua geografia. Valeu.
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
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